Hoje vai ser o dia

Que eles vão devolver isso para você

E neste momento você devia, de algum modo

Ter percebido o que tem de fazer

Eu não acredito que alguém

Se sinta do modo como me sinto

A seu respeito neste momento.

...

E todas as estradas pelas quais temos de caminhar são sinuosas

E todas as luzes que nos conduzem até lá estão nos cegando

Existem muitas coisas que eu

Gostaria de dizer para você

Mas eu não sei como

Porque talvez

Você vai ser aquela que me salvará

E no final das contas

Você é minha protetora.

Oasis - Wonderwall

Fecho o papel e lagrimas brotam em meus olhos. Agarro forte a camisa junto ao bilhete e frases ditas por ela começam a se repetir em minha mente.

“Acha mesmo que eu insistiria esse tempo todo para irmos pra cama se eu não sentisse nada por você?!”

Deito-me aos prantos e a única coisa que me resta fazer, é chamar pelo seu nome.

–--- HINATA! SUA HYUUGA MALDITA! VOLTA! Volta pra mim, eu... EU TE AMO!

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NARUTO pov’on

São exatamente 12hs e eu ainda estou ali, deitado. Agarrado aquela maldita camisa e caindo cada vez mais em depressão. Os policiais do portão já haviam sido atendidos e levados ao hospital para fazer exames e terem certeza de que estavam todos bem, mais isso não importava mais. Meus pensamentos já não estavam mais aqui.

–--- Você... Realmente não vai voltar? Eu... Te... Perdi?

Não. Isso não pode ser verdade! Isso deve ser um pesadelo e eu vou acordar dele a qualquer hora.

Escuto o som de sirenes do carro de policia. Deve ser a Tsunade-sama!

Me levanto e tranco a porta do quarto. Não queria que ninguém me incomodasse ou que me vissem naquele estado. Só queria ficar sozinho! Não demorou muito pra que eu ouvisse passos se aproximando da porta, e ao julgar pelo som, a Tsunade-sama não esta sozinha.

–--- Naruto! Você esta ai? Abra, vamos conversar... – Sim, era a Tsunade.

–--- Não tia, por favor. Me deixe ficar sozinho!

–--- Naruto, converse comigo. Me deixa te ajudar, onegai.

–--- É você Sakura-chan?

–--- Sim Naruto! Me deixe entrar! Os guardas já me contaram o que aconteceu e o policial Aburame disse que veio atrás de você e quando chegou aqui na porta, te ouviu chorando e chamando pelo nome da criminosa!

A voz da Sakura-chan saiu meio chorosa.

–--- N-não, onegai. Me deixe sozinho!

Por um instante tudo ficou silencioso.

–--- Dobe, abre. Acabou a palhaçada! Abre ou eu quebro a porta!

–--- Sasuke-kun é você?

–--- Não, é a chapeuzinho vermelho! – Definitivamente, era o Sasuke. ---- Vamos. Abre essa merda de porta e vamos conversar!

Tento enxugar meu rosto que estava encharcado pelas lagrimas com o lençol da cama pra melhorar minha aparência, mais acho que não deu muito certo. Me levanto e destranco a porta, em seguida, me sento novamente na cama. Sasuke abre a porta e entra seguido da Sakura-chan.

–--- O que vocês querem?

–--- Como assim “o que vocês querem”?! Olha o seu estado cara!

As palavras de Sasuke me fizeram perceber o que eu estava fazendo comigo. Novamente, meus olhos ficaram marejados e a Sakura-chan vendo aquilo, correu e me abraçou.

–--- Sakura-chan... Eu... Eu...

–--- Você não precisar ser o “valentão” o tempo todo sabia? Desabafe, é pra isso que nós, amigos, existimos!

As palavras da minha amiga rosada me fizeram desabar mais uma vez. Após alguns segundos de choro, eu me contive.

–--- Esta melhor? Consegue conversar?

Apenas acenei com a cabeça e ela sorriu forçadamente.

–--- Sakura-chan, poderia nos deixar a sós por um instante? – Sasuke dizia enquanto puxava uma cadeira pra perto da cama, sentando-se e ficando de frente pra mim.

–--- H-hai, Sasuke-kun.

Sakura se levantou, deu um beijo em minha testa e sussurrou algo como “fique bem!”. Eu forcei um sorriso e ela saiu, fechando a porta. Sasuke me encarava como se estivesse dizendo “olha só pra você”. E eu o encarava de volta como “tenta se por no me lugar”.

–--- E ai? – ele disse.

–--- E ai o que? É isso que você ouviu ate agora! Ela fugiu e eu estou chorando por isso.

–--- Dobe, você não me engana! Vai... Desembucha. O que aconteceu?

Apesar de o Sasuke ser um idiota, era o meu melhor amigo. Sabia que podia confiar nele! Após alguns minutos, eu já havia contado tudo o que tinha acontecido desde o primeiro dia da Hyuuga naquela casa, inclusive sobre a primeira vez dela.

–--- Cara, você é mesmo um completo idiota Naruto! Como que o cara leva uma mulher pra cama e no dia seguinte fala esse tipo de coisa?! Nem eu que todos julgam arrogante, faço esse tipo de coisa!

–--- Oe, você esta aqui pra me ajudar ou pra me colocar mais pra baixo ainda?

–--- Eu sou seu amigo e nessa condição, vou fazer o que for necessário! Não sou de “tapar o sol com a peneira”!

–--- Mais teme, ela se foi... Se foi antes mesmo que eu...

–--- Que você pudesse dizer que a amava? – Apenas abaixei a cabeça. ---- E por isso você vai bancar a “mulherzinha”?! Cadê aquele meu amigo que não desiste sem antes lutar?

As palavras dele me fizeram refletir.

“O que eu estou fazendo comigo?”

–--- Sasuke... Eu...

–--- Naruto, você a ama não é?

–--- Sim... Eu a amo como nunca amei ninguém!

–--- Então porque você não faz algo a respeito?

–--- Porque eu sou um babaca!

–--- Não acha que é hora desse “babaca” pensar em como recuperar seu grande amor? Ou vai deixar a tristeza te vencer?

–--- Não! Nunca!

–--- Então cara, vamos melhorar esse rosto e pense em um jeito de recuperá-la e dizer o quanto a ama!

–--- Tipo como você fez com a Sakura-chan?

A minha pergunta fez Sasuke ficar encabulado.

–--- Você é mesmo um idiota, sabia? – Ele dizia arqueando a sobrancelha direita.

–--- E você... Faz a minha amiga feliz ou arrebento a tua fuça!

Pela primeira vez naquele dia, eu sorri. Eu realmente não sei o que seria de mim sem esses bakas que eu chamo de amigos.

–--- Vamos? As meninas já devem estar preocupadas lá na sala...

–--- Espera um segundo.

Corri em direção ao banheiro, liguei a torneira e joguei bastante água fria em meu rosto e passei as mãos molhadas no cabelo. Me encarei no espelho e vi que minha expressão estava bem melhor.

–--- Eu vou te encontra sua maldita!

Sai do banheiro e acompanhei Sasuke até a sala. Quando entrei, Tsunade-sama me abraçou e logo em seguida me deu um cascudo.

–--- Itai tia, isso dói.

–--- É pra doer mesmo seu idiota! Nunca mais faça isso!

–--- Naruto-kun, você esta melhor? – Sakura me perguntava meio aflita.

–--- Sim, Sakura-chan. Eu estou bem melhor agora! – Sorri levemente e a mesma retribuiu. ---- Sasuke-kun me ajudou muito!

Todos olhavam pro teme que estava pegando um copo de água na cozinha.

–--- O Sasuke? Ele te ajudou? Meu Kami, o mundo vai desabar sobre mim... – Tsunade-sama ria do Sasuke. Realmente, não fazia do feitio dele ajudar as pessoas na base do diálogo.

–--- Não fale assim, Tsunade-sama!

Todos riram da cara que o teme fazia. Era realmente engraçada, menos pra ele...

Ficamos alguns minutos conversando sobre tudo o que estava acontecendo. Resolvi não falar dos meus sentimentos na frente da Tsunade, quanto a Sakura-chan, sabia que o Sasuke contaria pra ela depois. Quando percebemos, já tinha começado a escurecer.

–--- Então é isso... Nós vamos andando. – Dizia Tsunade caminhando até a porta. ---- Tem certeza que quer continuar nessa casa sozinho?

–--- Sim. Vou ficar por aqui por mais uns dias. Mais de vez em quando vou a cidade pra ver vocês!

–--- Então esta bem. – Sakura se despedia de mim com um rápido abraço e saiu em direção ao carro acompanhada da Tsunade-sama.

–--- E então... O que você decidiu fazer? – Sasuke andava em direção a porta e eu o acompanhava.

–--- Bem... Por enquanto eu vou ficar aqui, caso ela volte. Mais eu estou pensando em fazer outra coisa também...

–--- Que coisa?

–--- Contratar os serviços do detetive Shikamaru!

Sasuke me fitou serio. Sabia que a fama do Shikamaru era conhecida por todo o Japão.

–--- Estou vendo que você realmente quer a Hyuuga de volta!

–--- *risos* Mais isso é só uma ideia que passou pela minha cabeça. Vou me deitar e amanha decido direito o que eu vou fazer.

Acompanhei-o até o portão e apertamos as mãos.

–--- Teme, mais uma vez obrigado por me ajudar.

–--- De nada dobe! Precisando... Já sabe!

Sasuke entrou no carro Tsunade e partiram para suas casas. Eu retornei para o meu quarto e pus-me a deitar na cama, fitando as estrelas através da janela aberta.

–--- Você vai voltar, não vai? Eu só quero poder olhar nos seus olhos e dizer “perdão! Eu te amo! Nunca mais me deixe...”. Volte e me de mais uma chance, por favor!

O dia foi realmente cansativo e em meio à brisa gelada que invadia o meu quarto através da janela naquela noite, foi que eu fechei meus olhos para por meus pensamentos em ordem. Até que o cansaço me venceu e eu adormeci.