Just Friends - 2ª Temporada escrita por Laia


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Então, vou logo avisando que vamos entrar em uma parte mais triste da historia por motivos de: eu tava na bad enquanto escrevia.
Porque a vida não é só sobre servir café e desenhar! Pronto, falei.
A inspiração ta escapando pelos meus dedos, to bolada com isso -.- mas eu to tentando gente, to tentando...
Maaaaaas hoje to bem porque vou ver minha melhor amiga amanha o/ eeeeeeeeeeeeeeeeeeeba - sim, eu to doida pra ver ela! E de brinde, um amigo meu vai junto ^^ to tipo rezando pra chegar logo!
Só quis compartilhar mesmo u.u
Então quem pediu explicações sobre o beijo? E pov. Edu? E quem lembra que eu disse que as coisas iam correr nessa temporada? Então... Vocês vão entender a razão de eu estar lembrando disso agora. Espero que gostem ^^



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–Eu... Olha, eu vou falar coisas sem sentido hoje, não liga. Só me escuta, sem me interromper ou questionar. Eu tentei adiar isso ao Maximo, mas precisava te falar tudo. Eu estava viajando, uma espécie de retiro, para colocar a cabeça no lugar antes que eu pirasse! E cheguei à conclusão que é melhor botar um ponto final nisso, porque não posso gostar de um cara com quem eu sai uma vez e eu mal conheço. Então hoje é a sua ultima sessão, e quero que prometa, assim como eu vou prometer, esquecer de tudo isso. Vamos fingir que nunca nos conhecemos. Assim é melhor... Por favor.

Só concordei com a cabeça. Talvez assim fosse mesmo melhor.

–Otimo, então vamos começar. Ainda sente dores?

Neguei com a cabeça. Minha língua parecia presa no céu da boca.

–Isso é bom – ela parecia meio desnorteada.

Fez alguns exercícios no qual eu já estava acostumado.

–Esse é o ultimo – ela sussurrou.

Esticou meu braço de um jeito diferente. Já não tinha mais dor, só me incomodava um pouco. Dobrou o cotovelo, segurando minha mão, acompanhando o movimento com o corpo, parando na minha frente. Os cachos vermelhos caiam sobre o jaleco branco, dando um belo contraste. Seu rosto estava perto do meu, mas nada que oferecesse perigo. Pelo menos, foi o que eu achei...

–Anne... – consegui dizer.

–Shiu – ela largou meu braço e se apoiou na maca, se aproximando mais. Não não não não!

Mas meu corpo não reagia a nenhum comando, focado nela. Senti seus lábios nos meus, e eram macios como realmente pareciam ser. Não durou mais do que um segundo, e no instante seguinte, foi tudo muito confuso. A porta foi aberta e eu vi a Manu.

Por favor, a Manu não! Qualquer um menos ela!

Mas era ela.

E naquele instante tudo mudou.

Ela corria e eu gritava seu nome. Ela entrou no carro e eu não consegui alcança-la. Eu fracassei. E eu estava quebrado.

***

Entrei em casa feito um furacão. Eu sabia, sabia que tava tudo indo bem demais, sabia que aquilo não podia ser real, que esse tipo de coisa nunca aconteceu comigo e não era agora que ia acontecer.

Peguei algumas coisas e enfiei na mochila da faculdade. Ia sair dali, antes que fizesse alguma besteira.

Mas ele chegou antes que eu pudesse sair e a besteira foi feita.

–Me escuta – ele não pedia, implorava.

Havia mais do que desespero na sua voz, mas eu não ligava. Aquele filho da puta tinha acabado comigo, me traído, e só isso importava!

Continuei ignorando tudo.

–Pelo menos me diz pra onde ta indo?

–Vou pra casa da Laura.

Por que eu respondi?

Me virei, olhando tudo por uma ultima vez, parando os olhos nele.

–E se já não ta claro o suficiente, acabou!

–Não Manu, não faz isso! Por favor...

–Pode voltar pra sua ruiva, eu prometo que não interrompo mais nenhum beijo de vocês.

–Me escuta cara!

–NÃO VOU ESCUTAR PORCARIA NENHUMA! MESMO QUE ELA TENHA SE JOGADO EM CIMA DE VOCÊ, EU NÃO QUERO SABER! AGORA NÃO IMPORTA, ACABOU!

–EU TE AMO PORRA!

Minha garganta fechou, meus olhos quase me traíram querendo voltar a chorar. Minhas pernas quase foram em sua direção.

Mas a imagem deles voltou na minha cabeça. Não era isso que ia me fazer voltar e esquecer do que tinha acabado de ver. Eu sequer sabia se aquela tinha sido a primeira vez que tinha rolado, ou sabe-se lá onde podia ter parado se eu não tivesse interrompido. Então eu só fechei os olhos e engoli tudo de uma vez.

–E de que isso importa agora?

Bati a porta e sai com o maior peso dentro do peito.

Travei por algum tempo no meio do corredor. Ele não se deu o trabalho de vir atrás de mim novamente, e eu fiquei ali sozinha até me dar conta de tudo que tinha acontecido nos últimos quinze minutos.

Era por isso que eu não podia gostar, me entregar. Eu estava tão bem até você aparecer Eduardo, por que você tinha que estragar tudo? Por quê?

–Manu, acorda.

Senti alguém me sacudindo, tentando me acordar. Demorei alguns segundos para me dar conta do que estava acontecendo.

–Não vai pra aula?

Olhei ao redor, não era o meu quarto. O que a Laura tava fazendo aqui? O que eu to fazendo aqui?

E então eu me lembrei, que não estava mais em casa...

–Vou sim, obrigada.

–Não demora se não vamos nos atrasar.

–Ok.

Senti o piso frio nos meus pés e fui me arrastando pelo quarto à procura da minha sandália. Eu ainda não me acostumei com a casa da Laura, e olha que já to aqui há dois meses. Eu to bem... Eu acho que to bem.

Ele tentou falar comigo nesse tempo, mas eu ignorei todas as tentativas. Quer dizer, teve uma vez que não consegui fugir. Ele apareceu lá no café e eu tive que agir naturalmente.

–Não vai me evitar a vida toda.

Verifiquei se não tinha ninguém nos olhando. Me inclinei sobre a mesa e sussurrei.

–Vai embora.

–Não.

–Não é justo vir no meu trabalho!

–Tenho certeza de que seu chefe não vai se importar!

–Por que eu pareço à sobrinha dele? Quer mesmo falar disso?

–Isso não é sobre a Rachel, Manuela! Querendo ou não, uma hora você vai ter que me ouvir!

–Vai me obrigar a isso por acaso?

–Se for preciso. Pelo menos me deixa tentar me desculpar...

Ele estava decidido a falar. E eu decidida a não ouvir.

–Quer mesmo falar? Mesmo sabendo que não vai adiantar de nada? Porque sinceramente Eduardo, eu vou me esforçar pra esquecer de cada risada, lagrima e conversa que tive contigo! Vou dar minha vida pra esquecer de todos os momentos, do seu cheiro e de cada sentimento que possa envolver você. E sabe por que? Porque eu confiei demais, me entreguei demais, fui burra demais. Você é assim, e eu sabia exatamente disso quando me deixei levar, e foi tolice minha pensar que um dia você mudaria... Porque você vai continuar sendo aquele mesmo cara que pegava qualquer uma, e você sempre vai ser aquele cara. Isso nunca vai mudar. Eu tava bem e ai você ferrou comigo! E se você acha que eu era fria... Eu não sinto mais nada, sequer consigo sentir raiva de você. Eu desliguei qualquer parte minha que pudesse fazer com que eu me envolvesse em qualquer coisa novamente. E parabéns, você conseguiu fazer com que eu definitivamente me fechasse para o mundo. Obrigada Eduardo.

Ele ficou sem reação. Eu praticamente sai correndo. Sai pela porta dos fundos e fiquei do lado de fora por um tempo, processando aquilo tudo. Eu queria chorar, mas não conseguia.

Aquilo era verdade? Claro que não, era tudo mentira! Infelizmente era mentira... Eu não ia esquecer de nada daquilo. Quer dizer, nem tudo era uma completa mentira, porque a parte de estar completamente neutra era verdade. Era como se eu tivesse desligado toda a minha humanidade no momento em que bati a porta daquele apartamento. E não havia uma explicação certa para isso.

Abri o chuveiro com a água fria e passei a bucha com força pela pele, como se aquilo fosse afastar qualquer resquício dele que estivesse em mim.

Enrolei a toalha e sai molhando quase tudo por onde eu passava. Hoje tinha que ir de short, porque minha calça estava lavada e o restante das roupas ainda estavam no apartamento do Edu.

–Vamos?

Fomos cantando durante o caminho. As coisas não mudaram quase nada pra falar a verdade... A Laura tenta me distrair o Maximo e já insistiu para que eu fique o tempo que for preciso com ela – ela não gostava muito de morar sozinha.

Mas a minha rotina continua a mesma de sempre: trabalhar, estudar e dormir.

Mais um mês e mais uma semana de prova. Dessa vez eu não surtei. Acho que eu tinha focado tanto que me sentia preparada. Lado bom da separação... Agora o lado ruim – alem do fim da relação é claro! – eu engordei! Tipo, não to obesa, mas a calça ta um pouco apertada... E eu não gosto disso.

–Se arruma que hoje a gente vai sair!

–To cansada Laura...

–Neeeeem vem com essa de cansada, hoje é o primeiro dia depois das provas!

–Laura...

–Por favor Manu! – ela pediu fazendo aquela carinha de cachorro abandonado.

–Ta booom, mas não tenho roupa...

–Nua que você não vai querida, venha comigo... Quero você bem gata.

Ela foi me puxando pela mão até o quarto. Me empurrou no colchão e correu até o guarda roupas.

–Fique a vontade para escolher.

–Como se suas roupas fossem caber assim em mim...

–Uuuui, falou a obesa né? Sai dessa, pelo menos metade dessas roupas cabem muito bem em você.

Fui passando as roupas enquanto a Laura tagarelava sobre o lugar.

–Ah não, escolhe uma pra mim vai?

–Mas vai usar o que eu escolher?

–Se for decente... – brinquei.

Ela me deu um tapa e começou a analisar cada peça.

–Essa – disse pegando uma saia florida super justa – com essa – continuou enquanto puxava uma blusa branca de manga comprida.

A saia eu já tinha usado e sabia que apesar de ser justa cabia perfeitamente em mim. É, cabia... Do não cabe mais!

–Laura... Acho que temos um problema aqui...

A saia não fechava de jeito nenhum!

Ela me olhou de longe, meio desconfiada.

–Vai ficar chateada se eu perguntar uma coisa?

–O que? – perguntei desistindo da saia.

–Por acaso eu percebi que você não engordou realmente...

–Claro que engordei Laura...

–Seu peso ainda continua o mesmo certo? Digo, se for ver assim, você engordou uns dois quilos? Por ai... Você se pesou um dia desses, a balança mostrou isso? Porque olhando, não é bem o que parece...

Pensando desse jeito... Realmente, eu não havia engordado.

–Mas Laura, se eu não engordei...

–Manu, tem alguma chance de...?

Puta que pariu!

–Laura, que dia é hoje?

–Sexta.

–Não, de numero!

–Pera que eu vou ver.

Mas não precisei da resposta dela pra concluir meus quilinhos a mais.

Ela nem olhou a data e também concluiu o mesmo que eu só pela minha expressão.

–Precisamos ir na farmácia, tipo, agora Manu!


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Notas finais do capítulo

Então? Gostaram ou não? Me contem tudo okay?
Só eu que amo essas coisas tipo "eu te amo porra?", sei lá, é tão bonito, agressivo e fofo ao mesmo tempo *-* - sou estranha mesmo u.u
Então, acho que por hoje é isso ai... Espero que tenham gostado amores *-*
Beeijos :*