Caçadores de Recompensa escrita por Sah


Capítulo 30
Capitulo 29




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/477910/chapter/30

Fiquei surpresa e um pouco chocada.

— Como assim trabalharam juntos?-Falei diretamente para ele

— Quem aquele Andrews acha que é? Quando eu botei os olhos nele já vi que não era boa coisa.

Ele está me ignorando.

— Ele ficou te encarando como se não tivesse ninguém mais lá. Isso me deixou muito irritado.

O olhar dele expressa toda a revolta que ele está sentindo, e isso é engraçado. Comecei a rir.

— Por que você está rindo? – Percebo seu incomodo

A única coisa que eu faço é rir cada vez mais, isso me faz esquecer um pouco dos meus problemas.

— Eu exijo que você pare de rir. – Ele fala esboçando um pequeno sorriso.

Mas não adianta eu começo a rir cada vez mais, e não é só por causa dessa situação, é por tudo, como eu sou idiota, minha vida sempre foi controlada por ele, sempre fui manipulada por todo mundo.

Não percebo e caio no sono.

Eu estou no meu antigo quarto. As paredes continuam azuis os porta-retratos continuam no lugar, me olho no espelho e percebo que ainda sou uma criança. Ouço um choro de bebê, não sei da onde vem. Olho pela janela e vejo um céu vermelho, as plantas estão mortas, o asfalto está branco. Tem alguma coisa errada por aqui. Preciso encontrar o meu pai e perguntar o que está acontecendo. Saio do meu quarto correndo e ao chegar às escadas noto que ela está em espiral. Desço e desço não consigo chegar ao final. Sento em um degrau e choro.

— Não tenha medo mocinha – Uma voz bondosa me diz.

Olho para cima e vejo Robert o amigo do papai que sempre me deu presentes. Ele afaga a minha cabeça e meu ajuda a sair das escadas. De repente ele desaparece. Ainda com medo, chego perto da cozinha e vejo mamãe com um bebê no colo. Lembro-me do bebê. È a Suzie minha nova irmãzinha. Ela tem o cabelo dourado da mamãe, parece uma pequena princesa.

— Você pode leva-la agora. – Mamãe diz para alguém

— Não funciona assim Glenda – O moço da voz bondosa fala.

— Não era você que queria levá-la anos atrás? – Mamãe fala com uma voz assustadora.

— Acho que você não entende, ela já tem uma concepção formada. Acha que você é a mãe dela, acha que faz parte dessa família de merda. – Não consigo entender tudo o que esse moço diz.

— Ela só tem quatro anos. Ela se acostumaria com qualquer vida que dessem a ela. Eu não preciso mais dela, ela só será um estorvo para mim.

— Minha querida Glenda. Quando você veio anos atrás e me pediu um bebê, eu não me surpreendi por esse gesto, logo quando eu te conheci eu percebi que você não era tão boazinha e perfeita quanto demonstrava.

— Isso não importa, eu quero me livrar dela, se você também não a quer, eu tenho outras maneiras de fazer isso.

Percebi que o moço com quem ela conversava era Robert. Ele a pegou pelo braço e a fez colocar na cadeirinha a minha irmãzinha, logo em seguida retirou os óculos e a pegou novamente e a pressionou contra a parede.

— Querida, você acha que conhece todos os meus podres certo?—Ele a apertava cada vez mais.

— Não se engane, eu nunca deixarei você fazer nada com a Charlotte. Ela é o meu melhor investimento, perto dela você não vale nada para mim. Seria mais fácil eu me livrar de você.

Um choro corta o ambiente. Suzie começou a chorar.

— Charlotte? – Ouço uma voz distante

Tudo começa a desaparecer e percebo que tudo isso foi um sonho. Demoro um segundo para me lembrar de tudo, e acordo em um susto.

— Você está bem?—Reconheço a voz dele.

— Sim, me desculpe acho que tive um pesadelo.

Olho para ele e percebo que paramos.

— Já chegamos?

— Quase, antes tenho que te apresentar alguém. – Ele diz abrindo a porta.

Saio e percebo que estamos em uma grande clareira no meio de um prado. O céu já esta claro. E o sol impiedoso. Noto que há uma pequena cabana próxima a nós.

— Ruan vai ficar maluco quando te conhecer. – Ele diz animado.

Mas a única coisa que consigo pensar é no meu pesadelo. Apesar das loucuras ele parecia tão real. Aquela conversa fica ecoando na minha cabeça, como se fosse uma lembrança.

Andamos até a cabana. Oliver estava aparentemente relaxado. Ele bateu na porta de madeira talhada.

Esperamos mais de dois minutos e nada. Já ia falar com ele, mas uma voz falou.

— Qual a senha?

— Ainda com isso Ruan?

— Essa não e a senha!

Oliver colocou a mão na cabeça e pude ver seus olhos impacientes.

— Mas eu tenho um convidado.

— Senha!!

— Tudo bem!

Oliver parecia constrangido.

— Eu Oliver sou um cavaleiro de espadas que luta para acabar com o mal.

Oliver olhou para mim corado. Acho que ele esperava algum comentário, mas resolvi ficar quieta, estava divertido vê-lo tão vulnerável.

— Eu vou te matar Ruan – Ele disse com raiva.

— Continue, assim quem sabe você tem a chance de me matar.—Disse a pessoa dentro da cabana.

— Pela sociedade das Espadas. – Oliver disse alto.

A porta rangeu e um par de olhos nos encarava.

Oliver forçou a porta e abriu caminho. Pegou alguém pelo colarinho.

— Nunca mais faça isso. – E jogou o garoto para o canto.

Olhei para o garoto de cabelos negros e desgrenhados, tinha a pele cor de oliva, olhos esverdeados e aspectos bem latinos.

— A senha é importante! Para nos proteger dos inimigos!

O garoto havia percebido minha presença.

— Quem é essa? – Seus olhos estavam vidrados em mim.

— Essa e a garota de quem eu te falei. Aquela que nos ajudou a capturar Robbie Jonhson.

— Ah, a maluca do lenço!

Ele me chamar de maluca do lenço me deixou levemente incomodada.

Comecei a observar como era dentro da cabana. Ela parecia ser bem menor por fora, apesar de ser bem fechada, ela tinha um teto de vidro, o que deixava as coisas bem iluminadas, e não havia nada além de armários de arquivos bem ultrapassados e uma cama no centro. Havia uma porta que dava em outro cômodo, eu imagino que seja um banheiro.

— Mas por que não me disse que ela era uma gata?! – Disse Ruan tentando chamar a minha atenção.

Ruan foi se aproximando de mim, até Oliver ficar entre nós.

— Você fique longe dela. – Oliver disse duramente a Ruan

— Uma gata selvagem - Ele continuou

— Só cuide dos ferimentos dela.

— Pode deixar, mas primeiro eu vou ter que tocar nela - Ruan disse animado.

Ruan falava em tom de brincadeira, pelo menos é o que eu acho, mas Oliver não tirou os olhos dele quando ele tratava meus machucados.

— Você é algum tipo de médico? – Perguntei quando ele terminou

— È , quase me formei, mas a faculdade era muito parada para esse Ruanzinho.

— Parada né ?

Não consigo imaginar esse garoto fazendo faculdade, ele é meio hiperativo, não parou de se mexer desde que chegamos.

— Pronto, capitão. – Ele fez uma reverencia.

— Certo, agora me ajude a pegar o Richard, ele está lá no caminhão. – Falou Oliver pegando uma espécie de corda.

— Cara, eu não posso acreditar que você capturou Richard Carter.

— Nós capturamos Richard Carter,não é Charlotte?

Essa pergunta dele me deixou um pouco corada por causa da sua entonação, mas também me despertou um sentimento de fazer parte de algo, e isso me deixou, apesar de tudo, animada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caçadores de Recompensa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.