Give In To Me escrita por DanyellaRomanoff


Capítulo 5
É da minha conta.


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem, demorei mais do que queria, tive que revisar o capítulo inteiro. Não me orgulho muito deste, mas espero que gostem *--* Vou fazer uma pequena modificação na classificação indicativa porque depois de um tempo percebi que fanfictions 18+ só aparecem se você procurar por elas e se tiver conta no site. Teremos muitos ecchis na história, e vou avisar antes de cada capítulo, mas para que a Give In To Me fique mais acessível, vou descer a classificação para 16+.



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– Por Elsa, e por Anna. – Kristoff assentiu.

Hans era um homem cético, não costumava se convencer de que coisas complicadas se desenrolavam com facilidade, e a Rainha Elsa de Arendelle, juntamente com seu atual problema, era indiscutivelmente complexa demais para todos agirem com a lentidão com que agiram naquela noite. Seria ele o único a cogitar que ela não estava em bom estado? Que tudo poderia se agravar? E pior, que o tempo era um elemento essencial e escasso diante dessa tragédia? Certamente, se um discurso como esse soasse aos ouvidos da realeza, elas o devolveriam um rude “Não é da sua conta!” e por conta disso ele não arriscou. No entanto elas não estariam mentindo caso declarassem isso. Ele deveria ser o primeiro a virar as costas para a situação. Mas, oh, ela era bela demais para definhar no próprio gelo. E esteve tão enfraquecida em seus braços, seu corpo parecia gritar para que ele a amparasse. E seus lábios, tão gélidos quanto saborosos. Não, aquilo era do interesse dele. Ela era. A redenção dele também era.

E ali estava ele, pulando a janela da rainha. O ambiente era decididamente o cômodo mais gelado do castelo. Seu olhar varreu o local até cair em uma figura feminina esguia que repousava sobre o leito real, totalmente descoberta, afinal, a Rainha das Neves não precisa de cobertores. Aproximou-se dela. Estava serena, a camisola de cetim branca pouco a cobria, deixando sua pele exposta. Seus seios estufavam no ritmo de sua respiração, suas pernas e braços, antes nunca vistos pelo rapaz, pareciam diamantes sob a luz da lua que adentrava o local. Ele se curvou ao lado dela, era a visão mais linda que já vira. Desta vez ela não estava o olhando com raiva ou medo, sua face estava relaxada, fazendo-a parecer um anjo. O príncipe já esteve com muitas mulheres em um quarto e na cama, mas nunca se sentiu como naquele momento, mesmo que nem pudesse tocá-la ou desfrutar dela. O rosto do rapaz parecia ter encontrado um ímã ao se deparar com o da jovem à sua frente, queria se aproximar mais ainda, por um segundo se preocupou quando viu o olhar da mesma, entreaberto. Porém logo pensou que ela estivesse cansada demais para notá-lo, afinal, em seu estado normal ela já teria no mínimo desenvolvido uma nevasca em autodefesa. A preocupação anterior o fez sair de seus devaneios e se apressar em entorná-la com uma grossa capa verde esmeralda que ele rapidamente achou no armário de trajes. Elsa era a fantasia dele e de mais ninguém, outros olhos não teriam o prazer de admirá-la como ele teve naquela oportunidade, e de qualquer forma, se ela estivesse consciente, tomaria a mesma atitude. E assim tomou-a pelos braços cuidadosamente. E mais uma vez parou por um minuto para apreciar a sensação gratificante do corpo dela totalmente mole, em seus braços, sob sua segurança, fazendo-o cometer o erro de tocar nas mãos de gelo.

– Minha nossa – Foi o que a dona dos já arregalados olhos azuis exclamou.

As mãos de Hans sempre despertavam uma espécie de choque na rainha, tanto físico pela enorme diferença de temperatura entre os dois, quanto emocional, pela torrente de lembranças que o contato com ele lhe proporcionava. As mãos de Hans a despertaram de algo que não era sonho afinal, mas também não chegou a ser o mundo real em sua totalidade. Supôs então que estivesse semiacordada, e que Hans de fato pulou sua janela, só precisava de algo que a incentivasse a despertar. Por diversas vezes o príncipe abriu a boca, ora pensou em tranquiliza-la, ora, em abafar qualquer grito que ele esperava que saísse da garganta da moça, e sair correndo com ela nos braços.

– Príncipe Hans, o que pretende... ? – tomou a iniciativa, mas o rapaz a interrompeu temendo que ela não permitisse que ele a levasse.

– Vim buscá-la majestade, por favor, não grite. – Rápido. Suplicante.

Elsa não faria qualquer escândalo, por mais que estivesse cogitando que estava sendo sequestrada por Hans. Não queria ser responsável por pânico novamente. Respirou fundo, ainda encarando-o severamente.

– Tudo bem. Você irá pôr-me no chão agora e vai voltar por onde entrou. – Ditou lentamente suas ordens, enquanto seus olhos teimavam em olhar de relance para sua mão esquerda sobre o tórax do príncipe, fazendo-a corar e retirá-la dali em igual velocidade.

– Sinto muito. – Hans bufou já demonstrando impaciência, de acordo com seus planos, já deveriam estar longe dali. – Vou levá-la com ou sem seu consentimento. – Disse firme, e puxou a mão da moça de volta para seu peitoral, tanto para distraí-la com o choque de tal ação, enquanto ele corria para as janelas, quanto por satisfação própria.

Ela tentou agitar as pernas para que ele a soltasse, mas então avistou Kristoff esperando-os lá embaixo.

– Que diabos?! – sussurrou incrédula, ainda preocupada em não acordar ninguém.

Após descerem pelo telhado e por uma escada lateral que levava ao jardim. Elsa cambaleou na direção de Kristoff, apertando sua capa contra si, dirigindo-se a ele, somente a ele, já que após insistir em se desprender de Hans, havia decidido evitar contato com o mesmo por constrangimento.

– Pode me explicar o que está acontecendo?

– Nós vamos aos especialistas do amor, Elsa... – o loiro começou.

– O quê? Por quê? – franziu o cenho, confusa.

– Por conta do que aconteceu hoje. – Respondeu o homem das montanhas, cauteloso em refrescar esse tipo de lembrança na memória da loira.

– Mas não há o que fazer, já está resolvido, eu fui beijada – Sua voz diminuiu exageradamente para pronunciar a última palavra – E o frio parou.

– Não parou por completo! – Hans aumentou o tom da voz, finalmente se manifestando e fazendo Elsa saltar levemente ao seu som.

– Sim, parou! Ouvi as pessoas falando antes de me levarem para dentro. – Sibilou a rainha em resposta, sua face já chocada, adquirindo um tom carmesim diante da falta de preocupação do príncipe em manter os habitantes dormindo.

– Anna talvez não tenha mencionado que o fiorde continua congelado, creio que não queria preocupá-la novamente. – Despejou Hans sem cerimônia, cochichando desta vez – O inverno não parou por completo, e por isso precisamos de ajuda, aliás, sua majestade precisa. – Ergueu as mãos em um ímpeto de segurá-la pelos ombros quando percebeu a angustia crescer na feição dela, mas se conteve.

Aquilo fazia sentido, ela devia admitir que o príncipe das Ilhas do Sul tivesse razão, por mais que ela não soubesse as reais intenções dele em estar ali, a começar pelo beijo. Olhou para Kristoff, ele sorriu lhe passando confiança. E então concordou com a cabeça, iria seja lá onde fosse, afinal, suas perguntas não tinha respostas de qualquer forma.

– Ótimo, podemos ir. – Hans esfregou as mãos, sério.

– Vou com Sven e Kristoff – A moça deu meia volta para seguir o loiro que já se dirigia à sua rena, na tentativa de fugir da presença do príncipe, mas ele a puxou pelo braço.

– Não! – As palavras do rapaz soaram mais urgentes do que ele pretendia, ele tossiu e continuou – Meu cavalo tem mais espaço que a rena.

Antes que Elsa sequer pensasse numa resposta, ou se desvencilhasse, sentiu as mãos de Hans em sua cintura e os lábios dele próximos ao lobo da orelha.

– Ponha as mãos no cavalo, sua alteza. – A fim de acabar com sua onda de arrepios, ela decidiu obedecer, e ele a ergueu, pressionando seus quadris levemente, o que a fez gemer quase inaudível.

Hans fez com que a rainha escolhesse se sentaria na sua frente ou atrás, e evitando qualquer constrangimento com aquela respiração quente dele próxima de si no caminho para o Vale das Rochas Vivas, Elsa optou por ficar atrás. Porém, o príncipe pôs as duas mãos da moça em volta de si, e antes que ela pudesse protestar pela ousadia, ele a advertiu sorrindo.

– Sitron é um cavalo muito agitado. Eu, em seu lugar, não soltaria.

O equino deu uma guinada antes de galopar na direção da floresta seguindo Kristoff. Elsa o apertou, amassando a camisa branca que o rapaz usava, notando uma fina camada de suor devido à escalada aos aposentos reais. Hans sorriu de canto, se deliciando com a refrescância das pequenas mãos geladas em seu abdômen, vitorioso por ter conseguido induzi-la a ficar tão perto. Durante a pequena viagem um silêncio desconfortável reinou. O homem normalmente guiaria uma conversa esclarecedora, mas estava perdido em seus pensamentos. Elsa se sentiu incomodada com a ausência do rapaz, mas como sempre guardou isso para si e ficou encarando as costas daquele homem, se perguntando por que estava gostando daquilo tudo, desde ele ter feito aquela loucura de pular sua janela, até o modo como a colocou em cima do cavalo e fez questão de que ela o acompanhasse. Para todos os porquês, aquela fora uma das noites mais agitadas de sua vida, e não estava tudo tão desagradável.

De fato Hans não estava em Arendelle com o intuito de aplicar qualquer golpe e nem de matar ninguém, estava ali porque ele havia assumido o comércio dos vinhos do Sul. O título de príncipe não lhe foi tirado porque seus irmãos não podiam extrair o sangue da realeza de suas veias, então, após dois anos de tortura física e emocional, finalmente pôde ganhar liberdade e reiniciar sua vida como um mero negociante. Ele escolheu vinhos tão fortes de propósito, aquele reino soava inocente demais para o homem. Sorriu ao recordar da ideia louca que lhe veio à mente quando recebeu uma carta em nome de Arendelle solicitando seus vinhos, quis embebedar a rainha, coisa que ela jamais o daria chance de fazer. Mas toda aquela ideia de seduzir a jovem que ascendeu no príncipe assim que ele pôs os pés para dentro daqueles portões e a avistou pela primeira vez em sua vida, parecia ter ficado em segundo plano quando retornou, aliás, profundos sentimentos de vergonha e remorso o tomaram logo que observou as irmãs de longe. Ele queria se redimir, mas pensou que jamais seu orgulho permitiria. Até que surgiu a oportunidade de ser o mocinho da noite, dando-lhe um mínimo de oportunidade de aproximar-se da rainha Elsa. O que o surpreendia era o entusiasmo que o consumia desde que a beijou. Inicialmente ele pretendia ir embora logo sem ser notado pela rainha, apesar de todas as suas fantasias por ela, mas depois dos acontecimentos daquela noite, o que o movia era uma insana vontade de protegê-la.

Não tardaram a chegar aos especialistas. Elsa teve um único contato com os Trolls em toda a sua vida, mas aquele ambiente a trazia maus sentimentos, pois a lembrava da noite em que passou a temer seus poderes, e ao saltar do cavalo e por os pés descalços na gramínea que revestia o lugar, decidiu que iria limpar a imagem que tinha dali.

As lisas e estranhamente redondas pedras de musgo, ao reconhecerem seus visitantes, logo trataram de rolar e revelar eufóricas criaturas.

– Majestade – disse um deles, curvando-se diante de Elsa, que o lançou um olhar curioso e retribuiu a reverência – Pabbie está esperando... – fez uma breve pausa tomando uma mão da mulher e outra de Hans, piscando lentamente – os dois.


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Notas finais do capítulo

A partir daqui, muita coisa vai ser esclarecida, e muita coisa vai acontecer. Evoco as forças do além como sempre, apareçam espíritos. E obrigada a todos que estão participando e indicando a história, amo vocês, sério