Beautiful Decadence escrita por brgscarolina


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Sorry guys. Ontem não deu pra postar, mas hoje eu chegay com mais uma capítulo pra vocês little sweethearts'



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/478161/chapter/6

–Armin, desligue essa porra de despertador antes que eu vá até aí e quebre tudo! – Gritou Alexy do quarto dele. Fazia uns cinco minutos que eu tinha acordado com o despertador do celular, mas não tinha me levantado. Como não ativei o modo soneca, ele ficava tocando até eu o desligar.

Suspirei. Às vezes Alexy não tinha um humor muito bom de manha.

Me levantei, desliguei o despertador e corri pro banheiro antes que meu irmão fosse pra lá e ficasse por, tipo, uma meia hora lá dentro. Quando eu olhei no espelho, eu estava com olheiras. Provavelmente por ficar jogando tanto tempo.

Assim que abri a porta pra sair de lá, dei de cara com Alexy.

–Até que enfim saiu daí. Sabe que eu preciso de um tempo a mais pra me arrumar, Armin! – Assenti enquanto ele falava e então ele suavizou a expressão. – Ah. Armin, tudo bem?

–Claro. – Dei de ombros.

–Você ficou trancado no quarto o fim de semana todo. E sua cara tá péssima. Devia pelo menos passar minha base nessas olheiras bizarras.

–Para com isso, Alexy. Não vou passar base nenhuma. Eu só tô com sono. E não tô afim de ir pra faculdade. Acho que vou matar umas aulas...

–Mas... – ele suspirou. – Cara, você não é assim. É por causa da Callíope, né? Velho, se eu soubesse que você ia ficar desse jeito, tinha feito você desistir disso e voltar a pegar aquelas góticas.

–Não é pela Callíope. – Me virei pra ele, olhando nos olhos violeta. A única coisa que nos diferenciava quando éramos pequenos e Alexy ainda não tinha pintado o cabelo de azul.

–Ah, e tenho certeza de que você está ansioso pra aula de economia e que nem sequer pensou em faltar.

Ergui o dedo do meio pra ele, que ria.

–Se ela é importante pra você, Armin, devia correr atrás. Eu realmente nunca te vi desse jeito com ninguém. – Disse e entrou no banheiro.

Suspirei e me escorei na parede. Você não sabe metade do porquê de eu estar assim. Não sabe que o pai dela pode ter matado um cara, e que ela pode estar tão focada em tirá-lo da prisão que pode até ficar doente se não se cuidar. Eu queria cuidar dela. Eu me importava com ela o bastante pre deixar meu jogo de lado.

Era difícil não agir diferente numa situação dessas...

Me arrumei rapidamente, pondo qualquer roupa e gritando pra Alexy que eu já estava indo. Eu poderia comprar alguns donut’s na cantina do campus mesmo. E faria exatamente isso. A não ser que ao olhar ao meu lado, tivesse uma certa ruiva com sardas comprando um café grande. Cedo demais pra mim, cara. Eu não estava preparado. Decadência isso.

Virei a cara na hora, pra pelo menos fingir que não a vi, mas foi tarde demais. Ela já tinha se virado e olhado pra mim.

Cocei a cabeça, tirando a franja de cima dos olhos.

–Eh... Oi. – Murmurei.

–Oi. – ela desviou os olhos quando respondeu.

Callíope estava do mesmo jeito de sempre, jeans, um suéter grande demais pra ela, All Stars nos pés, a mochila pendurada no ombro. O cabelo estava solto, e os cílios negros e grossos com o rímel.

A atendente estendeu o copo de papel grande à Callíope juntamente com minha caixa pequena com donut’s. Callíope já tinha pago o café e saiu de lá na hora. Coloquei uma nota de cinco no balcão e saí de lá apressado.
Eu nem sabia porque estava indo atrás dela. Callíope tinha me mandado embora na sexta, mas fui eu quem discuti e saí da casa dela correndo.

–Callíope! – Chamei, mas ela continuou reto, sem se virar. Apressei o passo, quase começando a correr, mas acabei me trombando com alguém. Droga. E esse alguém tinha ficado de pé e eu caí no chão. Sorte que a caixa de donut’s ainda estava fechada.

Merda. – Murmurei.

–Ora, ora, ora... – Ouvi a risada debochada do Castiel. – Olha só! É o nerd virjão do Armin! – Ele me estendeu a mão. – E aí, cara, tudo bem?

Tirei a poeira da roupa e peguei a caixa de donut’s, olhando pra ele de cima a baixo. Ele tinha um cabelo que ia até perto das escápulas, e pintou de vermelho. Os olhos eram escuros, e ele tinha uma cicatriz no nariz, que sempre diz que foi por causa de uma briga de rua há uns anos. Ele era mais alto que eu, bem mais forte do que eu, tatuado, tocava em uma banda. Eu não podia competir contra ele. Além de tudo, eu levaria uma surra. Mas pelo menos, nas poucas vezes que conversamos, nos damos bem. Deferentemente de Nathaniel. Ele e Castiel pareciam que podiam se matar a qualquer momento.

–Não me chame de nerd virjão, cabelo menstruado. Deve ser por causa desse cabelo que todas fogem de você depois de uma noite. – Reclamei, o fazendo rir.

–Não vou perguntar de novo... – ele ergueu uma sobrancelha.

–Tá! Tudo bem.

–Por que estava correndo?

–Eu estava atrás de alguém.

–Pra dar essa caixa de donut’s? Cara... Por isso que você continua um nerd virjão. – Mostrei o dedo do meio pra ele que riu, dando um soco no meu braço. Doeu. Até os socos dele de brincadeira eram doloridos. Por isso eu nunca o irritava o bastante pra levar uma surra.

–Cara, a caixa é pra mim. Eu tinha que falar com uma pessoa.

–Aquela ruiva esquisita que você tá atrás essas semanas? – Até o Castiel sabia.

–Callíope não é esquisita.

–Dizem que ela só estuda. Nunca faz nada. – Ele me olhou numa expressão mais séria. – Nunca.

Revirei os olhos. Essa conversa com o Castiel estava me atrasando. Agora eu nem sei mais pra onde ela foi.

–Ela tem os motivos dela. – Dei de ombros.
Eu queria sair logo dali, então comecei a me virar. Mas o ruivo de farmácia me segurou pela mochila.

–Você sabe que motivos são? Você sabe, ela não tem tanto recheio, mas é bonitinha. – Sorriu torto. Aí me subiu uma coisa. Eu não ia deixar esse cara falar assim da Callíope.

–Não ouse falar dela desse jeito. Não ouse tocar nela. Não ouse nem pensar nela assim, ouviu, Castiel?

Ele arqueou as sobrancelhas, e o sorriso ainda estava no rosto.

–Posso saber por quê? Já que, pelo que eu sei, ela não é nada sua. Aposto que consigo dormir com ela antes de você.

Eu queria socar esse bastardo. Mas se fizesse isso, apanharia mais, por isso me contentei com esbarrar meu ombro nele, enquanto saía de lá, dizendo:

–Ela é melhor do que isso, Castiel.

Só fui achar a Callíope na estufa. Legal. Ela tinha que estar no meio de um monte de plantas e essas coisas naturais?

Enquanto me aproximava, ela se virou e me viu, e iria começar a se afastar de novo, mas eu corri e a segurei. E quase tropecei na mangueira que tinha ali no chão.

–Espera. – Pedi.

–O que foi?

–Queria falar com você.

–Eu achei que já tínhamos dito tudo na sexta. – Ela desviou os olhos, cruzando os braços sobre o peito.

–Tá, vamos tentar conversar numa boa?

–Certo, desculpe.

Nos sentamos numa das mesinhas de ferro forjado que tinha na estufa e coloquei a caixa de donut’s no meio. Ela olhou pra mim com uma sobrancelha arqueada e eu sorri.

Então, ela ficou vermelha. Eu não entendi o porquê. Ela virou o rosto, e o cabelo ficou na frente, atrapalhando minha visão.

Suspirei, e pigareei.

–Bom, Callíope...

–O que você queria conversar?

–Sobre você. – Ela ainda não tinha voltado a olhar pra mim. – E sobre mim. Sabe? – Pigareei de novo. – Sobre nós dois.

–Tá. – Ela ergueu os olhos até os meus.

–Callíope – Suspirei de novo. – Eu fiquei esse fim de semana inteiro trancado no quarto, dizendo a mim mesmo que iria te ignorar e fingir que nunca tinha te conhecido, e seguir com a minha vida de antes de te conhecer. E tinha grande chance de isso dar certo, se você não estivesse na cantina justo quando eu fui lá. Aí eu percebi que mesmo se eu te ignorar, e fingir que não te conheço, e seguir minha vida de antes de te conhecer, não vai mudar nada. Eu não vou te esquecer. Então será que a gente podia deixar pra lá o fato de termos brigado e voltar ao normal?

–Eu... – Ela tinha ficado vermelha de novo e desviado o rosto daquele jeito que fazia o cabelo ficar na frente. Me inclinei pra frente, tirando o cabelo de lá e sorrindo quando os olhos verdes se focaram nos meus. Eu queria beijar essa garota agora, e por isso me afastei.

–E então? – Arqueei as sobrancelhas.

–Não vejo problema em voltarmos ao normal. – Deu de ombros, sorrindo, e eu sorri também.

–Ótimo! – Me levantei, me aproximando dela. – Então, vem comigo.

–Pra onde? Eu tenho aula, Armin...

–Perdemos o primeiro tempo, Callíope. – Revirei os olhos. – E outra, um dia que você faltar pra ficar ao lado do seu amigo não vai te matar. Tenho certeza de que alguém na sua sala pode muito bem te emprestar as anotações. – Comecei a puxá-la pela mão.

Eu tentava não rir da expressão no rosto dela enquanto a arrastava pra fora daquela estufa e pelo estacionamento.

–Armin, espera! Pra onde você tá indo?

–Pra minha casa. – A expressão dela era assustada agora e eu sorri o mais inocente possível. – Não precisa me olhar assim, só quero passar o dia com você. – Parei de súbito. – Se você quiser.

Ela deu um pequeno sorriso.

–Tá. Eu quero.

Naquele dia, eu não fiz nada. Não aconteceu nada. Éramos só eu e a Callíope, passando o dia todo na minha casa, jogando e assistindo filmes, e ela fez pipoca enquanto eu enchia dois copos com leite achocolatado. Ela não sabia jogar nada no vídeo game, e eu pude a ensinar. Depois, quando Alexy chegou, continuamos os três na sala. Era bom ouvir a Callíope rindo de novo. À noitinha, eu fui levá-la pra casa, e nos abraçamos pra nos despedir.

No dia seguinte, estava tudo normal de novo. E na aula de economia, eu fiquei olhando pra ela, falando com o Nathaniel por uma hora inteira. Ele ficava tocando o braço dela. É, eu fiquei com ciúmes, mas não estava preocupado.

E sem que eu percebesse, mais uma semana tinha passado. E eu e ela ainda não tínhamos saído juntos. Apesar disso, ela foi em casa de novo, e eu até tentei dar um beijo nela, mas ela virou o rosto. Me contentei com o beijo na bochecha por enquanto.
Já era uma sexta-feira e eu estava sentado com ela lá na estufa, almoçando. Parece que ela gostava dessas coisas de natureza e flores.

–Hm, ei, Cal. – Falei.

–Sim?

–Vamos sair hoje? – Ela ergueu os olhos, os focando nos meus enquanto eu sorria. – Se não quiser sair, pode ir lá em casa. É que Alexy vai a uma festa.

Ela suspirou.

–Não sei, Armin.

–Ah, vai sim. Você sempre vai! – Dei risada.

–Eu? – Ela riu. – Agora que eu não vou mesmo. – Sorriu quando eu arqueei as sobrancelhas, me jogando um pedacinho de pão. – Certo, eu apareço lá. Que horas?

–Quando você quiser. – Sorri, e ela desviou o olhar.
Essa garota é difícil pra caramba. É simplesmente complicada. É como se eu estivesse num estado de decadência, e eu estava decaindo por ela. Eu queria saber se ela sabia que me deixava muito louco. Ela toda. Desde o jeito como ela andava, até o sorriso com os caninos um pouco tortos, e os olhos verdes e as sardas pelo rosto. O cabelo ruivo, e até mesmo os suéteres largos que usava e as unhas roídas.

Alexy estava certo. Eu nunca fiquei assim por ninguém.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Well... Tá mesmo acabando. Falta pouco :3
Até guys o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Beautiful Decadence" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.