Just Friends - 2ª Temporada escrita por Laia


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

E O QUE FAZER COM ESSA SAUDADE?????
Nyah sai do ar, os professores resolvem me encher de coisas, os boys começam a dar problema, as amigas te fazem decorar letra de musica, coreografia, você surta no meio do expediente no trabalho, metade da sua familia resolve pirar... A vida ta dificil meu povo! E é isso ai!
Mas sim, eu to viva! E como vocês estão?
"Laia, você não respondeu os comentarios!" eu sei gente, mas acontece que eu devia ta fazendo um relatorio de filosofia pro professor mais exigente do mundo e to aqui tentando me explicar... Então, sim, eu vou responder depois.
Eu to meio parada na escrita e to com dois outros projetos alem de Just Friends (um deles é MUITO foda *o*) alem de "acompanhar" a historia de um amigo ai... Minha cabeça ta bombando gente, daqui a pouco explode :)
Mas quem quer saber né? Vocês querem é mais historia, e hoje, um tiquinho mais longa pra compensar os dias sumida... Espero que gostem porque eu to perdida e nem sei onde parei ^^
AAAAH e quem lembra do trechinho que eu disse só do Gus e da Laura? Então ai vai, espero que gostem



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Eu não sabia o motivo certo, mas o Gus me chamou pra jantar. Tipo, jantar de verdade, em um restaurante de verdade, arrumados de verdade, e não em uma pizzaria qualquer de short e camiseta.

A Manu enfim voltou a trabalhar. Ela na verdade tava bem... Se recuperou bem melhor do que eu pensei. E eu não sei se interpreto isso como algo realmente bom ou extremamente frio. Mas pelo menos agora, ela ta dormindo, ou pelo menos, tentando...

Vesti um vestido azul florido e com mangas que eu tenho e pus um cinto na cintura. Prendi o cabelo em um rabo de cavalo e formei alguns cachos nas pontas. Maquiagem leve, porque hoje bateu preguiça e salto confortável. Isso me resumia bem: estava confortável.

Quase levei um susto ao vê-lo de blusa social. Chegamos no restaurante, comemos. Digo, eu comi... Ele quase não tocou na comida, o que era bem estranho vindo dele.

–Você ta bem Gus?

–To.

–Tem certeza?

–Precisamos conversar.

Eu já esperava por isso.

–Vai terminar não vai?

–O que? – ele riu – Ta doida? Nem começamos, como eu poderia terminar?

–Então o que é?

–Sabe que gosto de você, tipo, pra valer né? – só afirmei com a cabeça enquanto terminava de engolir – E... Sei que mudou comigo, da mesma forma que mudei com você. Eu vivo vacilando com essa minha insegurança, mas você sempre teve paciência comigo e sempre me mandou parar de bobagem. E você não sabe o quão sortudo eu me acho só de poder ficar perto de ti, ter a sua companhia pra mim, nem que seja por cincos segundos durante o dia... Aqueles segundos seriam os mais importantes para mim. Você me transmite algo bom simplesmente pelo olhar, algo tão puro que eu sequer sei explicar. E quer saber Laura? Pode não ser eterno, mas o que você me causa, eu sei que vai durar por toda a eternidade.

Nem sei em que momento eu comecei a chorar. Mas eu sabia exatamente o que ele estava sentindo, porque eu sentia a mesma coisa.

Mas pera, oficialmente, nem namorados éramos...

–E pode me achar cafona antiquado ou qualquer outra coisa, mas te trouxe aqui e não em um boteco qualquer, para te entregar isso – ele tirou uma caixinha do bolso – e fazer a pergunta que pode definir o restante das nossas vidas...

Foi um simples “quer namorar comigo?”, mas foi como musica nos meus ouvidos. Eu quase pude ouvir o coro de “ALELUIA!” no fundo.

E eu sabia que esse era o primeiro passo, para um futuro “aceito”.

***

O Rodrigo foi embora de manha, quando a Laura chegou – ela me garantiu que não tava fazendo nada de errado, mas eu não fiquei convencida.

Não contei pra ela o que tinha acontecido no café. Achei melhor assim, tentar esquecer aquilo, e tentar me afastar totalmente da Rachel.

E só agora eu parei pra pensar, putz, o ano já estava no fim, e as férias chegando de novo. Isso parece loucura. Em menos de um ano, eu perdi a virgindade, comecei a namorar, arranjei um emprego, fui traída, descobri que tava grávida, menti pra minha mãe como se não houvesse amanha, perdi o bebe, fiquei bêbada, sai de casa, fui assediada no trabalho, perdi o emprego e agora to aqui!

To sentada na cama, com três livros de pelos menos seiscentas paginas abertos na minha frente, mas to com tanto sono e dor de cabeça que as letras parecem até mesmo pularem das paginas, fugindo de mim.

E você acha que eu vou atrás delas? Aaaah to indo viu...

Deixei todas irem embora, me concentrando apenas no teto vazio pelo restante do dia.

***

Depois que o Gus foi embora, eu voltei a me deitar. Mas não por muito tempo.

–Anne! – eu realmente não esperava encontrar ela no dia seguinte.

E o pior é que eu realmente me perguntava o que eu tinha feito.

–Meus óculos ficaram aqui?

–Não sei, mas provavelmente sim... Entra se quiser procurar.

Me afastei e ela entrou. Os olhos ainda estavam um pouco marcados de maquiagem, apesar de ela estar de cara limpa.

Ela andou um pouco procurando, e eu não em esforcei para tentar ajuda-la. O pior é que por mais que eu gostasse da Anne, ontem foi como se ela fosse uma desconhecida, que eu joguei charme e ela caiu.

E ainda me sentia o maldito saco de batatas vazio.

Me sentia... Não sei... Mas não era algo especial sabe? Algo que tivesse um significado real para mim.

E eu realmente queria que também não tivesse tido significado pra ela.

–Aqui!

Ela colocou os óculos e me encarou.

–O que?

–Você não presta sabia?

–Eu te forcei a alguma coisa?

–Não precisou. Olha... Só vamos esquecer isso ta bom?

–Como quiser.

Ela só concordou com a cabeça, abriu a porta e saiu.

Eu não sei mais o que eu me tornei.

***

Minha semana de provas foi adiantada por causa de umas reformas que teriam no meu campus. Acredite se quiser, Rodrigo me ajudou a estudar e eu não briguei com ele.

Na verdade, estamos bem próximos... Talvez até demais.

Estávamos estudando bioquímica na sala da casa da Laura. Ela estava no banho.

Ele estava me explicando a ação de certas moléculas no organismo, e eu juro que dessa vez foi sem querer, me peguei mordendo o canto da boca.

Sempre faço isso quando me concentro muito em alguma coisa.

–E então elas... – e ele parou de falar, e ficou me olhando.

–Elas...? - questionei, gesticulando para ele continuar a falar.

Ele largou a caneta e coçou o olho, meio impaciente.

–Por que faz isso ein Manu?

–Faço o que?

–Morder a boca, falar baixo, vestir aquela maldita roupa perto de mim... Sabe o que eu sinto, e faz de propósito pra me provocar.

–Não faço não!

–Então se controla e para com isso, antes que eu faça alguma coisa que pode acabar com nossa amizade...

–Então eu tenho que parar de ser eu mesma? Porque... Porque... Porque não consegue ficar perto de mim agindo naturalmente?

–Não é isso Manu, mas... Você quer mesmo saber? Eu me seguro escutando você falar dele, e até tento te ajudar. Eu sei que é difícil, mas por favor, ter que ficar por perto, com você desse jeito, sem poder fazer nada... Já é pedir demais pra mim.

–Então faz! – acabei soltando.

–Não faz não – a Laura parou, nos interrompendo – Melhor ir agora Rodrigo, obrigada por ajudar ela...

Seu tom era como o de uma mãe que pegou a filha quase dando uns pegas no namorado no sofá da sala.

Ele não disse nada, só levantou e saiu.

A Laura ainda estava de toalha quando veio falar comigo.

–O que você ta fazendo?

–Como assim?

–Ta mexendo com o garoto.

–Eu to agindo normalmente...

–Não, não ta. Ele não é o Edu...

–Eu sei! E nem quero que seja ele. Sinceramente eu só quero esquecer que metade das minhas coisas ainda estão na casa dele e que metade de mim ainda não conseguiu se recuperar de nada do que aconteceu nesse ano. Vocês me falam “segue a vida, seja feliz!” e quando eu tento fazer isso, tentam me impedir.

–Ta usando o garoto pra se distrair. Ele não é um remédio, não use ele como um tratamento Manuela!

–Quer me condenar por estar usando ele? Ótimo, então me condene! Mas condene depois... Eu só quero falar que esta tudo bem e sentir o real significado disso, dar um sorriso que não vá me ferir a todo instante. Eu adoro morar aqui com você, mas eu sinto falta de muita coisa da minha casa. Eu quero voltar pro colégio, onde eu tinha amigos e não um anjinho perdido. E sim, eu ainda estou mal por isso. Mas sabe o que é o pior? Eu não to me sentindo mal Laura. Eu sei que não to bem, mas não consigo sentir isso. Eu ainda não chorei... E você realmente acha que é maldade fazer isso com ele? Ele queria uma chance, e eu estou dando.

–Você não gosta dele.

–Já aprendi a gostar uma vez, posso aprender outra.

Tentei sair dali, mas ela veio atrás de mim.

–Acha justo com ele?

–Não, não acho... Mas também não é justo ter alguém que gosta de você assim tão perto, e você não fazer nada.

–E se o Eduardo...?

–Ele ta com outra.

–Como sabe disso?

–Simplesmente sei...

Ela não me questionou mais. Eu não tinha certeza, mas eu sabia que ele não tava parado todo esse tempo.

–Olha... Sou sua amiga, e mesmo sabendo que você vai meter a cara, eu vou estar aqui pra jogar na sua cara que eu avisei que isso ia acontecer. Mas se quer arriscar, eu te apoio.

–Obrigada.

–Não me agradeça, eu vou mesmo jogar na sua cara que eu te avisei.

Então ela saiu e me deixou sozinha dentro do quarto.

Mas ela não demorou a voltar, dessa vez, vestida.

–Quer mesmo pagar pra ver?

–Fala como se o Rodrigo fosse ruim pra mim...

–Ele vai ser bom até demais... O problema é que você não corresponde metade dos sentimentos dele. E sabemos como isso vai acabar... Mas sabe por que eu to te apoiando? Porque sei que precisa disso. Nem que seja pra se ferrar... E ele? Ele consegue se recuperar... Só não vacila ta?

Só confirmei com a cabeça. Ela deu um meio sorriso, me deu um beijo no topo da cabeça e saiu, me deixando dessa vez, realmente sozinha.

Eu havia conversado com a minha mãe, e mesmo com ela insistindo para que eu voltasse para casa, eu achei melhor ficar.

Sai em alguns dias com a Laura, em outros com o Rodrigo. Mas eu não sei o que me dava, que sempre que ele chegava perto de mim, eu virava o rosto. Você não sente vontade, sabe como é?

Ele era alto, e os olhos incrivelmente verdes pareciam sempre alegres. Mas era estranho, porque eu não me perdia neles. Acho que era porque eu não queria me perder. Ou simplesmente não conseguia. Pareciam claros demais, inocentes demais. Leves de uma forma que não conseguiam me envolver como os olhos completamente negros dele me envolviam.

Mas que merda! Alguém me salva dessa porra de sentimentos por favor...

***

A Manu não quis ir pra casa nas férias, e eu tive que dar meu jeito pra distraí-la. O que na verdade, era um pouco complicado, porque ela tava quase abraçando a Samara no fundo do poço. É serio, a garota sequer chorou depois que saiu do hospital. Como ela tava aguentando isso? Eu teria, sei lá, entrado em depressão! Meu namorado me traiu e eu perdi meu filho. Falando pode parecer pouca coisa, mas imagina sentir isso na sua pele...

–Manu?

–O que? – ela levantou a cabeça que estava enfiada em uma pilha de travesseiros e me olhou.

–Hoje eu vou sair com o Gus, sabe, faz tempo que a gente não sai de verdade... E...

–Nem precisa terminar – ela se sentou na cama, abraçando uma das almofadas – Eu to bem, pode ir tranquila, vou ver um filme ou alguma coisa assim. Vai curtir seu gordinho vai.

–Vai ficar aqui sozinha?

–O que tem?

Na verdade eu não confiava em deixar ela sozinha, não hoje. Ela não saía há dias e passava o tempo vendo filmes, caminhando por ai ou simplesmente fazendo nada. Não que eu achasse que ia encontrar ela com os pulsos cortados quando chegasse, mas eu tinha medo de encontrar ela em um daqueles momentos de reflexão sabe? Um daqueles momentos em que sua ficha cai, e você se da conta de tudo que ta rolando e rolou, e então você desaba.

–Olha Laura, pode ir, fica tranquila, não vou me jogar na frente de um caminhão nem nada disso.

–Tem certeza?

–Se não confia, então... – ela pegou o celular e digitou alguma coisa. Abriu um sorriso e virou a tela para que eu pudesse ler.

Ela tinha chamado o Rodrigo pra ficar la com ela.

Pronto, agora que eu tava mesmo com medo de deixar ela sozinha. Ou melhor, deixar eles sozinhos.


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Notas finais do capítulo

Deuses, eu devia estar dormindo... Foda-se, eu queria postar e escrever mais
E amanha vai ser legal ^^ como sempre, se quiser, pergunta por mensagem que eu conto u.u
Mas volta pro foco Laiane, foco! Quem curtiu o pedido? Ain gente, foi simples mas eu gostei! E quem acha que isso vai acabar no altar? o/
E Manu e Rodrigo, será que vai mesmo rolar?
Beijinhos amores, até o proximo :*