Só Tinha de Ser Com Você escrita por Lizzy Darcy


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Caramba, brigada por todo o carinho que demonstram pela minha fic! Acho que dessa vez até que num demorei né?!



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STSV - Capítulo 15:

– Bento?! O que cê tá fazendo aqui? Cadê o meu pai?! - quis saber Giane, recebendo em troca um sorriso de seu amigo, que, na sua concepção, já não parecia tão amigável assim.

– Ele disse que tava indo lá na casa da Dona Margot. - respondeu Bento, de forma natural.

– Iiiihhh, isso num tá me cheirando bem. Meu pai agora não sai mais da casa dessa tal Margot aí! Tô quase achando que o Seu Silvério tá é arrastando asinha pra ela. - comentou Giane para o amigo, que riu. - Mas, e você? O que tá fazendo aqui? - Bento sorriu, e encarou Giane com um ar de mistério. Giane estranhou - E por que tá me olhando assim, heim?

– Giane, será que a gente pode conversar?

Giane, discretamente, olhou para o relógio de pulso que marcava 20:00. E Fabinho havia dito que a pegaria de 21:30. Ficou despreocupada.

– Tá. Se for rapidinho... Senta aí. - apontou o sofá de três lugares.

Bento sentou numa ponta, e ela fez questão de sentar na outra ponta, o mais longe possível dele. Os dois virados, um de frente para o outro.

O silêncio pairou na sala, mas foi quebrado por um suspiro profundo de Giane, seguido de uma pergunta - Então, o que você tanto quer falar comigo?

Bento bateu as mãos no joelho, e foi direto em sua pergunta - Giane, cê tá mesmo a fim do Fabinho?

Giane franziu a testa - Que diferença isso faz, heim, Bento? Se eu não tenho nenhuma chance com você. Acho até que... O seu destino é mesmo uma daquelas patricinhas.

– Eu num tô com nenhuma das patricinhas, como você diz.

– Agora, né? Que a Malu resolveu ficar com o mauricinho lá, e que a Amora num tá aqui. Mas quando ela voltar, cê vai correr que nem um cachorrinho atrás dela. E eu, sinceramente, não quero ver você dando cabeçada em cima de cabeçada até se tocar da bisca que ela é. Eu vou é tocar minha vida. Perdi muito tempo esperando que você se tocasse do que eu sentia por você. Cansei! Tô em outro e tô muito feliz. Muito.

– Eu, sinceramente, não sei como você pode tá feliz ao lado de um bandido marginal.

– Do mesmo jeito que você era feliz ao lado da Cruela Devil. - respirou fundo - Bento, o Fabinho é diferente. Ele pode ter vacilado um pouco no passado, mas eu acho sim que ele tem jeito.

– Por que é diferente? A Amora também pode mudar.

– Não, Bento. Não pode! A Amora tem um coração ruim, entende?!

– Ah, e o Fabinho tem um coração de ouro?! - indagou Bento, em tom de deboche.

Giane apertou os olhos, indignada - Pelo menos o Fabinho não fica se fazendo de coitadinho e traumatizado só pra manipular as pessoas e conseguir o que quer.

– É. Nesse ponto você tem razão... O Fabinho realmente nunca se fez de coitadinho e traumatizado. Pra quê, né?! Se ele podia fingir ser doce e cortês pra conseguir sua confiança e depois dar o bote.

Giane franziu a testa, indignada, e levantou furiosa, com os punhos fechados - Ah, Bento, se você veio aqui pra encher o saco e falar mal do meu namorado, então, faz um favor? Passa outra hora! - esticou o braço e apontou pra porta.

Bento bufou, e também levantou - Giane, você perdeu o juízo? - ela cruzou os braços, fuzilando-o com o olhar - O quê que esse cara fez pra você defender ele com tanta... - ele parou de falar quando se tocou de algo - A não ser que... Giane, você num tá só a fim do Fabinho... Você o ama, num é mesmo?

Giane arregalou os olhos, pois, por mais que estivesse feliz com Fabinho, nunca tinha parado pra pensar que pudesse sentir algo tão forte por ele. Amor?! Será?!

– Não sei. Amor é uma palavra muito forte, né?! E eu passei muito tempo gostando de você achando que era amor até me tocar de que tudo não passava de uma paixonite infantil. - engoliu a seco - Bento, o Fabinho nunca foi santo, nem vai ser, mas ele tá tentando mudar. - ela começou a falar, e Bento percebeu que seu olhar começou a tomar um brilho diferente - Além disso, eu me sinto bem quando a gente tá junto. Eu gosto do jeito como ele me olha, do beijo dele, e do jeito que ele me toca... - passou a mão no pescoço, e fechou os olhos, e foi como se quase pudesse sentir as mãos de Fabinho a acariciando. Suspirou e continuou - É engraçado como, ao mesmo tempo que, às vezes, eu tenho vontade de MATAR ele... Eu tenho vontade de cuidar, sabe... - sorriu, nitidamente apaixonada.

– Sei... E parece que você acabou de me responder àquela minha pergunta. Só não posso te dizer que gostei dela.

Giane franziu a testa, confusa. O que será que ele queria dizer com isso? - pensou consigo.

Naquele instante, Bento ficou altamente decepcionado. Sabia que a amiga estava envolvida, mas não sabia que era tanto. "Não. Ele não iria perder Giane logo para o Fabinho... Nunca! Ficar com Giane agora era uma questão de honra. Contudo, diante daquela resposta, ele sabia que teria de mudar de estratégia se quisesse mesmo ficar com ela. E ele queria."

Sorriu com ternura - Bem, Giane, mas você precisa se afastar de mim só porque tá namorando?

Giane retribuiu o sorriso - Claro que não, né?! Bento, você era e continua sendo muito importante pra mim. Tudo que eu mais quero nesse mundo é que você seja feliz! Porque... Se você tá feliz, eu fico feliz também, mas se você sofre... Aí eu sofro também. - deu um passo em direção a ele, e segurou seu rosto, com carinho de amiga - Bento, eu vou tá aqui sempre. Pra o que você precisar. É só chamar, tá?!

Bento colocou a mão sobre a dela que estava em seu rosto, e sorriu - Posso te dar um abraço?

Giane tirou a mão, cruzou os braços, e revirou os olhos, rindo - Ow homem grudento!

– Deixa de ser marrenta, garota! - reclamou ele, rindo também. - Vem aqui! - segurou a mão dela, e puxou-a para um abraço apertado. Então, aproveitou a deixa para lhe sussurrar no ouvido - Você sabe que tem um espaço no meu coração que vai ser sempre seu, né?!

– Contanto que não seja perto do espaço da Amora. Odiaria ter que ser vizinha dela!

Ele deu um sorriso misterioso e sarcástico, como se estivesse tramando alguma coisa. E apertou-a mais contra o peito. Depois soltou-a devagar, de maneira que seus rostos ficaram muito próximos. Bento sentiu algo diferente, contudo, pela primeira vez em sua vida, Giane não sentiu absolutamente nada.

Ela deu um pequeno empurrão nele, de forma brincalhona - Agora vai! Vai embora que eu ainda tenho que me arrumar, né?! O Fabinho já já bate por aí, e eu num quero que ele te veja aqui.

– Ué, achei que num gostasse de homem grudento e ciumento?! - Bento queria colher informações.

– E num gosto. Mas... Prefiro evitar um estresse com ele. - ela soltou um risinho - É que apesar de tudo, a gente ainda vive quebrando pau, acredita?!

Bento arqueou as sobrancelhas. Muito bom saber disso, pensou - Acredito. - deu um suspiro profundo - Bom, então se é assim, melhor eu ir indo. Odiaria causar qualquer tipo de conflito entre vocês.

Giane sorriu contente com a atitude dele. Bento estava se mostrando um bom amigo. Mal sabia ela que aquilo tudo era só fachada.

Os dois caminharam até a porta, e Giane abriu a porta pra dar passagem pra Bento. - Tchau, Bento! A gente se vê!

– Tchau! - despediu-se, e deu um passo, mas como se houvesse lembrado de algo, virou pra ela - Ah, eu também vou pro show no Cantaí. Será que seu namorado se importaria se você dançasse uma música comigo?! Uma só. Como amigos, claro!

Giane franziu a testa - Ei, quem decide isso sou eu! Num é porque agora o Fabinho é meu namorado que ele vai mandar em mim. Se ele começar com essa besteira, eu dou logo um pé na bunda dele!

Era exatamente essa resposta que Bento esperava. Seu plano começava a dar certo - Isso quer dizer um sim?!

– É... Pode ser... - respondeu com indiferença.

Ele sorriu, tascou um beijo no rosto dela, e foi embora fechando a porta atrás de si.

Sozinha, Giane ficou pensativa. Achou Bento muito estranho. Os olhares, o modo como se portou não parecia muito com o Bento que ela conhecia. Ou seria impressão? Essa dúvida martelou sua mente até que sentiu o celular vibrar em seu bolso. Pegou-o, e olhou o visor. Era uma mensagem de Fabinho e dizia: "Ei, maloqueira, falta apenas uma hora pra te ver, e eu já num tô me aguentando de saudade. Já já bato aí!" ;)

Ela sorriu, e olhando de um lado para o outro a fim de se certificar de que ninguém a estivesse vendo, tascou um beijinho singelo no visor do celular. Aquilo sim era uma atitude de mulherzinha. E ninguém podia saber que ela estava se portando assim. Acabaria com sua reputação.

Depois disso, ela correu para o quarto. O banho teria de ser rápido, assim, teria tempo suficiente para ficar bem linda para o seu amor.

***
Como Fabinho havia dito na mensagem, ele realmente não se aguentava mais esperar para vê-la, tanto que, chegou às 21: 29. Um minuto antes da pontualidade.
Ele caprichou em sua vestimenta, afinal, teoricamente, aquele era o primeiro encontro que teriam depois de começarem a namorar. Ele estava vestido com calça jeans e camiseta, mas havia posto sua jaqueta preta que o deixava extremamente sexy.
Quando chegou à porta da casa de Giane, deu um suspiro, e engoliu a seco. Estava nervoso. Sentia-se como um adolescente apaixonado. Bateu na porta, e para sua surpresa, na quarta batida, foi a própria Giane quem abriu. Estava maravilhosa, em um short branco, uma blusinha de alças cinza-chumbo e saltos. Sua maquiagem discreta e impecável.
Sorrindo de lado, fascinado, o olhar dele percorreu desde a ponta dos pés de Giane até o rosto, onde seus olhares se cruzaram, e brilharam. Giane sorriu e corou.

– Pivete, cê tá... - engoliu a seco - Linda!

Ela abriu ainda mais o sorriso - Você também num tá nada mal.

Ele soltou um risinho - Eu sei que cê vai achar uma caretisse, mas... Eu trouxe isso pra você. - estendeu uma rosa vermelha pra ela, que se espantou com o gesto, piscando os olhos rapidamente.

Pegou a rosa - Valeu, aí! - sorriu, e olhou para o lado, envergonhada.

Foi aí que ele segurou seu rosto, e com o polegar lhe fez um carinho, então, lentamente aproximou seus lábios dos dela, que fechou os olhos a espera do beijo.

Como ela estava de batom, e a noite estava apenas começando, ele foi gentil em só pressionar os lábios contra os dela, em um beijo profundo, demorado e cheio de significados.

Quando o beijo cessou, ao encará-lo, Giane franziu a testa - Só isso, Fraldinha?!

Fabinho arqueou as sobrancelhas - Hã?! Eu só achei que você quisesse ficar de ba... - mas, antes que pudesse completar a palavra batom, Giane, segurou as abas de sua jaqueta, e com violência o puxou, se apossando, ela mesma, de seus lábios, mas não para um beijinho qualquer, e sim para um de língua, voraz, repleto de ânsia... De tirar o fôlego.

Da forma como começou, repentinamente, também cessou, deixando Fabinho atordoado e ainda fazendo biquinho.

– Agora, sim... - falou, limpando os lábios de Fabinho que estavam melados com seu batom - Vamos?!

Fabinho sorriu, encantado com a impetuosidade de sua namorada. Segurou sua mão, entrelaçando seus dedos aos dela. E os dois, juntinhos, rumaram para o Cantaí.

Chegando lá, entraram e perceberam que todos os olhares, sem excessão, se voltaram para os dois. E em cada lugar que passavam, ouviam burburinhos de críticas ferrenhas contra aquela união. Não se importavam. O importante era o que eles sentiam. Aquelas pessoas mal-amadas que se ferrassem! Estavam felizes um com o outro, e isso não tinha preço.
Procuraram uma mesa em meio as outras. Em vão. O show estava lotado, consequentemente todas as mesas já estavam ocupadas. Foram até um pilar que se encontrava em um local estratégico. De lá teriam uma óta visão do show, além disso, parecia um local tranquilo, pois não havia muita gente pra incomodar. Fabinho apoiou suas costas no pilar, e puxou Giane pela cintura a fim de que as costas dela se apoiassem em seu peito. Abraçou-a, e deu um cheiro em seu pescoço, arrancando um sorrisinho dela.

Alguns minutinhos depois, o apresentador anunciou a entrada de Jesuton seguida de muitos aplausos. A cantora se pôs a postos, e segurando o microfone, começou a cantar seu maior sucesso.

🎶" You were my strength when I was weak
You were my voice when I couldn't speak🎶
You were my eyes when I couldn't see
You saw the best there was in me🎶
🎶Lifted me up when I couldn't reach
You gave me faith 'cause you believed
I'm everything I am🎶
Because you loved me..."

Embalada pela música, Giane fechou os olhos, balançando a cabeça de um lado pra outro. Enquanto Fabinho cantarolava a música bem baixinho em seu ouvido, bem como, se tivesse se declarando pra ela. O coração dela acelerando a cada verso que ele cantava em seu ouvido.
Fabinho sabia mesmo como seduzí-la, como deixá-la nas nuvens.
A música estava no meio, quando ele roçou sua barba no ombro dela, e segurando sua cintura, girou-a para que ela pudesse ficar de frente pra ele, e enlaçou sua cintura. Em resposta, Giane também enlaçou seu pescoço. Então, os dois começaram a se movimentar de um lado para o outro, dançando.
Os dois se olhavam profundamente e era como se quase pudessem enxergar a alma, um do outro.
Aqueles que criticaram no início, ao observar o sentimento transbordante daquele casal, calaram a boca, arrependidos, pois aquilo sim, parecia AMOR de verdade.

Duas horas depois, Jesuton finalizou sua quinta música, quando anunciou que iria dar um intervalo rápido. Enquanto não voltava Jesuton foi substituída por uma caixa de som que tocava bem baixinho.

– Hey, maloqueira, a Malu tá bem ali com o Maurício. - apontou para uma mesa, onde sua irmã estava muito bem agarradinha ao namorado - Bora lá falar com ela?! - sugeriu Fabinho.

Giane crispou os lábios em careta - Num sei se é uma boa idéia. Eu nunca me dei bem com a sua irmã. Sempre achei ela uma sonsa, e o pior é que eu sempre deixei isso bem claro pra ela.

Fabinho franziu a testa - Tá. Mas, isso só aconteceu porque as duas gostavam do Zé-florzinha. Agora a coisa é diferente. Nem você, nem ela gostam mais do cara. Ou será que eu tô enganado?!

Giane apertou os olhos, fuzilando-o - Vou nem responder a essa sua pergunta cretina.

– Tá. Então, se é assim, cê num acha que devia deixar de frescura e ir lá comigo?!

– Não, Fabinho. Sério. Vai lá você! Eu ainda não me sinto muito a vontade pra dar uma de cunhadinha-amiguinha não!

– Tá bom! Cê que sabe! Eu vou lá, então. - segurou o rosto dela, e deu três beijos bem estalados em seus lábios - Já volto! - disse, e saiu.

Quando Fabinho chegou na mesa de Malu, ela tratou logo de levantar, recebendo-o com um abraço bem apertado.

– Ai, Fabinho, tô tão feliz por vocês dois. Cês combinam demais! - comentou a irmã se referindo ao casal.

Fabinho sorriu todo orgulhoso. Depois se dirigiu para Maurício, estendendo-lhe a mão. Maurício olhou para ele, apertando os olhos - É cara, acho que a gente vai ter que se entender nem que num queira, afinal, você agora tá pegando a minha irmã, né?! Então, o que cê acha de uma trégua?!

Maurício bufou, encarou a mão de Fabinho que continuava estendida. Voltou o olhar pra namorada que pedia em silêncio que ele aceitasse. Então, respirando fundo, e mesmo sem querer, ele apertou a mão de Fabinho, que sorriu.

Malu também sorriu de canto a canto da orelha - Nem acredito que isso tá acontecendo! Fabinho, você tá sendo incrível! Acho que essa mudança tem nome, né?!

Ele olhou pra garota encostada no pilar, do outro lado do salão, e sorriu fascinado - Minha garota - murmurou.

Malu sorriu com ternura para o irmão. Era tão vê-lo assim, derretido, por alguém, ainda mais alguém como Giane. Pois, apesar de tudo a admirava profundamente. E sonhava o dia em que Giane a quisesse como amiga. Ela tinha certeza que se daria infinitamente bem com ela.

***
– E aí?! Vai cumprir sua promessa? - perguntou Bento ao aparecer de detrás do pilar onde Giane estava encostada, quase que sorrateiramente.

Giane arregalou os olhos. - Bento?! Eu ainda não tinha te visto, cara! Chegou agora?!

– Não. Faz um tempinho já. É que... Fiquei com medo de me aproximar. O seu namorado podia não gostar e... Enfim, você vai ou não dançar comigo?! - estendeu a mão pra ela.

Giane suspirou, e olhou para o lado. Fabinho estava bem entretido conversando com a irmã e o cunhado. Estavam até gargalhando. Que mal teria dançar só uma música com seu melhor amigo? Até porque Jesuton acabara de voltar e estava recomeçando a cantar. Fabinho já devia ter voltado se quisesse dançar com ela.

– Por que não?! - respondeu, colocando a mão sobre a dele - Mas, vou logo avisando que só vou dançar uma música! Nem adianta insistir, tá bom?!

Ele sorriu concordando, segurou sua cintura com uma mão, trazendo-a para si e com a outra segurou a mão dela. - Relaxa! Nós só precisamos de uma música... - Bento disse rente ao ouvido de Giane, que franziu a testa sem entender.

Quando os dois começaram a dançar, Bento fez questão de apertá-la ainda mais contra seu peito, mesmo com os protestos solenciosos de Giane, que tentava a todo custo não colar seu corpo ao dele. Isso ela só permitia com Fabinho.

Olhando pra frente, e sem que Giane pudesse ver o que estava acontecendo, Bento piscou o olho para uma garota que estava encostada no balcão. E como se tivesse recebido uma ordem, a garota se dirigiu, imediatamente, até onde estava Fabinho.

– Fabinho, que bom te encontrar aqui! - exclamou Camilla, tocando no ombro de Fabinho, que se virou para ver de quem se tratava. Contudo, antes que pudesse dizer qualquer coisa, a garota segurou seu rosto entre as mãos, e lhe tascou um beijo forçado.

No mesmo instante, Bento deu um jeito de virar Giane para que ela se posissionasse em frente ao seu namorado. Deu certo, porque ao vê-lo, Giane parou de dançar, e ficou furiosa. Bento ainda segurou ela por alguns segundos, o suficiente para que Fabinho também a visse com ele.

– Me solta! Tá maluca?! - Fabinho rosnou furioso, retirando as mãos dela de seu rosto e se afastando. Então, para se certificar de que Giane não tivesse visto, olhou em direção a ela e qual não foi sua decepção ao vê-la "agarrada" com Bento.

Mas, foi tudo um engano, pois naquele momento Bento só segurava sua namorada que, tentava se soltar dele pra ir tomar satisfações com o namorado e a sirigaita que o agarrou. Ao perceber que seu plano fora um sucesso, soltou-a sem pestanejar.

Foi aí que Giane rumou até onde estava Camilla.

– Giane, fica calma! Foi a Camilla quem agarrou o Fabinho a força! O Mau e eu estamos de prova. - Malu disse, na esperança de que Giane a escutasse e perdiasse seu irmão.

Mas, Giane não era de levar desaforo pra casa - Sai daqui! - disse para Fabinho, afastando-o de seu alvo - Vagabunda ordinária! - rosnou Giane, desferindo um tapa bem forte na cara de Camilla, que virou o rosto.

– Giane, Giane, calma aí! Giane! - gritou Fabinho correndo atrás de Giane, que já atravessava a porta a passos largos.

Lá fora, Giane atravessou a rua, sendo seguida de perto por Fabinho que a chamava insistentemente. Correu mais um pouco, as lágrimas escorrendo em seu rosto. Chegou no campinho, enxugando os olhos com o dorso das mãos, contudo, naquele minuto, Fabinho conseguiu, finalmente alcançá-la, e segurando sua mão, impediu-a de continuar.

Quando seus olhares se cruzaram, ambos estavam com os olhos vermelhos, e inchados, de chorar, e mesmo assim, eles chispavam de raiva, um do outro.

– Eu devia imaginar que aquela proposta da Camillinha tinha alguma coisa. Claro, vocês deveriam tá é juntos! E a idiota aqui acreditando que cê tinha mudado!

Fabinho franziu a testa, indignado - Quê?! Cê num pode falar de mim não, pivete! Ou você acha que eu num vi você se esfregando toda no Zé-Florzinha?!

Seus tórax subindo e descendo em um ritmo frenético, e o olhar de fuzilamento recíproco, demonstrava claramente a raiva que estavam sentindo, um do outro.

O silêncio pairou no campinho, entretanto, aquela conversa estava apenas começando.

E a lua estava lá... Linda e cheia.


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Notas finais do capítulo

Eita, capítulo tenso, mas oh, procurem pensar positivo tá?! Lembrem-se da lua que sempre trás coisas boas.
Quero reviews. O que vcs acharam dessa parceria Bento-Camilla?