Just Friends - 2ª Temporada escrita por Laia


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Tenho que voltar a ter tempo pra escrever, meu deus... Vou ficar doida assim!
Segunda a sexta estudando, trabalhando final de semana, organizando apresentação, dando tempo pros amigos, cuidando das coisas da vida, E CADE O TEMPO PRA ESCREVER? Ain gente... Mas as ferias estão chegando - amém! - e eu vou tentar me organizar. Ainda não respondi os comentarios, sorry gente, mas vou responder.
Mas e ai? Como vocês tão meu povo?
Eu tenho prova daqui umas seis horas e ainda nem terminei de estudar... Vou me ferrar, mas beleza.
Chega de bla bla bla e ta ai, um capitulo não muito longo, mas ta ai!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/478957/chapter/23

A Laura acha que eu to doida. Mas ela ta esquecendo que antes de qualquer coisa, eu e o Rodrigo somos amigos. A-M-I-G-O-S.

Alem de que agora com ela namorando – oficialmente, é claro – ela ta muito mais preocupada com o que pode acontecer na casa dela. Simplesmente porque ela fica muito menos tempo por lá, e como eu sou considerada meio doida, ela não confia muito.

Ela saiu, mas não deixou de me lançar aquele olhar de “não faça nada que não deveria”. Como se eu, logo eu, fizesse coisa errada. Eu admito que as vezes sou impulsiva, teimosa, impaciente, chata, arrogante... Ta, eu admito que faço besteira. Mas poxa, eu tenho juízo. Na maioria do tempo pelo menos, eu tenho. Ou tento ter...

Ele chegou com um pote de sorvete e um pen drive cheio de filmes. Ótimo, minha noite estava ocupada.

Sentamos no sofá com o sorvete e uma bacia de pipoca. Peguei uma coberta não muito quente e joguei por cima de nós dois. O primeiro filme era de guerra, e ainda estava cedo quando terminou.

–Mais um?

–Por favor!

Dessa vez começou algum que eu sinceramente, sequer sei o tema. Não prestei atenção em nenhum segundo, mas me peguei reparando no momento.

Estávamos de lados opostos no sofá. A bacia da pipoca vazia entre os dois, e o sorvete havia voltado para a geladeira. Metade da coberta estava no chão e minhas pernas estavam esticadas, viradas para ele. O seu corpo estava inclinado de um jeito torto, o rosto apoiado em uma das mãos, a blusa azul claro meio levantada, mostrando parte da barriga e da cueca que aparecia com a calça baixa. Cueca preta, Box, a pele branquinha, aquelas entradinhas da barriga marcadas... Oh deus, cadê o juízo agora?

–Manuela?

Merda, ele percebeu.

–Ta olhando o que?

–Nada.

Ele sorriu e voltou a ver o filme.

–Rodrigo?

–Hum... – ele não se deu o trabalho de me olhar.

–Por que veio?

–Porque você me chamou ué!

–Sim, mas você podia negar.

Ele suspirou de forma pesada, coçou um dos olhos de forma meio impaciente e me olhou.

–E por que eu faria isso?

–Porque parando pra pensar, é muita maldade minha te chamar pra vir aqui. E quer saber? Você é incrível.

Ele revirou os olhos, incrédulo.

–O que?

–Isso é tão “você é meu melhor amiguinho”.

–Ta falando de friend zone?

–To falando de fazer vontade Manuela. Atiçar... Olha que isso é pecado viu?!

–E eu to pecando agora por acaso?

–Só de me chamar pra ficar sozinho contigo, você já ta me provocando. Ou melhor, já esta pecando.

E foi ai que eu percebi que mesmo sem querer, eu era maldosa com ele.

– Eu juro que não é de propósito.

–Nunca é, segundo você mesma.

Ele bufou.

Continuei calada.

–Você ainda vai me deixar doido desse jeito.

Ai a nostalgia bateu... E eu mandei ela embora. Se nem o juízo que eu me orgulhava tava chegando pra me atrapalhar, não era a nostalgia que ia ficar ali com a gente.

–Como assim?

–Ta vendo? Você se finge de boba, joga charme, faz tudo como se não quisesse nada...

–Faço? Uai, quem disse que eu quero alguma coisa?

–Ta vendo só?

Acabei sorrindo, não me pergunte por que. As pessoas gritavam no filme, mas eu não entendia uma palavra sequer.

–Você não tem esse direito! – a mulher gritava ao fundo.

Uma confusão se formou na minha cabeça, entre o barulho e o corpo dele vindo sobre mim.

–Naaaaaao! – uma criança gritava no fundo.

A mão dele puxava minhas costas, mas não com força, e sim com delicadeza. Tudo nele vinha com pura delicadeza para mim.

O beijo calmo, sereno, como se ele tivesse medo de me machucar. Como se eu fosse uma bonequinha de porcelana, sensível ao toque.

Minha mão segurava sua nuca, e seu sentia seus dedos por cima do tecido da blusa. Senti que ele se ajeitou, e me puxou para mais perto. Meu corpo já estava quase sobre ele, quando senti o empurrão.

Ele me olhou espantado.

–Desculpa.

–Não, ta tudo bem...

–Não, não ta... É melhor eu ir embora.

–Só precisa ir se quiser.

–Olha Manu, eu não me importo de servir de remédio pra você ok? Na verdade, eu quero servir de remédio. Mas, calma ta?

Acho que ele levou o meu “só precisa ir se quiser” na malicia, o que eu juro que não foi minha intenção.

Ou foi... Eu sei lá.

Ele se levantou, ajeitou a blusa, e foi embora sem nem se despedir.

–COMO ASSIM VOCÊS SE PEGARAM NO MEU SOFÁ? Cade o respeito?

–Que respeito? Por você? Sei lá, não era algo previsível?

–Claro que era, mas o meu sofá merece respeito de vocês! EU mereço respeito.

–Ta falando serio?

–Claro que não! Eu só... Eu acho um erro você dois ta? Pronto, falei.

–Por quê?

–Você gosta dele?

–Ele é legal...

–Serio? Legal? Ah, quer saber Manu? Eu não me meto mais, vou deixar você seguir esse pensamento de doido que você finge ter. Mas só pra você não esquecer: o Rodrigo não vai mudar o que aconteceu com o Eduardo, então levanta a cabeça ou engole o orgulho, porque os dois não dá certo.

Acordei decidida a pegar minhas coisas, não aguentava mais usar as mesmas blusas e a mesma calça. A Laura foi visitar a família, então fiquei sem condução.

Peguei minha mochila e as chaves do apartamento e fui para o ponto de ônibus. Não demorou para o ônibus chegar e rapidinho eu já tava na portaria do prédio. Pensei que ia ficar em pânico, mas não... Eu sabia que ele não estaria em casa – ou pelo menos, era pra não estar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

"Era pra não estar". Só tenho isso a dizer pra vocês...
Me contem o que acharam e eu vou tentar correr com o proximo pra vocês não morrerem de curiosidade - eu não morrer com as ameaças o.o
Mas só porque eu sou do mal, vou deixar spoiler u.u
Até o proximo capitulo amores :*
"-Isso foi mais do que errado.
-Eu sei.
-Só... Vamos fingir que não aconteceu, é melhor.
Terminei de vestir minha blusa, peguei minha mochila e sai. "