De volta a mansão, Kai já estava se arrependendo de não ter fugido do embarque quando pode!

 Foi recebido pelo mordomo, Albert era um homem já de idade avançada, baixinho e tinha o corpo um pouco curvado para frente.

 Ele cumprimentou com certo entusiasmo:

-Bem vindo jovem mestre!É muito bom ver que  o senhor está bem!

Kai entrou sem dar muita atenção ao mordomo. Ainda segurava a mochila, não esperava que Albert suporta-se o peso! Ele olhou em volta um tanto apreensivo, em seguida se virou para o homenzinho a suas costas:

-Meu avô não está?

Albert demorou-se a responder, como se estivesse tentando lembrar-se de algo depois de alguns segundo respondeu:

-O mestre Voltaire saiu, mas disse que não iria demorar a voltar! O senhor gostaria que eu levasse a mala para o seu quarto?

Disse apontando a mochila que Kai carregava.

-Não eu faço isso!-Ele deixou Albert ali sozinho e subiu as escadas em direção ao quarto!

 A porta se encontrava aberta e o cômodo estava do mesmo jeito que Kai havia deixado quando saiu!

Kai entrou jogando a mochila na cama e começando a esvaziá-la! Colocou as roupas na gaveta,  e depois de tudo arrumado ele foi até a janela abrindo-a para deixar o ar entrar!

Foi quando teve uma visão desagradável... Voltaire havia chego, Kai sentiu como se houvessem borboletas em seu estômago. Um arrepio fino lhe subiu da espinha, era uma sensação desagradável, ele detestava ter que admitir mas estava com medo!

Depois de algum tempo sentado na cama pensando o que seria dele apartir dali ouviu passos vindo na direção do quarto.

Ficou encarando a porta quando esta se abriu revelando um figura imponente e com rosto severo:

-Vovô...

Voltaire entrou no quarto fechando a porta atrás de si e foi até Kai que se levantou da cama e foi dando passos para trás:

-Ora, ora, ora... o que temos aqui! Então quer dizer que resolveu voltar, pensei que depois do que aconteceu você fosse para outro lugar!-Disse Voltaire cinicamente!

-Eu queria ter ido! Mas não me deram escolha...

 Kai já estava se arrependendo de ter dito isso!

Voltaire se aproximou dele e o agarrou pelo braço sacudindo-o com violência:

-E você acha que pode simplesmente me trair e voltar para minha casa como se nada tivesse acontecido?

Ele jogou Kai que bateu as costas contra a cama. Levantou-se cambaleante e tentou manter distância.

-Escute aqui moleque, não pense que vai fazer o que bem entender! Eu estou cansado dessa sua rebeldia, estou avisando você não sabe com quem está mexendo!

Kai o encarou com ódio no olhar, seu corpo dolorido por causa da batida as palavras vieram a sua boca sem que ele pudesse pensar no que iria dizer:

-Você pensa que vai me controlar da forma que fazia antes? Hahahaha está muito enganado! Eu nunca mais vou me submeter a você

Voltaire esboçou um sorriso desdenhoso e disse:

-Eu posso transformar sua vida em um inferno! E guarde bem minhas palavras.

Ele se aproximou do menino o agarrando pela camisa:

-Você vai pagar por cada centavo que me fez perder naquele maldito campeonato!E vai pagar em dobro!

Ele arrastou Kai para fora do quarto e o levou para uma espécie de porão, lá se encontravam os mais estranhos objetos: Correntes, chicotes e tudo o que se utilizava em torturas da idade média.

Voltaire jogou o menino em um canto da parede e o acorrentou:

-O que está fazendo? Me solta!

Ele se debatia mas sem sucesso, Voltaire ria diante da situação e ao terminar de prender as correntes disse:

-Você lembra? Já te trouxe pra cá um vez...lembra do que aconteceu?

Um lampejo transpassou a mente do menino, Kai se lembrou daquele lugar e de gritos, suplicas, dor, sangue...Seu sangue!

Voltaire voltou a sorrir ao ver a expressão de terror no rosto do neto:

-É naquela noite você foi punido por quase destruir a ABADIA!Agora não vai ser muito diferente.

Ele foi até uma das mesas e pegou algo parecido com um chicote  e voltou-se para o Kai:

-Veremos se você vai ou não se submeter as minhas ordens Alexander!

Os estalos atingiram o corpo do garoto que suportou a dor de início mas em seguida soltava gritos agonizantes!

Ele sabia...Voltaire Hiwatari não perdoa...Voltaire Hiwatari não esquece!