Utopia escrita por Renata Salles


Capítulo 1
Conversa


Notas iniciais do capítulo

Uma vez me ajoelhei pela emoção, ainda sigo a lembrança que ficou de cada arrepio.
Repreendido pelo silêncio de uma nobre quietude, cego para o verdadeiro propósito divino, mas você era minha.

Olhando a escuridão de alguma estrela distante, a emoção de saber o quão sozinhos,
desconhecidos somos para o selvagem que vive dentro nós. Eu confessei que estava sonhando com um amor melhor...

Eu nunca conheci uma tristeza tão intensa como essa que habita em você, própria de você. Você, cujo coração cantava sobre anarquia, você que riria tão belamente de significados e garantias.

Quando nossa verdade for queimada da história por aqueles que fazem justiça às belas recordações, testemunhe-me. Como lágrimas de fogo em uma árvore de cedro, sei que meu amor queimará comigo e assim viverá pela eternidade.

Porque não há amor que me atraia mais, e não há amor que tenha me amado melhor, não há amor melhor... Porque não há amor que descanse ao meu lado, não há amor que me justifique melhor, não há amor melhor, então querida, sinta o amor melhor.

Hozier, Better Love



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O chato de ser aniversariante é, com certeza, o suspense que fazem anteriormente, destruindo tudo que pode haver de bom nesta data.

Nas últimas semanas meus familiares têm estado insuportáveis comigo, cheios de segredos e de “não veja”, “não toque”, me proibiram até de ir a minha própria casa! — Mas é claro que meus pais podem voltar ao Chalé todas as noites… Eu gosto de ficar na casa dos meus avós, mas sinto falta da minha cama, de ter um espeço só meu.

E fica ainda pior a cada minuto.

Desde de a infância sou terminantemente proibida de assistir ao noticiário — não sei se a intenção dos meus pais é preservar minha inocência ou impedir que eu me torne uma terrorista —, e os canais de filme passavam o mesmo longa um milhão de vezes, de modo que eu já havia visto todos ao menos três vezes, não havia mais documentário ou série no Netflix que eu não tivesse visto… Os canais de esporte me lembravam Emmett, então os evitava, e depois de quatorze horas assistindo o canal da Polishop, Esme me proibiu de assistir ele também, apesar de ela ter feito compras, reduzindo ainda mais as opções.

Meu humor estava péssimo, e como resultado da minha lista altamente restrita de recreação, eu ficada mais entediada a cada segundo, sabendo apenas que o tempo continuará transitando entre encoberto e parcialmente nublado na maior parte da península de Olympic por mais algumas semanas. Assistir ao canal do tempo tem lá suas vantagens…

Só que não.

— Algum problema querida? — perguntou Esme sentando-se no sofá ao meu lado.

Encarei-a mau humorada como quem diz “o que você acha?”, e ainda assim ela aguardou minha resposta pacientemente com uma expressão calma.

Suspirei, tocando levemente o dorso de sua mão que estava sobre minha perna. Não houve nada. Tentei novamente:

Preciso mesmo responder? — mostrei-lhe.

Comunicar-me com imagens é muito mais divertido, entretanto, deixar que ouçam meus pensamentos é mais prático e rápido: a pessoa que toco simplesmente “ouve minha voz em sua cabeça”, ainda que o nível de concentração tenha que ser maior, para que ela ouça apenas o que quero.

— Querida… — começou compreensivamente passando seu braço ao redor de meus ombros. — Você sabe que acabará logo.

— Eu quero que acabe agora!

— Seja paciente.

Bufei revirando os olhos.

Nunca tive problemas com festas ou presentes, mas quando começam a me excluir para fazer surpresas… Argh! Pense bem, isso não faz o menor sentido!

O que mais me irrita é o fato de Jacob ter cedido este ano, e ter concordado em ajudar Alice em seu reinado de horror. Ela foi venenosa e absurda ao chantageá-lo emocionalmente para que ele aceitasse, dizendo que este aniversário será ainda mais especial e importante que todos os outros por marcar o “verdadeiro” e “definitivo” início da minha eternidade, mesmo com Sophia dizendo que isso é mentira porque A) eu já existo e B) nós, mestiços, não somos eternos como os vampiros, apenas temos um tempo de vida mais longo que outros seres. Mas ainda assim merece uma comemoração a altura!”, ela cantarolou, e mais blá, blá, blá. Como se já não fosse o bastante o restante da minha família estar fazendo os caprichos dela.

— Mas essa doçura toda não é apenas carência, certo? — perguntou com um sorriso brincalhão.

Hesitei.

— Sinto falta de Emm e Rose — confessei.

E como não sentir? Emmett é o tio mais engraçado e originalmente bem-humorado que se pode ter, e eu o amo muito, apesar de ele fazer piadinhas inconvenientes que me envergonham o tempo todo. E Rosalie… Ah, Rose. Ela é uma mistura perfeita entre melhor tia-madrinha, porto seguro, e defensora eficaz; uma pessoa admirável, uma vez que você se propõe a realmente conhecê-la.

— Eu também — Esme refletiu com um tom cheio de amor. — A casa parece vazia sem eles, não é?

— Sim… Porque precisam de uma lua de mel tão longa?

Esme riu.

— Falei com Rose essa tarde e eles voltam amanhã à noite. — Sorriu brevemente. — Querida, isso é mogno, por favor.

Olhei para a mesa de centro e para meus pés revestidos pelas pantufas de unicórnio apoiados nela.

— Desculpe — murmurei colocando-os no chão.

Olhei em direção a porta da frente em um movimento um pouco retardado ao de minha avó. Finalmente teríamos companhia.

Parei em frente à entrada da casa enquanto Esme se dirigia ao recém-estacionado Bentley cinza grafite de Carlisle, que a beijou amorosamente ao sair do veículo. Outros dois carros se aproximaram: o primeiro era o Volvo do meu pai, ocupado apenas por minha mãe, o segundo era o Jeep de Jasper, dirigido por meu pai.

Perguntava-me onde estariam Jasper e a bruxinha quando um quarto carro surgiu em meu campo de visão.

— Wow! — soltei sem fôlego.

Carlisle deu-me um beijo na bochecha e entrou na casa repousando o braço sobre os ombros da esposa.

Eu estava inconformada, e creio que Edward também, pois ele resmungou algo e entrou.

— Gostou Nessie? — perguntou Alice radiante.

— Você comprou uma Lamborghini? — disse mais como uma afirmação chocada do que uma pergunta propriamente dita. Parecia que ia virar um robô gigante a qualquer momento…

— Eu ganhei — respondeu sorridente entrando na casa enroscada em Jasper.

— Uma Lamborghini! — Repeti seguindo-a.

— Não é linda? — cantarolou.

— E o Porsche?

Alice me encarou displicente.

— O que tem ele?

Hesitei chocada.

— Estamos colecionando de carros de lucho agora?

Jasper se virou bruscamente para minha mãe.

— Pague! — disse ele com a mão estendida.

Com uma careta Bella lhe entregou uma nota de cem dólares.

— Não seja paranoica, Nessie! — respondeu a baixinha de cabelo espetado.

Minha mãe sentou-se no sofá entre Alice e Edward, Jasper ocupava o sofá ao lado, próximo à esposa.

— Então quer dizer que a exposição que esses carros podem causar a nós é paranoia minha, Alice? Quando vocês ficaram tão descuidados? Eu não conheço outro médico na cidade que tenha um Bentley! Sério. — olhei para Carlisle subindo as escadas. — Com todo respeito — ele sorriu com uma careta e voltou a subir. Encarei Alice com um suspiro. — Olha, só não quero outra visita

Ela soltou um gritinho leve e convencido.

— Viu? Está sendo Paranoica! — disse com um tilintar de sinos. — Se os Volturi resolverem fazer algo contra nós eu verei. Ponto.

Estremeci ao ouvi-la pronunciar o apelido. Meu antigo medo pela ameça que nos fizeram enfrentar se transformou em desprezo. Para mim, proferir seus nomes, bem como o nome da própria seita, é como praguejar, como evocar espectros, afinal, fantasmas mais cedo ou mais tarde sempre retornam para nos assombrar.

— Você escuta o que fala?

— Renesmee — chamou Bella. — Chega.

Bufei sentando ao lado de Jasper. Virei para encostar as costas em seu peito, ele se ajeitou no sofá e me abraçou.

— Onde está o Jake? — perguntei.

Graças a Alice estamos desde a semana passada sem nos ver, e ele sequer me ligou. Isso porque Jacob me ama com sua própria vida, segundo a lenda, pelo menos. Imagino se não amasse…

Edward soltou um risinho baixo, ignorei-o.

— Está na casa dele. Ele ainda tem uma, sabe?! — respondeu Bella. Mas o que era aquilo? Meus pais agora faziam complô contra nós? — Ele disse algo sobre te ligar depois.

Ligar, hã. Sei…

— E Sophia?

— Teve que passar no escritório, estará aqui em breve. — respondeu Alice.

Droga.

Eu não aguentava mais ficar apenas sentada esperando que algo acontecesse, mas uma calma foi tomando conta de mim, um contentamento que não me pertencia.

— Jazz…

Ele sorriu erguendo os ombros.

— Nessie — chamou Carlisle de sua sala no segundo andar.

— Sim? — respondi sem vontade.

— Venha ao meu escritório, por gentileza.

Grudei os olhos no meu pai, implorando por socorro. Ele apenas encarou minha mãe.

— Eu acompanho você — disse ela já em pé.

Entramos no grande quarto alto na parte ocidental. As janelas, assim como as portas, eram de uma madeira escura, os móveis de mogno e tabaco. Seria um lugar agradável, não fossem as pinturas do tempo em que meu avô viveu com os Volturi.

Carlisle pegou alguns instrumentos de tortura no armário atrás de sua mesa e veio em minha direção.

— Vovô, porque o senhor ainda tem essas pinturas? Eles tentaram nos matar, sabe…

Carlisle aproximou o termômetro de minha boca, abri-a.

— Existem coisas que não devem ser esquecidas. Os Volturi apenas cumprem seu propósito, embora hora ou outra acabem se desvirtuando… Eventualmente você entenderá.

A resposta não me agradou. Esquecer é tudo que sempre quis.

Os exames prosseguiram e Carlisle me esticou, cutucou e mediu, como de costume, franzindo o cenho de vez em quando, sempre anotando todos os detalhes em uma agenda, mas quando perguntado, apenas dizia que estava tudo bem.

Subi na balança.

— Você engordou — comentou ele.

— Tem certeza? — minha mãe perguntou se amontoando entre nós.

— Sim, mais de um quilo.

— Ei! — Desci da balança.

— Você não está gorda — disse Edward encostado meio inclinado no batente da porta, de braços cruzados. — Sophia chegou.

— Obrigada pai, vou me juntar a ela. — Dei de ombros rapidamente, não queria ouvir os comentários que viriam a seguir.

— Mas eu ainda não… — ouvi Carlisle resmungar.

Desci as escadas.

Sophia estava parada perto da televisão, olhando os porta-retratos. Uma mulher jovem, aparentando ter entre vinte e três a vinte e seis anos, que possui um olhar maduro. É alta e magra, mas possui curvas acentuadas, tem a pele bronzeada e grandes olhos verdes, com um sutil e raro tom de caramelo na íris; seus cabelos pretos têm grandes cachos nas pontas, que emolduram seu rosto delicado, e um sorriso de tirar o fôlego. É divertida e inteligente, o que deixa seu marido caído a seus pés — ainda que o imprinting por si só já causasse esse efeito.

Nós nos tornamos grandes amigas imediatamente quando nos conhecemos, não somente por sermos ambas mestiças de um vampiro com uma humana, mas porque nossos gênios combinam, e nossa forma de pensar é a mesma. Seu espírito livre e sua independência me fazem admirá-la cada dia mais, e, além disso, ela viveu nesta casa por três anos antes de finalmente aceitar se casar, o que a torna perpetuamente da família.

— Nossa, você demorou! — resmunguei.

Ela se virou.

— Olá para você também! Eu estou ótima, obrigada por perguntar.

Sorri.

Pouco pudemos conversar antes que Esme a chamasse ao escritório de Carlisle onde todos estavam reunidos. Bufei. Mais uma vez eu não era bem-vinda.

O descontentamento deu lugar a uma ansiedade estranha.

Me atirei sobre o sofá para pegar o telefone da mesa no outro lado. Disquei, mas estava ocupado. Tentei de novo… Ocupado.

Suspirei.

 

 

Esme fez sinal para que Sophia entrasse primeiro, então fechou a porta e se juntou a Carlisle do outro lado do escritório.

— Sophi, você nunca deixará de ser um membro da nossa família — começou Carlisle —, portanto, queremos comunicar nossa decisão o quanto antes…

Alice se aproximou, segurando as mãos de Sophia.

— Rose e Emmett terminaram a casa no Alaska e estão finalizando os preparativos. Nós vamos nos mudar.

— Quando? — questionou Sophia.

— Em um mês. Iremos esta noite fazer alguns ajustes— cantarolou Alice.

Um burburinho começou pela sala.

— Esperem… Vocês sabem o que isso significa, não sabem?

— O que você sabe? — perguntou Edward quase como uma acusação.

— Não se faça de desentendido, você sabe muito bem o que quero dizer! Renesmee não é mais uma criança! Ela e Jacob estão muito bem. Vocês sabem o que pedirão a ela?

— Sabemos que a separação será difícil no início, mas eles podem continuar se vendo sempre que suas obrigações permitirem — esclareceu Bella.

— E o que os fazem pensar que ela o deixaria?

 

 

— Ouvindo atrás da porta Nessie?

Levei um susto. Jasper abriu a porta e indagou antes que eu pudesse pensar em bater.

Todos estavam apreensivos. Meu pai hesitou, Bella desviou o olhar para o chão e algo em sua atitude me incomodou profundamente.

— O que eu perdi?

— Nada importante — disse Sophia. — Eu perguntava a seus pais se você poderia dormir em minha casa hoje.

Minha mãe manteve seus olhos no chão.

— Pode ir, se quiser — disse Edward com um sorriso forçado.

Eu tinha certeza de que havia algo errado, mas não queria pensar a respeito. A imagem de Jacob não saía da minha cabeça.

— Claro — respondi.

Fui para meu quarto provisório, o antigo aposento do meu pai — quando me mudaram para esta casa, Esme sugeriu a reforma de um dos quartos vagos para mim, mas eu recusei, uma vez que ter meu próprio quarto na casa é sinônimo de passar mais tempo nela, e eu realmente gosto do Chalé —, minha mãe me ajudou a arrumar o que eu levaria rapidamente.

Sentei-me ao seu lado no sofá de couro preto. Suas feições estavam pesarosas e tristes, sua mão deslizava por meu cabelo.

— Você quer me dizer algo?

— Na verdade sim. — Suspirou. — Eu te amo tanto… Desculpe por eu e seu pai implicarmos com o Jake, você sabe que gostamos muito dele, somos até gratos por esse imprinting, porque sabemos que ninguém cuidaria melhor de você. — Suspirou. — Apenas não queremos te perder… Não estamos prontos para isso — sorriu levemente. — Você cresceu tão rápido!

Senti-me gelada.

— Mamãe, eu o amo.

— Eu sei, mas não quero que fique longe de mim.

Ela estava sofrendo antecipadamente.

Um dia Jacob e eu nos casaríamos, não havia dúvidas, e por isso eu teria que me separar da minha família. Me magoava fazê-la sofrer, mas não havia nada que eu pudesse fazer a respeito.

— Você nunca irá me perder. Por mais longe que estivermos você sempre será minha mãe, e sempre teremos uma a outra.

Ela me abraçou.

— Eu daria a vida por você, meu amor, quantas vezes fosse necessário. Nunca duvide disso, nunca!

— Eu não duvido.

Minha cabeça estava rodando. Porque isso assim de repente?

Nos encaramos em silêncio, até que ela sorriu.

— Vá, Sophia está te esperando.

— Tem certeza? Eu posso ficar aqui com você.

— Não seja boba, vá e divirta-se! Vai ficar tudo bem.

 .

Assim que chegamos a sua casa Sophia ligou para Jacob e o convidou para se juntar a nós, então se embrenhou na cozinha.

— Sophi, meu pai vai nos matar!

Ela deu de ombros.

— Ele não pode vir a La Push.

Ri.

— Você é terrível!

Ela piscou em uma careta antes de desligar o fogo da carne, deixando-a propositalmente mal passada. Uma fraca luminosidade atingiu o rubi de seu anel de ouro, atraindo minha atenção. Havia uma imagem gravada no fundo, um V.

— O que quer dizer? — perguntei curiosa.

— O que?

— O V no seu anel.

Ela o cobriu e encarou a mão por um momento.

— Er… — ela parecia terrivelmente constrangida. — Há muito tempo foi meu sobrenome. Veiron.

— Mas não era Gregory?

— De início sim, então se tornou Sophia Gregory Veiron — pausou brevemente. — Quando me casei passei a usar o sobrenome dele… — Ela encarou o anel. — Tenho o hábito de usar este anel. Preciso parar com isso. — Disse tirando-o e o guardando em uma gaveta na cozinha.

— Mas porque Veiron? — perguntei como se não tivesse ouvido mais nada que ela disse.

— Por que Cullen?

Fiz uma careta e ela sorriu.

— Leve as torradas para a sala de tevê, por favor — disse apontando para a cesta de pães.

— Não jantaremos na sala de jantar?

— Não, hoje não. Planejei algo mais casual.

— Tuuudo bem, você que é o gênio do mal! — disse pegando o recipiente.

Coloquei a cesta sobre a mesinha de centro já coberta por uma toalha de renda, Sophia trouxe a carne e a vasilha com sangue para nós — bem, para mim, já que ela é fiel àquela historinha de que “a comida humana deixará de parecer ruim quando você se adaptar a ela.” Urgh! Fui buscar o molho na cozinha.

Passei a ouvir vozes cada vez mais próximas e meu coração se encheu de alegria.

— Olá meninos! — disse Sophia.

Houve um estalo de beijo. Alguém resmungou baixinho e em seguida respirou profundamente. Jacob.

Esperei.

Ele me abraçou pelas costas, suas mãos em minha barriga, e começou a beijar meu pescoço. Deixei-o, pois apesar de minha irritação por sua falta de notícias, sentia sua falta. Ele parecia angustiado.

— Oi. — Virei. Estava literalmente prensada entre seu corpo musculoso e o balcão.

Ele suspirou.

— Não acredito que você realmente está aqui! Te prometo que nunca mais ficaremos nem um dia sem nos ver! — me beijou. — Eu juro!

— Ô casal, vai demorar? Estou com fome aqui! — reclamou Seth do outro cômodo.

Ouvi Sophia rindo e corei levemente.

Fomos para a sala de tevê onde ela e o marido aguardavam sentados no chão, um nos braços do outro, de frente para a mesa de centro preenchida com comida e taças de vinho, e encostados no sofá.

Seth abaixava o volume do home theater, deixando-o quase no mudo enquanto a televisão transmitia um filme que ninguém assistiria. Passamos por eles e nos sentamos da mesma forma.

 

***

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Notas finais do capítulo

Alguns pontos a serem observados:

*Renesmee está ranzinza. Isso deu pra perceber: seus hormônios estão uma loucura, e seu dom, que ela sempre foi muito apegada, estavam falhando; não poder ir ao chalé a fazia se sentir totalmente sem privacidade; sua família planejava uma grande festa quando tudo que ela queria era um pouco de paz, e ela se sente excluída, deslocada. Ninguém perguntou o que ela queria.

*Outra coisa muito importante para a história é que Renesmee é uma menina boa e muito inteligente, mas é imatura. E como poderia não ser? Maturidade se ganha com o tempo, "quebrando a cara", e ela cresceu em uma bolha, sempre protegida e mimada. Como pode descobrir quem é e o que quer quando não tem espaço para errar?

Me contem o que acharam!
Até mais!