Alarde dos corvos escrita por Jhonatan Nic


Capítulo 8
Capítulo 8 - A Margem Sul




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Passaram-se 5 longos dias de isolamento desde então. Era segunda-feira novamente, ou seja, nossa primeira semana de fim do mundo. Havíamos esperado todo aquele tempo no nosso único lugar seguro, que dia após dia estava deixando de ser um lar e aos poucos se tornava uma prisão; Os bloqueios nas janelas que nos protegiam ao mesmo tempo impediam a passagem de luz e como nenhum de nós saiu em nenhum momento, nem mesmo para ficar no quintal aos arredores do muro, não fazíamos ideia de como estaria a cidade a nosso redor. Víamos o estoque de comida acabando diante dos nossos olhos, tornando o ambiente a cada segundo mais tenso, preenchido por um desespero silencioso destacado pelo olhar de cada um de nós, que a cada embalagem que se esvaziava ia nos consumindo aos pouco.

Durante todas as manhãs às nove nós nos sentávamos em nossos lugares no sofá em forma de "U" em volta da mesinha de centro em que estava o rádio, ouvindo atentamente às notícias sobre a "missão de limpeza" das forças armadas pelo país. Durante todos aqueles dias nenhum progresso havia sido feito; A quantidade de infectados havia quase quintuplicado e não havia homens suficientes para conter a pandemia, sendo dado um prazo previsto de mais uma semana até que chegassem reforços a todas as cidades; Notícia que nos deixava suficientemente preocupados e estressados, tornando a convivência um pouco mais difícil do que já era (acreditem em mim, dividir casa em nove pessoas sendo sete delas garotas não era nem um pouco fácil).

Talvez a transmissão daquela manhã de segunda tivesse sido a última gota para a nossa paciência. Naquele dia foi anunciado definitivamente que o governo não seria capaz de realizar a operação por falta de armamento e tropas, e que não havia mais tempo determinado de espera; Direta ou indiretamente falando, aquilo era tecnicamente um anúncio bem grande de "Vocês estão sozinhos agora. Se virem". Quanto ao resto do mundo nenhuma informação foi dada desde que tudo aquilo havia começado, mas eu tinha uma forte sensação de que nada estava bem em lugar nenhum.

Logo ao final da transmissão não houve nada, apenas silêncio. Foram dois longos minutos de silêncio, que passaram como uma eternidade de olhares inquietos de uns para os outros, até que fosse finalmente quebrado pelas lágrimas e lamentos de alguns. Até mesmo eu queria desabar naquele momento.

Depois de tanto tempo sem dormir direito por causa dos barulhos e sonhos que me atormentavam todas as noites e com tantas coisas que se passavam na minha cabeça, eu estava começando a colocar a culpa em mim sobre aquilo tudo. Talvez eu tivesse deixado a insegurança tomar conta das minhas decisões e acabei não fazendo nada aquele tempo todo, acreditando que, depois de todos aqueles dias, o governo iria resolver toda aquela situação ou algum milagre iria acontecer e salvar o mundo. Eu não podia mais ficar esperando e deixar todos morrerem

Era hora de agir.

A enorme vontade de mudar aquela situação começou a me queimar por dentro e provavelmente foi o que bastava pra eu tomar alguma atitude, como se fosse um tapa na cara que acabara de me acordar; Me levantei bruscamente, observando então as lágrimas e a tensão se dissiparem por um breve momento. Olhei no fundo dos olhos de todos com uma feição pensativa, um por um, cada uma daquelas vidas passando por tudo isso juntas e que estavam ali, tentando sobreviver assim como eu.

— Sei como devem estar se sentindo agora. — Disse um pouco desanimado, ouvindo a minha própria voz ecoar por todo o ambiente. — Talvez não vá fazer vocês se sentirem melhor, mas se quiserem podem me culpar por não ter feito absolutamente nada nesses últimos dias e agora estarmos todos desolados, sem nenhuma esperança de sobreviver por mais muito tempo. Eu esperei as forças armadas ou qualquer outra coisa simplesmente chegar aqui e resolver a situação e eles só falharam até agora. Eles decepcionaram a mim, a vocês e provavelmente a muita gente aí fora que deve estar numa situação bem pior. Eles nos deram alguma esperança, pela menor que fosse, e arrancaram de nós logo em seguida. Entretanto... — Fiz uma breve pausa, falando agora num tom bem mais confiante. — Nós temos a chance de não decepcionar a nós mesmos agora. Nós temos a chance de mudar essa situação com as nossas próprias mãos, fazer o que uma cambada de homens armados até os dentes não conseguiu fazer até agora. Olha pra cada um de vocês cara... Todos nós sobrevivemos até agora, juntos! Conseguimos sair da escola vivos, matamos vários desses zumbis, achamos essa casa que no início estava infestada e que nos serviu de lar todos esses dias até agora! Sobrevivemos por uma semana inteira! Sim, eu sei que a gente está na merda agora, mas a verdade é que somos heróis praticamente. Somos todos heróis. Cada um de nós.

Peguei então a minha barra de metal que havia deixado encostada no sofá por tanto tempo, sentindo uma grande nostalgia de toda a adrenalina que já havia sentido enquanto estava com aquela arma. Observei então enquanto isso os vários comentários preencherem o ambiente, junto com a grande confiança que brotava naqueles olhares antes tão marcados pelo medo e agora determinados a mudar a situação completamente.

— Enfim, só falar não vai levar a gente a lugar nenhum. Érica, Tina e Clara, vocês vêm comigo saquear um mercado, já que posso levar a gente a uma distância maior de carro. Caio, Sophia e Camila, vamos precisar de mochilas e roupas, sabem onde encontrar por aqui por perto não sabem ? — Perguntei quase como retoricamente, considerando que era uma área comercial do bairro. — Anderson Bruna e Lia, vocês podem escolher entre localizar sobreviventes que estejam se refugiando aqui por perto ou conseguir alguns galões de gasolina... Vocês que sabem.

Definidos os grupos e as tarefas começou então uma grande movimentação pelos cômodos, preenchendo o ambiente com o som de conversas e de passos ao longo de toda a casa. Todos haviam deixado a sala naquele momento, exceto Caio e eu. Ele fitava os próprios pés com uma feição muito aflita que, diga-se de passagem, já havia visto muitas e muitas vezes durante aquela semana.

— Ela não deu nenhum sinal até agora? Nenhuma mensagem? — Perguntei enquanto sentava ao seu lado, colocando a mão sobre seu ombro.

— Não, nada até agora... — Respondeu desanimado, deixando escorrer uma única lágrima em seu rosto.

— Ainda há esperança cara, ela pode estar bem, deve apenas ter perdido o celular... Sabe que ela é inteligente. Deve ter desligado pra não fazer barulho e se escondeu em alguma casa, talvez até tenha ficado na própria casa. — Tentei convencê-lo, não parecendo surtir tanto efeito assim. — Temos que ir, mas assim que voltarmos a primeira coisa que vamos fazer é procurar por ela. Eu prometo.

— Valeu mesmo cara. — Disse ele se levantando, reunindo o pouco de conforto que poderia sentir naquela situação em seu olhar. — Mas eu dirijo dessa vez, da última você quase matou a gente.

Concordei então com um sorriso, enquanto deixamos a sala indo para quartos opostos.

Meu grupo foi o último a deixar a casa, sendo também o último a ver a situação em que estava a cidade depois da primeira semana de caos total. Era possível sentir a cada passo dado no gramado do quintal em direção ao portão que tudo ao nosso redor havia mudado completamente. A cidade havia mudado, eu tinha certeza disso, sabia que estaria dez vezes mais perigosa e cheia de surpresas novas, mas agora a situação estava começando a se nivelar; Algo em nós também havia mudado.

Saí na frente, preocupado em saber se a área estaria limpa quando enfim lembrei que os outros já haviam passado ao longo da rua; Entrei então no velho corsa branco, relembrando a confortável sensação de estar dentro de um carro novamente. Ao ajustar os retrovisores reparei uma boa diferença na minha aparência desde que tudo havia começado; Algumas mechas já se estendiam ao longo da minha nuca e os traços de barba começavam a aparecer, me fazendo parecer um Beatle na puberdade.

— Eu vou na frente! — Disse Clara se apressando, entrando Tina e Érica no banco de trás logo em seguida.

Percebi naquele momento o quanto o pouco tempo em que estávamos naquela situação havia nos afetado, dessa vez não só pelo olhar, mas por todos os detalhes.

Tina, assim como todos os outros, tinha um olhar muito marcado pelas noites de insônia mas sua feição continuava bem jovial e caracterizada pelos traços indígenas. Mantinha seu cabelo preso e vestia um suéter branco que lhe coubera perfeitamente, destacado por um crucifixo na estampa. Em suas mãos havia um simples cabo de vassoura quebrado ao meio com uma das pontas bem afiada, mas que pelas marcas de sangue não deveria ser subestimado.

Clara estava com aparência pálida, mas como sempre suas maçãs do rosto se destacavam por ter uma cor um pouco mais viva. Mantinha o longo cabelo solto, tão negro quanto a camisa da banda alemã que vestia, uma pena não saber qual era. Tinha pendurando em seu pescoço um pequeno binóculo e empunhava sem nenhuma insegurança um cutelo, que eu evitava encarar por muito tempo já que nunca fui um grande fã de lâminas.

Érica se mantinha um pouco reservada nos últimos dias, diferente do que todos nós estávamos acostumados a ver ao longo do ano. Seus grandes cachos castanhos preservavam uma beleza natural, que mesmo no fim do mundo continuava a ser invejável. Vestia uma camiseta verde sem muitos detalhes, dando mais destaque ao quase nulo bronze da pele. Tinha as mãos bem enfaixadas e portava um soco inglês em uma delas, do qual nunca havia comentado antes e sempre desviava a conversa quando tocávamos no assunto.

— Baixistas... — Murmurei sarcasticamente (pois Clara era baixista, todos sabemos que baixistas são estranhos), levando o carro adiante pelas ruas que seguiam.

Tudo pareceu correr bem na medida do possível ao longo do caminho, o que no caso era estranho até demais. O emaranhado de carros parados era tão grande em algumas regiões que foi preciso fazer vários e vários desvios, colocando algumas habilidades de direção que eu não necessariamente tinha à prova. Seria uma viagem tragicamente perfeita, se um aviso de Clara não tivesse me alertado;

— Jhon, espera um pouco, para por aqui. — Disse ela, enquanto observava um pouco perplexa pelo binóculo. — Está vendo ali na frente? De onde vem a fumaça?

— Ali? — Apontei em direção à entrada do estacionamento do mercado ainda um pouco distante, de onde realmente vinha um foco fino de fumaça.

— É, ali mesmo. Aquilo parece uma... Uma bandeira. Sim, uma bandeira vermelha pegando fogo.

— Acho que temos companhia... — Afirmei em tom preocupado enquanto encostava com o carro em cima de um cadáver. — Melhor sermos discretos, fogo numa bandeira não me parece amigável.

Nós nos entreolhamos por um breve momento e saímos. Seguimos beirando pelo lado esquerdo da calçada com cautela, indo por trás da fila de carros estacionados ao longo da rua para evitar que fôssemos notados; Em certo momento Tina teve que perfurar uma mão que agarrou seu pé enquanto andávamos, mas nada muito emocionante aconteceu fora isso.

Ao entrar no estacionamento do supermercado, que aparentemente ficava nos fundos, podíamos ver bem a longa bandeira vermelha queimando no alto de um mastro. Não havia nenhum símbolo ou sinal de um até o ponto em que o fogo havia consumido, era apenas um puro e imponente vermelho sangue, que ficamos observando com atenção enquanto nos aproximávamos de alguns longos painéis de vidro na parede do edifício.

Com cautela entramos por um deles cujo estava quebrado, só então tendo uma imagem nítida do lugar; Um grande rastro de destruição como a grande maioria dos lugares, repleto de sangue e restos de membros destroçados, carrinhos de compra e prateleiras danificadas, mas também fogueiras improvisadas, panelas e sacos de dormir entre alguns corredores visíveis.

Ao observar aquilo tudo nossos olhares se encontravam cada vez mais tensos. Fiz para que todos se abaixassem e seguimos ao longo de um dos corredores com cautela, prestando só então atenção aos sons do ambiente; Fora o queimar da bandeira e as nossas respirações tensas, alguns grunhidos, trancos e um diálogo. Um diálogo abafado e indistinguível em algum lugar ali dentro. Nos estendemos por mais alguns corredores até observar aquela cena:

Um homem de meia idade muito magro de casaco de couro vermelho, braços atados às costas de uma cadeira de madeira. Parecia estar o interrogando uma jovem de cabelo avermelhado, mantinha fixa em seu pescoço uma longa machete e não parecia estar muito contente, mesmo que não fosse possível ver o seu rosto daquele ângulo. Ao fundo uma pequena horda de zumbis tentava entrar à força pela porta principal, bloqueada por uma grande barra de madeira que aparentava prestes a ceder.

Nesse momento, um pequeno trio de homens -todos sem muitas partes do rosto a mostra e bem agasalhados- surge de trás de alguns corredores e se dispõe diante da porta, pronto para dar o único golpe que a abriria; Simultaneamente, um quarto homem aparece por trás da jovem e a dá um golpe em sua cabeça com um pedaço de madeira, deixando-a atordoada tempo o suficiente para que o senhor (falsamente atado pelo visto) e o rapaz corressem para algum outro setor do mercado junto aos outros trombadinhas, que por fim conseguiram por para dentro todas aquelas feras de uma vez.

Realmente podia-se dizer que agora aquilo era uma segunda-feira.

Após assistir aquilo tudo sem entender muita coisa, o máximo que podíamos fazer era tentar sair pelo mesmo local que entramos; Aparentemente tarde. Correndo pelo caminho de volta, já havia muitos zumbis pela passagem, que assim que nos perceberam começaram a nos perseguir.

— Eu vou atrasar eles aqui! Corram pra saída! — Gritou Tina, enquanto começava a estocar vários deles ao mesmo tempo com o a ponta do cabo de vassoura.

— Não! A gente não vai sair daqui sem você! — Insistiu Clara, enquanto derrubava uma prateleiras inteira de garrafas de vodca com um chute em cima de alguns deles.

VÃO! É a única chance de vocês! Eu vou arrumar um jeito, não se preocupem! — Disse com o tempo que lhe sobrou, pois ficou muito ocupada em atrair os lunáticos batendo em latas a partir dali.

Não queríamos deixar a Tina ali de forma alguma, mas no fundo ela tinha razão; Se ficássemos os quatro, morreríamos os quatro. Ela estava sacrificando a sua vida para salvar as nossas e talvez isso nós nunca fôssemos esquecer.

Seguimos correndo, desviando pelos corredores e evitando passar pelas criaturas; Ao fazer a curva no final da sessão de condimentos demos de cara com um dos homens -tinha uma touca marrom na cabeça e uma bandana cobria o rosto- que provavelmente também estava correndo por sua vida ali dentro. Assim que percebi estar prestes a sacar algo de seu bolso, noto um ruído em alta velocidade passando ao lado da minha orelha; Em um segundo um cutelo estava depositado bem no meio de sua testa e seu corpo indo ao encontro do chão.

Assim que retirou a lâmina do homem, Clara seguiu na frente, Érica no meio e eu logo atrás. Ao fazermos a curva para um outro corredor sinto algo puxar meu pé com bastante força, me derrubando no piso e fazendo algumas latas de leite em pó caírem em cima de mim;

— Vão! — Exclamei, vendo-as seguirem seu caminho sem hesitar.

— Não, espera! Não era sério! Voltem e me ajudem porra! — Gritei desesperado, mas mesmo que elas tivessem voltado eu fui arrastado para trás, vendo somente a prateleira cair e bloquear o caminho.

Virei rapidamente com a barra de ferro em mãos, que por sorte não havia soltado em momento nenhum; Golpeei em cheio alguma coisa, que não me dei muito o trabalho de ver o que era, apenas levantei e comecei meu trajeto de volta à saída.

Antes que pudesse fazer a curva no primeiro corredor sinto uma mão puxar meu ombro, me fazendo virar bruscamente apenas para levar um soco. Ainda meio atordoado, consigo dar uma rasteira e levar o autor do soco -um dos trombadinhas- ao chão, cravando logo em seguida a barra de metal em seu peito.

Deixei a barra junto ao corpo e tentei seguir desesperadamente até o final do corredor. Deveriam faltar poucas curvas até a saída, eu tinha que chegar lá. Eu só queria sair agora.

Ao fazer o que seria talvez uma das minha últimas curvas tenho uma nada adorável surpresa; O senhor de casaco de couro vermelho, que muito receptivo saca um revólver calibre 38 e vem andando em minha direção até conseguir finalmente tocar o cano da arma em minha testa.

— Você acha que isso aqui é um tipo de brincadeira meu garoto? — Perguntou o senhor sadicamente, em tom calmo. — Isso não é um videogame rapaz. Isso é a vida real. Se você morre, você apenas morre. Fim. — Prossegui ele, enquanto puxava lentamente o dedo sobre o gatilho.

A minha hora havia chegado. Eu não queria pensar em nada, mas todas as coisas me vinham a mente, então eu simplesmente fechei os olhos e esperei o som do "clique".

Talvez eu estivesse enganado, mas o som que veio em seguida não foi nada parecido com um "clique".

Ouvi um barulho de lâmina perfurando algo, que me levou a abrir os olhos imediatamente e ver o homem novamente, mas agora com uma machete atravessada no meio de seu corpo.

— Quando chegar no inferno manda um abraço pro Roberto, ele até que era legal. — Disse uma voz feminina ao fundo, que pude ver de quem era assim que corpo caiu diante de mim sem vida.

Logo em seguida a garota se aproximou e colocou a machete em meu pescoço, me encarando com um olhar severo. Mesmo que fosse um pouco mais baixa demonstrava uma grande coragem em sua feição, mas ao mesmo tempo uma grande fragilidade escondida em algum lugar. Em sua camisa branca estavam pintados a mão com tinta preta os números "247", o que me deixava um pouco confuso, mas logo me veio a lembrança alguma coisa referente ao sonho que havia tido dias atrás;

— Você não parece ser um camisa vermelha... Você é de alguma facção por acaso? — Me perguntou ela, parecendo saber bem do que estava falando.

— Facção...? — Questionei confuso, ainda bastante chocado com todas as coisas que haviam acontecido nos últimos minutos.

— Um sem facção... Não me lembro da última vez que vi um. Venha comigo se quiser continuar vivo. — Disse ela enquanto virou as costas, andando ao longo do corredor.

— Ei, espera.

— Sim? — Me atendeu calmamente, se virando novamente.

— Pra onde vamos?

Para a Margem Sul.


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