Caçadores de Recompensa escrita por Sah


Capítulo 19
Capitulo 18




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Olhando para os corpos caídos. Pensei
–-- Não seria mais fácil se eles estivessem mortos? Que as balas fossem reais?
Sentia raiva ao olhá-los. Quanto tempo até eles acordarem e fazerem isso de novo?
Virei o maior, para ter uma visão de seu rosto. Por pouco o reconheci. Ele havia mudado muito, deixado à barba tomar conta do seu rosto. Mas eu não tinha dúvidas, era Ralf, um garoto um pouco mais novo que eu. Provavelmente ele já havia terminado o ensino médio. Seu pai tinha um pequeno açougue perto da entrada da cidade.
Reconheci também Theodor, um garoto da idade da Suzie. O filho mais velho dos Millers, cujo pai era o delegado de Tornville pelo que eu sabia até o momento.
Não reconheci os outros dois. Nunca os havia visto.
Mas o que eu faço agora? Acho que Oliver está fazendo dessa situação um teste. Ele acha que eu não posso lidar com esse tipo de situação? Que eu não posso ter essa frieza que ele exala?
Preciso resolver isso! Vasculhei o local e não encontrei nada que poderia servir para prendê-los. Lembrei-me da bolsa dele.
Ao abrir, notei que além das armas também havia dois rolos de fita adesiva, aquela cinza e forte. Não pensei duas vezes, peguei e com ela enrolei os braços dos rapazes nas próprias costas. Fiquei com receio e peguei uma das pistolas e mantive-a perto de mim. Ao vasculhar a bolsa também encontrei um líquido que parecia ser clorofórmio. Além de um pouco de cal. Por isso a bolsa estava tão pesada, pensei por um momento, antes de estremecer. O que ele quer fazer com isso? Eu já o trouxe aonde ele queria, agora ele iria se livrar de mim? Por isso me fez trazê-lo a um lugar tão isolado? Não, eu preciso tirar isso da minha cabeça. Ele ouviu minha história. Ele não vai fazer nada comigo.
Ouvi uma movimentação vinda da trilha. E o vi, sem camisa, vindo em minha direção com um sorriso estranho no rosto. Peguei a pistola e apontei na sua direção.
–-- Ou, o que pensa que está fazendo. Ouvi ele gritar.
–-- Não se aproxime.
–-- Mas o que aconteceu na minha ausência? Não consegue mais ficar longe de mim sem enlouquecer?
Não voltei atrás. Continuei firme
–-- Se é por causa disso. Disse ele apontando para seu peito.
–-- Aquela garota vomitou na minha camisa. Não tive escolha a não ser tira-la.
Ele deu alguns passos em minha direção. Por que eu estava tão assustada. Ele deve ter uma boa explicação para estar carregando tudo isso. Mas o medo que eu sentia era maior do que tudo. Não queria passar por nada parecido com aquilo de novo.
–-- Eu disse para ficar parado.
Ele colocou as mãos para o alto.
–-- Charlotte. Onde você pegou essa arma?
Não disse nada.
–-- Eu estou perguntando. Onde você pegou essa arma? Ele gritou.
–-- Peguei junto daquelas coisas. Naquela sacola que você me fez carregar até aqui.
–--Charlotte, por favor. Não aponte essa arma. Isso não é uma pistola de dardos.
Se isso não é uma pistola de dardos, o que mais seria? Foi quando eu percebi que o peso da arma era diferente. Ela era pesada. Fria. Era uma arma de verdade.
–-- Ela está carregada. Disse ele se aproximando cada vez mais de mim
–-- Eu já disse. Não se aproxime. Empunhei a arma mais firme ainda. Mas comecei a tremer involuntariamente.
–-- Me conte o que está te perturbando. Disse ele com gentileza.
–-- Por que você está levando tudo isso? O cal, o clorofórmio e essa arma?
Ele levou as suas mãos a cabeça.
–--Era só por isso? Disse ele desacreditado.
–-- Como assim só isso?
–-- Eu sei o que você deve ter pensando. Por isso pedi que você carregasse essa bolsa. Eu queria te mostrar como fazer algumas coisas. Mas sabia que você ficaria assustada.

Aprender a fazer o que? Ele acha que eu vou querer ser uma assassina? Quanto mais eu entro nesse mundo, no mundo dos caçadores de recompensas, eu entendo menos qual o verdadeiro motivo por trás de tudo.
–-- Vamos, Charlotte. Abaixe essa arma. Os garotos já vão acordar.
Em um reflexo eu olhei para um dos garotos e foi nesse momento que Oliver se jogou para cima de mim e me desarmou.
–-- Saia de cima de mim. Eu gritava enquanto ele estava me imobilizando.
–-- Você precisa se acalmar. Por isso não vou te soltar até que isso aconteça.
–-- E os garotos? Disse eu tentando me livrar dele
–-- Não se preocupe, a dose que eu uso nos dardos darão conta deles pelo menos até anoitecer.
–-- Daisy?
–-- Você se preocupa com todo mundo não é? Ela está dormindo como um anjo no estofado recém-vomitado do meu carro.
Lágrimas começaram a brotar nos meus olhos. Se ele quisesse fazer alguma coisa comigo ele já teria feito não é?
Comecei a me acalmar e perceber em que situação eu estava. Ele estava sem camisa, por cima de mim e me segurando com uma força esmagadora. Fiquei automaticamente vermelha, em seguida ele relaxou e me soltou.
–-- Se você quiser podemos permanecer assim por mais um tempo. Disse ele com um sorriso ainda mais suspeito nos lábios.
–-- Não. Disse eu tentando me levantar.
–--Agora que você se acalmou, podemos discutir o que você decidiu fazer.
Eu ainda não havia pensado em nada.


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