Caçadores de Recompensa escrita por Sah


Capítulo 31
Capitulo 30


Notas iniciais do capítulo

o capitulo 30 demorou para sair, por que ele foi dividido. Minha intenção era finalizar nesse capitulo, mas como a produção dele estava demorando muito, resolvi dividi-lo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/477910/chapter/31

— Sim, nós fizemos isso - Eu disse animada.

Fomos para o lado de fora da cabana. A manhã estava fria, podia perceber o orvalho na vegetação, e o vento que passava pelos meus braços me fizeram tremer. Não percebi quando ele colocou um casaco nos meus ombros.

— Ah, obrigada. – Eu disse timidamente.

Ele só me olhou e sorriu.

Seguimos para o baú do caminhão. Com o som que vinha dele, nós podemos perceber que Richard não estava dormindo.

Ruan abriu, e um fedor pungente invadiu os meus sentidos.

— Cara!Não acredito que vou ter mais trabalho! Você não consegue fazer nada sem quebrar todos os ovos não é? – Falou Ruan incomodado.

Percebi que ele falava dos capangas que Oliver havia abatido.

— Não se preocupe, seu único trabalho vai ser se livrar dos corpos, esses dois também estão na lista, mas não valem o esforço. – Falou Oliver apontando.

— Você diz isso como se fosse fácil.

Enquanto eles discutiam eu pude perceber que Richard se manteve nos fundos do baú, seus olhos estavam fechados, mas o sorriso que estava estampado na sua cara estava me dando arrepios.

Ruan entrou no baú empunhando uma espécie de cassetete. Pediu para que nos afastássemos da entrada do baú, e assim fizemos.

Com uma força incompreensível, ele empurrou um dos corpos para fora. Com esses bracinhos como ele consegue?

Depois ele empurrou o outro, só sobrando Richard.

— Você pode parar de fingir agora. – Disse Ruan dando leves batidas com o cassetete na cabeça de Richard.

— Já chegamos senhor?

A voz dele me passou uma sensação ruim. Um misto de gentileza com sarcasmo.

Me assustei quando Ruan bateu com força em sua perna. Richard tentou segurar um grito.

— Senhor? Quem aqui é senhor? Eu tenho cara de senhor? – Ruan disse de uma forma assustadora.

Oliver colocou o braço em volta de mim.

— Ele pode ser assustador quando quer.

— Percebi!

— Mas não se preocupe, ele é leal!

Nós permanecemos assim por alguns minutos. Oliver foi ajudar Ruan a escoltar Richard para fora do caminhão.

Quando eles passaram por mim, eu pude ouvir Richard cochichando alguma coisa para eles.

— Não acredito que ele está tentando nos comprar! – Falou Ruan para que todo mundo pudesse ouvir.

— Mesmo que você ofereça o dobro da sua recompensa. – Eu pude ouvir Oliver falando.

Ruan levou Richard para uma espécie de jaula do lado esquerdo da cabana, que eu não havia notado.

Ela estava enferrujada mas parecia ser bem segura. Richard foi jogado para dentro dela de uma maneira descuidada. Sem poder se mover direito ele bateu com o rosto na grade.

O pior era que aquele sorriso ainda estava na sua cara. Ele não demonstrava nenhum tipo de medo ou angustia, parecia até que ele estava se divertindo.

Depois de trancado, eu resolvi ficar observando.

— Charlotte, vamos. – Disse Oliver já pegando a minha mão.

— Posso ficar observando mais um pouco?

Oliver me olhou com um pouco de preocupação.

— Você que sabe. Eu vou terminar de arrumar nosso transporte. Vamos partir em 10 minutos.

— Tudo bem! Só quero vê-lo pela última vez! – Falei com convicção.

Oliver se afastou e entrou na cabana.

Assim eu fiquei a sós com a pessoa que acabou com a minha vida.

— Assim é bem melhor , não é? Querida

A sua voz estava falhada, ele tentava manter a pose.

— Não quero ouvir você.

— Então por que você ficou?

Fiquei calada.

— Me ajude a sair daqui, ai eu posso te contar tudo.

— Você acha mesmo, que depois de tudo o que você fez, eu poderia soltá-lo?

— Querida, eu sou a pessoa que mais se importa com você! Esses caçadores só estão te usando! – Richard disse quase gritando.

Notei que ele estava saindo do controle.

— O que será de Tornville sem mim?

— Será muito melhor!

— É isso mesmo que você acha? Você chegou a ver os registros que estavam na pedreira correto?

As palavras dele levaram minha mente para os piores dias da minha vida.

Já faziam três dias que eu estava presa , minha mãe me visitou ontem e me trouxe um pouco de comida. Não foi o suficiente eu me sentia fraca e exausta. Eu havia dado uma olhada superficial por todo o material que se encontrava dentro das caixas , mas para ocupar minha mente e não enlouquecer, comecei a aprofundar a leitura . Uma caixa que me chamou a atenção dizia somente Tornville século XX. Havia vários livros de registro , com informações que eu não dei relevância na época. Mas uma coisa eu sabia ele falava de uma época sombria não só para Tornville, mas para a America inteira. Anos que foram chamados de nova idade das trevas. A inflação batia recorde e a balança comercial estava negativa. Só havia duas escolhas, cortar gastos ou aumentar os impostos, um plebiscito foi convocado e naquele ano tivemos apenas 5 % de inadimplência nas urnas. O resultado era claro, mais de 90 % queriam cortar gastos. Mas qual é o setor que mais utiliza recursos públicos? Todos sabiam, o departamento de segurança era esse. Primeiro ele foi dividido em dois. O Exercito e os assuntos internos. O exercito não poderia ser tocado. Por isso grandes departamentos como o FBI e a CIA desapareceram sem deixar rastros. E a segurança publica ficou a cargo dos Estados. Pouco a pouco a calamidade aumentava. Os Estados estavam perdendo a autonomia, e a taxa de criminalidade aumentou. O governador de Nova York foi o primeiro a deixar a iniciativa privada se envolver. E por isso foi o primeiro a se estabilizar. Assim a policia privada foi se expandindo e seus métodos foram mudando a legislação. Tornville se proclamou uma cidade-solo pouco tempo depois. O prefeito na época era um conservador e tinha recursos para erguer um muro que separava Tornville do que acontecia lá fora. Com influencia e poder necessário, Tornville se desvinculou da nova legislação, e conseguiu isso impedindo a entrada de pessoas que não moravam lá.

A paz foi passageira. Tornville enfrentou dificuldades logo no primeiro ano de cidade-solo. Fugitivos entravam facilmente, e uma vez dentro eles estavam livres da policia privada. Tornviller escondeu grande parte dos seus criminosos em celas que ficavam na pedreira, assim ela abriu seus portões para a iniciativa privada por um curto período. E mais uma vez ela conseguiu se estabilizar. A cidade começou a prosperar há vinte anos. Um investidor conseguiu permissão para se situar e assim a exploração de cobre decolou. A vida de seus cidadãos melhorou bruscamente e a cidade se tornou referencia em qualidade de vida.

— Você acha que não sei que você é o investidor? – Falei saindo do transe em que me encontrava.

— Claro que você sabe. Todos os cidadãos de Tornville sabem.

— Não sei onde você quer chegar com isso. Não importa o que você vai falar.

— Talvez não importe agora. – Ele disse fechando o rosto.

— Nunca importará.

— Quem sabe isso não é o melhor para todo mundo? Se eu sair de cena quem sabe a cidade não caia. Minhas influencias sustentaram essa cidade por mais de vinte anos.

Eu estava ficando irritada com tudo que ele falava. Ele se achava o grande salvador que teria todos os seus crimes perdoados somente por existir.

— Quem sabe? Se seu pai perdoar não só a mim, mas Tornville também.

— Meu pai não precisa perdoar Tornville, ele nunca vai saber o que aconteceu.

Mais uma vez ele abriu o sorriso.

— Minha querida, eu não estou falando do prefeito imbecil de Tornville, que por acaso você considera seu pai.

Ele vem de novo me provocar com essa historia.

— Acho que você está quase convencida de que não pertence aquela família.

— Ele é meu pai! – Falei alterando a voz.

— Se seu querido pai te ouvisse agora, talvez ele me matasse na mesma hora.

O fitei por alguns segundo. Eu não posso me alterar, ele está me manipulando como sempre.

— Não tenho mais por que esconder de você a verdade, será mais divertido para mim vendo você se desesperar.

— O nome do seu verdadeiro pai é Altair Fraser. Quando você nasceu eu te sequestrei e te mantive perto para que ele não me destruísse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caçadores de Recompensa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.