My Dream escrita por Susan Salvatore


Capítulo 13
Chama escarlate


Notas iniciais do capítulo

Preparem os corações.



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Mais do que nunca, ele se sentia confuso e sozinho. Realmente estava apaixonado por duas pessoas. Isso fazia dele um cretino? Não. Elijah só não controlava seus próprios sentimentos. Hayley era como luz, ela incendiava sua vida e, sendo sincero consigo mesmo, a relação deles não nem estável e muito menos segura, mas fazia dele um homem melhor. Sua melhor amiga de infância... Como, depois de todos esses anos, podia não querê-la?

E então havia Celeste. Ela era seu conforto, sua proteção. Tudo era calmo, fácil, tranqüilo. O amor dela era um suporte, um porto seguro pra sua vida. Como decidir? Como escolher entre o turbilhão de emoções perigosas e a calma fácil? Balançou a cabeça e ela apertou sua mão.

Celeste acariciou-lhe os cabelos. Não o pressionou. Sabia que ele viria a ela no momento certo. Mas não pensem nela como uma bruxa, ela realmente o amava. Talvez só do jeito errado, mas amava. Nos dias que morou na rua, vagou sem rumo e tudo o que a guiava era o desejo de vê-lo.

– Está tudo bem, querido – sussurrou ela, sua voz como um trovão no imperturbável silêncio.

– Não posso escolher, Celeste. Não posso...

Eu não estou exigindo nada de você. Só quero que me beije. Ah, vai dizer que não sente saudades? Vem, amor.

Ele cedeu. Beijou-a com simplicidade e delicadeza. E aquele sentimento antigo estava lá, preenchendo-o de uma sutil alegria. Os beijos dela eram ávidos, mas nele provocavam uma calma tão grande... Totalmente o oposto de Hayley.

Hayley. A palavra ecoou no seu ouvido como um pingo de água na escuridão. E, de repente, ansiou pelo furacão de emoções que era ela. Ansiou pelo seu cheiro de morango, por sua pele incrivelmente sempre quente, pelo seu cabelo que lhe fazia cócegas. Ansiou pelo amor dela.

– Pare – disse ele, empurrando-a suavemente.

– Por quê?

– Eu já me decidi.

– Ah, que bom... – ronronou Celeste, os lábios ainda úmidos. Seus dedos perambulavam pelos botões da camisa dele.

– Não, Celeste. Não. O que tivemos foi lindo, e eu nunca vou esquecê-la completamente, mas... Eu não sinto o mesmo. Meu coração está em outro lugar.

Fúria invadiu a mulher. Como ele ousava? Celeste relutava em colocar o plano de Klaus em ação, mas depois de ser rejeitada... Talvez Elijah merecesse mesmo.

– Sinto muito. É melhor assim – disse ele, beijando sua testa.

Ah, você vai sentir muito mesmo”, pensou a mulher, com amargura.

...

Dias se passaram. Ele sabia que não estava sendo cuidadoso, mas depois que “terminara” com Celeste parecia tudo tão simples e fácil. Hayley estava cada dia mais bonita e esse fato não passava despercebido aos seus olhos tão carentes dela.

Ela, é claro, percebeu. Cada vez que o pegava fitando-a, Hayley enrubescia como uma adolescente. Odiava isso. Seu coração palpitava e tinha uma enorme tendência de ser desajeitada. Estava apaixonada.

Não deixou de observar também os olhares venenosos de Celeste... Bem como a distância entre ela e Elijah. Seria possível? Não, tratou de dizer a si mesma. Não tenha esperanças. Estava dizendo isso a si mesma quando ele entrou na cozinha e ela, de algum jeito, conseguiu derrubar o leite quente de seu copo em si mesma.

– Ah, que inferno! – gritou a moça. A dor quase a cegou.

Elijah, sem dizer nada, levou-a até a pia e enfiou sua mão debaixo da torneira. A pele vermelha pulsava, mas não era nada sério. Pegou alguns cubos de gelo e esfregou-os delicadamente na mão dela. Os olhos de Hayley estavam cheios de lágrimas.

Fogo. Queimaduras. Considerava que essa era a pior dor do mundo... E seu maior e talvez único medo. Fogo. Ainda lembrava quando do incêndio de um dos orfanatos em que esteve... Ainda lembrava do som de carne fritando de suas amiguinhas.

– Hayley? – chamou Elijah – Como se sente?

Ela nem reparar que ele tinha passado uma loção refrescante cor de musgo no local e que enfaixava sua mão. Tinha muito carinho naquele gesto.

– Ah... Melhor. A dor tá passando. Obrigada, de verdade.

– Você ficou tão... Paralisada.

– Eu tenho um péssimo histórico com queimaduras.

– Ah. Ainda bem que eu estava aqui para cuidar de você.

O coração dela descompassou. Droga. Por que era tão sensível a ele? Elijah acariciava sua mão, sem deixar de encará-la. Havia algo de diferente ali, algo mudara. Seu coração martelava tanto que tinha certeza que ele podia ouvir... De repente, ela quis acariciá-lo também.

– O que está fazendo? – perguntou, puxando a mão bruscamente.

– Estou cuidando de você – respondeu ele, sem nem pestanejar pelo gesto dela. Já esperava isso; com aquela mulher, nada era fácil.

– Vá cuidar da Celeste.

– Não. Quero cuidar de você.

– E Klaus? Se ele te vê assim comigo...

– Hayley, pare. Tudo que me importa é você.

– Qual é seu problema, Elijah? – disse, constatando que sua voz aumentava incontrolavelmente – Num dia corre de medo, no outro cai nos braços de outra. Quer que eu espere por cada bipolaridade sua?

– Quero você.

É, ela realmente ia ter um ataque cardíaco se ele continuasse.

– Isso não é justo – murmurou ela.

– Eu vou te explicar tudo. Juro. Mas te adianto isso: percebi que não consigo viver sem você. Nada é mais importante que você. Foda-se o resto do mundo, eu quero estar com você.

Aquilo devia ser bem sincero, porque pra Elijah xingar... Hayley quis se dar um tapa. Lá estava a esperança formigando de novo. Mas até mesmo seu lado amargo não pode resistir àquelas palavras.

Elijah beijou sua mão machucada. Seus olhos pareciam tristes.

– Perdoe-me. Por favor – disse e então sussurrou em seu ouvido – Eu realmente te amo.

...

Naquela noite, ela sabia que ele viria. Desejava isso. Sabia que era perigoso, sabia que talvez fosse errado, porém ansiava tanto pela presença dele que mais nada importava. Sua respiração estava instável. Quando ouviu as tão esperadas batidas na porta – uma novidade – achou que a força de suas pernas iria abandoná-la.

Ele entrou sem esperar por permissão. Vestia uma camiseta preta e, de longe, era a coisa mais desejável do mundo para ela. Cheirava a loção de barbear, perfume amadeirado e... E aquele toque doce rústico que só ele tinha. Uma expressão determinada estava no seu rosto e isso só o tornava mais sexy.

Quanto a ela, ah, se esforçara para estar irresistível. Os cabelos ondulados cheiravam à morango e emolduravam perfeitamente seu rosto tocado pela maquiagem. Os lábios estavam da cor de rubi, a cor favorita de Elijah. Este deu um passo a frente, incapaz de resistir aos encantos dela.

– Estou assustada – sussurrou ela, quando ele lhe acariciou os cabelos. O toque da pele dele queimava, mas essa era uma sensação muito boa.

– Shh, meu anjo, não precisa. Ninguém irá nos ver.

– Não é disso que tenho medo. Tenho medo da intensidade dos meus sentimentos por você.

– E quais são esses sentimentos? – perguntou ele, seu próprio coração batendo irregularmente.

– Elijah...

– Diga. Eu preciso ouvir.

– Estou apaixonada por você. Eu... Eu amo você.

Beijou-a e era como abraçar o sol. Era como tocar num fio desencapado. Seu corpo inteiro estava elétrico, ciente demais da presença dela. Cada segundo em seus lábios só lhe mostrava que amava mais aquela garota do que jamais sonhara.

Arranhando sua cabeça na tentativa de puxar com mais força seus cabelos, ela retribuiu com mais fervor ainda. De repente, estavam tão agarrados um ao outro que seria muito surpreendente se algum centímetro separasse os dois.

Nada mais importava. Nem Klaus, nem Celeste, nem sofrimento, nem nada. O mundo se resumia aos dois. Finalmente o amor de cada um se encontrava com o do outro, abraçando-se, virando uma bola de neve sentimental arrebatadora.

Delicadamente, Elijah carregou-a até a cama. Com cuidado para não pressionar a barriga já levemente inchada dela – detalhe que só a tornava ainda mais atraente para ele -, deitou-se sobre sua amada, sem jamais interromper o beijo.

E então já não havia mais espaço para delicadezas. Arrancou sua camisa e enquanto os dedos gananciosos dela passeavam por seu corpo, beijou seu pescoço e tirou a camisola dela. Não havia nada a mais para tirar. O corpo de Hayley era incrível e despertou tanta lascívia nele que não agüentou mais esperar.

Enquanto ela gemia docemente em seu ouvido, Elijah a possuiu, entregando-se ao prazer de finalmente tê-la. Hayley arranhava suas costas e isso só o fazia sentir mais e mais prazer. Ambos eram incríveis. Como se tivessem sido feitos um pro outro, sabiam exatamente o que fazer para o outro suspirar.

Ela mordeu os lábios enquanto estava próxima de seu ápice, e ele mordeu-os também, arrancando-lhe um pouco de sangue.

– Ai – protestou ela, sem realmente sentir muita dor.

– Até seu sangue é irresistível.

Tiveram que ter muito autocontrole para não gritarem de prazer depois daquilo. Arquejavam juntos, incapazes de acreditar que aquilo finalmente tinha acontecido – aquilo que perambulava pelos sonhos dos dois há muito tempo.

– Você é minha, Hayley – sussurrou no ouvido dela – Sempre e para sempre.

Entrelaçando seus dedos nos dele, ela sorriu. Aquela noite de amor estava longe de acabar e seria a primeira de muitas. A partir daquele dia, todas as noites Elijah a visitava e cada vez era mais especial que a outra. Durante o dia, sorriam e se tocavam secretamente, enquanto ansiavam pelo encontro, prontos para se amarem de novo.

...

Estavam tão centrados na própria felicidade, bem como os outros estavam centrados nas próprias vidas, que ninguém da casa reparou no cheiro acre de gasolina que rondaria a propriedade nos próximos dias.


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Notas finais do capítulo

Oe, leitores! E aí? Gostaram? Ah, pra quem acompanha The Originals... Quem viu AQUELA CENA? OMG, meu coração Haylijah não aguenta.
Enfim, tenho um favor pra pedir a vocês. Eu sou muito fã da série A Seleção. Se alguém tiver algum spoiler do último livro, A Escolha, ou mesmo um capítulo em português, poderia por favor dividir comigo? Estou desesperada por spoilers kk
Enfim, espero que tenham gostado tanto quanto eu ♥