Just Friends - 2ª Temporada escrita por Laia


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

BRASIL PORRA! Foi mal gente, me animei aqui... Sorry
Geeente, tava aqui pensando... Quem topa 3ª temporada? Claro que essa segunda ia ser um pouco mais curta - ou não - do que a primeira, que teve mais de cinquenta capítulos, mas é que vamos ter uma pequena reviravolta na vida do casal - que pelo menos agora não é mais casal - então eu quero saber o que voces querem que eu faça. Me digam, pleeeease, preciso saber amores.
Geeeeente, alguem ai viu A Culpa é das Estrelas? Não? Beleza... Só queria dizer que amei.
To animadona, amanha vou ver minha goorda liiiiiiinda - é minha melhor amiga gente kkkkkk faz uns tres meses que não vejo aquela praga --'
To meio doida gente, ignorem
Mas vocês querem é saber do spoiler né? Prontos pra uma conversinha entre eles? Espero que gostem ^^



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Hoje o prédio em que eu fazia o estagio estava sendo inspecionado por sei lá o que, então todos fomos liberados mais cedo. Cheguei em casa, comi o resto do almoço, tomei um banho e me sentei na mesa de desenho. Abri meu estojo e não demorou para a mesa estar cheia de folhas rabiscadas e lápis coloridos. Os desenhos surgiam de forma aleatória, e mais da metade acabou sendo amassado assim que eu terminava.

Estava começando a ficar entediado, até que ouvi um barulho na porta. Eu jurava que tinha trancado quando cheguei, devia estar enganado então... Pera,tem alguém entrando ta minha casa!

Então eu fiz a coisa mais estúpida que se faz, porque é obvio, que se um ladrão for invadir sua casa, ele não vai te responder quando você perguntar:

–Quem ta ai?

É claro que eu não me dei o trabalho de por uma blusa. Ou de procurar meus chinelos. Ou simplesmente tirar os óculos.

Ela estava trancando a porta e se virou assustada. As bochechas ficaram vermelhas na hora.

–Desculpa, pensei que não estivesse em casa... – ela me olhou dos pés a cabeça e desviou o olhar rapidamente – Eu só vim pegar o restante das minhas coisas, não vou demorar.

Só concordei com a cabeça, dando o espaço para ela passar.

Caramba, era a Manu.

No meu apartamento.

Isso agora parecia tão estranho que quase não dava mais pra acreditar que já moramos juntos. Mas ela ainda era a mesma. Só que tava mais magra. Ai Eduardo, para com isso!

Balancei a cabeça com força pra afastar os pensamentos, ficando meio zonzo. Sentei no sofá e esperei.

Ouvi ela derrubando algumas coisas e resmungando baixinho – ela tinha essa mania de brigar com os objetos.

Voltou com a mochila estufada, posta no ombro.

–Ainda tem algumas coisas, eu pego depois... Obrigada.

Ela já estava pronta pra sair, mas eu não deixei.

–Espera.

–O que? – ela parou por impulso, começando a ficar agoniada e um pouco impaciente com tudo.

–Sei lá, você ta bem?

Eu só tava tentando arranjar uma desculpa pra passar um tempo com ela. Só isso. Qualquer segundo já valia.

–Eu só vim pegar minhas coisas, nem esperava te encontrar... Não precisa tentar ser simpático comigo.

–Eu me importo ainda, não acho que precisa ser assim.

–É assim, aceite o fato.

–E se essa for a questão? Eu não quero aceitar Manuela.

–Você pediu e eu parei aqui pra ouvir, por favor, não faça com que eu me arrependa disso.

–Eu to falando serio... Se eu simplesmente não quiser aceitar isso? Não precisamos viver em guerra. Eu errei, eu sei, mas...

–Espera – ela me olhou incrédula – acha que isso ainda é por causa dela?

–E não é?

Ela cerrou os punhos e virou o rosto, evitando me olhar. Eu sabia que ela estava prestes a mostrar algo que não queria. Seus ombros baixaram e a mochila caiu com um baque no chão.

–Não entende mesmo não é?

–O que eu deveria entender Manu? Você é incompreensível...

–Não é sobre mim Eduardo! E sobre a parte de nós que foi embora... É sobre lembrar do que se foi a cada vez que olho pra você. É sobre um filho que eu não consegui ter. É sobre ter te perdido. É sobre tudo que aconteceu. Será que dá pra entender agora? Eu não consigo te olhar sem pensar que ele devia estar aqui comigo, nos meus braços daqui uns meses, e não só na minha mente. E olhar pra voce me trás de volta para aquele hospital, com a voz do medico ecoando o tempo todo nos meus pensamentos.

Os olhos dela estavam cheios, a voz embargada e ameaçando ficar enrolada na garganta, os dedos apertavam os braços e a boca comprimida. As mãos abraçavam o corpo que começava a tremer a cada soluço de choro preso que ela soltava.

Agora sim fazia alguma sentido. Por isso ela não queria me ver de forma alguma. Tinha sido ruim pra mim, mas pra ela... Nossa, mil vezes pior!

–Eu não sabia...

–É claro que não sabia.

–Mas eu fico feliz por saber agora... Eu me importo com você, sempre vou me importar, independente do que você faça ou deixe de fazer – segurei uma de suas mãos e fui lhe puxando calmamente pro sofá – Me conta como você ta... Faz tanto tempo que eu não tenho noticias suas...

Ela se afastou um pouco de mim, e me olhou. Parecia um bicho encurralado.

Começou a falar as coisas devagar, como se a qualquer momento fosse preciso atacar para sobreviver. Jogamos conversa fora por um tempo curto, mas que rendeu uma ótima sensação. Ela começou a ficar mais a vontade, dobrou as pernas no sofá e voltou a gesticular a cada palavra dita. Mas eu sabia que ainda estava na defensiva. Minha presença de alguma forma, a incomodava. Ela havia confiado em mim, e eu havia pisado em tudo que ela me deu.

–Me desculpa – interrompi ela.

–O que?

–Eu te feri, em todos os sentidos, e mesmo assim, você ta aqui, conversando comigo. Pode parecer idiotice e você tem todo o direito de levantar, me dar um tapa e ir embora, mas eu preciso te dizer que sinto muito. E não to mais falando da Anne, aquilo foi um erro meu e não vou ficar voltando nisso agora, porque não tem uma explicação. Mas ainda preciso que saiba que eu sinto muito por aquele dia, aquela madrugada e por todos os outros momentos. Tudo que eu fiz nos últimos meses não teve valor algum pra mim... Eu sequer sentia alguma coisa com aquelas garotas. Um simples toque seu me traz muito mais coisa do que uma noite inteira com qualquer uma delas. Eu queria tanto poder voltar no tempo e concertar tudo sabe? Me dar conta do que tava realmente acontecendo na minha vida... Mas não, eu fui orgulhoso demais pra não vacilar e dava meia volta a cada pensamento que vinha sobre você. E eu comecei a odiar tanta coisa, e isso me invadiu. Mas agora aqui na sua frente... Eu sinto sua falta, e de como eu me sentia com você, eu era muito melhor do que sou agora. Eu sinto falta do seu cheiro e até da sua comida ruim, sinto falta da maneira que cuidava dos meus machucados e de como odiava chorar na minha frente. E nada disso pode estar fazendo sentido, mas eu só preciso que saiba disso tudo. E eu vou entender se ignorar e me odiar, ou se simplesmente se levantar e ir embora, porque eu não posso te cobrar mais nada Manuela, nem mesmo a sua dó. Mas preciso que saiba que eu te amo.

***

Por que ele tinha que estar em casa? Eu não esperava isso. Muito menos esperava que ele estivesse sem camisa, e com aqueles óculos... O Eduardo não era e nunca foi nenhum deus grego, mas sabe quando o cara tem alguma charme? Alguma coisa que te faz ficar presa nele, sem se importar com o tanquinho ou com aquele cabelo desgrenhado até demais as vezes.

Eu não sei a razão de ter começado a falar as coisas para ele. Simplesmente sai falando. Contei como estava sendo morar com a Laura, mas não contei da minha demissão. Do jeito que aquele lá era... Vish, prefiro nem pensar.

Acho que quando ele me perguntou como eu estava, eu me dei conta de há quanto tempo ninguém me perguntava como havia sido o meu dia. E acredite, isso faz uma puta falta. Mas isso não muda o fato de que eu não estava preparada para ter aquela conversa.

–“Mas eu te amo” ele diz... E pela segunda vez eu escuto isso, do mesmo cara, na mesma situação. O que espera que eu diga? Que eu também te amo? Quer que eu te de um beijo e diga que vai ficar tudo bem, que eu não ligo pra isso? Desculpa Eduardo, mas eu não consigo. Não dá pra me fazer esquecer com um pedido de desculpas, pelo menos, não agora. Não dá pra simplesmente fechar os olhos e fingir que somos perfeitos, porque é mentira, e eu to cansada demais pra tentar.

–E se eu tiver disposição suficiente pros dois?

–Não pode fazer isso. Não dá.

Não agora que a Laura tava tentando me dar juízo – isso chega a ser irônico vindo de alguém como ela – não agora que eu tava começando a deixar o Rodrigo se aproximar de mim, eu tinha beijado ele! Eu ainda gostava até demais do Edu, mas a confiança tinha ido pro ralo... E o Rodrigo era tão bom pra mim, e gostava de mim de verdade.

–Eu não posso, simplesmente não posso.

Tentei me levantar e ir embora de uma vez, mas novamente ele não me deixou ir. Puxou meu braço, segurando meu pulso e pousando minha mão no seu peito. Continuou me puxando até que eu estivesse próxima, talvez próxima demais. Fiquei esperando por um daqueles sorrisos convidativos que ele tinha, mas isso não aconteceu.

Ele me olhava de cima, a respiração irregular e quente vindo em mim. A voz na minha cabeça gritava “suma daí, você vai se machucar!” e eu varri ela para o fundo da minha mente. Pura burrice.

–Me diz que não ta com ele. Diz que sente falta de morar aqui, comigo!

–Eu sinto falta de tudo – aquilo escapou, sem me deixar alternativa para tentar negar.

–Você ta com ele?

Seus olhos mostravam algo dilacerador, e eu tentava achar qualquer palavra, examinando cada cantinho da minha mente. Por que ele se achava do direito de agir assim?

–Esta ou não Manuela?

–E você ta com ela? – consegui rebater.

–Isso não é sobre ela...

–E muito menos sobre ele! Eu cansei dessas garotas te cercando! Preferia quando era só a Rachel, pelo menos ela não tava aqui, digo, não estava fisicamente.

Pelo menos com ela eu não corria o risco de te pegar atracado com outra.

–Eu tava errado, você é igual a ela...

–A Rachel?

–Ela mesma! O nariz em pé, o jeito controlador... Só basta jogar um pouco de maquiagem em você para ficar idêntica.

Puxei meu braço com força, me afastando.

–Então por que ta aqui falando comigo? Pedindo desculpas, você não liga de verdade. Vai pra Anne, ela não é uma louca controladora. Quer saber? Você é livre pra fazer o que quiser da sua vida.

Ele se virou puto, batendo com a mão aberta na parede.

–Isso Eduardo, comece a bater nas coisas...

–Antes na parede do que em você!

–Ah só se você fosse louco!

–Por que sempre entende tudo que eu falo do jeito errado?

–Talvez porque seja isso que você me passa!

–Acha mesmo que eu seria capaz de levantar a mão pra você? O que acha que eu sou?

–Eu não sei mais o que ou quem você é! Sequer sei se algum dia eu já soube. Então não me faça perguntas que não sei as respostas.

Eu não sabia como havíamos chegado a essa discussão. E não sei se agora eu queria saber a razão.

–Você foi um erro...

–Não fala isso.

Ele estava apoiando uma das mãos na parede, enquanto a outra estava apoiada próximo ao quadril.

Ele realmente tinha sido um erro, e isso que complicava tudo. Porque os erros tornam tudo mais gostoso.

–É a verdade.

–Se eu sou um erro, você é um problema.

–Eu nunca neguei que era.

–E eu to reclamando por acaso? Eu sabia no que tava me metendo, tanto quanto você sabia no que se metia quando se envolveu comigo. Então não vem dar uma de vitima agora...

–Não to tentando dar uma de vitima.

–Você sempre faz isso!

Dá pra acreditar nisso? Ta... Talvez eu tente mesmo, mas não precisa jogar na cara.

–E você vem me falar isso como se fosse o santo da historia.

–Eu nunca fui santo, e você sabe disso... Da mesma forma que você não é nenhuma santa para falar de mim, então não vamos começar com isso agora.

–Eu vou embora...

Pela terceira vez, eu tentei ir. E pela terceira vez, ele me impediu.

Segurou novamente meu braço e me forçou a virar para ele.

–Ainda não me respondeu.

–Eu não te devo nenhuma resposta.

–Ótimo – ele largou meu braço, me empurrando de leve para longe – então vai embora.

Me abaixei para pegar minha mochila, mas minha mão sequer chegou perto do chão quando ele me puxou de novo. Seu braço passou com força pela minha cintura, girando meu corpo e me prendendo.

–Mas me deve isso.

Eu sequer dei por mim e já estávamos nos beijando. Uma de suas mãos segurava minhas costas enquanto a outra segurava meu pescoço com firmeza. Meu corpo curvado abaixo do dele, minhas pernas quase cediam meu peso. Era a maior burrada, mas eu me entreguei.

Completamente.

–Isso foi mais do que errado.

–Eu sei.

–Só... Vamos fingir que não aconteceu, é melhor.

Terminei de vestir minha blusa, peguei minha mochila e sai. Desabei assim que fechei a porta atrás de mim.


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Notas finais do capítulo

E aiiiiiiiii? Vou passar o final de semana fora, me façam feliz okay?
Espero pelos comentarios, obrigada e beijos amores :*