Nothing at all - Cato & Clove escrita por catniplovegood


Capítulo 5
Capítulo 5 - CLOVE'S P.O.V.


Notas iniciais do capítulo

Gente e então, o que estão achando da fic ? Nesse capítulo 4 anos já se passaram e tanto Clove quanto Cato já tem 10 anos então provavelmente vocês já vão começar a notar algumas coisas diferentes no relacionamento deles. Aguardo opiniões e obrigada por acompanharem !



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4 ANOS DEPOIS

Estava sonhando. Caminhava por uma praia de quilômetros e quilômetros e sentia a água bater em meus pés. Eu sabia que era um sonho pois no Distrito 2
não tínhamos praias. Cato estava do meu lado, de mãos dadas, enquanto sorríamos um pro outro. Ao final do percurso ele me abraçava e eu sorria cada vez se cada vez mais do meu. Estava a ponto de reclamar alguma coisa quando acordei espantada.

Minha mãe gritava do andar abaixo do meu. Eu rolei na cama e passei a mão no rosto. Que sonho mais atrevido para uma garotinha de 10 anos. E que coisa mais nojenta de se pensar do meu melhor amigo. Ok, como se tivesse alguma coisa de romântica entre mim e Cato. Ele me tratava quase como se eu fosse um garoto e eu não me importava. tínhamos uma relação engraçada e sempre estávamos rindo na presença um do outro. Ele até mesmo falava das meninas mais bonitas da sala mas meu nome nunca estava em sua lista. Ele inclusive babava pela Nicole,aquela insuportável. Ela se gabava do seu corpo e de ser a única menina do quarto ano com peitos. E dai, quem ligava ? Eu que não queria parecer um pombo inchado como ela. Eu estava perfeitamente satisfeita com meu corpo de tábua de passar roupas.

Comecei a vestir o uniforme do quarto ano, que não mais era uma saia como no primeiro. Agora os meninos e meninas usavam calça pela primeira vez, pois
estávamos nos aproximando do último ano. O ano em que faríamos o teste final para selecionar os dois sortudos que iriam frequentar a academia e se voluntariar para os Jogos. Eu fazia questão de manter o pior rendimento escolar possível. Me recusava a pensar em me preparar para os Jogos,não apenas lo.

Desci as escadas correndo e tomei um café da manhã apressada pois já estava atrasada. Infelizmente tinha que esperar alguém me levar para a escola pois não
tinha permissão de sair sozinha até os 12 anos. Meu pai já tinha saído para o trabalho então quem faria as honras seria Brutus. Ele sempre fazia questão de ser mal educado com Cato sempre que nos encontrávamos, o que era frequente. Cato e a mãe dele sempre paravam para me esperar na ida para a escola.
Brutus saiu de cara feia e me olhou antes de sairmos :
– O amiguinho vai estar aqui de novo ? Francamente Clove você merecia andar com gente melhor.
Caminhei emburrada na frente de Brutus até responder :
– Eu ando com o melhor aluno da turma,não é o bastante pra você ?
Ele franziu a teste e não se deu ao trabalho de me responder. Brutus não andava nada contente comigo pois sabia do meu desempenho ruim. Eu nunca seria escolhida e isso parecia manchar sua reputação de vitorioso. Não foi preciso andar muito para encontrar Cato que parecia maior a cada vez que o via. Com apenas dez anos ele já media 1,70, mais do que todos os garotos da sala e era incrivelmente musculoso. Ele treinava horas em casa para manter seu bom desempenho físico e já era quase certa seu ingresso na academia. Os garotos não sentiam mais nem vontade de competir.Eu coloquei um sorriso no rosto e me aproximei dele, praticamente pulando em seu pescoço.
– Bu ! Te matei, você está fora dos jogos.
– Você acha mesmo que pode me matar com esse tamanho sua Chiuaua !
Eu o larguei e fiquei emburrada. Ele adorava me chamar assim. Isso porque eu continuava a ser tão pequena quanto era aos seis anos e agora praticamente precisava olhar pra cima para enchergar o seu rosto. Esqueci que não tinha falado com a mãe dele e acenei para ela. Esta retribuiu e seguimos todos juntos deixando Brutus meio para trás.

Quando chegamos a porta da escola chamei Brutus para um canto e falei :
– Não precisa vir me buscar hoje, eu vou sair com o Cato de tarde. A mamãe já está sabendo.
Ele concordou e foi embora sem se despedir direito. Percebi Cato atrás de mim e o acompanhei em direção aos nossos armários.
– Então ... nosso passeio ainda está de pé não é ? Porque eu já liberei o Brutus.
– Claro, minha mãe já disse que pode nos acompanhar.
Ele passou o braço ao redor dos meus ombros, me conduzindo através do corredor. Essas atitudes de Cato fazia com que as pessoas frequentemente perguntassem se éramos namorados, mas quem namorava nessa idade ?Nós só éramos muito próximos ... quase como irmãos.
– Vamos ao lago próximos ao Edifício da Justiça, é lá que eu tenho aprendido a nadar.
– Nadar ? Quando foi que você começou a nadar ?
Desde que eu descobri que já fizeram uma arena quase toda coberta por água. Apenas algumas ilhas restavam para os tributos se protegerem. Pensei nisso por um tempo e depois estremeci. Era tão difícil me conformar com a ideia de Cato na arena. Eu só esperava que ele fosse capaz de voltar pois eu não teria ninguém se não fosse por ele. Em quatro anos de escola eu não tinha nenhum amigo fora ele, apenas algumas poucas colegas que não me interessavam muito. Cato me entendia como ninguém mais nesse mundo.
– Desculpe ... eu sei que você não gosta quando eu falo dos jogos.
– Eu só acho que você não precisaria ir, existem outros trabalhos aqui no Distrito onde você poderia ganhar um bom dinheiro.
Ele suspirou e depois me olhou diretamente nos olhos e fixo por muito tempo.
– Olha só ... não tem mais volta. Você tem que conviver com isso. E além do mais não é só pelo dinheiro. Um dia eu quero ter uma família e quero que estejam
protegidos desse sistema.
Ao ouvir a sirene que indicava o inicio das aulas, me apressei a continuar a conversa para obter mais respostas.
– E como participar dos jogos te ajudaria a proteger uma familia ? Você sabe que os filhos dos vitoriosos ainda participam da colheita.
Ele pensou e depois respondeu
– Mesmo assim eu terei condição de convencê-los a não participar. Terão uma vida confortável demais pra isso.
Eu revirei os olhos.
– Então ainda assim é pelo dinheiro. Eu não me conformo.

Percebi que os pacificadores começavam a nos olhar desconfiados e andei em silêncio até a sala de aula. Eu sabia que ele odiava quando eu me calava desse jeito mas nesse caso era necessário. Se ele queria tanto participar dos jogos eu não podia manchar sua imagem com uma detenção. Ao entrar na sala, percebi que a professora organizava os alunos em pares para uma simulação de combate. Era uma aula nova, que nos testava fisicamente de maneira mais intensa. Já me preparava para me juntar ao Cato quando a mulher falou.
– Quero os dois melhores alunos aqui na frente para dar o exemplo. Cato e Nicole por favor aqui !
Ele me olhou como se pedisse desculpas mas obedeceu a professora. Minha raiva parecia impossível de ser contida e eu não consegui um par para a demonstração. Isso só fez com que a cara nojenta da Nicole se fechasse ainda mais em uma careta pra mim. Ela passava as mãos em Cato não como se fosse uma luta, mas como se ele fosse alguma coisa de comer. Quando ele a pegou pela cintura, ela propositalmente se jogou em cima dele ,fazendo todas as pessoas da turma olharem para os dois parados ali no chão. Eu não podia mais com aquela cena nojenta. Virei de costas para os dois esperando aquela idiotice acabar. Como eu não havia lutado não ganhei pontos. Os outros receberam resultados medianos e Cato como venceu Nicole conseguiu a pontuação máxima.

Quando o sinal tocou eu sai quase correndo dali, procurando juntar meus materiais para a aula de História de Panem. Cato vinha correndo logo atrás de mim
e me alcançou com um pedido.
– Ei me desculpe. Eu sei que você não gosta dela, mas ... foi a professora.
Olhei para seu rosto e percebi uma marca de batom em sua bochecha. Fiquei ainda mais emburrada e falei :
– E foi um sacrifício pra você não é mesmo ?Aposto que foi péssimo - Minha ironia não podia ter sido maior.
– Clove, menos. Foi só uma aula não significa que eu queira te trocar ou algo do tipo.
Olhei pra ele, estupefata e falei com um tom mais raivoso
– Me trocar ? Você acha que eu sou um objeto pra ser trocado ? É isso que é ser amigo pra você ?
Sai andando mais rápido na frente mas ele me segurou.
– Para com isso, tá legal ? Eu só quero dizer que ninguém é mais importante pra mim. Isso foi so um treino e agora esquece isso.
Eu não estava plenamente satisfeita com ele mas apenas virei o rosto pro lado e deixei ficar daquele jeito. Ele percebeu minha irritação e me parou no meio
do corredor.
– O que eu preciso fazer pra você perceber que é única pra mim ? Porque eu não sei o que mais eu posso fazer.
Por um instante eu fiquei com medo dele. Ele nunca tinha sido tão agressivo, mesmo com palavras tão doces. Eu suspirei.
– Não precisa fazer nada só ... me deixa, ta ?
Ele olhou pros lados, impaciente e finalmente pegou minha mão e saiu andando. Sempre andávamos de mãos dadas mas daquela vez parecia que ele queria mostrar para todos. Quando eu pensava que ele não podia mais fazer nada para me surpreender ele derepente levantou nossas mãos entrelaçadas e gritou no corredor :
– Olha só gente ,essa é minha garota Clove ! Ninguém aqui é páreo pra ela ouviram ? Ninguém !
Eu escondi o rosto no cabelo e comecei a andar mais rapido para a sala de aula enquanto as pessoas me encaravam.
– O que você pensa que está fazendo ?? Ficou louco ??
– Eu apenas estou deixando claro que você é minha melhor amiga, oras. Não era isso que você queria ? Exclusividade ?
Nós dois caimos na risada e chegamos a sala, finalmente nos separando. Eu pensei nas palavras dele durante todo o dia até o final da aula. Eu não podia ter tanto ciúme dele assim. Afinal, um dia ele teria que ter mais alguém na vida dele, uma namorada. E eu não podia o privar disso.

Quando nos juntamos novamente na porta do armário ele tinha uma flor nas mãos e colocou no meu cabelo. Saímos juntos em direção ao portão esperando a chegada da sua mãe enquanto eu chegava a conclusão de uma coisa. Quando ele arranjasse uma namorada eu teria que aprovar, pois o meu melhor amigo não podia sair por ai nas mãos de qualquer uma.

FIM DO CAPITULO 5


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