Caçadores de Recompensa escrita por Sah


Capítulo 18
Capitulo 17


Notas iniciais do capítulo

Por causa da indisponibilidade do site e da minha semana de seminário da faculdade, eu demorei muito para postar esse capitulo. :P



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Tomei um susto quando ele me entregou uma pistola.

–- Você achou que você iria atirar com uma arma de fogo?

Foi o que ele me disse quando eu percebi que era só uma pistola de dardos tranqüilizantes.

–- Abatedores só usam armas de fogo em último caso. Preferimos levar as presas vivas. Vivas elas valem mais.

No porta-malas do carro dele havia um arsenal, eu suspeitei que nem todas eram de dardos.

–- Mas onde vamos treinar? Disse eu preocupada, para que ninguém nos visse.

–- Pensei em sair da cidade para fazer isso. Deve haver um campo aberto isolado perto daqui.

–- Podemos ir até o limite sul. Lá existe uma clareira. Ninguém vai lá. È abaixo de um precipício.

–- Se for afastado o bastante.

–- É sim.

Ainda estava escuro, disse para ele, para irmos a pé para não chamar atenção, mas acho que ele não prestou atenção no que eu disse. Já estava ligando o motor.

–- Não se preocupe, esse carro é silencioso. Disse ele já sentado.

–- Você não vem?

Fiquei parada pelo menos um minuto. Antes de ceder.

Eu podia ver o amanhecer enquanto nos afastávamos da civilização. Ninguém se aproximava do limite sul. Diziam que lá era o lar de animais selvagens, e éramos aconselhados a não ir lá. Por isso era o lugar mais frequentado pelos adolescentes que queriam fazer alguma coisa proibida. Descemos do carro. Oliver pegou seu equipamento.

–- Fica a mais ou menos cinco minutos desse ponto. Disse para ele

Ele me encarou.

–- Você não vai me ajudar?

–- Claro. Peguei uma bolsa que estava aos pés dele.

A bolsa estava muito pesada. O que será que tem aqui?

Caminhamos por uma trilha em uma mata fechada até darmos de cara com a clareira.

Ouvimos algumas vozes. Oliver me puxou para baixo.

–- Calma. Devem ser só alguns adolescentes.

–- Psiu. Ele levou o dedo à boca em sinal de silencio

Resolvi ficar calada e tentar ver o que estava acontecendo.

–- Rápido, antes que ela acorde. Eu podia ouvir uma voz masculina.

–- Não, eu coloquei o suficiente na bebida dela. Outra voz masculina

Não conseguia ver quem era.

A movimentação era constante, acho que havia pelo menos quatro pessoas no local.

–- Vamos voltar. Disse sussurrando

Oliver me encarou.

–- Acho que você precisa ver isso. Disse ele apontando para uma moça no chão que eu ainda não havia visto

Olhando bem, essa moça me parecia familiar. Era Daisy, a irmã de Dennis. Ela estava seminua e havia alguns garotos rindo ao redor dela.

Aquilo me deixou revoltada. Mas ao olhar para Oliver, vi que ele estava pior que eu.

–- Me passa aquela bolsa. Disse ele apontando.

Entreguei para ele, de lá ele tirou uma arma. O que me deixou totalmente alarmada.

–- O que você vai fazer?

–- Não se preocupe isso só vai deixá-los desacordados.

Ele também me entregou uma arma menor.

–- Alvos vivos são melhores. Disse ele com uma frieza assustadora.

Ele se deitou no chão e mirou com uma precisão de elite, logo em seguida atirou. Um dos garotos ficou tonto e caiu.

–- Agora você.

–- Mas eles se dispersaram. Eu não posso

–- Você sabe o que eles fizeram com aquela garota.

–- Sim, mas eu não consigo.

–- Quando você estiver na frente do seu alvo, você também vai hesitar?

Meu coração disparou. Eu pensei em tudo o que eu já passei. E no que aquela pobre garota está passando.

Mirei no cara que estava em cima dela. Só que eu errei. Logo em seguida Oliver atirou nele.

–- Não se preocupe, eu também não consegui de primeira. Senti que ele estava me consolando. E em seguida ele atirou no garoto

Acho que esses garotos estão bêbados. Eles não perceberam que os outros desmaiaram. Só ouvimos uma forte e bizarra risada vindo da parte deles.

–- HAHAHAHA! Ele desmaiou dentro dela. É um otário mesmo. Falou o mais alto.

–- É parece que o Ted também não agüentou. Ele caiu, e ele não dizia que era imbati...

O garoto não conseguiu completar a frase, Oliver já havia o acertado.

–- O que ta acontecendo aqui? Disse o último quando percebeu que alguma coisa estava errada.

–- Quem está ai? Ele estava se aproximando de nós.

–- Charlotte. Atire.

Não pensei muito. Fechei os olhos e atirei

–- Abra os olhos, você não vai acreditar no que fez. Disse ele parecendo divertido.

Abri os olhos e o garoto ainda estava em pé. E o dardo estava no meio da sua testa.

–- Se você estivesse com uma arma de verdade...

Não quero nem pensar nisso. Mas por que ele não caiu?

Oliver atirou em um dos braços dele.

–- Ele não caiu, por que não há tanta circulação na testa. Ele respondeu minha pergunta como se estivesse lendo meus pensamentos.

Nos levantamos e nos aproximamos das pessoas caídas. Daisy estava deprimente. Tirei meu casaco e a cobri, enquanto Oliver sentia seu pulso.

–- Ela está bem. Disse ele para meu alivio.

–- O que faremos?

–- Se fosse em qualquer outro lugar, eu os levaria para a corte privada, mas como estamos em uma cidade-solo. Você deve saber o que fazem nesses casos.

–- O ideal seria levá-los a delegacia. Mas também seriamos presos.

–- Mas você não quer deixá-los impunes assim, não é? Ele começou a me assustar, ele realmente pode ver o que eu estou pensando?

–- Não, claro que não. Mas primeiro me ajude com a Daisy.

Oliver a carregou. Com a calma que ele aparentava, imaginei que ele já havia passado por situações assim.

–- Já pensou no que vai fazer com eles? Vou levá-la até o carro. Espero que você tenha alguma desculpa para toda essa situação.

Ele foi se distanciando, entrando na mata e foi ficando difícil enxergá-lo.


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