Caçadores de Recompensa escrita por Sah


Capítulo 15
Capitulo 14




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/477910/chapter/15

Quando ouve o grande colapso, o antigo prefeito da cidade mandou construir algumas celas na pedreira para esconder alguns criminosos que o governo queria libertar. Achei que elas tinham sido destruídas quando o meu pai assumiu a prefeitura, mas eu estava bem enganada.

Só quando amanheceu eu soube que estava em uma delas. Não havia banheiro e a única luz vinha do teto. Não tinha cama. A única coisa que tinha era uma grande quantidade de caixas, repletas de livros e documentos. Tinha um cano que pingava no teto fazendo tudo ficar mais frio e úmido. Eu ainda estava usando o vestido da festa e tinha esperança que alguém me achasse.

Não sei quanto tempo havia passado, mas eu estava com fome. O medo ainda não me havia dominado. Não estava com o celular e resolvi vasculhar aquelas caixas. Havia muitos manuais, de máquinas que eu não conhecia. Também havia o mapa do sistema de redes de vários lugares.

Fiquei lá mais ou menos dois dias até ela vir me ver. Eu estava com fome, imunda e indecente, podemos assim dizer. O lugar não cheirava só a mofo. Parecia que algum porco vivia ali, mas era apenas eu. Tinha dormido envolvida pelas caixas que eu havia esvaziado. Eu acordei com ela me olhando de cima. Como se eu fosse algum animal de zoológico. Foi ai que eu lembrei por que eu estava lá. Quem tinha me colocado.

Ela estava radiante. Mesmo eu naquela situação tinha que admitir que ela nunca perdia a pose.Ela abriu a grade do teto, por um minuto achei que ela fosse me tirar de lá que estava arrependida de tudo. Mas ela jogou uma sacola. E não disse nada.

–- Se você fizer alguma coisa com o meu pai, você vai ter que se ver comigo. Eu gritava em vão quando ela ia embora depois de ter fechado a cela novamente.

Na sacola havia um par de roupas, alguns produtos de higiene pessoal e um pote com alguma espécie de creme salgado, que eu devorei sem pensar. Podia estar envenenado, mas minha fome era a coisa que mais me incomodava no momento. Não me saciou totalmente, mas meu estomago parou de doer. Acho que havia se passado uns 15 dias entre idas e vindas dela a cada dois dias para me trazer comida. Foi quando ela falou comigo.

–- Você deveria ter ficado no baile até o final. Eu vi o que a Suzie fez mas isso não era desculpa para você sair daquele jeito.

–- Você não fez nada com o meu pai?! Só isso que eu quero saber. Falei expressando ódio

–- Agora não sei o que fazer com você. Nunca confiei em você. Mas não quero me livrar de você assim.

Meu estado psicológico não estava muito bom. Eu sentia medo e tinha uns impulsos suicidas. Eu estava perdendo a esperança a cada dia. E quando ela me disse isso eu pirei. Essa foi a minha primeira tentativa de suicídio.

Na sacola que ela tinha trago havia uma faca e um garfo. Não pensei muito e cravei a faca em um dos meus pulsos. Queria que ela visse o que ela estava fazendo comigo. Ouvi os gritos desesperados dela antes de desmaiar. E quando acordei tinha 10 pontos no meu pulso esquerdo. Nada alem disso. E demorou mais dois dias até ela vir de novo.

–- Você me deu um susto. Dizia ela de cima

–- Agora fui proibida de te trazer algumas coisas. Que pena, eu queria que você cortasse esse mato em cima da sua cabeça.

Como ela podia falar tão calmamente comigo nessa situação. Era sempre assim, ela vinha a cada dois dias, trazendo a comida. Enquanto definhava nesse buraco.

–- Se você me visse naquela época, não reclamaria tanto de mim agora. Falei rindo enquanto olhava para a escuridão do quarto onde Oliver talvez estivesse ouvindo.

Mas continuando. Enquanto os dias iam passando eu ia lendo aquela porção de livros e documentos. Eu já entendia de informática, mas agora eu também sabia dos seus segredos. E essa foi à única coisa boa que eu posso dizer que adquirir dessa experiência.

Havia se passado dois meses quando eu tentei me matar de novo. Pendurei meu antigo vestido na grade e fiz uma espécie de forca. Era um dia que ela não iria me ver. Então era a oportunidade para me livrar nesse inferno. Empilhei as caixas até dar altura e prendi o vestido e pulei. Foi ai que alguém que eu não vi quem e cortou o vestido e cai por cima de todas as caixas e ouvi uma forte voz masculina gritando.

–- Não faça isso. Se não é seu papai que vai sofrer.

Não reconheci a voz, não era de ninguém que eu conhecesse. Talvez a voz do amante da minha mãe. Foi quando percebi que eu era observada. E meu medo se transformou em pavor e eu realmente achei que estava louca. Não contei mais os dias e as visitas dela ficaram cada vez mais distantes uma da outra. Eu havia emagrecido muito e meu cabelo realmente estava uma palha. Em uma noite eu ouvi risadinha da Suzie, que sempre me irritaram, no primeiro momento achei que era coisas da minha cabeça. Mas também ouvi a voz de Brandon, será que eles estão com ela? Eu pensava, mas eu resolvi gritar.

Quanto mais eu gritava, mais alta ficava a voz deles. Finalmente eu os vi através da grade.

–- Por favor! Eu chorava

Finalmente Suzie me viu e gritou assustada. Eles realmente não estavam com ela.

–- Meu deus!!! E a Charlotte! Dizia Brandon incrédulo.

–- Charlie?! Minha nossa! O que aconteceu? Você não tinha fugido.

Não consegui responder a essa pergunta a única coisa que eu pensava era que queria escapar dali.

–- Por favor. Me ajudem.

–- Claro.Claro. Falou Brandon

Percebi que Suzie estava hesitando.

–- Suzie! Por favor, me ajuda a sair daqui, e nunca mais vou voltar para atrapalhar sua vida. Era o que ela queria ouvir .

–- Brandon pega aquela pá. Vamos tirar minha irmã daqui.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caçadores de Recompensa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.