POV Thalia

Ele estava ali, Nico. Ele está mais alto e mais forte que me lembro, seus cabelos estão mais compridos. Abri um sorriso maior que o de meu irmão e gritei:

– EU TE AMO NICO DI ÂNGELO!

Nico sorriu de volta. Ele ia falar mais alguma coisa, mas eu disse para ele esperar com minha mão. Sai da varanda, desci as escadas de três em três degraus e passei correndo pela sala de estar, onde quebrei um vaso de Hera. Abri a porta da sala e pulei nos braços de Nico.

O beijei como nunca tinha beijado ninguém na minha vida. Nada mais me importava, ele estava ali comigo. Nos separamos ofegantes e Nico me pôs no chão.

– Nico, como...? - Perguntei.

– Bem, podemos fazer varias coisas quando temos um carro não é? - Ele disse e sorriu. Eu ri. - Mas, mudando de assunto... você estava escutando a música que cantei para você aquele dia.

– É. "They say that love is forever" - Comecei a cantar.

– "Your forever is all that I need / Please, stay as long as you need" - Ele continuou com aquela voz que me fazia derreter.

– "Can't promise that things won't be broken / But I swear that I will never leave" - Cantei.

– "Please, stay forever with me" - Ele finalizou o refão e me beijou.

– O que está acontecendo aqui Thalia Grace? - Escutei uma voz atrás de mim, meu pai.

Me virei e o encarei. Ele estava com os braços cruzados a frente do corpo e com uma expressão de dar medo. Logo atrás dele vinha Hera com um sorriso "Até que enfim você se ferrou de verdade" e meu irmão com uma expressão"Desculpa Lia, eu tentei." Abri minha boca para falar, mas Nico foi mais rápido.

– Bem, senhor, eu vim lá da puta que pariu para ver sua filha que não vejo faz aproximadamente um ano. - Nico disse. - E estamos nos beijando porque, obviamente, não fazemos isso a aproximadamente um ano.

– Porque está aqui? - Meu pai perguntou.

– Já disse, para ver Thalia. - Nico respondeu. - Ou o senhor tem outra filha? - Meu pai abriu a boca para falar mais Nico o cortou. - O Jason não conta.

Eu ri. Jason não sabia se ria da expressão de Zeus ou se ficava zangado com Nico.

– Vá embora e nos deixe em paz. - Meu pai disse claramente irritado.

– Não quero, não posso e não vou. - Nico disse. - Antes que me pergunte: Eu não posso porque sua filha, Thalia Grace, não Jason Grace, tem uma coisa que me pertence.

– E o que seria essa coisa? - Meu pai perguntou com as sobrancelhas arqueadas.

– Meu coração. - Nico disse. - Thalia Grace roubou meu coração, senhor.

Sorri abobadamente para Nico, que olhava com uma expressão divertida para meu pai.

– Mas, senhor, eu diria que eu retribui o gesto. - Nico continuou. - De acordo com Thalia Grace, eu roubei o coração da mesma. - Nico olhou de esguelha para mim. - E, se o que ela diz for verdade, eu tenho muito orgulho de ter roubado tal objeto tão valioso.

Não me segurei mais e beijei o Nico, que não hesitou nem por um segundo. Eu poderia continuar com o beijo e tals, mas meu pai pigarreou.

– Qual seu nome? - Ele perguntou.

– Nico. Nico di Ângelo. - Ele disse olhando para meu pai com um pouco de nervosismo, que achei fofo.

– Vou fazer uma pergunta para você, e quero que responda honestamente. - Meu pai disse. Nico assentiu e meu pai prosseguiu: - O que o fez gostar da Thalia?

– O jeito como ela não se importa com que os outros vão pensar, seu jeito de sempre defender o que acha certo, sua capacidade de ficar fofa mesmo quando está brava, e sua personalidade rebelde.

– Você gosta nela basicamente tudo o que desgosto. - Meu pai resmungou. - Bem, Nicolas...

– É Nico senhor.

– ... Nico, entre e vamos conversar.

O rosto de Hera mostrava tanta surpresa quanto eu estava sentindo. Como Nico conseguiu persuadir meu pai eu não sei, mas resolvi não perguntar nada e entrar junto com todo mundo.

Zeus pediu para que Nico fosse até o escritório dele e assim ficamos eu, Hera com um vaso quebrado na mão e Jason na sala, olhando os dois irem em direção ao escritório. Olhei para Jason procurando respostas mas ele deu de ombros. Hera estava pálida.

– Herinha do meu coração está tudo bem com você? - Perguntei, pois se aquela mulher desmaiasse lá se ia meu namoro com Nico.

– Ele deixou ele entrar, eles vão conversar eles... - Ela parou de falar, se sentou no sofá e aceitou o suco de maracujá que Miriam servia a ela.

POV Nico

O Sr. Todo-Poderoso me levou até o escritório dele e me mandou sentar em uma cadeira preta enorme. Afundei na cadeira e ele se sentou na minha frente.

– Você é filho de Hades di Ângelo, não é? - Ele perguntou com uma expressão que, acho eu, deveria me dar medo, mas quase me fez rir.

– Infelizmente. - Disse. - Mas na maior parte do tempo, eu moro na casa dos Jacksons.

– Porque? - Ele perguntou.

– Minha madrasta é insuportável. - Disse. - Acho que as únicas pessoas naquela casa que se importam comigo são as empregadas.

– Eu conheci Persefone, ela não me parece tão ruim assim. - Ele disse.

– Bom ela não é, tirando o fato que ela odeia que eu respire. - Respondi.

– Você sabe que vindo aqui você corria riscos de que mais pessoas odiassem que você respire não é? - Ele perguntou.

– Já estou acostumado. - Disse. - Olha, enquanto Thalia, Percy e Annabeth não me odiarem está tudo bem por mim se o resto do mundo me odiar.

– Annabeth...?

– Namorada do Percy. - Disse. - Minha melhor amiga, se você não contar a Thalia.

– Você não é aquele menino que vivia aprontando nas festas de aniversário do Percy, junto com Thalia?

Oh meus Deuses, será que todo mundo só se lembra de mim por causa disso? Está ficando chato.

– Eu mesmo.

Zeus sorriu.

– Você se parece com Hades quando jovem. - Disse ele.

– Espero que você esteja falando que somos parecidos no jeito, não na aparência. - Eu disse e ele riu. - Você conheceu meu pai?

– Éramos amigos. - Ele disse e eu me surpreendi.

– Meu pai tinha amigos? - Perguntei.

– Ele era bem diferente antes da morte de Maria.

– A morte de minha mãe é um dos motivos no qual eu não suporto aquela casa.

– E Bianca? Ela ainda mora lá? - Ele perguntou.

– Senhor, Bianca morreu há três anos. - Disse e Zeus parecia desconfortável.

– Sinto muito.

– Não sinta, a culpa é do meu pai.

– Como? - Ele parecia surpreso.

– Ela morreu em um acidente de avião, um avião que ela não queria ir. - Disse. - Meu pai a obrigou.

– Bem, vamos mudar de assunto. - Disse ele. - Á quanto tempo você namora minha filha?

– Hoje faz um ano que me declarei para ela. - Disse.

– Exatamente hoje? - Ele perguntou e eu assenti. - E, porque vocês estavam cantando aquela música?

– Eu cantei uma vez no parte para Thalia. - Disse.

– Então é por isso que ela gosta tanto de escutar. - Ele resmungou. - Você canta?

– Mais ou menos. - Disse. - Dizem que tenho a voz bonita, mas particularmente acho ela normal.

– Toca em alguma banda?

Eu ri.

– Não.

– Ah. - Ele disse. - Você é amigo do Percy a quanto tempo?

Esse homem está me interrogando ou é impressão minha? Da qui a pouco ele vai perguntar a cor da minha cueca (que é preta).

– Desde os seis anos.

– Não vejo nada de errado com você. - Ele sorriu. - É, acho que pode namorar minha filha.

– Thalia vai poder voltar para a casa de Percy?

– Se ela quiser. - Disse e deu de ombros.

Sorri e sai do escritório dele. Thalia que estava sentada no sofá da sala de estar se levantou e correu, me olhando preocupada.

– E aí?

– Você vai poder voltar para a casa de Percy. - Disse e ela sorriu e me abraçou.

– Como conseguiu isso?

– Nem eu sei! - Ela riu.