Luas de Sangue escrita por Fallen


Capítulo 5
Capítulo 4




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Thunder e eu estávamos dentro de um furgão preto, sem janelas. Meu coração batia como o de um coelho epilético e eu não conseguia ver quase nada por causa da adrenalina. Precisei de cada migalha de sanidade que ainda tinha para não me jogar contra a parede do furgão. Eu me imaginei partindo a cabeça contra o metal, abrindo as portas de trás, ajudando Thunder a sair para fugirmos pela noite... Mas nada disso aconteceu.

Até onde sabia, eu não era má a ponto de matar por diversão . Eu era apenas uma loba que em breve seria uma Alpha que daria orgulho a minha alcateia.

Olhei para Thunder, mas mal podia enxergar seu perfil na escuridão.

Seu pelo molhado estava arrastando em mim, e ele tremia muito. Talvez de frio ou de choque, talvez de frio e de choque.

Coloquei a minha cabeça em cima da cabeça dele, suspirei e me deitei ao lado dele. Eu não podia pensar em muita coisa ou perderia a cabeça de vez.

— Tudo bem? —Thunder levantou a cabeça e me olhou.

— É claro que não está tudo bem — Respondi.

— Eu não os vi baterem em você — Thunder olhava sério para mim. — Foi tipo

bum! Fogo! — Juro que vi ele dar um sorrisinho.

— Thunder, o que está acontecendo? O que o Byron tem a ver com isso? O que está acontecendo conosco?

— Tem que ser algum erro medonho.

O furgão parou de repente. Fiquei tensa, olhando com atenção para as portas, pronta para pular para cima de alguém. Mesmo que fosse para encarar um soldado gigante e entupido de esteroides. Eu não ia deixar ninguém machucar Thunder. E não ia dar uma de loba boazinha e obedecer às regras idiotas deles.

Foi como se estivéssemos acordados e, de repente, estivéssemos vivendo em um Estado totalitário. Do lado de fora do prédio imenso e sem janelas, notei que ele era cercado por um alambrado com arame farpado na parte de cima. Letras gigantes, esculpidas em uma pedra que ficava acima do arco de aço da entrada, nos diziam que estávamos no “HOTEL VALE VERDE”. As portas haviam se abrido com um rangido e percebi que morder todo mundo não ia funcionar muito bem. Mais dez guardas, e esses usavam uniformes pretos, saíram de lá, se juntaram aos dois motoristas e formaram um semicírculo na traseira do furgão.

— Tudo bem. Agora, fiquem de olho neles. — Ouvi um deles dizer.

— Vocês sabem, eles são...

— É, sabemos — disse outra voz rabugenta, de um dos motoristas. — Tenho as marcas aqui para provar que sei direitinho quem são.

Eu nem tentei lutar quando aqueles soldados sem cérebro nos empurraram para frente e nos arrastaram pelo portão alto de arame farpado.

Eu sou bem grande, mas aqueles caras agiam como se eu fosse um saquinho de pipoca. Thunder e eu tentamos prender os pés no chão, mas eles continuavam nos puxando e nos fazendo perder o equilíbrio.

“Nós conseguimos andar!” —Thunder latiu. – “Ainda estamos conscientes!”

Eu bem que tentei dizer: “Olhem, escutem aqui, vocês pegaram os animais erra...” O guarda ao meu lado levantou o cassetete e eu parei de rosnar no meio da frase. Eles nos empurraram enquanto desciamos degraus de concreto, passávamos por portas pesadas de aço, até chegarmos em uma sala grande e bem iluminada. Parecia uma prisão, com um guarda do tamanho de um guarda-roupa atrás de uma janela de vidro grosso, um portão trancado e outro guarda com um cassetete pronto para ser usado.

Ouvi um zumbido alto e o portão se abriu.

“Vocês não se sentem meio idiotas?” — resmunguei. — “Tipo, um monte de caras gigantes só para dois animais... É meio constrangedor.Vocês não prefeririam... Ai!” — Um guarda me deu um cutucão bem forte na costela com o cassetete de madeira.

— Comece a pensar na sua luta de logo mais — o guarda disse. — É matar ou morrer. A escolha é de vocês, pulguentos.


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