Beautiful Decadence escrita por brgscarolina


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Hello guys!
Queria agradecer à todos os comentários. Mesmo. Vocês são demais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/478161/chapter/3

Alexy prometeu que não se envolveria mais. Eu sinceramente duvidava. Na aula de economia, Nathaniel não apareceu. Eu via a cabeleira ruiva acobreada dela nas carteiras à frente, sozinha, sem ninguém do lado. Nem pensei duas vezes, agarrei todo o meu material e fui me sentar ao seu lado.

–Oi, Callíope. – Sorri, enquanto deslizava no lugar ao seu lado.

Ela se virou, surpresa ao me ver.

–Oi, Armin. – Ela franziu o cenho. – Pensei que se sentasse lá atrás.

–Mudança de áres. – Sorri, e ela riu, balançando a cabeça.

–Sabe que eu vou realmente estudar essa matéria, né?

–Se você vai, então eu também vou.

–O que você sabe sobre economia, Armin? – Ela me perguntou, com uma sobrancelha ruiva arqueada. Eu sorri. Seus olhos verdes eram contornados por cílios negros e grossos, por causa do rímel. Eu tinha certeza de que esses cílios seriam ruivos por baixo da maquiagem.

–Absolutamente nada. – Respondi, com sinceridade. A garota riu de novo. Era legal quando ela ria desse jeito. Parecia que eu tinha feito alguma coisa certa.

Como...?

–Como alguém como você pode estar solteira? Você é maravilhosa.

–O que disse? – Ela ficou séria. O que eu disse? Cara, será que eu disse mesmo aquilo alto? Cara, eu não dou uma dentro.

O bicho de pelúcia continuava socado dentro da bolsa.

–E-eu disse, como você pode entender essa matéria? Você é corajosa. – Terminei pigarreando no fim.

Ela desviou os olhos, e se virou pra frente, mas eu vi quando ela sorriu. Porque essa garota tinha que ser diferente de todas as outras?

Os dias foram passando e o bicho de pelúcia continuava na minha bolsa. Eu queria entregar logo pra Callíope, mas ela realmente não estava aberta a relacionamento nenhum. Ela ficava com essa coisa se estudar, estudar, estudar. Eu até tinha chamado ela pra sair comigo, como amigos, eu garanti, mas ela disse que não, que tinha que estudar. Estudar. Estudar. Alexy disse que diziam por aí que ela era muito focada nos estudos. Que raramente saía e que nunca ficava com ninguém. Cara, qual o objetivo de uma vida sem diversão?

Estava sendo mais difícil do que eu imaginei que seria. Porque, eu continuava sentando no mesmo lugar de sempre, lá atrás, a não ser que o Nathaniel faltasse, o que não acontecia muito, infelizmente. E ela repelia cada investida que eu dava. E ela ria cada vez mais comigo. E eu falava cada vez mais coisas idiotas quando estava perto dela, sem conseguir me segurar antes de perceber que já tinha dito.

Ontem eu tinha conseguido a abraçar por, tipo assim, quase dez segundos. Sendo ela, isso era muito.

Hoje, eu cheguei atrasado na aula de economia. Fiquei jogando até tarde ontem, oras, e acabei dormindo um pouco mais... Ao entrar, não vi Nathaniel em seu lugar. E nem suas coisas. Callíope parecia concentrada no que escrevia, mas ergueu os olhos até mim quando a professora disse alto meu nome. Fui me sentar ao seu lado, a cumprimentando e sorrindo quando ela sorriu também.

–Ei, Callíope. – Sussurrei, me aproximando, e quase falando com a boca na orelha dela. O seu cabelo tinha cheiro de flores. Toda vez que eu falava assim tão perto dela, eu a sentia ficar tensa. E eu gostava desse efeito que tinha sobre ela. Apesar de que ela pode ser assim com qualquer um. – Vamos sair comigo e com uns amigos na sexta?

–Não dá, Armin.

–Vai sair com alguém, já?

–Você sabe que não. Tenho que estudar.

–É sempre a mesma resposta. – Suspirei. – O que custa? Só um fim de semana?

–Armin... – Foi a vez dela de suspirar.

–Tá! Certo! – Peguei a bolsa e agarrei o bicho de lá de dentro. – Toma, pode ficar com isso. Peguei numa dessas máquinas de fliperamas.

E depois disso peguei meu PSP recém-concertado e passei todo o resto da aula jogando. Não por mal, mas se eu falasse qualquer coisa, só ia piorar a situação.

Olhei de relance pra ela, que segurava o bicho de pelúcia amassado com as mãos, olhando aqueles olhos grandes de plástico. Merda, por que eu não conseguia ficar bravo com ela por mais de dez minutos?

–Armin, você tá nervoso de novo? – Perguntou Alexy, assim que entrou no meu quarto, depois que voltamos do campus e eu me fechei aqui. Geralmente eu comia uma montanha de comida e depois ficava jogando por horas antes de dormir, mas hoje eu só cheguei, tomei um banho e deitei.

–O que você acha, mano?

–É óbvio que você está nervoso. – Disse ele, se sentando na beirada da minha cama. – Posso adivinhar por quê?

Bufei.

–Cara! – Reclamei. – Ela me dispensa pra ficar estudando. Ela dispensa todo mundo pra ficar estudando! Velho, por que? Ela só pensa em estudar, estudar, estudar! Nem o super nerd do Nathaniel é assim. Ela não podia sair comigo uma vezinha só?

–Você tá gostando dela de verdade, Armin?

–Ah! Que se dane se eu tô ou não! Não vai fazer diferença mesmo. Ela vai continuar dando fora e eu vou continuar insistindo e correndo atrás dela. Deus, eu quero ela. – Enterrei a cara no meu travesseiro.

–Vi hoje o bichinho de pelúcia que deu a ela. Ela carregou ele nas mãos por todo o campus hoje. Sem enfiar o coitado na bolsa como você fez. Você deformou todo o bicho.

–É, eu dei aquela coisa pra ela. E tô pouco me lixando pro que ela vai fazer com ele. Ela pode queimar aquilo que eu não vou me importar.

–Ai, Armin, para de drama! – Alexy riu. – Às vezes você é tão dramático...

–Some daqui, cara... Não tô afim de brincadeira.

–Se quiser posso te contar como foi meu encontro ontem com o...

–Não! Lalalalalala! Não vou te ouvir! Lalalalala!

–Certo, certo! – Ele puxou o travesseiro. – Vai desistir dela?

–Eu devia.

–Mas?

–Mas eu sou um noob do caramba que vai continuar atrás da garota.

–Por que?

–Porque eu gosto dela! Satisfeito?

–Sim. – Ele me jogou o travesseiro de novo. – Agora pode voltar pra sua crise emo! – E saiu correndo do quarto, antes que o travesseiro o acertasse.

Algum tempo depois, saí do quarto. Mas voltei pra lá com uma montanha de comida. Porcarias, na maior parte.

Liguei a TV e meu celular vibrou, indicando uma mensagem.

Oi.”

Era Callíope.

“Oi. Devia voltar a estudar.”

Respondi rápido demais. Droga, Armin, não seja um cuzão com a garota só porque ela é um gênio.

“Talvez devesse mesmo.”

Legal. Ela concorda que eu sou um cuzão. Eu pensaria que tinha estragado com tudo se não fosse pela mensagem dela que chegou em seguida.

“Mas eu quero saber como você tá. Tudo bem?”

Ah, maravilhosamente bem. Estou vendo unicórnios e arco-íris por onde passo, os passarinhos cantam ao meu redor.

“Estou jogando.”

Pouco depois de ter enviado essa mensagem, ela mandou outra. Ela aparentemente não se importava por eu estar jogando, ou talvez tivesse certeza de que eu a responderia.

“Está irritado? Comigo?”

“Por que estaria?”

Eu realmente queria estar jogando agora, pra poder ter uma desculpa pra não ler e nem responder a mensagem seguinte.

“Porque eu fui uma idiota com você, recusando o seu convite pra sair com você e seus amigos? Não quero você bravo comigo.”

Ou talvez fosse bom responder essa mensagem rápido...

“Então saia comigo na sexta. Só eu e você.”

É, cara. Meu coração pulsava esperando a resposta.

“Armin, eu não posso... Você sabe.”

“É, eu sei. Estudar. Sempre estudar. Você é um saco, Callíope.”

Enviei na hora. Mas que droga. Será que eu não consigo acertar uma? Digitei outra na hora.

“Desculpe, não quis dizer isso de verdade. Você sabe.”

“É, talvez eu saiba mesmo.”

“Peguei muito pesado?”

Perguntei. Dessa vez demorou um pouco mais pra ela responder.

“Infelizmente não. Sei que sou um saco.”

“Você não é um saco. Você é demais. Saia comigo na sexta à noite e vai ver como você não é um saco.”

Enviei e esperei novamente a resposta. Pouco depois já tinha chegado.

“Como assim? Pretende me embebedar ou algo do tipo?”

Eu tive que rir. Bem, esse era um ótimo plano.

“Não a princípio. Vai. Você escolhe onde vamos.”

“Então vamos ao cinema?”

Meu deus. Callíope estava aceitando sair comigo. Ela queria ir ao cinema, certo. Eu vou buscá-la na casa dela, e ela vai franzir o cenho quando eu for beijar seu rosto e “errar”, beijando o canto da sua boca. Depois lá na entrada do cinema vamos discutir sobre qual filme queremos ver. Eu vou querer um de terror e ela uma comédia romântica ou filme policial. Talvez entraremos num acordo quanto ao filme de ação, com as atrizes gostosas e os atores com tanquinho. Vamos comprar chocolates e pipoca sem manteiga, e também amendoim, e vamos misturar o amendoim na pipoca, e o casal de idosos perto da gente fará careta. E vamos pegar um copo de refrigerante super grande, pra dividirmos. E eu vou tocar a mão dela sem querer quando ela for pegar pipoca ao mesmo tempo que eu, e vamos conversar e começar a discutir sobre o enredo do filme e as pessoas por perto farão “shhh” pra nós, e nós vamos rir, e ela vai disfarçar a vergonha bebendo um pouco do refrigerante. Então a pipoca logo irá ter acabado e vamos abrir os pacotes com os pequenos chocolates. E então, eu vou tentar beijá-la. E ela vai recuar, mas minha mão estará estrategicamente em sua nuca, e eu vou trazê-la pra mais perto e então vou finalmente conseguir a beijar, e depois de a soltar, ela vai se afastar e virar o rosto corado. Quando o filme acabar e as pessoas estiverem saindo da sala de cinema, vou pegar a mão dela, que vai ficar tensa por um segundo antes de apertar minha mão também, e talvez pararemos no fliperama. E eu vou ganhar dela em todos os jogos, mas sempre vou beijar sua boca depois de cada partida. E depois eu vou ter que levá-la pra casa dela, porque mulheres como Callíope não são do tipo que você leva pra sua casa logo depois do primeiro encontro. E eu vou descer do carro também e a levar até a porta, onde ela vai me beijar e entrar apressada em casa, fechando a porta, e eu, vou voltar pro carro, e pra minha própria casa, pra ficar ouvindo Alexy enchendo meu saco, só assentindo pra ele enquanto lembrava de tudo o que aconteceu nessa noite.

“Confirmado. Cinema na sexta à noite. Não pense em furar comigo, Callíope.”

“Não acho que você irá me deixar furar com você, Armin.”

“Pois não vou mesmo. :)”

“Engraçadinho. Boa noite, Armin.”

“Boa noite, Callíope.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Beautiful Decadence" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.