Caçadores de Recompensa escrita por Sah


Capítulo 28
Capitulo 27




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Tantas desculpas me pegaram de surpresa. Meu coração estava querendo ouvir essas desculpas, mas a minha razão se é que eu tenho alguma, ainda está com certa desconfiança.

Quando eu olho para ele, parece que o resto do mundo não existe e que eu não tenho tantos problemas assim. Mas quando eu desvio o meu olhar, algumas palavras de Robert ecoam na minha mente. Ela não é minha mãe, se isso o que ele disse é verdade isso responde algumas dúvidas e faz várias outras.

Oliver dirigiu o caminhão até a saída oeste. Ele desceu do caminhão. E eu fui junto.

— Nós já vamos?- Perguntei falando o óbvio.

— Sim, não se preocupe suas coisas já estão no caminhão.

È parece que ele teve tempo para pensar em tudo, e não me avisar nada.

—Eu queria me despedir do meu avô. – Falei triste.

Oliver estava tentando abrir uma fechadura, e parou de maneira súbita.

— Não se preocupe seu avô sabia que iríamos ir embora depois da festa. E olha só se formos agora, vamos chegar à Nova York ás 8 horas da manhã. —Ele disse conferindo o relógio.

Ele tinha razão sobre isso. Talvez eu ainda fosse conseguir ir à faculdade no segundo tempo. Mas no que eu estou pensando? Tanta coisa aconteceu nesses dois dias e eu estou pensando na faculdade? Logo tirei esse pensamento da cabeça. Eu não tinha estabilidade emocional para isso.

O portão fez um barulho baixo e agudo, aparentemente Oliver tinha conseguido abrir.

— Vamos para dentro.

Obedeci e entrei novamente no caminhão.

— O que você pretende fazer com esse caminhão? – Pergunte inocentemente.

— Estou pensando, mas acho que deixarei com o Ruan.

— Quem é Ruan?

— Você vai conhecê-lo em breve.- Ele disse já dando partida.

— Você não vai fechar o portão? – Perguntei olhando para trás.

— Não é necessário. – Foi nesse momento que eu enxerguei meu avô no seu novo carro.

Ele acenou para mim. Senti um pouco de alivio. E um sentimento de dever comprido passou por mim por um momento.

— Ah é, quase que eu esqueci. – Ele disse despreocupado.

— O que foi?

— Seu avô descobriu o que eu sou e o que estávamos fazendo lá.

Meu coração parou por um segundo.

— Como assim ele descobriu?

— Ele encontrou algumas coisas suspeitas na minha mala.

Típico do meu avô em investigar tudo.

— E por que você tinha coisas suspeitas dentro da mala? Achei que tudo tinha ficado no seu carro.

— Sim, ficaram, mas com toda aquela confusão antes de irmos ao hospital eu deixei algumas coisas lá. E uma dessas coisas me identificava, quer saber o que é?

— Não precisa, já estou cansada de saber de tudo e ser a mesma coisa que nada.

— Espero que isso não seja uma indireta.

— Para você? Não. Isso é para toda a minha vida. – Falei desanimada.

— E o que você vai fazer a partir de agora?

— Tem tanta coisa na minha cabeça, que eu não tive tempo de pensar.

— Você já cumpriu sua parte no acordo. Não precisa se envolver mais.

Eu o encarei por um segundo, não era ele que queria que eu trabalhasse como lozalizadora para ele?

— Mas você não quer que trabalhemos juntos?

— Sim, na verdade um dos meus principais objetivos ao vir aqui, era te convencer a trabalhar comigo. Mas as coisas terminaram de um jeito complicado. Você nunca mais irá me ver se você quiser.

Como ele pode estar falando uma coisa dessas? Depois de tudo o que ele me fez sentir? Apesar das dúvidas e das mentiras eu quero vê-lo todos os dias da minha vida, nem que eu tenha que virar uma caçadora de verdade.

— Mas eu quero me envolver, eu quero trabalhar com isso.Além do mais assim, eu terei desculpas para investigar algumas coisas, sobre a minha origem.

Ele pareceu satisfeito.

— Eu mentiria se dissesse que não estou feliz. Você é promissora, apesar de ser instável, e isso eu até entendo isso. Mas os que fizemos nesses dois dias me fizeram ver que você pode aguentar coisas que nem eu conseguiria. Você pode crescer nesse mundo, com a supervisão certa é claro.

Eu entendi que a supervisão que eu preciso é a dele, e isso me deixou animada.

Eu tenho vontade de perguntar várias coisas para ele. E falar muitas coisas também. Mas por enquanto eu só quero que esse momento dure. A partir de hoje quero me desligar das pessoas que me fizeram tão mal, eu quero apenas pensar no meu futuro seja ele qual for.

Já estávamos há duas horas na estrada, quando eu ouvi um enorme baque na lataria no caminhão.

— Ele acordou- disse Oliver tranquilo.

— Mas isso não é um problema?

— Não, só se de alguma forma ele conseguiu se livrar das algemas.

Só quando ele disse isso eu me lembrei de todo o problema que ainda tínhamos que resolver. Eu não sabia como funcionava com a Policia Privada, mas acho que os capangas não eram incluídos na entrega. E aparentemente eles estavam mortos, não sei como Oliver irá se livrar disso. Estou impressionada com a minha própria frieza em tratar a vida humana, ainda que perdida como um problema.

— Você já capturou muitos criminosos? – Essa era uma pergunta que eu deveria ter feito há muito tempo.

— Faço isso desde que eu tinha 17 anos.

Aliás outra coisa que eu nunca havia perguntado era a sua idade.

— E a quanto tempo você faz isso.

— Há mais ou menos há oito anos. Mas faz apenas dois que eu estou fazendo isso sem uma equipe.

Com equipe acho que ele quer dizer organização, a coisa que ele disse para nunca me aproximar, ele deve ter experiências ruins com elas.

Fazendo as contas eu descobri que ele tinha mais ou menos 25 anos. Ele é quase 4 anos mais velho que eu.

Perdida em pensamentos eu não percebi quando ele começou a desacelerar.

A mais ou menos 500 metros havia alguma coisa parecida com um cerco policial, como acontecia em Tornville.

— O que é isso?

— Temos um problema- Ele disse transtornado.

Fomos aproximando devagar. Havia três carros pretos impedindo a passagem nas duas vias. E fora dele havia cinco homens de terno escuro.

— Você sabe que apesar da falência da segurança pública, ainda temos alguns setores que ainda existem. - Disse ele me pegando se surpresa.

— Sim, o exército e a defesa civil. - Disse confirmando.

— É esse também, mas existe um terceiro.

— Um terceiro?

Nunca tive interesse em investigar qualquer coisa ligada ao governo. Meu avô sempre me desencorajou a não me envolver com isso. Por isso eu somente sabia das coisas que as pessoas normais sabiam.

— Já ouviu falar do FBI? Ou a CIA?

— Sim, mas elas não existem mais, certo? Foram as primeiras a falir.

— È mais ou menos isso. Na verdade elas se fundiram e não atendem mais a população normal.

— O que você quer dizer com isso?

— Elas só cuidam de assuntos realmente importantes, se elas estão na jogada podemos dizer que existe um enorme problema.


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