Utopia escrita por Renata Salles


Capítulo 6
Chuva


Notas iniciais do capítulo

Não há nada de novo na noite
Venha cá, não há nada a temer
Pode ser que o silêncio te escute
E no escuro você possa ver

É só relaxar
É só se entregar
Não se preocupar
É bom pra pensar em nada, em nada.
Deixar para amanhã
Deixar para depois
É bom se lembrar de respirar de novo, de novo...

Noturna, Silva & Marisa Monte



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Finalmente chegamos a La Push.

Desci do carro como se estivesse sozinha, e fechei os olhos, inalando profundamente os odores de madeira e hortelã misturados ao cheiro da maresia.

Jacob me segurou.

— Ei, o que foi?

Me virei para encará-lo, mas para a minha surpresa fui tomada por grande nada. Eu estava oca.

— Nessie! — disse lento e firme, como quando usa sua influência de Alfa sobre os membros da alcateia. — Você está bem?

Eu não tinha nada a dizer, apenas me aproximei sem perder o contato visual e o beijei.

Desligada emocionalmente do momento, notei como meu corpo reage independente ao toque dele, sentindo profundamente cada arrepio, e sua respiração em meu rosto. Nós nos movemos lentamente e Jacob me pressionou contra uma árvore.

Eu sempre soube que ele me pertencia, e aprendi muito cedo que isso também significava que ele possuía cada pedaço de mim. Mais tarde, quando Jacob se viu obrigado a explicar, quando meu pai o forçou a contar velhas lendas quileutes, soube que não era um sentimento que cresceu naturalmente, mas que tinha um nome.

O imprinting exigia ser uma via de mão dupla: eu era a cocaína para um viciado, e em algum momento Jacob me consumiria.

Ele pressionou seu corpo contra o meu e esse era o limite.

Desviei o rosto e o encarei em silêncio.

— Me ama? — perguntei quando sua mão tocou eu rosto.

Jacob encostou sua testa na minha.

— Mais que tudo.

Me afastei, subindo o penhasco com meus dedos entrelaçados aos dele.

Os anciãos Billy Black, Sue Clearwater e Sam Uley, e a escrivã Emily Uley conversavam perto da fogueira. — Billy estava pálido com uma expressão terrivelmente cansada em sua cadeira de rodas, embalado por cobertores, Sue sentava confortavelmente em uma cadeira de praia e Sam e Emily estavam sentados no chão, do outro lado de Billy. Na outra extremidade estavam Brady — com sua imprinting Susan — e Jhon MacCory, os mais jovens do bando; Carter Reaser, Embry Call, e Tarcisio Symoné tocavam violão, Quill Ateara e sua imprinring Claire brincavam na areia com o pequeno Daniel, filho de Sam e Emily; Jared e Kim namoravam perto da praia.

Cumprimentamos a todos.

Leah me cumprimentou pelo aniversário e me apresentou seu imprinting Lúcio, que parecia ser um cara legal.

A mudança de Leah poderia ser vista a distância: estava descalça segurando um par de delicadas rasteirinhas em uma das mãos, usava um vestido de seda que ia quase até os joelhos, ressaltando suas curvas, seus cabelos pretos e lisos estavam cuidadosamente desfiados entre o queixo e o ombro, com uma franja caindo sobre os olhos brilhantes como estrelas; seu sorriso era vivo e sincero, deixando-a com uma aparência jovem e saudável. De muitas maneiras, ela estava linda.

— É um prazer conhecê-la — disse Lúcio com um sotaque forte.

— O prazer é meu.

— Onde está minha pequena?

— Charlie! — disse me jogando em seus braços.

Meu avô humano nunca quis saber o que sou ou em que minha mãe se transformou, a nomenclatura nunca o interessou, e apesar de saber que havia algo diferente conosco, jamais nos evitou ou nos desejou mal, assim como aos lobos, pelo contrário, sempre nos quis por perto, talvez para nos vigiar. De qualquer forma, Charlie é quem lembra a todos como é ser apenas humano.

Nós rimos, comemos, cantamos em frente à fogueira, conversamos com todos, fofocamos… Minutos rapidamente se tornaram horas. Então Jacob me abraçou radiante, anunciando que estávamos noivos e que moraríamos em La Push. Apoiei-me nele para não cair, me encolhendo em seu peito.

Juro que vi meu avô quase ter um ataque enquanto observava a aliança em meu dedo. Ele ficou meio verde e depois muito vermelho; levou, espero que por costume, a mão a cintura.

Fizeram uma fila interminável de felicitações e abraços. Billy estava extremamente feliz, Seth me ergueu e me jogou para o alto, dizendo que finalmente seríamos vizinhos, Sophia fazia planos em relação a minha futura casa e aos lugares que iriamos quando Seth e Jake estivessem trabalhando…

A união de Charlie com Sue, mãe de Seth e Leah, elevou nossa relação a um nível familiar. Eles se tornaram meio irmãos de minha mãe e, portanto, meus tios. Seth nunca me deixava esquecer isso.

Cético, meu avô me arrancou do abraço de Quil e me arrastou para longe. Ele parou e se encostou a um automóvel, me encarando com a cara fechada.

— Por acaso você sabe o que está fazendo? — Cuspiu. Não respondi. — Nessie, Jacob é um ótimo garoto, sua mãe sempre gostou muito dele, mas… Ele é muito mais velho que você e está em outra fase, tenho certeza que entenderá se não quiser se casar logo. Não precisa fazer nada para agradá-lo, ele vai esperar por você, e, pelo amor de Deus, ontem eu te pegava no colo!

— Eu sei.

Ter consciência de que ele sabia sobre a relação deturpada que minha mãe um dia teve com Jacob, saber que ele até torceu para que os dois ficassem juntos me vez vê-lo como um traidor.

— Então por que está fazendo isso? — perguntou incisivo.

— Por que é tão difícil acreditar que eu apenas quero fazer isso? Você mesmo disse que ele é ótimo! Tenho certeza que não há ninguém melhor que ele para mim, então porque esperar?

Charlie franziu o cenho, confuso com a agressividade da resposta, mas um sorriso maligno brotou em seus lábios.

— O que sua mãe disse a respeito? — Mantive-me em silêncio. — Você não contou a ela, não é?

— Contou o que? — disse Jacob escoltado por Seth.

— Eu não esperava isso de você Jake! — rompeu Charlie. — Pelo menos Bella e Edward tiveram a decência de me contar antes de sair anunciando o casamento! Você nunca foi muito dado a regras e costumes, mas arrancar uma criança de casa já é demais!

— Eu não sou mais uma criança — resmunguei.

— É sim! — seu tom era uma chicotada. — Uma criança meio grande, mas uma criança. Eu nunca entendi aonde seus pais estavam com a cabeça quando te deixaram namorar, e olho no que deu! —Ele se aproximou, me encarando com um olhar penetrante e ameaçador. — Você está grávida?

— O quê? Não! — respondi por debaixo do fôlego.

— Apenas nos amamos, Charlie — explicou Jacob.

Meu avô se virou como um tornado.

— Se a amasse não seria tão inconsequente! O que pretende Jacob, sério. Quer fugir com a minha neta? E depois?

Jacob trincou os dentes, incomodado.

— Tudo bem… — Seth entrou entre Jacob e Charlie. — Pense pelo lado positivo, sua neta vai morar bem ao seu lado!

Meu avô ficou quieto, provavelmente não havia pensado nisso; ele apenas me encarava com os olhos em chamas.

Charlie bufou.

— Certo. Se é o que realmente querem… Mas vocês têm até amanhã para contar aos pais dela. — Então saiu marchando.

— Vou conversar com ele — disse Seth o seguindo.

Demorei alguns minutos para me recuperar. Jacob me abraçou pensativo.

— Você quer conversar sobre isso? — perguntou.

— Não.

Voltamos para a festa.

O conflito com Charlie me fez lembrar das palavras da minha mãe no diário e meu estômago embrulhou, meu peito e minha cabeça doíam. De repente era como se estivesse embaixo d’água, sendo arrastada por uma forte correnteza: eu me debatia, lutava, mas estava sufocando. Precisava de ar.

Me vi encarando o infinito a minha frente: queria pegá-lo para mim ou fazer parte dele. O ar chicoteava, mas não chegava a meus pulmões. Eu precisava de ar.

Repentinamente Jacob sentiu-se estranho, inquieto. Olhou ao redor, procurando por entre os lobos.

— Hey Jake, por que essa cara de louco? — perguntou Jared.

— Você viu a Nessie?

O sorriso do lobo se desfez.

— Ela estava ao seu lado ainda agora — respondeu confuso.

Jacob continuou procurando, e petrificou: havia uma forma esguia na beira do penhasco, com os braços ligeiramente abertos e inclinando-se ainda mais para frente; se fosse humana já teria caído. No instante seguinte — e ninguém entendeu como Jacob pôde ter chegado ao outro lado tão rápido — ele a puxou pelo braço exatamente no momento em que seus pés deixariam de tocar o solo, e a jogou para longe da beirada. Renesmee escorregou sentada por alguns metros e o mirou atônica, confusa, retirada de seu transe tão bruscamente.

— O que ia fazer? — Jacob ofegou nervoso.

— Eu… — Ela parou, pensando. Não tinha a menor ideia do que ele estava falando.

— Nunca, nunca mais faça isso! — Jacob repreendeu estendendo a mão para ajudá-la. Renesmee se esquivou, levantando-se sozinha.

Todos encaravam chocados.

O que Renesmee estava pensando? A maré estava alta e o mar revolto a jogaria diretamente para as pedras, mergulhos do tipo não costumam acabar bem.

Sophia se adiantou, mas seu marido a impediu de se aproximar, aquilo deveria ser resolvido entre Nessie e Jacob.

Ele não entendia. Ninguém entendia…

Passado o susto, os humanos partiram e Jacob se reuniu com a matilha. Billy havia acabado de anunciar que deixaria seu lugar no concelho para Rachel, mas a atenção do Alfa estava em sua imprinted abraçada aos joelhos.

Renesmee estava perto demais da fogueira.

Jacob pediu que Brady apagasse as chamas, mas Nessie seguiu imóvel mirando o mesmo ponto. Ela ergueu a mão para tocar algo inesistente.

Deus, o que estava acontecendo com sua pequena?

Eu tinha total consciência de que alguém havia acabado de apagar o fogo a minha frente, mas seguia vendo as chamas crepitarem transparentes e coloridas; podia sentir seu calor…

Sobressaltei-me ao ouvir a voz de Jacob ao meu lado.

— Você está bem?

— Já vamos?

— Sim — disse ajudando-me a levantar.

— Posso ir para a sua casa? — pedi.

Ter de controlar meus pensamentos o tempo todo estava me deixando com muita dor de cabeça, e de qualquer forma, não conseguiria dormir sozinha, não aquela noite.

— É melhor não Nessie.

 

Desci do carro e entrei na pequena casa de um tom vermelho desgastado. Estava decidido: eu lutaria por Jacob e me conformaria com a parte dele que me resta.

— Quer alguma coisa? — perguntou tirado os sapatos.

Minha cabeça latejava e minha visão estava embaçada. Eu nunca havia sentido algo assim. Por uma forte vertigem esbarrei na estante de metal, derrubando um porta-retratos de Jacob, Billy e Rachel no casamento dela com Paul. Coloquei-o rapidamente no lugar, mas Jacob já estava ao meu lado, tentando me fazer sentar.

— Estou bem — disse encarando-o fixamente.

Peguei sua mão e o levei ao banheiro. Ele me observava atenta e curiosamente enquanto eu fechava a porta atrás de mim. Sorri e dei um passo à frente, tocando seus braços e o levando para dentro do box.

— O que está fazendo?

Meu sorriso cresceu enquanto abria a ducha.

— Dando banho no cachorro.

— Até você! — reclamou com uma careta.

Sorri, afagando seus cabelos.

Minha mão deslizou para baixo, passando por seu pescoço e parando sobre a camisa molhada que marcava seu abdômen definido. Tirei-a, contemplando-o enquanto Jacob me encarava com um olhar absurdamente sexy.

Uma imagem surgiu em frente aos meus olhos, se misturando e se sobrepondo a visão do próprio Jacob a minha frente, que seguia imóvel me encarando curioso. O Jacob da imagem, porém, esticava a mão como que para tocar meu rosto, mas seu olhar estava diferente.

Bella, ele sussurrou.

Afastei-me bruscamente e saí do banheiro um pouco desorientada.

Parei em frente à estante de metal da sala, ofegando. Eu estava enlouquecendo, mas não poderia fraquejar agora, ele tinha que ser meu. Custasse o quanto fosse, eu pagaria.

Liguei o aparelho de som e coloquei uma música romântica e sensual na medida certa, exatamente no momento em que o barulho da ducha cessou. Jacob saiu do banheiro com uma toalha branca enrolada na cintura, e outra sobre o ombro.

— É melhor tirar essa roupa molhada — disse sem jeito —, pode pegar um resfriado.

Sorri. Jacob sabia que eu nunca me resfriava.

Aumentei o volume, fechei os olhos e me entreguei à música, pois nada mais importava agora.

Meu corpo se movia no ritmo, minhas mãos deslizavam por entre meu quadril, barriga e pescoço lentamente, enquanto abria os botões da minha blusa, um de cada vez.

Jacob se aproximou, afagando minha nuca e se movendo comigo. Guiei sua mão para o último botão.

— O que está fazendo? — perguntou sem fôlego.

— Não me mandou tirar a roupa molhada?

— Eu não quis dizer no sentido literal…

— Não tem outro sentido, só o literal. — Tirei minha camisa.

Ele segurou o fôlego.

— Eu trouxe uma toalha para você — disse me oferecendo a que estava em seu ombro.

— Obrigada — disse me esticando na ponta dos pés, passando os braços ao redor de seus ombros. — Me beije.

Como se não houvesse outra opção, ele atendeu ao meu pedido.

Meus dedos deslizaram por sua nuca, suas mãos passeavam por minhas costas, sua respiração ficando forte. Senti como se minha espinha tivesse pegado fogo.

Eu o queria para mim.

Jacob afastou-me segurando minha cintura.

— O.k., tivemos o bastante por hoje.

— Hey — segurei seu rosto em minhas mãos. — Você não me quer?

— Mais do que pode imaginar — admitiu sem fôlego.

— Então me faça sua.

— Nessie você não precisa…

— Mas eu quero.

Fechei os olhos e senti sua pele quente encostada a minha, sua respiração. Jacob colocou sua mão em meu pescoço, acariciando-o, sua mão deslizou para meu queixo, e o polegar contornou minha boca.

— Você tem certeza?

Suspirei em resposta e ele selou nossos lábios.

Eu não sabia o que fazer, então Jacob me guiou. Suas mãos exploravam meu corpo, sua respiração forte me causava arrepios.

Com um forte suspiro ele me colocou em sua cintura e me levou para o quarto, me deitando na cama delicadamente entre beijos e carícias. Podia sentir o quanto ele me desejava, o quanto me queria; em seus braços me sentia protegida, completa, seus braços eram meu lar.

— Eu te amo — disse me encarando fixamente. — Para sempre.

Lá fora a chuva caía forte, com raios e trovões rompendo o céu escuro, e não nos importávamos.

 

Calor. Muito calor.

Abri os olhos. Sentia-me diferente, um pouco dolorida até, mas bem, muito bem.

Escorreguei para a borda da cama, desvencilhando-me do braço que Jacob repousava sobre mim sem acordá-lo. Coloquei uma camiseta sua que estava na poltrona e encarei o mural de fotos a minha frente. Havia algo ali que nunca havia reparado, ou dado alguma importância: tinham fotos de todos os seus amigos, de sua família, muitas fotos minhas e de nós dois juntos… e algumas fotos da minha mãe ainda humana, dos dois juntos.

Olhei-o dormindo tão inocente, vulnerável, e naquele momento eu soube que o preço a pagar seria alto demais. Eu não queria começar uma vida sendo obrigada a aguentar um passado tão pesado, casamentos não dão certo por muito menos.

Tomei um banho rápido e me troquei. Estava com a mão na maçaneta quando ele me chamou.

Respirei profundamente, analisando as possibilidades.

— Pequena, cadê você? Volta para a cama!

Voltei para o quarto com um suspiro.

— O que estava fazendo?

— Nada.

— Já se vestiu? — constatou franzindo o cenho.

— Não queria te acordar. — Sentei na beira da cama.

— Não me acordou.

Ele sorriu, me puxou e me beijou.

E eu deixei tudo de lado mais uma vez, a última vez, e permiti que ele me amasse mesmo sabendo o que aconteceria depois. Minha decisão não mudaria, mas porque não aproveitar o que poderia ter agora? Ele me devia isso. Era uma atitude egoísta, mas tudo o que eu tinha a oferecer. Eu estava vazia.

Deitei a cabeça sobre seu peito, ouvindo seu coração. Sua mão afagava minhas costas.

— Em que está pensando? — perguntei.

— Que eu sou o homem mais feliz do mundo. E você?

— Estou só… pensando.

Ele me encarou curioso, mas eu não diria mais nada. Permanecemos em silêncio por alguns minutos.

— Jake… Se eu te perguntar uma coisa, promete me responder com sinceridade?

— Sempre.

— Você já…? Você sabe, não fui a primeira.

Ele encarou o teto.

— Não, você não foi.

Baixei os olhos.

— Aquela garota que você gostou…

— Não! Amor olhe para mim. Eu nunca a toquei, ela foi uma paixonite baseada no se. Nada concreto, nada que pudesse ser real. Tudo aconteceu antes de você nascer, eu era um adolescente desiludido que se deitou com a primeira que apareceu. Não foi importante. — Me encarou. — Eu deveria ter esperado.

— Você nunca a tocou? Jamais?

— Eu a beijei uma ou duas vezes, mas não a amava realmente. Acredite, eu confundi as coisas. Estava apenas esperando por você, mas não sabia disso.

Respirei profundamente.

Eu disse a Jacob me meu pai viria me buscar na fronteira de La Push, e insisti que não era necessário que ele me levasse até lá. Precisava ficar um pouco sozinha.

Corri até minhas pernas começarem a tremer. Meus pensamentos estavam bloqueados, eu apenas desviava dos obstáculos e sentia o vento gelado batendo em meu rosto. Fui inundada por um imenso alívio ao chegar perto da casa dos meus avós e encontrá-la vazia: todos haviam ido ao Alaska na noite anterior para visitar nossos primos em Denali.

Estava destrancando a porta quando senti Edward parado atrás de mim, me encarando com uma expressão irada.

— Você vai se casar? — rosnou.

Fiquei em silêncio, sabia que o anúncio de Jacob na fogueira teria consequências. Ele se aproximou.

— Pretendia nos contar?

— Não.

— O que? — perguntou chocado.

— Vocês iam descobrir quando eu estivesse indo embora — minha voz era calma e baixa, sem emoção.

Meu pai parecia furioso, confuso e decepcionado.

— Por que?

— Jacob é mais importante que vocês.

— Mais importante que sua família?

— Eu não preciso da minha família.

— Como se atreve? — sibilou. — Quem é você?

— O que esperava? — As respostas saíam automáticas, sem vida. — Que eu o deixasse? Para quê? Ficar fingindo ser uma droga de humana no ensino médio para sempre? Vocês podem aceitar essa vida medíocre, mas isso não é para mim!

Ele se aproximou com ímpeto, me segurando forte, mas após um minuto me encarando em silêncio, seu braço relaxou.

Mas a raiva em seu olhar não vacilava.

Então Edward desapareceu na floresta.

***

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Notas finais do capítulo

Quando alguém tem sentimentos muito fortes e conflitantes, sem se conhecer bem, é difícil diferenciar como as coisas realmente são e como você as vê. A vida te ensina quem você é com o tempo, "é quebrando a cara que se aprende", mas Renesmee cresceu em uma bolha. Como ela poderia saber?



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