Foi numa segunda escrita por Jessie


Capítulo 3
Antigas lembranças


Notas iniciais do capítulo

Oi lindinhos! Estou postando regularmente então aproveitem e leiam! Finalmente Lorena mostra sua verdadeira face hahah.



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O caminho até a casa da loira oxigenada... Quer dizer, da minha linda prima, foi longo. Na verdade durou algo em torno de quinze minutos, mas pareciam mais quinze horas. Pelo menos ela ficou entretida no celular que, aliás, não parava de tocar um segundo. Mensagens, notificações e menções a todo instante. De vez em quando ela soltava uma risadinha, o que atrapalhava muito a minha leitura. Ou melhor, tentativa de leitura, já que não estava prestando muita atenção no livro. Por fim chegamos. A casa era exageradamente enorme, como eu bem me lembrava. Havia grama em formato de bichos no extenso jardim, e uma fonte. Imagine só... Uma fonte!

– Bem, aqui estamos meninas. – Titia disse enquanto saíamos do carro. – Lorena, seu irmão já deve estar ai. – Avisou. – Eu tenho que ir agora. Comportem-se. – Levantou o vidro do carro e foi embora.

Lorena mal se despediu da mãe, e foi andando na frente. Eu a segui logo depois. Apressei os passos e a alcancei.

– Onde sua mãe está indo? – Perguntei.

– A New York. – Respondeu, sem tirar os olhos da tela do celular.

– O quê?! – Espantei-me. – O que ela vai fazer em Nova Iorque? – Indaguei com o olhar semicerrado.

– Meu pai está lá, e a chamou pra resolver alguns assuntos. Olhe – Ela virou-se pra me encarar - A casa é enorme. Procure não esbarrar em mim, tudo bem honey? – Sem esperar por resposta, seguiu seu caminho até seu "castelo".

Eu xinguei a garota de tantos nomes, que me surpreendi pois nem sabia que conhecia toda aquela variedade de insultos.

Comecei a andar até a porta, prometendo a mim mesma que seria completamente obediente a pseudo-princesa, e nem olharia naquela cara entupida de blush. Afinal, não seria nenhum sacrifício.

A porta principal dava na grande - muito, muito grande mesmo - sala. Sério, dava pra morar uma família inteira naquele lugar. A primeira coisa que fiz quando entrei foi tirar o celular do bolso e pedir socorro. Apertei a letra T do teclado - discagem rápida pra Thaís -, encostei o celular no ouvido e fiquei sussurrando "atende, atende, atende", enquanto andava de um lado pro outro. De repente esbarrei em algo. Mais precisamente, em alguém. Comecei a rezar todas aquelas preces que aprendi quando era mais nova, pra não ser aquela menina.

– Desculpa – Murmurei. Por sorte era alguém muito maior pra ser ela.

– Tudo bem querida – Uma senhora rechonchuda abriu um sorriso simpático.

Agradeci aos deuses por ter alguém aparentemente normal naquela casa.

– A senhora trabalha aqui? – Perguntei esperançosa.

Ela arqueou uma sobrancelha.

– Sim, meu bem. – Confirmou. – Algum problema?

Senti uma sensação de alívio por não estar sozinha naquele hospício, e, por reflexo, abracei a senhorinha na minha frente.

– A senhora não faz ideia do quanto eu estou feliz por ter alguém aqui e – Avistei um rapaz trazendo duas malas e parei de falar. Soltei-a e me afastei um pouco. A mulher não esboçava qualquer reação de espanto pelo abraço inesperado. Em vez disso, mantinha o semblante calmo.

– Ué, a titia já não foi? – Falei confusa. – De quem são essas malas? – Quis saber.

– Minhas. – A senhorinha respondeu calmamente. – Estou saindo de férias. – Sorriu.

– Mas... Mas... – Num gesto rápido, me agarrei às pernas da mulher que, dessa vez, se espantou, mas logo voltou à mesma serenidade de antes. – Não me deixa aqui sozinha, por favor! – Implorei com a minha melhor cara de cachorrinho abandonado.

Ela me puxou pelos braços e, em seguida, me lançou um olhar de repreensão.

– Que coisa feia, mocinha. – Balançou a cabeça negativamente. – Continua igualzinha a antes. – Suspirou. – Parece que só fez esticar.

Arregalei os olhos e recuei um passo, então finalmente me lembrei da mulher que estava na minha frente.

– Parece que oito anos são muita coisa, pra você não se lembrar da Nena. – Disse o cara que estava carregando as duas malas.

Olhei dele pra ela novamente, e então sorri como não fazia há umas boas horas.

– Não acredito! – Abracei-a outra vez. – Desculpa Nena. – Dei vários beijos no seu rosto.

– Troquei sua fralda muitas vezes pra você se esquecer de mim assim tão fácil! – Ela disse sorrindo.

Eu ri.

– Ah, Nenazinha do meu coração, mas é claro que não a esqueci! Como poderia? A senhora era a única que me entendia nessa casa. Sem falar que sempre me dava um pedaço daquele bolo de chocolate maravilhoso. – Mordi o lábio inferior com a lembrança do tal bolo. Sério, delicioso.

– Então é por isso que eu sou lembrada, pelo bolo não é? – Ela segurou minhas mãos e, em seguida, as beijou. – Você está uma moça linda e crescida. Aja como tal. – Aconselhou-me. – Esqueça essas futilidades, está bem? – Ela não estava falando do bolo. Concordei com a cabeça.

– Vou tentar Nena. – Prometi.

– Certo, agora eu preciso ir. – Ainda segurando minhas mãos, beijou minha testa, e então se afastou.

– Vamos Matt. Até mais, pequena Jully. – Despediu-se.

Pequena Jully, meu apelido de infância. Poucas pessoas ainda me chamavam assim.

– Até. – Acenei, enquanto os dois seguiam até a porta.

Matt... Então era ele, o irmão da Lorena. Não o chamava de "primo Matt" porque nunca fomos muito próximos.

Ajoelhei-me no chão e fiquei assistindo Nena ir. A única que me entendia ali. Agora sim, eu estava completamente sozinha.

Não muito tempo depois Matt voltou.

– Então – Ele falou enquanto entrava. – Parece que a pequena Jully não está mais tão pequena. – Parou no meio da sala, a alguns metros de mim, e esboçou um sorriso no canto da boca.

– Parece que não. – Limitei-me a responder, olhando pra cima para encará-lo.

– Estou vendo. – Ele sorriu finalmente, mostrando os dentes perfeitamente brancos.

– E o chato do Matt... – Arrisquei. – Continua chato? – Lancei-lhe um olhar de desafio.

Ele arqueou uma sobrancelha, em seguida voltou a sorrir.

– Acho melhor você seguir o conselho da Nena. – Ele se virou, com as mãos nos bolsos, dando alguns passos. Então parou novamente.

Levantei-me rapidamente e coloquei as mãos na cintura, mas ele não olhou pra trás.

– Eu nunca fui chato. – Disse apenas. E por fim, foi embora.

Deixei-me cair completamente no chão, observando-o ir.

Não, imagina.


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Notas finais do capítulo

Então, esse é o Matt. Parece um pouco com a Lorena, né? A não ser pelo fato de ela ser uma louca maquiavélica, e ele não – eu acho –. Hahah. Então, o que estão achando? Vocês gostariam que eu fizesse ficha de personagens, ou algo do tipo? É só pedir! Vejo vocês em breve pimpolhos