Allany acordou um pouco mais tarde naquela manhã, ainda não estava habituada a sua nova “vida”, sentou-se na cama e ouviu a porta abrir. Passos firmes e rápidos em direção da sua cama:

 

-Bom dia papai. –Disse ela.

 

Klaus se aproximou sentando-se ao seu lado:

 

-Como sabia que era eu? –

 

-Sua forma de andar, Khan me explicou mais ou menos como funciona, você da passos firmes e rápidos... Acho que estou pegando o jeito, meus sentidos estão mais aguçados.

 

Klaus sorriu, Allany parecia melhor aquela manhã, sua insegurança havia diminuído desde a noite passada.

 

- Logo vão trazer seu café pra cá. –

 

-Pai, posso tomar café com o Kai? –

 

-Não Ally, seu irmão está gripado e não quero que você pegue também. –Disse Klaus.

 

-Tá, pode ser com o Khan então...

 

-Khan também está gripado, seu tio vai vir aqui mais tarde para examiná-los e ver se é só um vírus mesmo. –

 

-Mas eu não quero ficar sozinha! –Disse Allany.

 

-Entenda filha...

 

-NÂO! Eu quero ficar com meu irmão ou então com meu namo... Meu amigo. Por favor pai.... – Disse ela com os olhos marejados.

 

-Desculpa meu bem, mas não posso deixar. – Allany começou a chorar, Klaus sabia que ela ainda estava sensível pelo que aconteceu.

 

-Ally, não fica assim, logo eles vão estar melhores.  –Disse Klaus acariciando a cabeça da filha. Allany continuou chorando e dizendo que queria ficar com eles, mas depois do café ela desistiu de insistir.

 

-Pai... O que eu faço agora? –

 

-Como assim?- Perguntou Klaus.

 

-Eu não sei me orientar como o Khan, mesmo não podendo ver ele faz várias coisas tem vários passatempos, mas eu não consigo nem comer sozinha direito... E agora que não tenho com quem conversar como vou me distrair? –

 

- Vamos achar alguma coisa pra você fazer Ally-

 

- O que pai? Eu passei muito tempo ouvindo música e isso já está chato, pai...

 

- Fique calma, vou falar com Nikolay acho que ele deve saber algo que possa te ajudar.

 

- Pai desculpe, mas aquele iceberg já é estranho com o Khan imagina comigo.

 

- Eu volto logo..

 

Klaus foi ate o quarto de Khan tinha certeza que Nikolay estaria lá, assim que entrou viu Nikolay ajudar o neto a voltar para a cama, Khan estava tremendo.

 

- Ele não esta nada bem.

 

- Nem um pouco, a imunidade é muito baixa. – Disse cobrindo Khan que já tinha se encolhido. – Algum problema Klaus?

 

- Preciso achar algo pra Allany fazer, ela não pode ficar com nem um dos dois ou vai acabar gripada também.

 

- Ela tinha que começar a aprender braile, mas alguém ia ter que ajudar e eu não posso deixar Khan sozinho, da ultima vez que ele ficou doente acabou tendo sangramento.

 

- Alguma outra coisa que ela possa fazer?

 

- De objetos pra ela identificar- disse Khan totalmente rouco antes de tossir.

 

- É uma boa idéia. Khan demorou algumas semanas ate conseguir identificar todas as coisas que lhe davam.

 

- Mas que tipo de coisa?

 

- No começo coisas cotidianas.

 

Klaus então designou a governanta para entreter Allany.

 

- Eu vou matar o Khan...cada idéia que ele tem.

 

- isso vai te ajudar Srta. Allany - disse ela dando outro objeto para Allany

 

- Que porcaria é essa? Você me deu um limpador de privada?- disse ela tateando.

 

- Isso é uma escova de cabelo.

 

- No tinha uma mais decente não?

 

Ela passou cerca de meia hora fazendo isso ate que se enfezou quando a governanta lhe deu um tubo de pasta de dente.

- Sr. Klaus. – chamou a governanta ao chegar no escritório de Klaus

 

- Já terminaram Kioko?

 

- Bem, ela me expulsou do quarto após dar a ela um tubo de pasta de dente.

 

- Típico da Allany pode voltar a suas funções normais-

 

-Sim,senhor. –Disse a governante se retirando.

 

 

Eram por volta das onze da manhã quando Kaius chegou, foi recebido pelo mordomo, mas logo Klaus apareceu:

 

-E então, como estão às coisas aqui Klaus?-Perguntou ele.

 

-Olá Kaius, está tudo “bem” tirando os meninos a Allany está ótima, e com um humor dos demônios. –

 

Kaius riu e disse:

 

- E então, o que os garotos têm exatamente?-

 

-A meu ver é inicio de gripe, o Kai está tossindo e espirrando. Hoje de manhã quando fui acordá-lo ele estava completamente encolhido na cama. –Kaius encarou Klaus.

 

-Sei que pode parecer estranho nas condições dele, mas nem ele mesmo sabe como fez isso. – Klaus estava guiando a cadeira do irmão até o quarto do filho.

 

Logo a porta do quarto abriu-se e Kaius entrou junto com Klaus e foram para próximo da cama de Kai. O menino estava todo coberto, e espirrava sem parar. Abriu os olhos devagar e viu seu tio e seu pai ali ao lado:

 

-Bom dia Kai. Seu pai me disse que você acordou indisposto por isso num poderia ir à fisioterapia. –Kai fechou os olhos devagar estava com o rosto vermelho. Kaius colocou a mão em sua testa e disse:

 

-Ele está com febre!- Kai tossiu, seu corpo estava meio trêmulo e com dificuldade para respirar:

 

-Tosse seca, aparentemente calafrios, é isso é tipicamente gripe, vou ver um descongestionante nasal e um xarope, ele vai ficar bem em alguns dias.

 

- Bem, ele esta razoavelmente bem. - Disse Klaus.

 

- Comparado a que?- Questionou Kaius incrédulo.

 

-Khan.

 

- Vou dar uma olhada nele.

 

Assim que eles foram para o corredor Klaus perguntou:

 

- Fez o teste?

 

- Duas vezes

 

- E?-

 

- Não é da sua conta – disse indo para o quarto de Khan

 

Assim que Kaius entrou no quarto de Khan mal viu o garoto que estava deitado de bruços coberto ate a nuca, ele tremia e tossia com grande freqüência. Nikolay estava sentado numa cadeira ao lado da cama, ele estava com a mão sobre as costas de Khan.

 

- Dr. Kaius.

 

- Bom dia Nikolay, como ele está?- perguntou se aproximando da cama.

 

- Bem, perto das gripes que ele já teve, acredite se quiser. - disse com a mão na cabeça do garoto que nem se quer se mexia.

 

- Ele tem a imunidade extremamente baixa, pra mim isso já esta extremamente serio, ele já teve piores mesmo?

 

- Sim, pelo menos ele não esta com catarro e espirrando.

 

- Ele está bem debilitado, foi bom Klaus ter separado Allany deles.

 

- A gripe não é mais importante no caso dele ele já teve vários sangramentos quando ficou doente.

 

- Por causa da debilidade do corpo, Khan pode abrir um pouco os olhos?- ele resmungou algo baixo e abriu um pouco os olhos.- Tudo bem ate o momento. - Khan fechou os olhos e enfiou a cara no travesseiro se encolhendo

 

-Dor de cabeça? – Khan murmurou um hun-hun rouco Kaius passou a mão nos cabelos do garoto. – Vou ver os remédios pra esses dois. – Disse enquanto Klaus entrava no quarto. – Bem por hora dêem bastante suco de laranja ou qualquer outra coisa com vitamina C e chá de alho pros dois.

 

Mais tarde naquele dia...

 

- Khan acorde, você tem que comer.

 

- Não estou com fome... - Disse puxando as cobertas sobre a cabeça resmungando de dor logo em seguida.

 

- Vai comer sim!-

 

- Vô, eu já não vejo o que eu como, não vou sentir o cheiro nem o gosto, a não ser que seja algo muito forte, me deixa dormir mais um pouco... - Resmungou ele se encolhendo o Maximo que podia

 

-Andrey, ou você senta e come ou eu te sento e te dou de comer. –

 

Não deu outra, Nikolay o pôs sentado, mas o garoto estava tão mau que ele acabou tendo que lhe dar de comer mesmo.

 

- Somente um pouco. - disse Nikolay forçando o neto a comer algumas colheradas de sopa, Khan recusou algumas vezes, mas no fim acabou por aceitar a comida quase sem gosto. – Sem gosto nenhum?

 

- Bem fraco. - disse ele virando o rosto para tossir, ainda tremia muito.

 

- Isso por que você tem os sentidos muito aguçados, que tentar comer sozinho?

 

- Se eu conseguisse me orientar tentaria... - Disse abaixando um pouco a cabeça, Nikolay pegou uma manta e colou sobre as costas dele.

 

- Coma mais um pouco e eu te deixo descansar. - Disse dando outra colher de sopa ao neto.

 

- Se o senhor acha que eu vou tomar aquele chá de alho... - disse lembrando-se da idéia de Kaius.

 

- Vai. – Disse autoritário.

 

Depois de ser obrigado a comer Khan tentou ao máximo não ser obrigado a tomar o chá, mas outra vez não teve escapatória. Ele já não era páreo para a força do avô. Ainda mais tremendo e com dor nos músculos, mesmo não podendo sentir muito gosto o chá de alho estava horrível e ele acabou por tossir mais ainda quanto terminou de tomar.

 

No quarto de Kai...

 

-Nem vem pai... – Dizia Kai fazendo cara feia para a caneca que Klaus segurava.

 

-Você precisa tomar se quiser ficar bom logo. – Disse Klaus tentando fazer Kai beber o bendito chá.

 

-Não quero, não vai me fazer tomar isso... –

 

-Agora chega Alexander, está me fazendo perder a paciência! Abra essa boca e beba isso de uma vez. – Klaus parecia mais severo que o normal, mas Kai era mais teimoso que uma mula.

 

-Não vou tomar isso, me da qualquer coisa, mas isso eu não tomo!-

 

Klaus suspirou:

 

- Pela ultima vez Kai, ou você toma de boa vontade ou então eu te faço beber a força. –

 

-Tenta então. –Desafiou Kai.

 

Em um movimento rápido Klaus segurou o nariz de Kai que mesmo fraco tentou se livrar, mas em vão.

 

-Abre a boca!- Ordenou Klaus. Kai resistiu o máximo que pode até a falta de ar ser insuportável e ele ter que abrir a boca pra respirar.  Klaus não lhe deu tempo colocou a caneca e deixou o liquido quente escorrer para boca do garoto que ao sentir o gosto insuportável tentou fechá-la imediatamente:

 

-Se você deixar cair uma gota sequer, te farei beber mais três canecas dessa. E acredite o gosto vai estar muito mais forte. – Kai cerrou os olhos, não queria admitir, mas Klaus vencera dessa vez. Ele tomou todo o chá e não deixou cair uma gota sequer. Depois de terminado Klaus o soltou e ele tossiu recuperando o fôlego.

 

-Não foi assim tão ruim não é? –Perguntou Klaus irônico.

 

-Eu estou com sede. –Murmurou Kai sentindo o gosto ruim do alho na boca.

 

-Te trago algo melhor de engolir, já volto. – Klaus saiu do quarto e encontrou Nikolay no corredor:

 

-E então como foi com Kai? –Perguntou Nikolay caminhando ao lado de Klaus.

 

-Foi difícil- Respondeu ele esboçando um sorriso –Tive que forçá-lo a tomar, mas e você? Khan não me parece do tipo que concorda com tudo. -

 

-E não é! –Afirmou o outro- Mas quando sou eu que dou a ordem ele sabe que está muito encrencado se não obedecer.

 

Os dois foram até a cozinha e pediram para que preparassem uma bela vitamina de frutas para os meninos. Depois de prontas, eles pegaram as bandejas e subiram para os quartos:

 

-Aqui está algo que sei que vai gostar- Disse Klaus colocando a bandeja no colo do filho.

 

Kai pegou o copo e começou a beber, mesmo não conseguindo sentir o gosto direito ele sabia que era melhor do que o chá que foi forçado a tomar.

 

Nikolay também teve mais sucesso com Khan, que tomou a vitamina sozinho:

 

-Pensei que nem se agüentasse sentado, mas vejo que o chá já está surtindo efeito. –

 

 Ele não respondeu depois que terminou se ajeitou debaixo das cobertas e pegou no sono.

 

Kai também dormia tranqüilamente. Ao sair do quarto do filho ele foi ver como estava Allany.

 

Klaus entrou no quarto de Allany e a encontrou dormindo totalmente descoberta, quando foi cobri-la ela começou a espirrar.

 

- Mais uma com gripe. - disse Klaus com a mão na testa enquanto a menina de cabelo azul acordava literalmente moída. – Vou mandar fazer mais chá- disse ele saindo do quarto.

 

Antes de subir com o chá para Allany Klaus ligou pra Kaius que estava se matando de rir

 

- Klaus, acho bom você cuidar do Kai que ele é o próximo pelo jeito

 

- Vire essa boca prá lá Kaius o garoto já não pode andar e você roga praga pra ele ficar cego? Muito obrigado pela ajuda.

 

- Eita Klaus, bem agora que estão os três doentes pode deixar eles juntos.

 

Pouco antes do Jantar havia uma pilha de gripados na sala, Kai enrolado numa manta em sua cadeira de rodas e Khan e Allany abraçados no sofá com o pretexto de vamos fazer trégua prá nos esquentar dividindo os cobertores.

 

-Tenho a leve impressão que eles dormiram- disse Kai ao ver Allany com a cabeça no peito de Khan e este com a cabeça no ombro de sua irmã.

 

Derrepente Khan acorda e começa:

 

-Allany você Está me machucando, sua cabeçona está esmagando minhas costelas.

 

-Então tira essa jaca grande do meu ombro seu idiota. – Murmurou a menina que parecia estar dormindo ainda.

 

Khan se mexeu no sofá pra achar uma posição mais confortável e acabou derrubando Allany que puxou a coberta e acabou trazendo Khan junto.

 

Kai arregalou os olhos para a bagunça:

 

-Vocês estão bem? –

 

-Esse idiota!!!!!!!! Essa anta aloprada, viu o que fez retardado?- Dizia Allany muito nervosa.

 

-Eu disse que estava me machucando, mas você nem teve a boa vontade de se levantar. A culpa é sua Allany- Disse Khan calmamente.

 

- Eu te mato...

 

Mas ela foi calada por um beijo de Khan, foi pega de surpresa e demorou um pouco para corresponder.

 

Kai fez cara de nojo:

 

-Pelo amor de Deus, façam isso outra hora... –Ele se calou derrepente quando olhou na direção das escadas. Khan ao notar que ele ficou calado disse em tom de provocação:

 

-Que foi? Ficou sem palavras? –

 

-Ele eu não sei, mas eu fiquei Andrey! –Khan gelou ao ouvir a voz de Nikolay, até onde será que ele viu?

 

- Muito bem, quero explicações- veio a voz de Klaus extremamente irritada.

 

Allany ficou branca, Khan não sabia o que fazer. Os dois se levantaram sentando-se nos sofá e Klaus continuou:

 

-E então o que os dois pombinhos têm a dizer? – Allany abaixou a cabeça, não conseguia pensar em uma desculpa, sem contar que foi Khan que se aproveitou da situação. Se haviam sido pegos a culpa era mais dele do que dela.

 

Nikolay olhava para a cara de santo que Khan fazia, mas logo a bronca virou para ele:

 

-E você Khan? Como pode ter feito isso? –Dizia Klaus visivelmente desapontado com o menino.

 

-Senhor Klaus eu só... –Ele não sabia como se explicar. Tudo estava muito confuso na sua cabeça.

 

-Vocês diziam se odiar e agora isso? –Klaus estava irritado, Nikolay não se manifestou, mas Khan que esperasse por que o que era dele estava guardado.

 

-Então Khan me responda, por que você beijou a Allany?-

 

-Eu gosto dela... –Sua voz saiu sussurrada e quase inaudível. – Eu gosto da Allany não vejo problemas nisso...

 

-Mas eu vejo! Ficar agarrando minha filha as escondidas... Até onde você foi com ela?

 

-Pai! – brigou Allany assustada.

 

-O Kai estava presente, ele viu que foi só um beijo, nada de.... - Khan subitamente abaixou a cabeça.

 

- O que foi garoto, ficou com tanta vergonha assim?- Brigou Klaus.

 

- Andrey- chamou Nikolay se aproximando, Khan colocou a mão no rosto e quanto a retirou podia-se ver claramente o sangue. O avô tratou de afastá-lo de Allany e o deitar em seus braços.

 

-Pai o que esta havendo?- questionou Allany assustada.

 

-Kai, cuide de sua irmã- disse Klaus ajudando Nikolay a socorrer Khan.

 

-Kai o que esta acontecendo

 

- Khan, ele esta sangrando, fique aqui, se for lá só vai dificultar pra eles.

 

- Kai... - Ele se aproximou e abraçou a irmã.

 

Nikolay tratou de levar Khan direto para o hospital, Kaius assim que o viu preparou todos os cuidados para ele

 

Nikolay sentou esperar, ate que Kaius apareceu.

 

- Quanto sangue ele perdeu?- perguntou assim que viu o medico.

 

- Cerca de um litro e meio, conseguimos diminuir o sangramento.

 

- O que esta falando.

 

- Conseguimos o diminuir, mas não que parasse  totalmente, consegui falar um pouco com ele, disse que os olhos ardiam e era como se enfiassem agulhas nele.

 

- Isso aconteceu quando ele tinha oito anos, depois aos doze novamente. Ele quase morreu nas duas vezes.

 

- Vou fazer tudo que puder pra ajudá-lo.

 

-Kaius, mesmo sabendo o que você sabe agora, se não tive mais nada o que fazer apenas não o deixe com dor. Ele suportou muita coisa, mas nem eu sei o quanto o espírito de ir em frente dele vai manter um corpo tão debilitado como o dele.

 

- Você esta querendo que eu...

 

-Não, apenas não o deixe chorando de dor como eu já o vi antes. Eu sei que ele quer muito lutar para viver e tudo mais, mas você sabe que alguém tão esgotado fisicamente muitas vezes não tem força de ir em frente. Eu vi o meu neto sobreviver a coisas que nem um medico lhe daria algumas horas de vida, mas ele sofreu bastante.

 

- Ele esta dormindo. Vai precisar de uma vigília direta, você conhece melhor os sinais que muitas pessoas. Fique com ele agora.

 

Nikolay foi para o quarto do neto e sentou-se ao lado da cama do neto que dormia agitado, mas estava com o pescoço imobilizado e seus olhos estavam enfaixados e as bandagens estavam úmidas de sangue. Depois de muito tempo agitado ele acabou por se acalmar, o avo sabia que ele estava exausto pela perda de sangue.

 

Khan por sua vez estava tendo um sonho um tanto quando inusitado para ele que pouco sonhava.

 

 

 

 

Pov on:

 

 -Que lugar é esse? Pior como estou o vendo? – Normalmente nunca sonho. Como posso estar sonhando com algo tão real e vendo claramente em minha volta? Um velho templo, por que sonharia com isso?

 

- Muitas perguntas para poucos segundos- uma voz rouca nas minhas costas me chamou a atenção, mesmo me voltando para lá estava muito escuro para eu ver alguma coisa. – Esse é um templo de Veenerata, nossa deusa. E você sempre pode ver! Apenas algumas circunstâncias o impediram disso.

 

-Do que esta falando?- Questionei não acreditando no que estava vendo.

 

- Meu caro Andrey, acha que não te conheço? Para quem sempre decora bem vozes você esta um tanto esquecido... -

 

- Você quem sempre falava comigo quando.... - Comecei lembrando-se da voz que me vinha na cabeça desde que era pequeno.

 

- Isso mesmo. - Eu estremeci quando ele saiu do escuro, tinha pelo menos 3 vezes o meu tamanho, usava uma roupa egípcia e tinha uma grande cabeça de chacal, me lembrava a descrição que aviam me feito de Anúbis uma vez

 

- Não criança, eu não sou Anúbis... - Eu tive certeza de que ele lia meus pensamentos depois disso, ele caminhou em minha direção, mas eu estava petrificado – Eu sou Kanabant Juiz de almas vivas. - Só lembro-me do escuro no estante seguinte.

 

Pov off.

 

 

 

 

No dia seguinte...

 

Allany acordou cedo, nem tinha dormido direito, estava muito preocupada com Khan. Klaus entrou no quarto da filha:

 

-Bom dia meu anjo. Como se sente? – Disse Klaus abraçando Allany que havia se sentado na cama

 

-Eu estou bem... Pai eu quero ir ver o Khan, estou muito preocupada com ele...

 

-Allany...

 

-Pai...  Sei que ainda está zangado por causa de ontem, mas ele está mal... Por favor me leva para vê-lo. –

 

-Tudo bem. - se deu por vencer ele.  –Vamos depois do café.

 

Ela sorriu satisfeita:

 

 

-Obrigada.

 

-De nada meu anjo. –Ele de um  beijo na testa da menina 

 

 

Depois do café da manhã, Klaus pediu para Kioko ajudar Allany a se trocar e recomendou que ficasse de olho em Kai enquanto ele estivesse fora, em seguida foi com ela até o hospital. Chegando lá foram para o escritório de Kaius:

 

-E então Kaius? –Perguntou Klaus.

 

-Fui velo hoje cedo ainda estava dormindo, mas agora deve ter acordado. O ataque foi mais violento dessa vez. E não conseguimos deter o sangramento totalmente. Eu não sei mais o que fazer...

 

Allany começou a chorar baixinho Klaus a abraçou tentando consolá-la.

 

- O que será que vai acontecer com o Khan? –Dizia ela entre soluços.

 

-Calma ele vai ficar bem...

 

-A culpa é sua! Se não tivesse gritado com ele...

 

-Allany, ele estava de agarração com você eu perdi o controle. -

 

-Quero detalhes disso- Disse Kaius olhando para o irmão.

 

-Podemos vê-lo? –Perguntou a menina secando as lágrimas.

 

-Sim, Nikolay está com ele e acho que depois de uma noite de vigília ele precisa de um ar. – Disse Kaius

 

-Vamos ate lá então.

 

- Ele esta no 235.

 

- Certo.

 

- Certo- disse conduzindo Allany ate o quarto, mas ela ficou um pouco receosa de entrar. – Vamos Ally, Khan vai ficar bem, e já que vocês estão juntos eu querendo ou não vai fazer bem a ele você ir visitá-lo

 

- Certo – disse ela respirando fundo enquanto Klaus batia na porta e a abria.

 

- Klaus, Allany- Recebeu Nikolay que estava sentado ao lado da cama do neto que aparentemente dormia deitado de lado mesmo com a imobilização no pescoço

 

- Allany quis vir.

 

- Khan não esta muito a fim de conversar, mas talvez com ela ele fale- disse Nikolay com a mão na cabeça do neto que estava assustadoramente quieto ate para ele.

 

- Assustada como ela está. Vamos Ally- disse ela a conduzindo ate a lateral da cama Nikolay deixou a cadeira para ela.

 

- Klaus deixe um pouco os dois, não vai acontecer nada que já não tenhamos visto- disse ele Klaus foi mesmo irritado com a idéia.

 

-Oi... - Disse ela ouvindo a respiração mais forte de Khan

 

-Oi... - Respondeu ele hiper rouco.

 

- Você me assustou ontem...

 

- Pelo menos você não viu o sangue. – disse ele enquanto ela ia devagar com a mão para colocá-la na cabeça dele assim que ela conseguiu ele levou sua mão na dela a segurou.

 

- Está doendo?-

 

- Um pouco- Disse ele num murmúrio. - Ally- Chamou ele e não disse mais nada Allany acabou por voltar o rosto pra ele e lhe dar um beijo de leve 

 

No momento seguinte Allany ouviu uma voz calma em sua cabeça.

 

- Enfim estamos libertos- disse a voz, mas Allany achou que fosse sua imaginação

 

-Ally...

 

- O que foi Khan?-

 

- Chame o meu avô. - disse ele.

 

- Vou tentar- disse ela pensando em como ir ate a porta. Mas não precisou, Kaius entrou no quarto naquele instante.

 

- Allany eu tenho que trocar as ataduras do Khan.- disse se aproximando da menina.

 

- Certo.- disse ela levantando e se afastando beirando a parede.

 

- estão ardendo muito?- perguntou ao ver que o garoto estava com a mão sob o rosto e que as bandagens estavam muito cheias de sangue.

 

 

 

 

- Estão ardendo muito?- perguntou ao ver que o garoto estava com a mão sob o rosto e que as bandagens estavam muito cheias de sangue.

 

- Sim. - Disse ele enquanto Kaius o virava com as costas apoiadas na cama para poder trocar as bandagens.

 

- Kaius, eu vou levar a Allany- veio a vos de Klaus na porta

 

-Certo. – Disse ele enquanto tirava os esparadrapos que prendiam as bandagens.

 

- Tchau Khan.-Disse Allany enquanto Klaus a conduzia o garoto murmurou um tchau  baixo.

 

- Khan eu vou tirar a imobilização do seu pescoço pra poder tirar as bandagens-

 

-Certo- Disse ele sentindo o pedaço de plástico rígido ser tirado do seu pescoço – meu avo?- perguntou ele.

 

- O convenci a ir comer alguma coisa e dormir um pouco, vou fica algumas horas com você enquanto ele não volta. Khan não respondeu. Kaius logo percebeu que o garoto não estava nada a vontade.  – consegue erguer um pouco a cabeça- Khan levantou levemente a cabeça e Kaius tirou as bandagens cheias de sangue do rosto dele e o garoto logo levou novamente a cabeça ao travesseiro enquanto Kaius limpava o sangue em seu rosto.

 

- Arde mais quando chega perto com esse algodão- disse ele.

 

- Esta sensível a toques, vou tentar ir mais de leve, o sangramento aparentemente parou.- disse terminando de tirar o sangue.

 

- Minhas pálpebras estão pesadas.- disse ele.

 

- Vou abrir seu olho direito, veja se arde ou algo assim.-

 

-Incomoda- Kaius abriu o olho de Khan e viu que o sangue que havia no olho não parecia aumentar.

 

- Sim, o sangramento parou, vamos limpar os seus olhos de te manter com o curativo por precaução.

 

Mais tarde.

 

Khan estava dormindo febrilmente e Kiaus estava no seu lado pensando no que poderia fazer, tinha medo de não conseguir fazer nada pelo filho.

 

- Khan... -Chamou ele se aproximando, mas um barulho na porta chamou sua atenção. – Allany? O que esta fazendo aqui? ...Kai?- Kaius não acreditava que estava vendo os sobrinhos lado a lado e o mais assustador Kai de pé.

 

- Para alguém tão calmo, você esta muito assustado- disseram Allany e Khan que se sentava na cama ao mesmo tempo mas não eram as vozes deles.

 

- Khan, Kai, Allany o que estão falando?

 

- Não acredite em tudo que vê- começou Khan arrancando a imobilização em seu pescoço e as bandagens

 

- Não somos quem você pensa – terminou Allany logo eles haviam feito um triangulo em volta de Kaius.

 

- O julgamento começa agora.

 

 

Minutos depois Nikolay entrou no quarto e encontrou Kaius caído no chão.

 

- Kaius, Kaius onde está Khan?-

 

Kaius o olhou e perdeu os sentidos.

 

Na biblioteca Klaus lia.

 

-Kanabant, Kiladrin e Norikage dois juízes e seu carrasco. – A alguma horas ele estava com o grande livro nas mãos

 

- Senhor Klaus! Kai e Allany desapareceram

 

- O que?  - berrou Klaus olhando para os empregados.

 

 

 

Continua.