Números Primos escrita por Gii


Capítulo 9
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Hello!! Bom, desculpe a demora. Isso foi bem mais que um dia, hãn? Simplesmente não fluía e eu apaguei e comecei tudo do zero. Foi bem difícil, mas achei um jeito que talvez vocês vão gostar.
Dedicado à grande diva, Carol Beluzzo, uma graça de pessoa e uma ótima amiga e concelheira.
Boa leitura!!



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Experiência da matemática.

Eu me espreguicei longamente antes de fechar o livro. O dia havia estado claro e sem uma única nuvem no céu, perfeito para uma tarde de leitura embaixo de uma das arvores grandes que havia ao redor de Hogwarts.

Eu havia finalmente terminado mais um dos clássico do Nickolas Sparks. Um renomado autor trouxa romancista e dramaturgo da literatura da década passada.

Eu achava impressionante como ele sempre conseguia um final imprevisível e como conseguia transmitir sentimentos tão fortes através de simples palavras. Como você podia se debulhar em lágrimas e sofrer com os personagens sem ao menos eles realmente existir.

A cada livro dele que eu lia, mas ficava convencida de que as palavras, até mesmo escrita por trouxas, podiam ser mágicas.

Dei um longo suspiro, deixando o livro de lado e aproveitando o resto do sol que transpassava entre as folhas da arvore antes do fim da tarde.

Talvez o romance louco de Lily desse um bom livro. A história nas mãos certas, com certeza renderia milhões de cópias. Ela havia se metido em um belo drama junto com Hugo. Uma história de amor que provavelmente valeria a pena ser contada para os filhos.

Eu fiquei a observar as folhas se mexerem levemente com o vento por alguns instantes.

Quem sabe eu mesma não pudesse a escrever? Talvez com um pouco de pesquisa, eu poderia publicar um livro baseado...

— Suspirando de amores por mim novamente, Weasley? — A voz de Scorpius Malfoy interrompeu os meus devaneios, me fazendo pular de susto.

Eu me sentei bufando.

— Até parece que alguma vez suspirei por você. — eu retruquei — O que quer? Se for Albus me pedindo novamente para fazer algum trabalho...

— Porque sempre que venho atrás de você, você pensa que é Albus que me mandou? — Perguntou ele se aproximando — Por acaso eu não posso ter uma vida fora da minha amizade com o seu primo?

Eu revirei os olhos. Ele tinha mesmo que ficar de conversa afiada? Não podia simplesmente chegar ao ponto e acabar logo com aquilo?

— Porque o único motivo para você vir até mim é porque Albus te forçou a fazer algo para ele em troca de alguma bobagem entre vocês dois. — Eu suspirei — Eu e você sabemos que não nos damos muito bem para uma aproximação que não seja interesseira.

O loiro em minha frente ergueu uma das sobrancelhas finas, me encarando.

— Está dizendo que qualquer tentativa minha de aproximação é por interesse.

Eu olhei para os lados. Aquilo não era óbvio para ambos?

— Malfoy, apenas me diga o que você quer.

O garoto loiro deu um meio sorriso suspeito antes de se jogar ao meu lado, na sombra da grande arvore, se deitando de costas.

Eu fiquei por alguns minutos, olhando a figura loira e pálida esticada ao meu lado. Ele havia cruzado os braços atrás da cabeça e fechado os olhos, casualmente, ainda com aquele sorriso irônico no canto dos lábios.

Ele parecia que estava aprontando alguma coisa. Eu estreitei os olhos. Ele não viera até ali apenas para deitar ao meu lado embaixo da sombra em um fim de tarde. Resolvi entrar no seu jogo.

Deitei ao seu lado, observando-o pela visão periférica, porém não ficamos muito tempo daquele jeito. Os gritos de Lily ecoaram pelo jardim e nos chamou a atenção.

Ela meio ria, meio gritava, tentando fugir de Hugo. Meu irmão parecia estar correndo atrás dela, como se brincando de pega-pega.

— Não adianta fugir, ruiva!! Eu vou te pegar de qualquer jeito! — Ele gritava, parecendo muito feliz.

Aliás, os dois parecia muito felizes juntos. Eu sorri para a cena. Era bom ver novamente meu irmão um pouco vivo. Ele tinha razão. O remédio para a cura daquela época sombria que ele estava passando, era apenas um. Lily.

Eu lembro muito bem quando o peguei chorando, poucos dias antes de todo aquele drama no corredor da escola. Ele pensou que ninguém ia á aquela parte da biblioteca àquela hora da noite, e talvez, ninguém devia ir mesmo, mas eu estava lá e o vi.

Eu nunca fui muito ligada à Hugo. Sempre que Hugo tinha algum segredo, algum medo, ele falava direto com Lily e todos sabiam disso. Os dois eram mais do que amigos, eram confidentes. E era tão óbvio o seu amor por ela, que chegava a ser triste vê-lo à mercê do romance que ela tinha com o Zabine.

Ele estava se dando conta que estava sendo masoquista em ficar perto dela e aquilo estava acabando com o que um dia foi meu irmão.

As melhores épocas de Hugo era quando estava com Lily. Parecia que eles tinham uma ligação psíquica ou algo do tipo. Eles simplesmente, se completavam.

Aquela noite, ele me contou o que estava acontecendo e disse que não aguentava aquilo que estava passando, que parecia cada vez mais que estava sufocando com toda aquele fingimento. Que ele não sabia o que fazer.

Ele me olhou com aqueles olhos suplicantes, como de quem espera uma luz no fim do túnel. Como se a irmã sabichona pudesse dar a solução para tudo, como sempre fora no final.

Mas acontece que o único relacionamento que eu tivera foram com os livros e as minha amizade solida com Albus, que não se comparava com algo remotamente romântico.

O máximo de conhecimento sobre o amor que eu tinha era o exemplo dos meus pais e as amizades que eu tive.

E meu irmão mais novo precisava de conselhos amorosos.

Me vi encurralada na minha própria tentativa de ajuda-lo. Como eu, um ser sem experiência qualquer, poderia ajuda-lo com aquilo?

Então, eu tentei usar apenas a logica, tentando explicar que seria muito mais fácil se ele conversasse diretamente com ela, uma conversa calma e adulta. De preferência, em um lugar calmo, sem muitas pessoas por perto, para ambos se sentirem a vontade. Poderem dizer aquilo que sentem.

Tentei fazer alguma analogia, para tentar ajuda-lo, mas a única coisa que eu tinha em mente era o último livro sobre matemática avançada que eu havia terminado de ler algumas horas antes.

No final, acho que o deixei mais confuso do que o ajudei. Mas ele parecia ter entendido alguma coisa e parecia um pouco mais decidido e menos triste quando o deixei para voltar ao meu dormitório.

Não tinha a menor ideia do que aquilo provocaria na semana seguinte, mas eu fiquei muito mais aliviada quando no final, tudo dera certo. Na medida do possível.

Hugo conseguiu pegar Lily, a jogando no ombro e andando para dentro do castelo novamente. Ela ria, debatendo as pernas, dizendo que não queria ir.

Quando os gritos de Lily e Hugo finalmente cessaram, Scorpius me encarou, com um sorriso contido. Ele havia se apoiado nos braços, para poder olhar para o novo casal do ano fazendo uma cena nos jardins de Hogwarts.

— O que foi? — Perguntei

— Eu tenho uma pergunta para você.

Eu sabia que havia algo por trás da sua visita casual. Estreitei meus olhos para o sonserino na minha frente.

— Sou toda ouvidos — Respondi.

Ele demorou alguns segundos para responder.

— Porque, nos últimos dias, só tem lido livros do Sparks?

A pergunta me pegou de surpresa e eu fiquei alguns segundos hesitante e confusa. Pisquei algumas vezes, tentando colocar as coisas no lugar.

— V-Você conhece?

— Mamãe tem a coleção toda. Eu já li alguns deles. — Ele disse casualmente, se sentando — Mas você não respondeu minha pergunta. Normalmente você não lê livros de romance.

Ele havia reparado naquilo?? Scorpius Malfoy reparava nos livros que eu carregava?!

Eu tentei manter a minha mente sã.

Recuperei minha compostura antes de responde-lo.

— E você também não responde muito as minhas perguntas. Então estamos num impasse.

Scorpius pareceu me avaliar por alguns instantes.

— Vamos fazer o seguinte, se você me responder, eu respondo a sua. — Ele propôs.

Eu estreitei os olhos. Porque aquilo era remotamente do interesse dele?

— Como posso ter certeza de que vai responder depois que eu terminar?

Ele sorriu de lado, aquele sorriso que beirava a ironia e a malicia.

— Não vai.

Minhas sobrancelhas foram parar no alto. Ele estava de sacanagem com a minha cara. Eu me segurei para não revirar os olhos.

— Porque eu resolvi mudar um pouco a minha leitura. Satisfeito? — disse qualquer coisa que me veio à mente — E você? O que veio fazer aqui?

Ele olhou nos meus olhos. O seu costumeiro sorriso presunçoso saindo dos seus lábios.

— Vim porque eu fiquei com vontade. — Ele respondeu no mesmo tom. Me encarou por alguns momentos antes de me imitar novamente: — Satisfeita?

— Na verdade não.

— Muito menos eu. — Ele revirou os olhos — Olha Rose, se você não vai me responder decentemente, eu também não vou. Se você for uma idiota comigo, eu vou ser com você. É muito simples.

Agora ele me vem com esse papo de ser idiota com ele? E todo o tempo que ele é um imbecil energúmeno comigo?! Ele queria que eu o tratasse como um melhor amigo depois de todas as nossas discussões?

Eu respirei fundo, engolindo a súbita raiva. Eu havia entendido o que ele queria. Apenas alguma sinceridade. Eu seria tola o suficiente para arriscar alguma verdade embaraçosa com Scorpius?

Ele tinha um olhar sério e não tinha um pingo de brincadeira ali. Havia algo de diferente nele que me fez suspirar longa e cansadamente.

Talvez eu fosse mesmo uma tola. Eu iria me arrepender daquilo.

— Foi por causa de Hugo que comecei a ler autores trouxas romancistas famosos. Por causa de Hugo e Lily, na verdade.

Eu esperei pelo pior. A zombaria. Mas tudo o que ele fez foi franzir o cenho e perguntar:

— Por causa do alvoroço que fizeram na escola? Porque isso faria você ler livros românticos?

Eu fiquei vermelha.

— Porque… Porque Hugo me pediu conselho que eu não sabia dar, ok?! Eu não sou muito informada no quesito romance se você nunca notou. — Eu olhei para qualquer lugar, menos para onde ele estava — Eu achei que se lesse alguns livros de romance e conhecesse novas histórias isso me ajudaria.

O silencio ficou durante algum tempo, até eu ter coragem de olhar para o rosto de Scorpius novamente, o que demorou algum tempo. Meu coração parecia que estava batendo em meus ouvidos.

— Isso explica o papo estranho que eles estavam tendo sobre algo de números primos. — ele respondeu divertido — Sabe, antes de acertarem e tudo mais.

Meus olhos faiscaram.

— Está dizendo que foi um mal conselho?

— Estou dizendo que Hugo nunca pensaria em algo como aquilo. — Ele rebateu — Foi uma analogia um tanto nerd demais para ele. Aliás, para os dois.

Senti o meu sangue ferver de raiva.

O som do relógio gritando fez Scorpius levantar com um pulo. Ele bateu as mãos nas calças, tirando as folhas grudadas.

— Quero dizer, combina com você. Não com eles. Talvez tivesse sido melhor você ter guardado para o seu futuro pretendente. — Ele sorriu de lado — Porque ler esses livros não vai te ajudar em nada.

Eu levantei com raiva, quando vi ele dando as costas para mim e indo para dentro do castelo. Eu não havia notado que já estava quase tudo escuro. Era quase hora do jantar.

Eu peguei meu livro, correndo atrás dele. Como ele ousa?

— Ahh, e por acaso você é o rei do amor, agora, é isso mesmo? O guru?! — Eu soltei com raiva, nas suas costas, o seguindo, pisando duro — Desculpa se eu não alcancei suas expectativas de um bom conselho, senhor sabe tudo, mas pelo menos eu fiz o meu melhor!!

Malfoy estacou o passo, se virando para mim e me fazendo trombar com ele.

— Ei, não foi nada disso o que eu falei!

— Então foi o quê? Porque não foi um “parabéns”, com toda certeza.

Scorpius passou a mãos pelo rosto, em um gesto de irritação.

— Rose, entenda que a sua explicação era perfeita. Mas para você. Era sua. Hugo tinha que conseguir a dele por conta própria, entendeu? Você disse que estava lendo os livros de romance para entender sobre algo que não sabe, mas o amor — ele fez uma pausa para respirar — O amor você não aprende com os livros. Você apenas… Vive.

Eu parei, olhando para ele. Não esperando por aquela resposta. Scorpius estendeu a mão, tirando uma folha do meu cabelo.

— Foi um bom conselho, Rose, foi ótimo você dá-lo ao seu irmão. Apenas que… Você mesma podia usá-lo.

Eu fiquei parada olhando Scorpius, sem saber o que dizer. Ele nunca falara comigo daquela maneira antes — na verdade, ele sempre só usava o seu tom zombador ou agressivo comigo — e eu não sabia como agir na frente daquele Scorpius. Eu o conhecia desde o primeiro ano. Nós já estávamos no sexto ano!

O loiro na minha frente se virou para sair, sem dizer mais nenhuma palavra. Ele continua a andar pelo corredor vazio, onde só os seus passos ecoavam, lentamente. Eu não consegui mover um musculo do lugar.

Apenas quando ele já estava quase no fim do corredor, eu lembrei.

— Malfoy! — Chamei e ele parou, olhando para trás — Você não respondeu a minha pergunta. O que você queria àquela hora?

Ele demorou alguns segundos para responder.

— Aquecer meu coração.


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Notas finais do capítulo

Muito, muito obrigada por todo o apoio, pelos Review e pelos Views, né? Apesar de haver muitos fantasmas, agora eu sei que eles existem! Haha!
Queria deixar um abraço especial da Maga Clari, que me deu uma cobrada muito bem dada pelo Epilogo. Desculpa mesmo a demora. Meu cérebro bugou completamente.
E à todos que me pedirem uma fanfic Scorpius/Rose (assim como a Beluzzo fez) eu deixo o meu: Desculpa pessoal, eu até queria, mas ainda não sei muito bem uma história para trabalhar com esse ship.
Quem sabe mais para frente, hã?!
Bom... Até logo!



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