Nothing at all - Cato & Clove escrita por catniplovegood


Capítulo 4
Capítulo 4 - CLOVE'S P.O.V.


Notas iniciais do capítulo

Geente gostaria muito de agradecer todos vocês que estão acompanhando a fic. Em especial Anne e Cecilia Mason Odair pois foram as primeiras pessoas a comentar e adorei saber a opinião de vocês. Espero que continuem acompanhando e adoraria receber suas críticas !



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Quando cheguei da escola naquele dia avisei minha mãe de que um amigo vinha me visitar.Não disse o nome de Cato, pois já tinha percebido que só o fato da sua presença já irritava as pessoas da minha família. Não entendo direito o motivo. Eles só não sabem como ele é legal. Quando faltava apenas quinze minutos para as quatro trouxe uns brinquedos do quarto para o quintal e me sentei ali esperando. Não foi preciso informar o endereço porque ele já tinha me visto sair da Vila dos Vitoriosos. Praticamente todas as pessoas no Distrito sabiam chegar até lá. Pontualmente, escutei a campainha tocando e corri para atender.Minha mãe também desceu as escadas para receber a visita e não deixou de fazer sua melhor cara de reprovação ao se deparar com Cato e sua mãe na porta de casa.

– Celina ... quanto tempo. Você trouxe o seu filho ?
A mãe dele era muito alta e magra. Tinha um rosto bonito mas seus olhos não eram azuis como os de Cato. Eram escuros e até assustavam um pouco. Ela parecia desconcertada ao olhar minha mãe e abaixou um pouco a cabeça ao falar.
– Sim, ele disse que viria ver uma coleguinha. Suponho que seja sua filha.
Minha mãe me olhou como se perguntando se era o amigo certo. Com certeza ela imaginava algum filho de suas amigas ou outro parente de vitorioso. Mas não,era apenas Cato. O melhor amigo do mundo. Espera aí, eu pensei isso mesmo ?
– Esta é Clove, está no primeiro ano. Seu menino não é mais velho ?
Dessa vez Cato entrou na conversa e deixou minha mãe espantada pela resposta.
– Não senhora,também estou no primeiro ano.
As duas mães se encararam por algum tempo até que a mãe de Cato decidiu se despedir dele e do restante de nós.
– Tchau filho, cuide-se. Adeus Maureen, foi bom revê-la. Até mais pequena Clove !
Eu sorri e acenei dando tchauzinhos para a mulher que se afastava. Minha mãe ficou encarando enquanto Cato entrava na minha casa, com um shorts vermelho e uma camisa preta meio surrada. Carregava uma mochila e parecia admirado com a casa.
– Bom crianças eu vou subir ... se precisarem de alguma coisa me chamem.
– Pode deixar mamãe.
Fiz sinal para que Cato me acompanhasse até o quintal onde eu tinha espalhado meus melhores brinquedos.
– Uau ! Essa casa é enorme !
– Não é nada. Ela só é ... normal.
– Normal ? Acho que minha casa é do tamanho da sua cozinha.
Eu olhei para ele desconfiada e curiosa como sou,finalmente perguntei :
– Onde você mora ?
Ele hesitou por algum tempo. Respirou fundo e respondeu :
– Eu moro na área próximo a floresta, nos limites do distrito. Atrás da Nóz sabe.
Eu absorvi a informação e pensei por algum tempo, tentando me situar. Minha mãe sempre me dizia que não havia nada depois da Nóz.
Ele me olhou rindo como se eu tivesse acabado de falar alguma besteira. Nos sentamos no chão cabeças e disse :
– Claro que existe, só que os pais não gostam que seus filhos andem por lá.
– E como sua mãe permite ?
– Porque nós somos pobres Clove. É lá que os pobres do Distrito vivem.
lo a dizer aquilo. Mas afinal, o que era ser pobre ? Ele não parecia magro e nem faminto como os pobres deveriam ser.
– Mas você não parece pobre Cato.
– Ei eu não preciso passar fome ! Eu só não vivo nos padrões da Capital.
Me senti desconfortável com a resposta e apenas fiquei em silêncio por um bom tempo, montando o quebra-cabeças com ele. Era a forma da bandeira de
Panem. Por fim, Cato quebrou o silêncio.
– É por isso que eu tenho que ir. Tenho que vencer os Jogos e ajudar minha mãe a ser rica.

Eu encarei Cato e finalmente entendi sua urgência em ser o melhor aluno da classe em todas as tarefas. Ele se esforçava muito. Eu só não entendia como poderia desejar um futuro tão cruel como aquele.
– Mas como você pode saber se não vai perder ? Como pode afirmar que não vai ... morrer.
Falei aquela última palavra mais baixa, quase como se fosse proibida. Ele me olhou sério e então disse :
– Então será uma boca a menos para ela alimentar.
Me conformei com sua resposta e prossegui com a nossa tarde sem voltar a tocar em assuntos sombrios. Apenas rimos, nos divertimos e descobrimos mais que parecia ter agradado Cato também. As oito sua mãe apareceu na porta e eu já estava pronta para me despedir dele. Dei um abraço e ele fez o mesmo. Ficamos parados por algum tempo e eu finalmente admiti.
– Somos melhores amigos agora. Confio em você
– Finalmente ! Pensei que nunca fosse dizer isso.
Assim, ele foi embora, prometendo me esperar no portão na manhã seguinte. Eu sorri e quando ele finalmente desapareceu do meu campo de visão eu olhei
para minha mãe e disse :
– Mãe, sabe as pessoas pobres ? Elas são muito legais ! Você devia tentar se aproximar mais delas.

Minha mãe revirou os olhos como se eu acabasse de proferir um xingamento e subiu as escadas sem olhar para trás. Eu estava desagradando minha família
desde o ínicio. Mas pelo menos agora eu tinha alguém em que pudesse confiar.

FIM DO CAPITULO 4


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