Caçadores de Recompensa escrita por Sah


Capítulo 22
Capitulo 21




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Eu já estava me preparando psicologicamente para esse reencontro com toda a minha família. Oliver aparentemente estava calmo no caminho de volta a casa do meu avô.

–-- Teremos mesmo que fazer isso não é. Ele disse enquanto manobrava o carro.

–-- Sei que estamos nos desviando do nosso principal objetivo. Mas como na maioria dos jantares dos meus pais. Alguns amigos deles vão também. É quase certo que Robert Mayer esteja lá. Meu pai não perderia a oportunidade de te jogar na cara dos Mayers.

–-- Eu?

–-- Sim. Você é o genro que ele pediu a Deus.

Ele se virou para mim com um daqueles sorrisos maliciosos.

–-- E você, eu sou o marido que você pediu a Deus?

–-- Você está se desviando do assunto. Falei atropelando as palavras

–-- Sabe que eu adoro quando você fica vermelha assim?

Tentei não olhar nos olhos dele, e não ficar tão vermelha. Quando eu fico vermelha fico parecendo um enorme morango, com essas sardas e esse meu cabelo ruivo.

–-- Olha, vamos nos focar na nossa missão. Tenho que falar com o vovô antes. E precisamos comer. Com toda essa confusão, não comemos nada hoje.

–-- Até a comida da Marta vai estar deliciosa, com a fome que eu estou. Disse Oliver

–-- Acho que nós mesmos teremos que cozinhar. Pelo horário, Marta e vovô ainda estão na loja.

–-- Loja?

–-- Vovô tem uma loja de produtos naturais. A única da cidade.

Depois de estacionar, procurei a chave escondida em um dos vasos. E ela ainda estava lá.

Ao entrar, vi na porta da geladeira um aviso.

“Querida Charlie, hoje eu e seu avô chegaremos tarde. Tem caçarola de pêssego com pepino na geladeira. Sintam-se a vontade. Com amor Marta”.

Ficaremos bem à vontade, não comendo a comida dela. Que pensamento maldoso que eu tive.

–-- Vou ver o que tem na geladeira. Gritei para Oliver que havia subido para o quarto

Na geladeira tem uma serie de potes com coisas não identificadas dentro, mas, além disso, á ovos e um pouco de queijo de cabra. Espero que ele goste de omelete.

Não sou de me gabar mas essa omelete está ficando deliciosa. Pelo menos o é o que o cheiro diz.

Estou me preparando para virar a omelete, com a minha super habilidade de chef.

–-- Que cheiro delicioso.

Me assustei e quase deixei cair.

–-- Você me matou de susto.

–-- Eu? Você que estava muito concentrada.

–-- Eu estava mesmo não é? Pegue dois pratos naquele armário, falei apontando.

Oliver pegou tudo o que nós precisávamos e fomos comer.

Realmente estava delicioso. Não sei se era a enorme fome que eu estava sentindo, mas eu terminei de comer antes dele e eu ainda estava faminta.

–-- Você come como um homem sabia? Disse Oliver.

Acho que ele queria quebrar o silêncio, mas ele só me irritou. Quem ele pensa que é para falar isso de mim?

–-- Você que come como uma mulher. E além do mais acho que você nunca passou fome não é?

Acho que eu o deixei sem graça.

–-- Não, eu não sei o que é isso.

Agora ele começou a comer mais rápido

–-- Pronto terminei. Podemos lavar a louça e nos preparar para capturar Robert Mayer hoje. Ele disse com convicção

–-- Se ele for ao jantar. Falei pessimista

–-- Não se preocupe. Se ele não for, nós iremos atrás dele.

–-- Sabe. Eu não acreditei quando descobri que a pessoa que havia cometido todos esses crimes poderia ser o Robert. Ele sempre foi bondoso e gentil comigo. A família dele é uma das mais prestigiadas daqui, ele é um exemplo para todos dessa cidade. Não sei o que será de Tornville depois que o levarmos, ele que ajuda a economia daqui.

–-- Não existe desculpa para o que ele fez. A única conclusão que posso chegar é que a economia dessa cidade tem como origem dinheiro sujo. E se aqui não fosse uma cidade-solo, Tornville estaria condenada.

Não posso deixar de concordar com ele, mas meu coração está apertado e eu tenho um péssimo pressentimento dessa noite.

–-- Você está certo, parece que eu estou procurando desculpas para desistir.

–-- Comigo aqui, você não vai conseguir desistir tão fácil. Disse Oliver sorrindo. Um sorriso bonito que me acalmou.

–-- Vamos nos arrumar, os jantares do meu pai não costumam ser simples. Se vista adequadamente.

Ele me olhou com diversão. O que será que ele espera de tudo isso?

Subi para o quarto, e notei que eu não havia trago nenhuma roupa para esse tipo de ocasião. Eu não posso aparecer lá de qualquer jeito. Eu tenho que ser superior, tenho que mostrar para ela que tudo isso não me abalou, que eu posso ser melhor que ela. Ainda é 16h30min, acho que dá tempo de comprar alguma coisa. A boutique do Jones ainda existe não é?

Avisei rapidamente para Oliver que tinha que sair. Ele queria vir junto, mas eu não queria que ele me visse tão desesperada.

Fui a pé mesmo, se precisasse eu voltava de táxi.

Eu não me lembrava de que a cidade fosse tão grande. Cheguei à boutique com mais de 20min, ela fechava às 17h00, ainda dava tempo.

Marisa Jones estava atendendo. Ela era uma garota que me enchia a paciência na escola. Ela não me fazia nada, a futilidade dela era irritante. Eu estava suada e despenteada. Ela me olhou feio.

–-- Posso ajudar? Ela disse rispidamente.

–-- Bom, eu preciso de um vestido.

–-- Me desculpe, mas só temos vestidos de grife aqui.

Ela está me subestimando.

–-- Você que me desculpe. Mas não interessa se são de grife esses vestido. Eu disse que precisa de um vestido. È a única coisa que deve interessar a você.

Ela me olhou desacreditada.

Aposto que minha mãe é uma cliente importante para elas. Aqui é o único lugar que vende coisas caras aqui.

–-- Querida. Você ficou surda? Não tenho tempo para ficar discutindo com você. Eu quero aquele vestido ali. Apontei para um vestido longo esmeralda que estava na vitrine.

Ela riu.

–-- Senhorita. Aquele vestido custa cinco mil dólares.

Caramba, mais caro que minha placa de rede. Que até hoje era a coisa mais cara que eu havia comprado. Mas situações desesperadas requerem medidas desesperadas.

–-- Numero 36, por favor.

Ela ainda não acreditava em mim.

–-- Seu nome é Marisa, não é? Sei que você não se lembra de mim. Eu sou Charlotte Pierce.

–-- Charlotte? A filha do prefeito, que fugiu?

Essa história de que eu fugi foi longe.

–-- Isso mesmo.

Senti que os olhos dela brilharam por um momento. Ela saiu de trás do balcão e pegou a minhas mãos.

–-- Eu sou sua fã. Você foi à única com coragem para ir embora dessa cidadezinha.

–-- Fui não é? Agora você pode me ajudar? Preciso me arrumar para um grande jantar hoje.

–-- Claro o que você precisar. Ela foi logo pegando o vestido do manequim.

Ela me obrigou a tomar um banho na loja. Ela arrumou meu cabelo e me maquiou. E eu não pedi nada disso. Quando me olhei no espelho eu estava à frente de outra pessoa. Meu cabelo estava preso para trás, ele não estava selvagem com sempre, parecia mais brilhante e macio.

–-- Sua pele é tão linda. Disse Marisa enquanto eu me olhava no espelho.

Acho que ela queria alguma coisa em troca de tudo isso.

Na hora do pagamento. Transferi cinco mil dólares à loja e mil dólares para a conta pessoal de Marisa. Acho que ela merecia isso depois de tudo.

–-- Obrigada. Era só o que ela conseguia me dizer no fim de tudo.

Olhei para o relógio, já eram 18h45, quanto tempo eu perdi aqui. Peguei um táxi e fui rapidamente para a casa do meu avô.

Ao chegar lá notei a caminhonete do vovô estacionada. E o carro de Oliver estava ligado. Ele deve ter ficado preocupado com o meu súbito desaparecimento.

Ao tocar a campainha, Oliver atendeu. Ele estava ao celular.

–-- Meu deus. Você não atende o celular? Ele disse antes de me encarar e ficar em silêncio.

Ele estava lindo. Totalmente formal e misterioso. Seu olhar estava sério e cauteloso. Ele se aproximou de mim. Seu rosto quase estava colado ao meu. Seus lábios foram em direção ao meu e ele me beijou.


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