Caçadores de Recompensa escrita por Sah


Capítulo 17
Capitulo 16




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Não tenho certeza se ele ouviu tudo. Mas isso me tirou um enorme peso que pairava sobre minhas costas. Meus olhos ardiam, eu havia chorado bastante, espero que ele não tenha notado.

Olhei para o relógio do meu celular, já eram quase três da manhã, foi quando eu vi um vulto se levantando do chão.

Ele se aproximou da cama e se deitou ao meu lado, sem camisa. O corpo dele estava quente e convidativo. Corei.

Não! Eu não posso ficar pensando essas coisas.

Ele passou os braços a minha volta e estava cada vez mais perto. O que ele pensa que está fazendo? Tentei fugir dos braços dele.

–- Apenas fique. Disse ele subitamente.

Nesse momento eu ouço o ranger da porta. Meu avô veio nos observar. Ele nos encarou só por um momento antes de delicadamente fechar a porta.

–- Pronto ele já foi. Disse eu tentando me desvincular daqueles braços.

A noite estava clara, e o quarto suficientemente iluminado para eu conseguir ver Oliver me encarando com olhos ternos e piedosos.

–- Você realmente não deveria ter voltado. Ele disse, me abraçando cada vez mais forte.

Será que ele também sentia pena de mim?

–- Eu voltei somente para capturar um criminoso, e é isso que eu vou fazer. Falei com tanta convicção que seu olhar mudou. Ele relaxou e afrouxou o abraço.

–- Conheço pessoas, que se tivessem passado por um terço do que você passou, teriam enlouquecido.

Acho que ele estava falando de si mesmo, por causa do modo como agora ele desviava seu olhar.

–- Pode me soltar agora? Perguntei meio indecisa. Será que é isso mesmo que eu quero?

–- Ah, claro. Me desculpa, foi o calor do momento. Ele ficou meio sem jeito.

–- Quando amanhecer, tenho que te ensinar uma coisa. Foram as ultimas palavras dele, antes de adormecer do meu lado.

Eu não consegui dormir. Fiquei encarando ele dormir por algum tempo antes de me levantar e ir até a cozinha.

Meu avô estava sentado no escuro.

–- Vovô? Falei acendendo a luz.

–- Charlie? O que você está fazendo acordada há essa hora? Não está conseguindo dormir?

–- Não. Estou muito ansiosa.

Percebi que vovô estava tomando alguma coisa.

–- Está servida? Foi Marta que fez. Isso me ajuda a dormir.

–- Não, obrigada.

–- Queria falar com você sozinha. Aquele seu noivo, não desgruda de você.

–- É ele não consegue ficar com os braços longe de mim. Falei com sarcasmo, acho que ele não percebeu.

–- Me desculpe por ficar tão furioso com você. Mas você não me obedeceu.

–- É uma coisa que eu preciso fazer vovô.

Ele me encarou. Seu olhar havia mudado, estava impassível.

–- E o que é que você precisa fazer?

Bem agora ele me pegou. Não posso contar por que voltei. Ele me mataria. Ele odeia qualquer forma de anarquismo. E ele considera caçar criminosos por dinheiro, sem a intervenção do estado a coisa mais baixa que se pode fazer.

–- Bem, o meu noivado.

–- Sim, mas o que você precisa fazer?

Ele está me interrogando.

–- Falar com a minha família. Oliver faz questão disso.

–- Charlotte, você está mentindo para mim. Quero saber o verdadeiro motivo. Por que você voltou? Não foi por vingança, ou foi?

Agora parece realmente que eu estou em um interrogatório. Vovô se levantou e ficou andando em volta da cozinha. Ele está tentando me inibir. Ele me contou a maioria de suas técnicas de interrogatório que ele usava quando ainda trabalhava para o governo. Mas por que ele está usando isso contra mim?

–- Não vovô não foi por vingança.

–- Então qual o motivo. Sua voz estava dura.

Nesse momento Oliver entra pela porta da cozinha e eu acho que ele percebeu o que estava acontecendo.

–- Charlotte? Ele me chama.

Vovô voltou a se sentar, e parecia que nada estava acontecendo.

–- Não está conseguindo dormir amor?

Ta isso foi forçado, mas como mais eu poderia chamá-lo sem que me avô desconfiasse ainda mais.

–- Na verdade, só vim pegar um copo de água.

Oliver bebeu a água.

–- Você não vem dormir amor. Essa ênfase que ele deu no amor me deixou ainda mais constrangida.

–- Sim, já vou.

Me despedi do meu avô e acompanhei Oliver até o quarto.

–- Seu avô já foi militar não é?

–- Já. Você ouviu alguma coisa do que ele disse?

–- Acho que toda a vizinhança ouviu.

–- Certo, ele estava usando uma de suas técnicas de interrogatório comigo. Ainda bem que você apareceu a tempo.

–- E o que foi aquilo de amor? Foi genial

Ele estava rindo.

–- Foi para parecer mais real. Falei acanhada.

–- Agora você só vai me chamar assim.

–- Não!

–- Ai eu vou te chamar de docinho de coco.

–- Nem pensar.

Ele parecia esta se divertindo com minhas respostas.

–- Já são quase cinco horas. Tome um banho, tenho que te ensinar a atirar, pelo menos o básico.

–- Mas para que eu preciso saber atirar?

–- Você não quer ser uma caçadora de recompensas?

–- Quero.

–- Então, você tem que deixar de ser uma presa.


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