My Dream escrita por Susan Salvatore


Capítulo 15
Última dança




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Semanas depois

Ter um bebê era uma coisa emocionante... Mas estar grávida definitivamente não era. E, com certeza, a vida conturbada que fora imposta à ela não estava ajudando. Ela ainda tinha de planejar como é que teria coragem de tomar o bebê de Klaus... Isso se Elijah realmente aparecesse. Desde que ele fora expulso, o contato entre os dois era mínimo.

E, bem, havia Klaus. Hayley havia desistido completamente de entendê-lo... Mas dessa vez ela estava completamente surpresa. E não era de todo ruim. Ele havia decidido dar um baile de máscaras beneficente para angariar fundos para o abrigo de moradores de rua. E havia convidado-a para participar. Convidado, não obrigado.

Porém, a única verdadeira razão de ela estar indo era que Elijah também estaria lá. Sentia tanta falta dele... E de seus lábios quentes. A abstinência podia realmente enlouquecer uma pessoa.

Uma batida na porta interrompeu seus pensamentos. Definitivamente não era Elijah.

– Você está linda – disse Rebekah, sendo sincera.

Eu estou? Olhe para você. Está incrível!

As duas estavam. Enquanto a morena vestia um vestido vermelho escuro, levemente armado, todo rendando e com uma fenda modesta que deixava suas lindas pernas à mostra, a outra mulher usava um vestido sem alças azul escuro, que era simples, mas realçava seus belos olhos. Ambas estavam perfeitamente satisfeitas com suas aparências – exceto por um detalhe.

– Eu me sentiria melhor se não tivesse essa montanha no meio do corpo – reclamou Hayley, tentando por tudo não se comparar a um velho bêbado.

– Mas isso é o que te deixa mais incrível ainda. Ah, Hayley... Esse bebê a deixa cada dia mais linda.

Rebekah era uma boa amiga. E, sem o conhecimento de Hayley, ela já descobrira tudo entre ela e Elijah. Estava tudo bem; o irmão era uma das pessoas mais nobres que conhecia e tinha certeza que a faria feliz. Isto é, quando Klaus finalmente saísse de suas vidas.

– Vem, está na hora – disse Rebekah.

...

Klaus não economizara na decoração do baile; estava tudo tão deslumbrante quanto o possível. Todos ali sabiam da importância política daquele evento. O governador não estava só angariando fundos, mas também votos. Todas as ações dele eram muito bem pensadas. Por isso ninguém nunca conseguiu derrubá-lo.

E, quando os dois entraram juntos, todos os olhares recaíram sobre eles. Eram o casal perfeito, a bondade e a beleza unidas de uma forma que nunca dera tão certo. Hayley se divertia ao pensar que, na verdade, eles estavam descrevendo Elijah.

– Bem, minha querida – disse Klaus, quando o silêncio preencheu o cômodo – Dê-me a honra da primeira dança da noite?

Ela não negou.

Klaus pegou em sua cintura de maneira firme, surpreendendo-a um pouco. E, enquanto a música preenchia seus ouvidos, ela se pegou pensando na fatídica noite em que dormira com ele. Um pouco daquele charme que a atraía estava estampado nele agora, que só tinha olhos para Hayley. Com um puxão, ele a trouxe para mais perto de si. Dominou a dança e por um momento uma sensação estranha a invadiu.

Mas não era boa. Era uma inquietação que só a presença dele provocava, que só aquele sorriso cheio de segundas intenções era capaz de produzir. Medo, finalmente percebeu ela. E não sentiu vergonha nenhuma em admitir isso. Tinha medo de Klaus, não por ser covarde, mas por ele ser uma pessoa sem escrúpulos ou limite. Ou caráter. Toda e qualquer emoção sobre aquela noite rapidamente sumiu, como uma vela sendo assoprada. É o que ele faz, percebeu, apaga as emoções de quem fica ao redor dele. Ao contrário do adorável irmão, que fazia explodir como fogos de artifício.

Quando Klaus beijou sua mão, finalizando a dança, Hayley só sentiu repulsa. A menininha chutou sua barriga, como se concordasse com a mãe. Fique quieta, ele é seu pai, disse Hayley mentalmente para o bebê. É, mas por sua culpa, seria a resposta da criança. Certo. Definitivamente precisava de uma bebida.

Após o discurso chato dele, ao qual ela não prestara a mínima atenção, procurou incansavelmente pelo rosto de Elijah em meio àquela multidão mascarada. Fora muito conveniente que o tema da festa fosse máscaras, já que, com certeza, Elijah não recebera convite nenhum. Conveniente até demais, pensou a moça, desconfiada.

E então ela o achou. Os cabelos castinhos e o sorriso com covinhas eram mesmo inconfundíveis. Sem nem pensar em quem podia estar olhando, ela praticamente correu até ele e, usando todo o pouco auto controle que tinha, deu-lhe apenas um abraço.

– Você está absolutamente estonteante – disse ele, em seu ouvido. Arrepios de prazer a percorreram.

– E você está gostoso pra caramba – respondeu, sem pudores, arrancando um riso dele. Era verdade, ternos sempre ficavam extremamente bem em Elijah... Era quase obsceno, inclusive.

– Me dá a honra? – perguntou, pegando-a pela mão.

– É toda sua.

E dançaram. E o mundo ao redor deles pareceu desaparecer. Tudo se resumia à música e aos dois. Mesmo estando com um vestido de tecido grosso, Hayley pode sentir sua mão quente puxar sua cintura. Não desviaram o olhar um do outro nem por um só momento. Isso foi extremamente descuidado, já que a paixão que os dois estavam irradiando era quase tocável e as outras pessoas aos poucos começaram a prestar atenção neles.

– Senti tanto sua falta – sussurrou ela.

– Não mais do que eu – disse ele, tocando o lábio dela com a ponta do dedo.

Estava começando a ficar perigoso.

Então o som estrondoso das portas sendo abertas com brutalidade atraiu a atenção de todos. Policiais entraram e pareciam procurar por alguém. A exasperação e curiosidade tomaram conta de todos ali.

– Desculpe – disse Klaus, chegando até eles – Mas o que está acontecendo?

– Procuramos por Elijah Mikaelson.

– Sou eu – falou, se aproximando. Sem nem perceber, colocou Hayley atrás de si, como que para protegê-la. Gesto que não passou despercebido pelo dono da festa.

– O que querem com meu irmão?

– Elijah Mikaelson é o principal suspeito do assassinato de Davina St. James.

Um “O quê?” uníssono percorreu por todo salão. Algumas mulheres até soltaram gritinhos. Todos ali conheciam aquele nome: a filha de Marcel.

– Como? – disse Hayley, mais alto do que pretendia – Você não pode estar falando sério.

– Eu não estou brincando, senhorita. Se os familiares quiserem acompanhá-lo, podem vir de carro atrás da viatura. Mas temos que levá-lo.

– Não – disse ela.

– Agora.

E algemaram Elijah. Pavor tomou conta de Hayley e de todos ali. Seria possível? O tão nobre irmão machucaria uma inocente garota? É claro, esses questionamentos eram dos outros. Hayley só queria quebrar a cara dos policiais que ousassem tocar nele.

– Seus... – ia dizendo, quando um aperto firme em seu braço a fez calar a boca. Era Klaus. Carregava uma expressão dura.

– Não faça mais escândalo. Vamos acompanhá-lo, mas vá para casa primeiro. Não preciso que chame mais atenção.

– Você não pode estar falando sério.

– É uma ordem.

E ela teria desobedecido prontamente, não fosse Elijah ter balançado negativamente a cabeça para ela. Certo. Auto controle é tudo. Levaram-no, e estava perturbado demais para se importar com sua própria situação. Não, o que o preocupava era o assassinato da menina.

E seu autor, que agora, já que ninguém estava olhando, sorria maliciosamente.


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Notas finais do capítulo

Oe, leitores! E aí? Gostaram da novidade :D ? Algum palpite para o próximo capítulo?