De Volta ao Lar escrita por Hiwatari Tsuki


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Yo pessoalzinho do bem!"
tudo jóia?
Desculpem a demora, mas aki estou com mais um capitulo da fic.
As coisas vão começar a mudar de direção!xD
kissus espero q gostem!"



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No dia seguinte Allany acordou cedo para ir para escola, deu uma passada no quarto do irmão para ver se ele estava “bem”. Abriu a porta devagar e viu Kai olhando para a janela, ela se aproximou dele:

 

-Bom dia maninho! –Kai se virou para ela e a olhou de cima para baixo.

 

-Aonde você vai?-Perguntou curioso.

 

Ela fez uma careta incrédula até que disse:

 

-Já ouviu falar em um local chamado colégio? –Ou esqueceu que ainda não estamos nem no meio do ano?

 

Kai fez cara de pouco caso e se voltou de novo para a direção da janela.

 

-Eu quero que você  fique bom logo, preciso de ajuda em matemática!

 

-Nossa você com problemas em matemática? E eu que achei que você era a maior das CDF’S. - Respondeu Kai sorrindo.

 

-Ah fique calado por que você também não vai nada bem, em história.

 

-Eu odeio o professor, acho que é por isso que acabava cochilando.

 

-Aff’s, ta eu já vou indo se não vou me atrasar. Tchau Kai até mais tarde.

 

-Tchau. –Ela saiu do quarto deixando Kai sozinho.

 

Allany desceu as escadas apressada quase tropeça nas próprias pernas.

 

-Nossa, para que tanta pressa filha?

 

-Bom dia pai, desculpa, mas é que eu estava conversando com o Kai e achei que estava atrasada, mas pelo que vejo ainda tenho muito tempo. –Ela foi tomar café e Klaus foi logo em seguida.

 

-Falei com seu tio ontem. –Começou Klaus.

 

-E o que ele disse? Falou do tratamento do Kai?

 

-Sim, ele disse que seria bom começar na semana que vem, o Kai vai estar melhor.

 

-Poxa que bom pai... Eu vou trazer a lição para o Kai não se atrasar no colégio. –Disse Allany.

 

-É uma boa idéia filha, embora eu ache que ele não vá gostar nenhum pouco!

 

Allany terminou seu café e foi buscar a mochila, quando voltou despediu-se do pai e saiu.

 

Klaus terminou de tomar seu café também e foi até a cozinha:

 

-Julia. –Chamou uma das cozinheiras.

 

-Sim, senhor Hiwatari?

 

-Prepare alguma coisa para o Kai. Capriche, ele está precisando de força. –

 

-Pode deixar senhor Hiwatari. –Ele saiu da cozinha e foi para o quarto do filho.

Bateu a porta até que Kai o mandou entrar, seu tom de voz já estava se normalizando.

 

-Bom dia filho.

 

-Bom dia. –Respondeu Kai quase em um sussurro.

 

-Como se sente?

 

-Melhor, comparado a ultima semana. –Disse Kai lembrando-se do tempo que ficou internado.

 

-O dia está mesmo lindo não é?-Começou Klaus tentando quebrar o mórbido silêncio.

 

-Sim, está. –Respondeu Kai suspirando desanimado.

 

-Não fique assim Kai, logo vai poder sair de novo. –Klaus tentava confortar o filho, Kai estava mesmo tendo problemas para aceitar sua situação. Tudo bem que ele nunca foi super ativo, mas agora ele não poderia fazer nada. Sua liberdade foi reprimida a aquela cama.

 

-Pai... Eu estava pensando, o que meu avô fará agora que sabe que não tem mais minha guarda?

 

-Bom Kai as coisas não são assim tão fáceis. Eu tenho sua guarda provisória, mas vou conseguir sua tutela legal e assim vou livrá-lo das ameaças do crápula do seu avô.

 

-Eu imagino o que ele faria comigo se eu estivesse com ele, ainda mais nesse estado...

 

-Mas você não está!-Disse Klaus firme- Está comigo e está seguro. Não tem que se preocupar com mais nada.

 

-Com licença senhor... –Disse uma mocinha de mais ou menos 17 anos.

 

-Sim Anne, pode entrar. –Ela adentrou o quarto com a bandeja de café na mão e colocou em cima da cama próximo de Kai.

 

-Obrigado Anne. –Disse Klaus, a menina fez uma breve reverência e se retirou.

 

Kai olhou para a bandeja com os olhos arregalados:

 

-Quer que eu coma TUDO isso?

 

-Não sou eu que quero, mas você precisa comer. Seu tratamento começa na próxima semana, vai precisar de força.

 

Kai baixou os olhos de novo para bandeja nem sabia por onde começar:

 

-E eu vou ficar aqui para garantir que você não vai deixar nem um grãozinho. –Disse Klaus.

 

Kai o olhou com certa raiva:

 

-Ainda não confia em mim?

 

-Claro que confio, mas quero ter certeza de que você é mesmo digno de confiança.

 

-Nossa obrigada pela parte que me toca. -Respondeu Kai cínico.

 

-Não tem de quê. Agora coma.

 

Kai pegou o garfo e começou a comer, depois de 20 minutos os pratos estavam vazios e Kai recostou-se no travesseiro.

 

-Bom menino. –Disse Klaus acariciando a cabeça do filho.

 

-Se eu perder esse meu corpinho modelado por anjos vou culpá-lo pelo resto da vida!-Respondeu Kai lançando um olhar assassino a Klaus.

 

-Não se preocupe filho nada que exercícios não resolvam, mas creio que para isso vai precisar das suas pernas não é? Então trate de se recuperar rápido. –Ele pegou a bandeja antes de sair disse:

 

-Ah você tem médico hoje, vai tirar o gesso braço direito, volto aqui em cinco minutos para ajudá-lo a se arrumar.

 

Kai assentiu e Klaus saiu do quarto. Cinco minutos depois já retornava, e foi procurar as roupas para o filho se trocar. Em seguida foi até a cama dele tirou as cobertas e disse:

 

-Bem vamos logo com isso.

 

Depois de tudo pronto Klaus o pegou nos braço:

 

-Você está engordando- Kai fez uma careta e seu pai riu.

 

Eles desceram e Klaus levou o filho para o carro logo estavam no hospital e Kai já estava sendo atendido. Enquanto isso Klaus ia falar com Kaius:

 

-Acho que seria bom já providenciar uma cadeira de rodas para ele, o coitado já está irritado de ficar naquela cama. –Disse Klaus

 

-Não o chame de coitado Klaus, isso não é assim tão grave ele vai voltar a andar isso eu garanto para você. –Disse Kaius em tom frio.

 

-È claro que vai.

 

-Mudando de assunto, essa ultima semana o nosso pai veio me fazer uma visita. –Klaus já esperava isso, não se alarmou – Ele disse que pagaríamos muito caro.

 

- Isso não é surpresa para nenhum de nós, afinal sabemos com quem compramos briga. O que importa agora é a segurança do Kai e da Allany também. Isso me lembra que Nikolay vem pra cá esse mês. –

 

-Vai juntar o rebanho todo desse jeito, você parece um coelho, mas tem toda razão. Mas temos que tomar o máximo de cuidado, ele é capaz de qualquer coisa. –Disse Kaius preocupado.

 

-Acho que já terminaram com o Kai, eu vou indo. –Klaus is saindo, mas antes disse:- Então estará lá na próxima semana? Para iniciar o tratamento?

 

-Eu andei pensando e acho que hidroterapia iria surtir um efeito melhor na recuperação dele. Não se preocupe eu estarei lá na próxima semana.

 

-Até lá então. – Klaus saiu e foi a procura de Kai  que o esperava sentado em um banco.

 

-Onde estava? –Perguntou o menino.

 

-Falando com seu tio, e então pronto para irmos?

 

-Sim.

 

Ele pegou o menino nos braços e foram de volta para o carro. No caminho Klaus desceu disse que tinha uma coisa para fazer. E quando voltou o motorista colocava algo no porta-malas.

 

Chegando a casa Klaus sentou o filho no sofá enquanto Helder o motorista trazia a cadeira de rodas que Klaus comprara no caminho:

 

-Prontinho Kai- Disse ele colocando o menino sentado na cadeira- Agora vai poder ao menos conhecer um pouco a casa.

 

Kai olhou para Klaus e disse:

 

-Obrigado, mas eu não posso me locomover por ai apenas com um braço sabe...

 

-Tudo bem filho, eu e sua irmã podemos ajudar você. –

 

-Eu quero ver a cara da Ally quando me vir aqui embaixo. –Disse ele divertido.

 

Quando Allany chegou a casa 03h30min se surpreendeu por encontrar Kai fora da cama.

 

- Kai!-Berrou ela o abraçando pelos ombros

 

- Você quer me matar de susto ou algo assim?- questionou ele enquanto ela ficava frente a frente com ele.

 

- Quando tirou o gesso do braço direito.

 

- Hoje antes do almoço- respondeu Kai puxando o cobertor preto que tinha enrolado nas pernas.

 

- E ai já aprendeu a se virar na cadeira de rodas?- questionou ela, Kai a olhou irritado

 

- Só poderia fazer isso com os dois braços. – respondeu desviando o olhar.

 

- Desculpa você quer ir a algum lugar?- perguntou ela tentando quebrar o clima.

 

- Eu não vou a lugar nem um sozinho. – disse ele.

 

- Eu te levo, contando que seja nesse andar. -

 

- Você conhece a casa.

 

- Tem a sala de musica, quer me ouvir tocar?-

 

- Pode ser.

 

Sem mais demorar ela tratou de levar Kai ate lá e se preparou para tocar, ela procurou entre as partituras em uma pasta ate que achou uma: Vivaldi concerto para violino em C menor.

 

Em outro lugar, um rapaz tocava sozinho piano em uma sala de largas janelas, Chopin Nocturne Op. 9 N.2, tocava notas já a muito decoradas.

 

De tão concentrado que estava na musica somente sentiu a aproximação do homem quando este já estava com as mãos em seus ombros.

 

- Vovô- murmurou ele colocando as mãos sobre o colo.

 

- Não devia se distrair tanto meu neto.

 

- Não voltará a acontecer. – disse ele mantendo a postura.

 

- Ainda sabe tocar Moonligth sonata?- perguntou o velho senhor para o rapaz que levou as mãos ao piano e começou tocar. Ficaram por seis minutos ali – Muito bom. Já esta tarde e não é nada bom para a sua saúde ficar nessas salas úmidas.

 

- Sim, senhor- respondeu ele levantando e pegando uma aste de metal que tinha dobrada ao seu lado.

 

- Não precisa da bengala, eu te levo até seu quarto. - disse ele colocando a mão do neto sobre seu ombro.

 

- Obrigado.

 

Depois de alguns minutos caminhando em silencio, mas logo acabaram na frente de um quarto, assim que o rapaz entrou foi recebido por um grande Dog Alemão que veio lentamente lhe lamber as mãos.

 

- Vá se deitar logo.

 

- Sim, boa noite vovô

 

- Boa noite.

 

Allany e Kai depois que saíram da sala de musica foram para o quarto da garota fazer lição de casa, mas ela notou que Kai não havia nem pego o lápis

 

- Não vai fazer nada?-

 

-Allany, eu lanço a beyblade com a mão direita, mas eu sou canhoto. - disse ele erguendo o braço engessado

 

- Ta e agora como você faz a tarefa?-

 

- Simplesmente não posso fazer. – disse tentando segurar o lápis com a mão engessada.

 

- A vai fazer sim, trata de aprender a escrever com a direita.

 

Resultado da tarefa: a boa letra do Kai virou um garrancho que ninguém lia.

 

 

Sábado de manhã...

 

 

- Kai, seus amigos vem aqui hoje. - disse Allany entrando subitamente no quarto de Kai

 

- E eu com isso?-

 

- Tava querendo aprontar uma com eles.

 

- O que tem em mente?- questionou ele curioso.

 

- Assim... - ela contou todo o seu plano maquiavélico a Kai que aceitou prontamente a idéia. – Nosso pai não esta em casa.

 

-Melhor ainda. - disse ele.

 

Uma hora depois Ivan apareceu no quarto acompanhado das visitas,

 

- Senhorita Allany- disse o homem na porta. Do quarto de Kai, Ivan piscou para Allany que segurou um riso e foi devagar ate a porta a fechando atrás de si.

 

- Oi gente. - disse ela, estava com a maior cara de arrasada.

 

- Oi Allany, veio ver o Kai também?- perguntou Tyson olhando para ela.

 

- Não, eu moro aqui... -

 

- Mora aqui?-

 

- Sim, é uma historia complicada... Não preferem ver o Kai antes?

 

- Bem, acho que sim... Como ele está?

 

- É complicado falar... Ele está muito fraco e perdeu boa parte dos movimentos do corpo...

 

-Como é?- se assustaram todos.

 

- Bem, venha, ele está acordado. – Disse ela entrando no quarto e indo direto pro lado da cama e sentando-se na beirada. – Kai, os bladebreackers vieram te ver. – disse ela no ouvido do garoto. – Venham, não precisam ficar ai na porta.

 

- Hey Kai... Como você esta?- perguntou Tyson se aproximando, Kai abriu um pouco os olhos, mas logo os fechou.

 

- Ele está muito fraco, não vai reagir muito... -

 

- O que aconteceu com ele?-

 

- Voltaire o envenenou, os médicos não sabem ate que ponto o corpo dele foi afetado.

 

- Allany o que exatamente pode acontecer com ele?-

 

- Ficar mais burro que vocês impossível- disse Kai se sentado na cama apoiando-se em Allany.

 

-AHHH!- berrar os outros no susto enquanto Allany ria histericamente e Kai esboçava um sorriso.

 

- Seu babaca! Desde quando você faz isso?-

 

- Desde que arranjei uma Irma com idéias insanas

 

- IRMA??-

 

-Gêmea algum problema?- perguntou ela com as mãos na cintura.

 

- Meu deus...pelo menos você ta bem.

 

- Se não poder andar é estar bem...

 

- Ta zoando né?-

 

- Não.- respondeu fechando os olhos e sentando-se encostado na cabeceira da cama.

 

- Como assim? Você machucou a coluna?

 

- Não, a historia é complicada e nem eu entendi, só sei que não posso andar e ponto.

 

-Nossa cara, você se mete em cada uma. –Disse Max

 

-Pois é. –concordou Kai.

 

A tarde passou rápida , logo já começou a anoitecer e Tyson e os outros já estavam se despedindo:

 

-Então até outro dia Kai, tchau Allany.

 

-Tchau gente. –Disse a garota animada, ela os acompanhou até a saída e logo voltou para o quarto do irmão.

 

-Foi divertido não foi?

 

-É foi. Mas você tem cada idéia, se bem que gostei de ver a cara de susto do Tyson.

 

-Amanhã é domingo, e segunda o tio Kaius vem aqui...

 

Kai olhou para fora da janela avistando os restos de luz solar que iluminava a copa das árvores. Amanhã seria um dia comum, um domingo como outro qualquer, mas para Kai seria muito mais que apenas um dia de folga.

 

No dia seguinte Allany acordou cedo para ir para escola, deu uma passada no quarto do irmão para ver se ele estava “bem”. Abriu a porta devagar e viu Kai olhando para a janela, ela se aproximou dele:

 

-Bom dia maninho! –Kai se virou para ela e a olhou de cima para baixo.

 

-Aonde você vai?-Perguntou curioso.

 

Ela fez uma careta incrédula até que disse:

 

-Já ouviu falar em um local chamado colégio? –Ou esqueceu que ainda não estamos nem no meio do ano?

 

Kai fez cara de pouco caso e se voltou de novo para a direção da janela.

 

-Eu quero que você  fique bom logo, preciso de ajuda em matemática!

 

-Nossa você com problemas em matemática? E eu que achei que você era a maior das CDF’S. - Respondeu Kai sorrindo.

 

-Ah fique calado por que você também não vai nada bem, em história.

 

-Eu odeio o professor, acho que é por isso que acabava cochilando.

 

-Aff’s, ta eu já vou indo se não vou me atrasar. Tchau Kai até mais tarde.

 

-Tchau. –Ela saiu do quarto deixando Kai sozinho.

 

Allany desceu as escadas apressada quase tropeça nas próprias pernas.

 

-Nossa, para que tanta pressa filha?

 

-Bom dia pai, desculpa, mas é que eu estava conversando com o Kai e achei que estava atrasada, mas pelo que vejo ainda tenho muito tempo. –Ela foi tomar café e Klaus foi logo em seguida.

 

-Falei com seu tio ontem. –Começou Klaus.

 

-E o que ele disse? Falou do tratamento do Kai?

 

-Sim, ele disse que seria bom começar na semana que vem, o Kai vai estar melhor.

 

-Poxa que bom pai... Eu vou trazer a lição para o Kai não se atrasar no colégio. –Disse Allany.

 

-É uma boa idéia filha, embora eu ache que ele não vá gostar nenhum pouco!

 

Allany terminou seu café e foi buscar a mochila, quando voltou despediu-se do pai e saiu.

 

Klaus terminou de tomar seu café também e foi até a cozinha:

 

-Julia. –Chamou uma das cozinheiras.

 

-Sim, senhor Hiwatari?

 

-Prepare alguma coisa para o Kai. Capriche, ele está precisando de força. –

 

-Pode deixar senhor Hiwatari. –Ele saiu da cozinha e foi para o quarto do filho.

Bateu a porta até que Kai o mandou entrar, seu tom de voz já estava se normalizando.

 

-Bom dia filho.

 

-Bom dia. –Respondeu Kai quase em um sussurro.

 

-Como se sente?

 

-Melhor, comparado a ultima semana. –Disse Kai lembrando-se do tempo que ficou internado.

 

-O dia está mesmo lindo não é?-Começou Klaus tentando quebrar o mórbido silêncio.

 

-Sim, está. –Respondeu Kai suspirando desanimado.

 

-Não fique assim Kai, logo vai poder sair de novo. –Klaus tentava confortar o filho, Kai estava mesmo tendo problemas para aceitar sua situação. Tudo bem que ele nunca foi super ativo, mas agora ele não poderia fazer nada. Sua liberdade foi reprimida a aquela cama.

 

-Pai... Eu estava pensando, o que meu avô fará agora que sabe que não tem mais minha guarda?

 

-Bom Kai as coisas não são assim tão fáceis. Eu tenho sua guarda provisória, mas vou conseguir sua tutela legal e assim vou livrá-lo das ameaças do crápula do seu avô.

 

-Eu imagino o que ele faria comigo se eu estivesse com ele, ainda mais nesse estado...

 

-Mas você não está!-Disse Klaus firme- Está comigo e está seguro. Não tem que se preocupar com mais nada.

 

-Com licença senhor... –Disse uma mocinha de mais ou menos 17 anos.

 

-Sim Anne, pode entrar. –Ela adentrou o quarto com a bandeja de café na mão e colocou em cima da cama próximo de Kai.

 

-Obrigado Anne. –Disse Klaus, a menina fez uma breve reverência e se retirou.

 

Kai olhou para a bandeja com os olhos arregalados:

 

-Quer que eu coma TUDO isso?

 

-Não sou eu que quero, mas você precisa comer. Seu tratamento começa na próxima semana, vai precisar de força.

 

Kai baixou os olhos de novo para bandeja nem sabia por onde começar:

 

-E eu vou ficar aqui para garantir que você não vai deixar nem um grãozinho. –Disse Klaus.

 

Kai o olhou com certa raiva:

 

-Ainda não confia em mim?

 

-Claro que confio, mas quero ter certeza de que você é mesmo digno de confiança.

 

-Nossa obrigada pela parte que me toca. -Respondeu Kai cínico.

 

-Não tem de quê. Agora coma.

 

Kai pegou o garfo e começou a comer, depois de 20 minutos os pratos estavam vazios e Kai recostou-se no travesseiro.

 

-Bom menino. –Disse Klaus acariciando a cabeça do filho.

 

-Se eu perder esse meu corpinho modelado por anjos vou culpá-lo pelo resto da vida!-Respondeu Kai lançando um olhar assassino a Klaus.

 

-Não se preocupe filho nada que exercícios não resolvam, mas creio que para isso vai precisar das suas pernas não é? Então trate de se recuperar rápido. –Ele pegou a bandeja antes de sair disse:

 

-Ah você tem médico hoje, vai tirar o gesso braço direito, volto aqui em cinco minutos para ajudá-lo a se arrumar.

 

Kai assentiu e Klaus saiu do quarto. Cinco minutos depois já retornava, e foi procurar as roupas para o filho se trocar. Em seguida foi até a cama dele tirou as cobertas e disse:

 

-Bem vamos logo com isso.

 

Depois de tudo pronto Klaus o pegou nos braço:

 

-Você está engordando- Kai fez uma careta e seu pai riu.

 

Eles desceram e Klaus levou o filho para o carro logo estavam no hospital e Kai já estava sendo atendido. Enquanto isso Klaus ia falar com Kaius:

 

-Acho que seria bom já providenciar uma cadeira de rodas para ele, o coitado já está irritado de ficar naquela cama. –Disse Klaus

 

-Não o chame de coitado Klaus, isso não é assim tão grave ele vai voltar a andar isso eu garanto para você. –Disse Kaius em tom frio.

 

-È claro que vai.

 

-Mudando de assunto, essa ultima semana o nosso pai veio me fazer uma visita. –Klaus já esperava isso, não se alarmou – Ele disse que pagaríamos muito caro.

 

- Isso não é surpresa para nenhum de nós, afinal sabemos com quem compramos briga. O que importa agora é a segurança do Kai e da Allany também. Isso me lembra que Nikolay vem pra cá esse mês. –

 

-Vai juntar o rebanho todo desse jeito, você parece um coelho, mas tem toda razão. Mas temos que tomar o máximo de cuidado, ele é capaz de qualquer coisa. –Disse Kaius preocupado.

 

-Acho que já terminaram com o Kai, eu vou indo. –Klaus is saindo, mas antes disse:- Então estará lá na próxima semana? Para iniciar o tratamento?

 

-Eu andei pensando e acho que hidroterapia iria surtir um efeito melhor na recuperação dele. Não se preocupe eu estarei lá na próxima semana.

 

-Até lá então. – Klaus saiu e foi a procura de Kai  que o esperava sentado em um banco.

 

-Onde estava? –Perguntou o menino.

 

-Falando com seu tio, e então pronto para irmos?

 

-Sim.

 

Ele pegou o menino nos braços e foram de volta para o carro. No caminho Klaus desceu disse que tinha uma coisa para fazer. E quando voltou o motorista colocava algo no porta-malas.

 

Chegando a casa Klaus sentou o filho no sofá enquanto Helder o motorista trazia a cadeira de rodas que Klaus comprara no caminho:

 

-Prontinho Kai- Disse ele colocando o menino sentado na cadeira- Agora vai poder ao menos conhecer um pouco a casa.

 

Kai olhou para Klaus e disse:

 

-Obrigado, mas eu não posso me locomover por ai apenas com um braço sabe...

 

-Tudo bem filho, eu e sua irmã podemos ajudar você. –

 

-Eu quero ver a cara da Ally quando me vir aqui embaixo. –Disse ele divertido.

 

Quando Allany chegou a casa 03h30min se surpreendeu por encontrar Kai fora da cama.

 

- Kai!-Berrou ela o abraçando pelos ombros

 

- Você quer me matar de susto ou algo assim?- questionou ele enquanto ela ficava frente a frente com ele.

 

- Quando tirou o gesso do braço direito.

 

- Hoje antes do almoço- respondeu Kai puxando o cobertor preto que tinha enrolado nas pernas.

 

- E ai já aprendeu a se virar na cadeira de rodas?- questionou ela, Kai a olhou irritado

 

- Só poderia fazer isso com os dois braços. – respondeu desviando o olhar.

 

- Desculpa você quer ir a algum lugar?- perguntou ela tentando quebrar o clima.

 

- Eu não vou a lugar nem um sozinho. – disse ele.

 

- Eu te levo, contando que seja nesse andar. -

 

- Você conhece a casa.

 

- Tem a sala de musica, quer me ouvir tocar?-

 

- Pode ser.

 

Sem mais demorar ela tratou de levar Kai ate lá e se preparou para tocar, ela procurou entre as partituras em uma pasta ate que achou uma: Vivaldi concerto para violino em C menor.

 

Em outro lugar, um rapaz tocava sozinho piano em uma sala de largas janelas, Chopin Nocturne Op. 9 N.2, tocava notas já a muito decoradas.

 

De tão concentrado que estava na musica somente sentiu a aproximação do homem quando este já estava com as mãos em seus ombros.

 

- Vovô- murmurou ele colocando as mãos sobre o colo.

 

- Não devia se distrair tanto meu neto.

 

- Não voltará a acontecer. – disse ele mantendo a postura.

 

- Ainda sabe tocar Moonligth sonata?- perguntou o velho senhor para o rapaz que levou as mãos ao piano e começou tocar. Ficaram por seis minutos ali – Muito bom. Já esta tarde e não é nada bom para a sua saúde ficar nessas salas úmidas.

 

- Sim, senhor- respondeu ele levantando e pegando uma aste de metal que tinha dobrada ao seu lado.

 

- Não precisa da bengala, eu te levo até seu quarto. - disse ele colocando a mão do neto sobre seu ombro.

 

- Obrigado.

 

Depois de alguns minutos caminhando em silencio, mas logo acabaram na frente de um quarto, assim que o rapaz entrou foi recebido por um grande Dog Alemão que veio lentamente lhe lamber as mãos.

 

- Vá se deitar logo.

 

- Sim, boa noite vovô

 

- Boa noite.

 

Allany e Kai depois que saíram da sala de musica foram para o quarto da garota fazer lição de casa, mas ela notou que Kai não havia nem pego o lápis

 

- Não vai fazer nada?-

 

-Allany, eu lanço a beyblade com a mão direita, mas eu sou canhoto. - disse ele erguendo o braço engessado

 

- Ta e agora como você faz a tarefa?-

 

- Simplesmente não posso fazer. – disse tentando segurar o lápis com a mão engessada.

 

- A vai fazer sim, trata de aprender a escrever com a direita.

 

Resultado da tarefa: a boa letra do Kai virou um garrancho que ninguém lia.

 

 

Sábado de manhã...

 

 

- Kai, seus amigos vem aqui hoje. - disse Allany entrando subitamente no quarto de Kai

 

- E eu com isso?-

 

- Tava querendo aprontar uma com eles.

 

- O que tem em mente?- questionou ele curioso.

 

- Assim... - ela contou todo o seu plano maquiavélico a Kai que aceitou prontamente a idéia. – Nosso pai não esta em casa.

 

-Melhor ainda. - disse ele.

 

Uma hora depois Ivan apareceu no quarto acompanhado das visitas,

 

- Senhorita Allany- disse o homem na porta. Do quarto de Kai, Ivan piscou para Allany que segurou um riso e foi devagar ate a porta a fechando atrás de si.

 

- Oi gente. - disse ela, estava com a maior cara de arrasada.

 

- Oi Allany, veio ver o Kai também?- perguntou Tyson olhando para ela.

 

- Não, eu moro aqui... -

 

- Mora aqui?-

 

- Sim, é uma historia complicada... Não preferem ver o Kai antes?

 

- Bem, acho que sim... Como ele está?

 

- É complicado falar... Ele está muito fraco e perdeu boa parte dos movimentos do corpo...

 

-Como é?- se assustaram todos.

 

- Bem, venha, ele está acordado. – Disse ela entrando no quarto e indo direto pro lado da cama e sentando-se na beirada. – Kai, os bladebreackers vieram te ver. – disse ela no ouvido do garoto. – Venham, não precisam ficar ai na porta.

 

- Hey Kai... Como você esta?- perguntou Tyson se aproximando, Kai abriu um pouco os olhos, mas logo os fechou.

 

- Ele está muito fraco, não vai reagir muito... -

 

- O que aconteceu com ele?-

 

- Voltaire o envenenou, os médicos não sabem ate que ponto o corpo dele foi afetado.

 

- Allany o que exatamente pode acontecer com ele?-

 

- Ficar mais burro que vocês impossível- disse Kai se sentado na cama apoiando-se em Allany.

 

-AHHH!- berrar os outros no susto enquanto Allany ria histericamente e Kai esboçava um sorriso.

 

- Seu babaca! Desde quando você faz isso?-

 

- Desde que arranjei uma Irma com idéias insanas

 

- IRMA??-

 

-Gêmea algum problema?- perguntou ela com as mãos na cintura.

 

- Meu deus...pelo menos você ta bem.

 

- Se não poder andar é estar bem...

 

- Ta zoando né?-

 

- Não.- respondeu fechando os olhos e sentando-se encostado na cabeceira da cama.

 

- Como assim? Você machucou a coluna?

 

- Não, a historia é complicada e nem eu entendi, só sei que não posso andar e ponto.

 

-Nossa cara, você se mete em cada uma. –Disse Max

 

-Pois é. –concordou Kai.

 

A tarde passou rápida , logo já começou a anoitecer e Tyson e os outros já estavam se despedindo:

 

-Então até outro dia Kai, tchau Allany.

 

-Tchau gente. –Disse a garota animada, ela os acompanhou até a saída e logo voltou para o quarto do irmão.

 

-Foi divertido não foi?

 

-É foi. Mas você tem cada idéia, se bem que gostei de ver a cara de susto do Tyson.

 

-Amanhã é domingo, e segunda o tio Kaius vem aqui...

 

Kai olhou para fora da janela avistando os restos de luz solar que iluminava a copa das árvores. Amanhã seria um dia comum, um domingo como outro qualquer, mas para Kai seria muito mais que apenas um dia de folga.

 


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Notas finais do capítulo

E acaba aki!"
E ai mereço reviews??"
kissus pra vcs.
Té o capitlo 21!xD