Utopia escrita por Renata Salles
Notas iniciais do capítulo
Renesmee cresceu em uma bolha, sempre protegida e mimada.
Como ela pode descobrir quem é e o que quer quando não tem espaço para errar?
Meus olhos arregalaram. Leah Clearwather havia sofrido um imprinting hoje pela manhã na First Beach.
Me perguntei o que a abduziu e a obrigou a “passear” em La Push, uma vez que ela evita ao máximo ir a aldeia. Se a intenção dela fosse simplesmente ir a praia, ela certamente frequentaria outro lugar. Mas em vez de responder minha indagação, Jacob ofereceu mais detalhes: aparentemente Leah estava caminhava pela praia com Brady em seu encalço, contando as novidades da agitada vida na aldeia, quado ela viu o cara e o imprinting aconteceu — mas ele a encarava antes mesmo de ela o notar.
Lúcio Bent era um turista francês que acabou em La Push por um erro do GPS. E com isso aprendemos duas informações muito importantes sobre o imprinting: A) essa coisa não tem fronteiras, e B) não se importa em contar com a sorte.
Sophia sorriu com ternura fingindo surpresa enquanto Jacob e Seth se revezavam para contar a história. Ela e Leah eram muito próximas, de modo que certamente Sophi já sabia de tudo, apesar de ter estado por aí o dia todo, e de qualquer forma, nada escapava ao radar dela. Mas Sophia não gostava de fazer da vida dos outros o foco de seus assuntos, na verdade ela odiava falar sobre si mesma, e suspeito que esta seja uma tática para que as pessoas não percebam o quão pouco sabem sobre ela.
Eu não conseguia acreditar que finalmente Leah teria um pouco de amor em sua vida.
Os garotos se calaram após expressar suas opiniões e esgotarem os assuntos para fofocar, então se instalou um silêncio desconfortável.
Jacob apertou-me contra seu peito e deu-me um beijo na testa.
— Que tal um mergulho? — Sophia sugeriu de repente.
— Agora? — perguntei consultando as horas. Já passava das onze.
— Claro, vamos! — disse Seth animado.
Os garotos foram na frente, enquanto eu e Sophia levávamos o restante da louça para a cozinha. Paramos ao ouvir a conversa do lado de fora da casa. Eles não falavam exatamente baixo.
— Até parece que você a conhece melhor do que eu! — ouvi Jacob dizer.
— Isso não é sobre conhecer menos ou mais, ela cresceu cara! Está na hora de você reconhecer!
Sophia me encarou com um olhar malicioso.
— Está ficando interessante!
Eu estava mais do que envergonhada.
Já era hora de as pessoas pararem de discutir minha vida e intimidade como se eu fosse uma criança.
— Sophi, eu não ando com um biquíni na bolsa, como entrarei na piscina? — resmunguei enquanto ela abria a porta de vidro.
— Seja criativa.
— Como é?
Perdi completamente a linha de raciocínio quando meus olhos encontraram uma das mais belas e irresistíveis visões que já tive na vida; meus olhos percorreram seu corpo minuciosa e descaradamente. Tentei voltar a respirar, mas a visão de Jacob apenas de sunga dominava totalmente minha mente, e eu não conseguia ter pensamentos racionais.
É claro que eu já o havia visto sem camisa ao menos um milhão de vezes, e sempre soube que ele era um cara bonito, mas por algum motivo eu nunca o havia olhado desta forma.
— Vão ficar aí parados? — disse uma voz suave ao meu lado antes de mergulhar.
— Opa! — disse Seth se jogando na água.
Sorri e Jacob atirou-se na piscina.
Dei um passo para trás, esquivando-me dos respingos.
— Venha Nessie, a água está ótima! — encorajou Sophia.
Um rubor tomou posse de minhas bochechas.
— Vai demorar, tomatinho? — pressionou Seth.
Jacob o fuzilou com o olhar.
Respirei profundamente e me despi sem me importar com os três pares de olhos me encarando, e entrei na piscina. Jacob, que estava encostado na lateral do outro lado, me fitava sem sequer piscar, com um olhar incrédulo e deslumbrado.
— Ei Nessie, que bonita… Seu pai sabe que você usa essas coisas? — Seth perguntou apontando para meu sutiã rendado.
Arregalei os olhos, o rubor aumentando. Não é atoa que Seth e Emmett se adoram.
— Cale a boca, pulguento! — respondi, empurrando a água em sua direção.
Seth foi atingido por uma pequena onda e desapareceu embaixo d’água. Senti algo quente encostando-se a minha pele e em seguida estava sendo erguida.
Tentei desvencilhar-me, mas ele me segurava com força.
— Me solta, agora!
— Já que insiste… — respondeu traiçoeiro.
Seth, que me tinha em seus ombros, lançou-me um pouco à frente, me fazendo cair de costas contra a água e afundar como uma pedra. Localizei o corpo flutuante de Seth na superfície e me impulsionei, utilizando o elemento surpresa. Surgi bem a sua frente, coloquei as mãos sobre seu peito e o empurrei para baixo usando meu peso. O garoto, ainda submerso, pousou as mãos em minha cintura e virou, fazendo-me afundar, e me segurou embaixo d’água. Meu estoque de ar acabou com a virada repentina e tentando emergir, esperando uma resistência que não veio, segurei em seu ombro e o puxei para mim.
Nesse momento nossa plateia despertou.
— Tudo bem, agora chega. — disse meu Jacob. — Saia de cima dela!
Soltamo-nos ao mesmo tempo.
Sophia ria como se assistisse duas crianças brincando.
— Ficou com ciúmes chefinho? — caçoou convencido.
— Não abusa garoto! — respondeu Jacob jogando água no amigo.
Eles iniciaram uma luta.
Eu mergulhei e adentrei a cascata, uma pequena caverna de pedra no canto direito da piscina. Sentei imaginando se uma pessoa que nunca tivesse estado ali encontraria o pedaço de pedra submerso, encostado à parede côncava, antes de esbarrar nele, e quanto tempo essa pessoa tardaria a descobrir que aquilo era um banco. Sorri.
Jacob atravessou a água que escoava do topo da cascata, causando-me um insight. Naquele momento era como se um deus estivesse ultrapassando as fronteiras do Monte Olimpo, caminhando em minha direção com toda a sua glória e autoridade. Quase não havia desejo ou amor em mim. Nada. Naquele momento eu não era eu, não tinha um nome, eu não era nada.
Jacob se aproximou passando a mão no cabelo para tirar o excesso de água. Sorri abobalhada e ele parou no mesmo instante, pousando suas mãos em minha cintura. Sorriu, o que me fez fechar os olhos e suspirar.
— O que foi? — perguntou, encostando sua testa na minha.
Seus braços circundaram minha cintura enquanto eu envolvia a dele, nossos corpos se tocavam livremente quase que completamente, uma vez que a água dentro da cascata era mais baixa.
Ele me beijou.
Minhas mãos escorregaram para seu peito, acariciando-o, enquanto as dele apertavam-me sutilmente em um abraço.
— Te amo — disse ele com um sussurro intenso.
Hesitei.
Jacob suspirou, afastando-se para me encarar.
Sorri e pressionei meus lábios contra os dele, minha reação imediata sempre que dizia algo do tipo. Uma decepção pareceu cruzar seu olhar, mas ele superou rapidamente e beijou minha testa.
Permanecemos em silêncio, sentindo um ao outro ao som da água caindo.
— O problema é que… Argh! Ele é um burguesinho que só quer curtir! Não está certo, ele sequer queria estar aqui! Chegou à praia por engano! E se… — Seth tagarelava nervosamente.
— Acalme-se meu bem — interrompeu Sophia. — Não é você quem sempre diz que a magia nunca falha? Tenha fé.
Tudo ficou em silêncio por um instante. Jacob acariciava minhas costas ternamente com as pontas dos dedos.
— Estou feliz por minha irmã, só tenho medo de que ela sofra. — continuou Seth. — A dor dessa rejeição seria mil vezes pior do que tudo que ela já passou! Mesmo quando Sam… — pausou. — Espero que ela seja feliz. Leah merece isso.
Eu entendia Seth.
Leah nunca foi uma pessoa ruim e sim mau compreendida.
Imagine ter que ver a pessoa que ama todos os dias com outra, ouvir seus pensamentos, desejos e expectativas sabendo que se não fosse o tal imprinting, você estaria junto a ela. Pensando por esse ponto de vista, tenho que concordar com Tarcísio, o membro mais jovem da alcateia. Em suas palavras, “a necessidade de proteger a tribo e os humanos é tão forte que arranca totalmente nossas escolhas, e assim como não escolhemos nos transformar, os imprinteds também perdem o direito de escolher que vida gostariam de ter, que pessoas gostariam de se relacionar, porque ser imprinted é tão devastador que rejeição deixa de ser uma opção”.
Concordar com ele me faz sentir mal por Jacob. Ele me daria sua vida e eu o amo por isso.
Uma vez Quil deixou escapar que Jacob pensava o mesmo que Tarcísio, e que ele era apaixonado uma garota até o momento em que me viu. A informação logo ganhou um espaço exclusivo em meu cérebro, e por mais feliz e agradecida que esteja por tê-lo comigo, não posso deixar de imaginar como sua vida teria sido se não tivéssemos nos encontrado: talvez estivessem casados e possivelmente teriam filhos… Ele seria mais feliz com ela do que é comigo?
Me inclinei e Jacob me ajudou a descer do banco. Mergulhei, saindo da cascata e ele me seguiu.
Não pude evitar deslumbrar-me com o amor e a tranquilidade que emanava do casal à minha frente: Sophia estava sentada na beira da piscina nos braços do marido, seus pés tocavam a água gentilmente enquanto Seth brincava com cachos dos cabelos dela. Sorri, sentindo um aperto no coração. Acredito sinceramente que eles teriam se apaixonado mesmo sem a intervenção o imprinting, mas não conseguia sentir o mesmo em relação a mim e ao Jacob. Nós somos diferentes. Essa intensa ligação era a única coisa que nos unia.
— O que foi? — perguntou Jacob colocando uma toalha em meus ombros.
Será que eu disfarço assim tão mal?
Apenas o encarei, colocando a mão em seu pescoço, mas decidi não arriscar. Jacob se preocupa muito com minhas mudanças súbitas, quedas de temperatura e com meu dom que resolveu funcionar por conta própria.
— Vamos subir? — perguntei.
Ele encarou Sophia.
— Fiquem à vontade! — respondeu com um sorriso.
Seguimos pelo corredor até o segundo andar, adentrando o quarto de hóspedes. Suspirei, encostando-me ao parapeito da varanda.
Jacob me seguiu, encostando-se entre o batente da porta e a parede. Olhei para ele pelo canto dos olhos e as questões que não queria pensar povoaram minha mente: será que o imprinting, sempre acompanhado de uma relação de dependência, era realmente uma coisa boa? Será que esse sentimento louco e incondicional é realmente amor? E quanto ao que Jacob sentia antes de me ver pela primeira vez? Como aquele amor pode ter desaparecido assim de repente?
Simples, não pode.
— Jake, você está feliz comigo?
— O que? — disse como se minha pergunta fosse a mais absurda de todas. Encarou-me pensativo. — Você tem dúvidas do meu amor por você?
De todas às milhares de perguntas que ele poderia ter feito, por que justo essa?
Havia dor e receio em seu olhar. Jacob sabe o que penso sobre o imprinting e acha que está me pressionando, ou que estou aqui agora apenas pela felicidade dele, o que não é verdade.
Balancei a cabeça de um lado para outro.
— Tem certeza? — insistiu.
Me enrosquei em seus braços. Não queria mentir.
Quando saí do banho o encontrei deitado apenas com uma calça de moletom. Sentei na beirada da cama ao seu lado.
— Onde tomou banho? — perguntei curiosa.
— No outro quarto.
— Mas tem um banheiro aqui, sabe?
Ele abriu um pouco a boca para responder, mas fechou-a imediatamente ao compreender minha indireta. Sorri maliciosamente.
— Você não tem vergonha na cara, né? — rebateu com a expressão ultrajada, mas um riso na voz.
— Não.
Ele sorriu, me puxando pela cintura e me deitando ao seu lado; me fez cócegas até eu perder o fôlego, então me encarou intensamente, capturando meus lábios.
O beijo intensificou rapidamente, nossos corações aceleraram em sincronia. Jacob encontrou o final da minha blusa, causando-me arrepios. Virei, posicionando uma perna de cada lado do seu corpo, ele pressionou minha cintura contra a dele, fazendo-me arfar.
Então a porta se abriu.
Paramos instantaneamente e fechei os olhos com força, tentando controlar o rubor em minhas bochechas. Jacob segurava o riso. Respirei profundamente e olhei em direção à porta. Sophia estava em seu roupão de seda, com uma expressão extremamente envergonhada. Sai de cima de Jacob e fui até porta, odiando-a profundamente por aquele momento constrangedor.
— Algum problema Sophi?
— Er… Eu… Eu só vim ver se… Hmm… estavam bem acomodados.
— Oh sim, nós estamos.
— Desculpe Sophi — murmurou Jacob se acomodando no sofá.
Seu queixo caiu e ela balançou a cabeça negativamente com urgência.
— Tudo bem, Jake, sem problemas! Tenham uma boa noite! — respondeu dando dois passos para trás, enquanto eu fechava a porta lentamente com um olhar homicida. — Desculpe! — gesticulou.
Cerrei a porta, agora a trancando. Respirei profundamente duas vezes, tentando me recompor e virei, caminhando de volta para a cama como se nada tivesse acontecido.
— Você não vem?
Pude vê-lo se agarrando firmemente ao monte de almofadas a seu redor.
— Nãaa… Não, obrigada.
Reconhecendo que ele não me esquentaria com seu abraço durante a noite, como costumava fazer quando eu era criança, me acomodei debaixo das cobertas.
— Te amo.
— Boa noite Jacob!
— Você não vai responder?
— Já respondi.
— Nessie!
— Eu nasci para você, lembra?
Apaguei a luz.
A manhã começou atordoada.
Sophia teve que ir trabalhar logo cedo, o que para ela é uma diversão imensa. Os humanos a veem como a uma empresária muito importante, dona do holding Adália’s SA, que possui um grande leque de empresas. — O que é perfeito para Alice, que é a mente criativa por trás do design da maior parte das peças da A.G, para Jasper, que cuida da contabilidade de todo a companhia, e para Esme, que é a responsável pela Adália’s Design, empresa de Design de interiores.
Nos preparávamos para sair, logo após o café da manhã, quando Jacob recebeu uma estranha ligação de Paul, seu genro — observei calada sua expressão ficar angustiada e triste — e foi encontrar os outros lobos, encarregando Seth de me levar para casa.
Estávamos na metade do caminho e o garoto ainda não havia dito nem uma palavra, o que para Seth era quase um milagre. Eu não aguentava mais, não me lembro da última vez que ele havia ficado tanto tempo em silêncio. Comecei a bater os dedos compulsivamente, e após alguns segundos, ele cedeu.
— Fale logo!
— O que aconteceu? Por que Jake ficou tão mal depois da ligação de Paul? Por que todos desapareceram essa semana?
— Eu não posso responder.
— O que? Por quê?
— Não é comigo, eu não posso dizer.
Meu coração disparou.
— É com o Jake não é? — soltei por debaixo do fôlego. Ele não respondeu. — Seth! — supliquei. — Não poderei ajudá-lo se eu não souber o que está acontecendo!
Ele hesitou.
— Billy está doente — soltou olhando fixamente para a estrada. — Muito doente.
Não pude dizer mais nada. O pai de Jacob luta contra diabetes há muito tempo, e uma complicação já lhe custara os movimentos das pernas. Hoje meu sogro é um homem de idade bem avançada, fisicamente debilitado; qualquer doença precisava de atenção e de uma série de cuidados especiais, e por esse motivo Rachel o levou para morar com ela e o marido há dois anos.
Eu falei com Billy ao telefone semana passada, e percebi que voz parecia frágil, mas ele insistiu que não era nada demais.
Ficamos em silêncio o resto do caminho.
— Rose! — corri em direção a seus braços.
Ela me abraçou com força.
— Que saudade de você, meu amor! — Beijou-me na bochecha várias vezes.
— E aí monstrinha?! — disse Emmett com os braços abertos. — Venha aqui pelota! — As notícias voam não é mesmo? Ele me ergueu, me apertando até minha coluna estralar em vários lugares.
— Você vai machucá-la Emmett, ponha-a no chão! — ordenou Esme.
Ele obedeceu um uma careta, mantendo seus braços ao meu redor.
— Senti sua falta tampinha!
— Também senti Shrek!
Ele piscou, sorrindo.
— Entendo que queiram uma lua de mel, mas cinco meses é muito! — resmunguei. Por algum motivo acharam meu comentário engraçado. — Quando chegaram?
— Ontem — respondeu Rose.
— Por que voltaram antes?
Rosalie e minha mãe se entreolharam enquanto os outros pareciam repentinamente atentos à decoração.
— Estávamos com saudades de você! — respondeu Rosalie acariciando minha bochecha.
— E o lago deve estar muito carente… — Emmett completou maliciosamente. Ele acha muito engraçado me pegar desprevenida e me jogar no lago atrás da casa.
— Onde está o vovô?
— Foi… Resolver um assunto — respondeu Esme.
Carlisle está cuidando de Billy. Então todas aquelas conversas particulares entre Jacob e meu avô eram sobre isso. Como não percebi antes?
Aos poucos todos se dispersaram.
Seth despediu-se e voltou para La Push, Esme foi desenhar em seu ateliê, minha mãe e Alice foram ajudar Rosalie a desfazer as malas, Emmett e Jasper subiram apostando alguma coisa, de modo que Edward e eu ficamos sozinhos na sala.
Antes que pudesse inventar uma desculpa para sair, ele me puxou pelo passante traseiro do meu jeans, e me vi sentada no sofá ao lado dele. Tentei me levantar, mas meu pai me segurou com força, passando o braço ao redor dos meus ombros.
— Oi? — Sorri sem graça.
— Você. Não. Vem? Conte-me sobre isso.
— Sobre o que? — perguntei dissimuladamente.
Ele arqueou as sobrancelhas.
— Como você soube? — indaguei.
— Isso não importa!
— Foi nos espionar?
— Claro que não!
Fiz uma careta.
— De qualquer forma, isso não muda o que você fez! — justificou.
— Mas eu não fiz nada!
Ele rosnou.
Você não tem mais nada para fazer durante a no…
— Não se atreva! — interrompeu meu pensamento.
— Mas eu não disse nada.
Ele rosnou, fazendo meu coração acelerar.
Com um suspiro respirou fundo e parou de me apertar, mantendo o braço ao meu redor.
— Vocês têm toda a eternidade, por que querem avançar tão rápido?
— Nós não…
— Filha, eu sei que você cresceu — interrompeu —, mas ontem estava dançando sem música na sala. Girando e girando… Era tão pequena! E seus dedinhos pressionando as teclas do piano… você me pedia ajuda quando com seus bracinhos não conseguia alcançar as notas. E ficava tão brava! — Riu, mas seu sorriso foi murchando lentamente. — Você não precisa mais de ajuda, mas dê um tempo para nós, está bem? Não é fácil perder aquela menininha levada.
Envolvi sua cintura, lamentando por ser tão egoísta.
Ele estava certo. Não havia motivo para antecipar as coisas.
— Não estamos com pressa papai, não se preocupe.
***
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*Talvez você queira arrancar a minha cabeça pelo drama do imprinting, mas pense bem: Renesmee não sabe o que é amar alguém, nunca conheceu um garoto que não fosse Quileute! Ela vê sua família e o fato de que eles se escolheram, e sente que não teve opção, afinal, ela sempre soube que Jacob era dela. Renesmee teve o destino traçado antes de poder conhecer o mínimo do mundo.
Me conte o que achou!
Até mais!