Luas de Sangue escrita por Fallen


Capítulo 7
Capítulo 6




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Eu devo ter caído no sono logo depois da visita do imbecil do Byron. Acordei na minha cela com lágrimas mornas rolando pelas bochechas. Não que eu seja uma manteiga derretida total, a não ser às vezes, quando fico pensativa demais. Eu estava chorando porque tinha acabado de falar com papai em um sonho. Acho que foi um sonho, mas foi tão real! Não, foi real mesmo! Eu me lembro de me esfregado em papai com tanta força como se estivéssemos no encontro mais triste da história do mundo.

— Filha! Estava com saudade de você — ele disse, como se fosse perfeitamente normal para mim vê-la de novo depois de todos aqueles meses, desde que ele desapareceu.

— Papai, você está bem? O que aconteceu com você?— Eu queria perguntar tudo ao mesmo tempo. Meu coração batia forte como um tambor.

— Chegaremos nesse assunto. Prometo. O mais importante agora é: você está bem?

— Claro... Você me conhece, papai, eu aguento qualquer coisa.— Dei uma risadinha. — Mas acho que estou um pouco chocada com isso tudo.

Papai sorriu de novo e quase não aguentei. Até aquele momento, eu não tinha me ligado como tinha sentido falta daquele sorriso incrível dele. E ele estava mais lindo que nunca, se isso fosse possível. Pelos negros, os olhos azuis tão brilhantes e que sempre me diziam a verdade, mesmo quando eu não queria escutar.

— Você está linda, Luna... para alguém que foi sequestrada, apanhou e ainda foi presa ilegalmente. — Dessa vez ele deu um meio sorriso.

— Não se preocupe comigo. Quero saber de você. Papai, o que está acontecendo? Para onde você foi?

Ele estremeceu, girou a cabeça lentamente de um lado para o outro e lágrimas rolaram de seus olhos.

— É uma pergunta difícil. Sei que acabei de chegar aqui, Luna, mas preciso mesmo ir agora. Só queria confirmar que estava tudo bem. E Luna... é difícil acreditar que sou eu quem está dizendo isso para você... Mas você tem que ser forte. Você e o Thunder. Caso contrário, vocês vão morrer.

E, então, papai desapareceu. Eu estava bem acordado e tinha sido avisada.

Nós precisávamos ser fortes.

Antigamente eu achava que detenção disciplinar era até divertido.Meio uma questão de honra, sabe? Cara, como as coisas mudam rápido. Isso aqui é que era detenção de verdade. Minha vida antiga e os dias em que eu saia da linha e aprontava sem me preocupar pareciam estar a um milhão de mundos de distância agora. Eu estava com saudade daqueles tempos, da minha casa e principalmente da minha alcateia. Sentia tanta saudade deles que achei que fosse ficar maluca. Eu ficava encarando o teto e sonhando acordada, lembrando... Como a minha mãe ficava deitada na caverna quando eu era pequena, e ela ria e ria e dizia que estava me ensinando a adorar dar risada, porque era uma das melhores coisas do mundo, talvez a melhor de todas elas. E... Como meu pai sempre dizia que tinha que ser meu pai, não meu amigo, e que havia uma diferença importante entre as duas coisas, mas ele acabava sendo meu melhor amigo de qualquer jeito. E então... Apareceram dois guardas à minha porta. Com correntes.

— Para mim? — Sentei-me e levantei as orelhas para eles. — Ah, mas não

precisava!

O mais incrível é que nenhum dos dois achou graça.

— Venha, loba! — um guarda falou com má vontade. — Chegou o seu dia. Agora você vai conhecer oque é brigar. E, com certeza não vai gostar disso.

— É claro que não.— disse o outro.

Os dois acharam que aquela sim era a piada do ano.


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