Just Friends - 2ª Temporada escrita por Laia


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Primeiro: eu to revoltada! Tinha que compartilhar isso com voces, apenas u.u
Agora vamos ao que interessa... Comentarios revoltados e alguns super felizes com esse "talvez" da gravidez... Mas lembrem-se que Just Friends é um cliche não cliche, então pode rolar de tudo - até poneis e gnomos, por que não?
Ta, viajei muito agora... Chega Laiane, para com isso!
E pra quem chorou eu sou aviso que ainda tem muito mais tristeza gente, isso é só o começo. É serio, eu tava muito na bad :/ meu humor é bem relacionado ao que eu escrevo, e como era algo mais triste, eu fiquei triste...
Ta, não vamos entrar em detalhes, porque voces não são obrigados a saber da minha vida...
Proximo capitulo!



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Fiquei travada no estacionamento.

–Quer que eu vá pra você?

–Por favor!

Os cinco minutos esperando a Laura no estacionamento só não foram mais eternos do que os dois minutos dentro do banheiro esperando o resultado.

–Vou ser tia? – ela perguntou apreensiva.

Não consegui responder, só mostrei as duas tirinhas no palitinho.

–Por favor, me diz que ta sem reação mas ta feliz!?

–Eu não sei...

–Vai falar com ele?

–Preciso né? Ai minha nossa, o que eu vou fazer?

Como eu fui tão burra? Mas agora tudo fazia sentido, a barriga, o sutiã apertando...

–Vou ficar aqui com você hoje então ta?

–Não, você tava super animada pra sair... Vai! Eu to bem...

–Bem? Você ta em choque Manu. Não vou te deixar aqui sozinha...

E então eu surtei, e decidi o que ia fazer.

–Não vou ficar sozinha. Eu vou lá falar com o Edu.

–Não acho uma boa ideia.

–Eu também não, por isso que eu vou fazer.

–Certeza?

–Não me faz pensar muito se não eu desisto.

Agora na frente do prédio, eu penso que eu devia ter pensado direito. O que eu tava fazendo ali? Nem sabia o que falar, pensar ou como agir... Como é que se anda mesmo?

–Vai Manu!

–Eu não consigo.

–Consegue sim, agora – ela abriu a porta e me empurrou – VAI!

Caminhei levada pelo impulso. Mil coisas e ao mesmo tempo, nada passava pela minha cabeça. Varias imagens voavam pelos meus olhos, algumas me acertando como um tapa! Já reparou que quando temos 15, 16 anos, tudo é muito intenso? Assim que eu me sentia: com essa idade. Porque eu era mais madura do que 20 anos, mais com uma experiência de vida de uma garota de 15, com sentimentos de 12 e um pensamento de 30. Mas sei lá, parece que nos 15 ou 16, tudo é infinito. Nós somos infinitos. Fazemos aqueles planos de morar com as melhores amigas e não conseguimos nos imaginar sem os intervalos do colégio, o único momento em que você via aquele seu amigo de outra turma. E tem aquele seu povo, com o amigo bobo que te faz rir, e que você usa de capacho e faz ele esperar sempre com você na parada de ônibus. Tem a amiga estérica, que grita pra cada menino que passa e sempre te apoia nas ideias malucas. Tem a amiga bonita, que você vive brincando. Tem a mais gordinha e a que não larga o fone de ouvido. Tem aquele amigo mais alto que você e aquele que tem um abraço só dele, que dá vontade de nunca sair de lá. E sei lá, andando agora sozinha pelo corredor... Eu queria tanto voltar naquele abraço e ficar lá... Voltar pros intervalos roubando lanche do amigo, falando bobagem, cantando nas rodinhas de violão, rindo ou simplesmente fazendo nada. Porque fazer nada é chato, mas fazer nada em companhia, é uma das melhores coisas que se pode fazer.

Porque quando você tem 16 anos, você imagina que vai seguir a risca todos os seus planos de vida. Você nunca vai imaginar que vai estar quase tendo um treco porque vai contar pro seu ex que esta grávida.

Com 16 anos, você nunca imagina que vai ter o coração partido.

Porque aos 16, tudo na nossa vida se torna infinito.

Forcei a porta do elevador – que vez ou outra emperrava - e continuei pelo corredor de carpete cinza. Fiquei alguns minutos parada em frente a porta, como se esperasse que só o fato de ir ali já fosse resolver tudo.

As chaves estavam na minha bolsa, em cima do sofá da casa da Laura.

Então eu só reparei que minhas mãos tremiam quando fui apertar a campainha.

–Só um minuto.

Ai meu deus!

***

Acho que nem preciso falar da bronca que levei do Gus. Ele era minha consciência e assumia o papel dos meus pais quando era preciso. Me xingou de todas as formas, me deu uns murros e gritou comigo por horas. Mas nada me atingiu como a maldita pergunta:

–Por que fez isso?

Eu não sabia a resposta e sinceramente, também estava a procura dela. Bem, até onde eu me lembro, na aula de filosofia o professor explicou que era impossível agir sem pensar. Sem duvida, o cara que inventou isso nunca tinha feito algo por impulso. Não, o beijo não foi por impulso. Mas se não é possível agir sem pensar, seria possível agir sem se dar conta da real ação?

Minhas notas haviam caído, não de forma considerável, mas podiam afetar no meu estagio. É que minha vida agora se resumia a sair, nem que fosse pra sentar sozinho na pracinha e ouvir musica. Não, eu não saía pegando varias meninas a cada noite. Quer dizer, vez ou outra sim. Mas na maioria das vezes, eu mentia tanto pra mim quanto para os outros, contando de todas as que tinham passado por mim. Naquele estilo época pós Rachel sabe? Mas como já disse, era tudo mentira.

Eu tentava esquecer tudo que tinha acontecido, mas a voz dela sempre voltava repetindo tudo, daquela forma fria que me rasgava por dentro. “Foi tolice minha pensar que um dia você mudaria... Porque você vai continuar sendo aquele mesmo cara que pegava qualquer uma, e você sempre vai ser aquele cara. Isso nunca vai mudar”.

Essa era a verdade. Eu era isso mesmo, e pronto. Mas apesar disso, eu me sentia de um jeito diferente. Mesmo quando eu ficava com alguém, não tinha significado. Eu me sentia vazio, como um saco de batatas gigante!

Enrolei a toalha na cintura e sai do banho. Ainda estava me vestindo quando a campainha tocou.

–Só um minuto! – gritei para seja lá quem fosse me ouvisse.

Peguei uma camiseta qualquer e fui vestindo, ainda com a toalha na cintura.

Só rezei antes de abrir para que não fosse a garota que eu dei um sumiço ontem. Não me orgulho de pensar desse jeito, mas é o que temos para hoje.

Mas não era ela.

Era a garota que tinha me dado um sumiço há mais ou menos três meses.

Ela estava com os braços cruzados, mas não como fazia quando estava emburrada, era mais como se tentasse se abraçar, se proteger. Mordia a lateral das unhas – o que sempre fazia quando estava nervosa com alguma coisa.

Eu não a via desde o dia no café. Na verdade, eu pensei que não fosse vê-la mais. Me iludi na esperança de esquecer de tudo.

Era por isso que eu fazia qualquer coisa para não ficar sozinho naquele maldito apartamento.

Lembro perfeitamente que ela pôs um ponto final em tudo, então o que raios essa garota tava fazendo aqui na minha porta?

Ah, quem eu to tentando enganar? Meu coração tava quase pulando pela boca de felicidade só de ver ela ali perto.

–Manuela.

Foi a única coisa que consegui falar. E eu só pensava no quanto eu desejava estar pelo menos vestindo calças naquele momento.

Ela evitou meu olhar, observando cada canto ao redor ao responder um simples:

–Oi Eduardo.

Parecia que eu não ouvia sua voz há décadas. Tive vontade de pular em cima dela e lhe abraçar, beijar, simplesmente sentir o cheiro dela perto de mim de novo, mas me contive no mesmo lugar diante da porta aberta.

–Ta tudo bem com você?

Bem, sua resposta não foi muito exata.

–Preciso conversar com você.

E isso não era boa coisa.

–Entra.

Me afastei lhe dando espaço. Ela entrou e se sentou.

–Hum... Só um minuto, eu... Vou terminar de me vestir.

Ela prendeu o riso e acenou positivo com a cabeça.

Deuses – misericórdia, até hoje to com as manias dela – cadê a minha calça?


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Notas finais do capítulo

E no proximo capitulo - like a voz de narrador de novela mexicana - :
"Não da simplesmente pra falar “parabéns, você é mais novo – literalmente – papai da cidade! Pega aqui seu certificado de paternidade” e sair divando."
"-Como você ta?
-Gravida, essa resposta é o suficiente pra você?"
"Ele bufou e sacudiu a cabeça, e de uma hora para a outra, eu estava encurralada entre seus braços e a grade da varanda, sem ter para onde ir, alem de ir para frente... Para ele."
Me digam o que acharam e o que esperam ok? Beeijos e cheiros amores :*



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