Just Friends - 2ª Temporada escrita por Laia


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Não demorei né? É que a inspiração bateu na porta e eu deixei entrar e ontem escrevi muuuuito!
E dever que é bom nada né dona Laiane? Serio gente, to com tanto, mas tanto dever e trabalho! E tenho uns tres teste essa semana... Se eu to estudando? Não.
Se eu vou me ferrar? Sem duvida!
Mas quem se importa? - eeeeeeeu pq mamãe me mata :)
Aaah tenho que parar com essas notas gigantes, voces não querem saber da minha vida cara -.-
Enfim né, chega! Vamos ao capitulo



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–Aqui – disse entregando as xícaras de chá e os biscoitos - e esses são por conta da casa.

Sorri e sai. Hoje por alguma razão, parecia que toda a cidade havia resolvido ir comer lá. E adivinha? O dono que nunca aparece resolveu dar as caras e fica me observando sem tirar os olhos nem um minuto.

Já estava quase na minha hora de sair e o movimento estava calmo agora. Estava passando o pano no balcão, quando o Octavio – senhor Octavio, melhor dizendo – me chamou.

Entrei na única porta que eu nunca tinha acesso. O lugar parecia de um daqueles chefes da máfia dos filmes. Papel de parede verde escuro, alguns toques de vermelho na decoração, uma mesa de madeira no centro com uma prateleira de livros praticamente intocados atrás e duas poltronas de couro.

–Sente-se.

Não vou mentir: eu estava assustada.

–Bem Manuela, já deve ter percebido que não venho muito aqui... Mas pelo que consegui ver, está indo muito bem.

–Obrigada.

Ele falou mais algumas coisas que não prestei atenção e se levantou.

–Espero que continue assim Rac... Digo, Manuela.

Só pode ser brincadeira...

–Desculpa, mas do que ia me chamar?

–Manuela.

–Não, era Rachel não era?

Ele desviou o olhar e seu corpo enrijeceu.

–Está liberada por hoje, obrigada.

***

–Uma coisa estranha aconteceu hoje – ela já entrou falando – quer dizer, um pouco estranha...

–O que houve?

Ela se sentou do outro lado do sofá e desamarrou o avental. Peguei o controle e baixei o volume da TV para prestar atenção.

–Meu chefe quase me chamou de Rachel... Pra variar né?!

Putz...

–Talvez seja porque ele conhecia ela...

–Todo mundo conhecia essa garota? Pqp como isso pode ser possível?

–Ajuda se eu te contar que pelo menos nesse caso, eles eram da mesma família?

–O QUE?

–O tia dela é o dono de lá...

–E desde quando sabe disso?

–Desde sempre? – respondi me encolhendo, preparado para ser morto.

–E me deixou trabalhar lá mesmo assim? – ela jogou uma almofada em mim – qual o seu problema?

–Eu não queria interferir...

–Sabe mais do que ninguém que tudo que eu não queria era ter mais uma ligação com ELA! Putz Edu...

–Se eu falasse pra sair, você ia achar que eu tava doido. Ia achar que eu só tava de implicância... Ia parecer loucura...

–O fato de me parecer com uma defunta já é loucura o suficiente! Agora, ter que trabalhar com um parente dela? Era obvio, cedo ou tarde ele ia começar a me confundir, como todos fazem... – ela se levantou e começou a andar de um lado pro outro – Deuses, eu to pirando...Desculpa sociedade, eu não sou perfeita, eu não me chamo Rachel!

–Você não entende não é? – interrompi.

–O que?

–Isso tudo não importa. E quer saber? Eu cansei de explicar... Quer ficar lembrando da Rachel? Otimo, pode lembrar, mas não vou ficar para ver isso!

Sai em direção ao meu quarto, mas não consegui chegar lá. Ela passou as mãos nas minhas costas, me abraçando por trás.

–Não fica bravo... Eu só to de saco cheio do fantasma dessa menina atrás de mim.

–Quem disse que to bravo?

–Nem precisa dizer... Ta tenso, pulsos cerrados... Aposto que ta doido pra esmurrar alguma coisa.

Relaxei um pouco, soltando as mãos. Ela começou a mexer as mãos delicadamente sobre a minha camisa e eu conseguia sentir o cheiro de café recém moído que vinha dela – era seu novo cheiro desde que começou a trabalhar.

–Acha que eu gosto quando fica desenterrando ela?

–E acha que eu faço por que quero?

Ela respirou fundo e me abraçou mais forte.

–Chega desse papo okay? – ela me deu um beijo nas costas e me largou – Vou tomar um banho.

–Isso é um convite?

Ela sorriu incrédula.

–Depende... Desde quando eu tenho que te convidar? Invadiu o banheiro um dia desses...

Aquele dia foi bom...

–Fala como se não tivesse gostado.

–Não quis dizer isso.

–Afinal, é um convite?

–Interprete do seu jeito.

E saiu rebolando de propósito.

***

Ele não invadiu o banheiro. Não sei se fico feliz ou triste por isso... Mas ok.

Quando sai do banho, tinha uma mensagem da Laura.

“Noite sem os garotos hoje, topa?”.

“Dá ultima vez que me chamou pra sair, deu merda então... Não!”.

“Juro que dessa vez não vou te abandonar... Pleeeeease!”.

“Onde vamos?”.

“Suspresa, mas vá arrumada. Quero ver um salto nesses pezinhos u.u beijooooos”.

Salto? Vish vish vish.

Nem me dei o trabalho de trocar de roupa – olha a maldade Manu... – e fui bater na porta do Edu.

Ele estava lendo algum livro que eu sequer entendia o titulo – olha, meu namorado é culto.

–Vou sair... Não sou de ficar pedindo permissão nem de avisar, mas tem algum problema pra você?

–Laura?

–Yep.

–Vá de burca então.

Ele tirou os óculos e me olhou.

–Vista-se mulher!

–Vou fazer isso agora moço!

–Ah, só pra esclarecer: não vou buscar ninguém bêbada entendeu?

–Prefere me deixar largada e bêbada então?

–Prefiro que não fique bêbada.

Entrei no quarto e me curvei sobre ele na cama, depositando um beijo.

–Não se preocupe – disse lhe entregando os óculos.

Voltei para o meu quarto e tranquei a porta para me trocar. Abri o guarda roupas e analisei um pouco. Peguei um calça jeans preta justa e uma t-shirt branca rasgada na lateral. Depois de lutar muito, a calça entrou. A camisa deixava meu sutiã de renda a mostra e era super confortável. Escovei os dentes, passei rimel e batom, claro, vermelho.

Peguei um par de saltos preto que eu tinha, no estilo boneca e calcei. Passei perfume e soltei o cabelo. Peguei algumas coisas e enfiei tudo no bolso da calça.

–Pensei que tivesse vindo se vestir – ele disse da porta do banheiro.

Ainda estava com o óculos, o que o deixava uma gracinha.

–E to nua por acaso?

–Não me importaria se estivesse... Quer dizer, ta faltando pano nessa blusa não?

Parei na sua frente, de braços cruzados, o que não era algo muito bom – ou algo ótimo – já que fazia com que meus peitos quase pulassem mais ainda.

–Vai dar um de ciumento ou uma de safado? Tem que escolher um...

–Falta pano – ele respondeu decidido.

–Pois eu lamento, mas vou desse jeito.

–Então minha opinião não vale?

–Claro que vale!

–E se eu disser que essa roupa ta feia?

–Vou falar pra escolher uma melhor!

Ele fez careta e se deu por vencido.

–Ta ótimo assim.

Entrelacei meus dedos pela sua nuca, me aproximando.

–Obrigada.

A campainha tocou e eu afastei ele para passar.

–Oi salto alto! – gritou a Laura assim que me viu.

–Vamos?

–Yep girl.

–Juizo! – ouvi o Edu gritar do quarto.

–Ta comigo ta com Deus, Eduardo querido.

Deus? Ah ta viu!

–Nem vou responder Laura! – ele gritou do quarto de novo.

–Tchau!

Fechei a porta e coloquei a chave no bolso.

–Afinal, onde vamos?

–Shiu garota, queta o facho ai... Mas fica tranquila, dessa vez prometo que não te meto em encrenca.

Ela estava com um salto anabela, short e uma blusa azul enorme, caída no ombro. O cabelo preso em um rabo de cavalo bem preso e maquiagem leve. Estranho...

Como sempre, fomos cantando o caminho inteiro, e olha... Tocou cada musica dor de cotovelo! E a gente cantava sofrendo com o cantor.

Chegamos no mesmo barzinho da primeira vez que saímos.

–É aqui?

–Para lembrar dos velhos tempos que eu era uma vadia e o Edu era o tarado do bar!

Entramos as duas rindo e logo nos sentamos. Hoje as musicas eram calmas, uma espécie de couver acústico.

–Vai querer o que?

–Nada não.

Ela me olhou desconfiada e pediu uma bebida que não demorou a chegar. O copo brilhava com o conteúdo e tinha um cheiro tão doce que chegou a me enjoar.

A verdade era que eu tinha terminado de pagar as contas e tava dura. Aceitei sair pra distrair a cabeça mesmo, depois de toda aquela coisa da Rachel.

–E como estão as coisas entre você e o Edu?

–Tão bem que chego a me assustar... Tenho a impressão de que quando não era algo pra valer, a gente não tinha que aguentar nada sabe? Já que não tínhamos nada, podíamos discutir a vontade, não tinha nada em jogo então jogávamos tudo pro alto! Mas agora... A gente engole sabe?

–Como assim?

–Eu não gosto nem um pouco dessa fisioterapia dele, a tal de Anne, a fisioterapeuta... Algo nela me incomoda! E eu nem conheço a moça, nem preciso conhecer. Mas eu nunca falei nada...

–Isso se chama ciúmes Manu.

–Não, não é ciúmes... Tem algo a mais nisso. E eu sei que ele respira fundo milhares de vezes antes de me responder.

–E isso é ruim?

–Não, mas sei la... Não acha estranho tudo estar tão bem? A gente brigava tipo, sempre!

–Acho que você gosta de ver defeito onde não tem, pra fugir do que sente.

Putz!

–Mas e você? – perguntei logo tentando fugir do assunto.

–To bem – ela deu um gole na bebida e meu estomago virou – Na verdade, esta tudo muito bem. Mas temos a noite toda pra falar de mim, quero terminar de saber de você! Como foi a viagem? Até hoje não em contou nada...

E eu jurando que ia conseguir escapar de ser o foco da conversa... Doce ilusão!

–Acredita que ele apareceu de terno e all star?

Ela tampou a boca com as mãos.

–Não creio, serio?

–Foi a coisa mais linda de se ver. Teria me encantado até mesmo se não conhecesse ele... Mas não fui só eu que me encantei.

–Como assim?

Contei tudo que tinha acontecido, falando da Joice e do John. Ela apenas ria e questionava vez ou outra.

Na hora que comecei a contar da festa, minha cabeça foi invadida por flashes de lembranças e eu acabei rindo junto com ela enquanto falava.

–Que foda! Quero um casamento assim!

–Falando nisso dona Laura, e o Gus?

–Eu nunca encontrei alguem como ele... Mas como eu já te disse uma vez: ele é inseguro. Quando você e o Edu viajaram, tivemos muito tempo livre e ficamos juntos. Não rolou nada, e isso já significa muito pra mim. Tava tudo andando bem, até que uma daquelas crises que eu te falei aconteceu. A gente tava andando e um cara muito lindo passou e olhou, eu olhei de volta. O Gus percebeu e não gostou, e o pior é que nem foi ciúmes nem nada... Ficou me evitando e eu fui atrás dele! Eu nunca vou esquecer do que ele disse... Que não era como um cara como ele que eu devia estar, que ele era um nada. Que não tinha razão para estarmos juntos. Aquilo me doeu tanto quando eu ouvi... Foi uma sensação horrível! Ele disse que não era certo nós dois... Ai eu falei tudo também, que tinham sido caras como aquele que tinham me transformado em uma vadia, que não queria nada daquilo, queria ele daquele jeito, porque não me importava com os outros. Ele enfim pareceu entender, mas eu sei que aquela não vai ser a ultima crise. Mas por favor! Eu aparecia bêbada, correndo atrás dos caras que só me comiam e iam embora. O Gus me abriu os olhos antes mesmo de termos alguma coisa. Ele é o primeiro que vê algo por baixo do meu corpo. Por isso é tão importante tudo isso pra mim, são coisas assim que tem valor entende?

Só afirmei com a cabeça.

–Ele é bom pra mim. A casa é bagunçada e ele as vezes não tem um centavo no bolso, mas eu não ligo. Os caras ricos de tanquinho não fizeram metade do que ele faz pra mim.

–Ta toda apaixonadinha ein?

–Talvez – ao contrario de mim, ela disse isso com orgulho na voz.

Se me perguntassem isso, eu responderia em pânico.

Ficamos ali até umas duas da manhã, só jogando conversa fora.


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Notas finais do capítulo

Mais um papo de garotas - atendendo a pedidos de momento entre amigas :)
Por hoje é isso, me contem o que acharam ta?
Beeeijos e cheiros pra vocês :*