Caçadores de Recompensa escrita por Sah


Capítulo 12
Capitulo 11




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/477910/chapter/12

O quarto era grande, havia apenas um colchão de casal no chão. Espero que meu avô não nos coloque no mesmo quarto.

–- O outro quarto está ocupado pelos equipamentos de ginástica da Marta, e alem do mais, como noivos vocês já tem certa intimidade. Meu avô disse isso como se não fosse nada. E eu corei automaticamente.

–- Senhor, o quarto é perfeito. Disse Oliver.

–- E e não se preocupe ele tem isolamento acústico. Não iremos ouvir nada do que você fazerem.

Quando que meu avô se tornou tão malicioso assim? Estou envergonhada! O que ele pensa que nós iríamos fazer? Se bem que o isolamento será útil para nossas conversas.

–- Vovô. Posso usar seu escritório para o meu equipamento?

–- Sim, mas não quero nenhuma mudança no meu sistema. Quero a rede funcionando como esta agora. Não quero que você faça nenhuma das suas loucuras com o meu equipamento.

Olhei meio desconfiada.

–- Você sabe que não vou alterar nada. No máximo só vou melhorar.

–- Esse é o problema. Instale seu equipamento, mas não mexa em nada meu. Estamos entendidos?

–- Sim. Estava com tanta vontade de melhorar o sistema dele. Acho que desde que eu fugi, ele não atualiza.

Vovô se despediu de nós e disse que a hora do jantar seria as 19:30 e não era para nos atrasar por que Marta estava fazendo um jantar de boas vindas. Eu não fiquei animada com esse jantar. Quando ele nos deixou sozinhos, Oliver relaxou um pouco.

–- Quando seu avô te viu achei que ele iria nos expulsar.

–- É tive essa ligeira impressão também.

–- E seu pai é maluco. Nunca vi alguém mudar tão rápido assim.

–- Sofri com isso a minha vida inteira. Pode ter certeza

–- E você precisa me explicar tudo o que aconteceu com você.

–- Você disse que sabia tudo o que precisava.

–- Sei tudo o que eu preciso. Mas não tudo o que eu quero. E para trabalharmos juntos você terá que me dizer, para não complicar nossa relação e eu entender seus motivos.

O olhar dele me fazia derreter. Mas eu não sei se eu tenho coragem de falar tudo para ele. Ninguém sabe de tudo o que eu passei.

–- Você pode me contar aos poucos. Estudei psicologia, posso tentar te ajudar.

Uma coisa que eu sempre evitei , psicólogos e psiquiatras. Médicos e doutores em geral. Não gosto que eles saibam mais de mim do que eu mesma.

–- Olha, não estou te forçando a nada. Só acho que será melhor para o nosso trabalho se eu souber o que você está pensando. E alem disso irá ajudar na nossa interpretação.

Vou tentar mudar de assunto.

–- Vamos jantar em algum lugar? A comida da Marta é impossível.

–- Se você quer mudar de assunto tudo bem. Mas ainda vai me contar tudo.

–- Acho que vovô não acreditou muito na nossa história por isso ele quer fazer nós dois dormimos na mesma cama.

–- Não se preocupe com isso. Não irei fazer nada que você não queira. Ele disse isso expressando uma malicia que me deixou assustada.

–- Vou estacionar o carro. Você pode ir tomando um banho. Não quero dormir com uma mulher mal-cheirosa.

Quem ele acha que é? Quem disse que eu irei dormir com ele?

Finalmente ele saiu. Olhei ao redor. Esse era o quarto que eu dormia quando não suportava mais estar em casa. É aqui que eu chorei tantas vezes. E foi aqui que meu avô cuidou de mim quando eu consegui fugir do meu cativeiro.

Vários sentimentos invadem minha mente. Mas a tristeza se sobrepõe me fazendo chorar.

Já eram sete e meia . Eu e Oliver já havíamos tomado banho. Também já arrumamos nossas coisas. Depois do Jantar iríamos jantar de novo e mostrar a cidade para ele.

Marta serviu uma espécie de carne verde. No qual eu duvidava que fosse carne. Ela disse que era bom para o coração e ajudava na fertilidade. Vovô comia com gosto. E Oliver tentava beliscar. Eu cheguei a provar, mas disse a Marta que eu estava com uma indisposição.

–- Ah, querida que pena. Fiz principalmente para você. Mas pelo o que eu percebo você não precisa disso. Ela me deu uma piscadela.

Será que ela acha que estou grávida? Nossa a mente dessa mulher vai longe.

Falei para meu avô que chegaríamos antes das dez e que podia deixar a porta aberta. Iríamos jantar na lanchonete dos pais de Dennis, aquele garoto da portaria da cidade.

–- Essa cidade é tranquila, quem imaginaria que um criminoso com esse potencial iria vir se esconder nessa redoma?

–- Depois que eu te explicar você vai entender.

Decidimos ir caminhando. O tempo estava agradável e a lua alta. A paisagem era bonita. Não existiam prédios com mais de quatro andares na cidade. Ela é bem arborizada e estruturalmente ela é tão evoluída quanto Nova York.

Ao chegar perto da lanchonete, vi que ela estava lotada. Provavelmente cheio de adolescentes. Não queria arriscar ir ao restaurante, pois poderia encontrar com pessoas desagradáveis.

–- Uau, isso faz me lembrar dos tempos de adolescente. Disse ele aparentemente surpreso.

–- Era assim na Inglaterra também? Resolvi tentar descobrir da onde veio aquele sotaque maravilhoso.

Ele achou engraçado. Pois riu por um tempo. Não sei se da minha cara ou da pergunta.

–- É, vivi minha adolescência na Inglaterra. Mas para o seu deleite sou da Escócia.

O que? Ele é escocês? Cadê o cabelo ruivo como o meu e os olhos verdes. Quem nos vê dirá que eu sou a escocesa aqui.

–- Nunca imaginaria que você é escocês.

–- Meu pai era escocês, eu apenas nasci lá vivi minha infância na Irlanda e minha adolescência em Londres.

Uau ele está confiando em mim. Será por que ele quer que eu confie nele?

–- Vamos entrando. Está um pouco cheio, mas sempre tem uma mesa no terraço.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caçadores de Recompensa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.