Caçadores de Recompensa escrita por Sah


Capítulo 10
Capitulo 9




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Fomos nos aproximando da portaria da cidade. Só há uma entrada. Como fica entre vales essa é a única entrada viável. Só havia dois carros na nossa frente. Meu estômago começou a embrulhar. Logo chegou a nossa vez. Um rapaz rechonchudo que eu conhecia bem estava conferindo o ID.

– Número do ID, por favor. Disse ele a Oliver.

Ele ainda não me viu. Oliver passou o ID.

– Me desculpe senhor, você não tem autorização. Aguarde no acostamento, por favor.

– Dennis? Disse eu me sobressaindo.

Ele me encarou

– Charlotte?

– Sim, sou eu.

– Me desculpe, já libero a entrada de vocês.

Assim depois disso já estávamos dentro de Tornville.

Tornville era a cidade-solo que mais promissora. Com seus quase 60 mil habitantes, era pacifica e bem estruturada, conseguia tudo isso graças às pedreiras que ficavam na região montanhosa.

– Uau, ele nem precisou do seu ID. Disse Oliver fingindo estar impressionado.

– Eu o conheço.

– Humm, nunca consegui entrar em uma cidade-solo. E bem melhor do que eu imaginava. E aonde vamos agora?

– Certo o GPS não funciona aqui dentro. Vamos até a casa do meu avô. Siga essa avenida e vire na terceira a direita, depois do posto de gasolina.

Sim, estávamos chamando a atenção, não tem desses carros por aqui. Possivelmente seremos parados pela policia.

Não deu outra antes de virarmos, já os via fazendo sinal para pararmos.

– Algum problema senhor policial? Oliver disse a palavra policial com certa ironia.

– Seu ID, por favor.

Resolvi intervir.

– Me desculpa oficial Turner.

– Ah, Charlotte há quanto tempo eu não a vejo. Desculpe-me por ter parado você e seu?

– Noivo. Oliver disse com convicção.

O oficial Turner se despediu de nós e disse que já havia cadastrado o modelo do carro, para não sermos parados o tempo todo.

Não demorou muito, e já estávamos em frente à casa do meu avô. E um turbilhão de lembranças ocorrerá na minha mente. Nada havia mudado. A mesma parede amarela, a mesma cerca viva.

Oliver estacionou o carro em frente à garagem vazia. Logo ele saiu, mas eu fiquei apreensiva de novo. Ele abriu a porta para mim.

– Vamos! Quanto antes você confrontar seu medo, mais fácil será.

Ele me deu um pouco de coragem. Além do mais com o meu avô será diferente.

Ainda hesitante, toquei a campainha. E em menos de um minuto Marta já estava na minha frente.

Marta era a mulher do meu avô. Minha avó biológica morreu uns meses depois que eu nasci, vitima de câncer. E há uns quinze anos meu avô se casou com Marta, meu pai a odiava, mas foi nela que eu encontrei um pouco de carinho materno.

– Charlie!! Ela gritava enquanto me abraçava.

– Senti tanto sua falta! E ela já estava as lágrimas.

Oliver observava tudo calado.

Tentei parecer forte, mas meus olhos já estavam lacrimejando.

Limpando as lágrimas Marta finalmente percebeu a presença de Oliver.

– Ah, me desculpe. E quem seria você?

– Sou Oliver. Disse sorrindo.

Marta era famosa por sua língua afiada e a não ter papas na língua.

– Eu quis dizer quem é você para ela. Falou ela apontando para mim.

E foi uma surpresa quando ele me abraçou por traz e beijou minha testa enquanto eu olhava para ele.

– Somos noivos.

Achei que esse seria uma desculpa apenas para entrarmos na cidade. Agora não sei o que farei quando me confrontarem. Achei que isso seria mais fácil, mas agora vejo que não conseguirei encenar tão fácil como ele faz.

Não sei se Marta acreditou nessa encenação. Mas ela nos olhou por um tempo. E nos abraçou em conjunto.

– Estou tão feliz. Primeiro a Charlie volta para nós e ainda trás um novo membro para família. Deixa só seu avô chegar. Ben vai ficar tão feliz. E vamos entrando, vou servir um chá para vocês.

A sala tinha o mesmo cheiro de camomila e naftalina. Sentamos e esperamos.

– Sua avó é bem agradável e interessante.

– Sim, ela é. Mas não tome o chá que ela servir.

– Por quê?

– É que ela é muito ligada em coisas naturais, e que normalmente tem um gosto duvidoso. Mas se você não ligar para isso fique a vontade.

– Tudo bem então.

Acho que ele não acreditou muito em mim.

– É serio, teve uma vez que o chá dela me fez ficar com dor de barriga por mais de uma semana.

Ele riu. E eu não deveria ter contado isso, agora ele sempre vai se lembrar de mim por isso.

Marta chegou com um chá de cheiro estranho.

– Espero que gostem. É um chá de folha de abacate com um pequeno toque especial de cebola.

Oliver me deu uma cotovelada, acho que agora ele entendeu.

–Já liguei para o Ben, ele esta vindo. Mas não sabe sobre vocês. Vai ser uma surpresa. Disse ela feliz.

Marta quis saber como nos conhecemos, Oliver estava atuando bem, contou aquela história de antes. Eu estava meio desconfortável de mentir para ela, mas não tínhamos muita alternativa.

Não demorou muito , quando ouvimos o barulho da velha caminhonete do vovô, ele tinha chegado. Uma das pessoas que eu mais senti falta. Meu coração disparou de novo. E ele já estava na minha frente.

– Olha só quem veio nos visitar depois de tanto tempo. Disse Marta.

Ele me olhou com aqueles olhos ternos por um segundo, e depois seu olhar mudou. Eu só via a fúria que ele sentia.

– O que você está fazendo aqui. Por que você voltou?


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