Hoje era o dia “para um grande assassinato sangrento!”

Hoje não teria aula, nem nos próximos três dias!

Era os três dias trimestrais para visitas, sim, a cada três meses temos três dias para sermos visitados.

Eu estava animada, vou ver o Liss depois de tanto tempo.

Eu sinto a falta dela, qual é?

Fiquei meia hora para me levantar da cama, e mais meia para escolher uma roupa “politicamente legal, e sem chances de tentativas de suicídio com fios”.

Peguei uma saia preta nos estilo anos 80, e uma blusa de pregas no quase invisível decote e minha bota de combate.

Assim que fiquei pronta me ajoelhei perto da cama para pegar meu celular.

–Estou tão animada! – Gritou Evelyn entrando no quarto como um furacão e se jogando na minha cama.- Vou ver meu irmão, e ele vai trazer um amigo dela, dá para acreditar? – Ela tirou os óculos e se virou em minha direção. – Seu quarto é tão pequeno, e tão sem graça. Você precisa decorar ele, você mora aqui a quatro anos. Hey, por que esta sentada no chão?

“Graças ao Cé....”, já estava me acostumando as paradas no meio das frases, mas mesmo assim estava assustada, quase fui pega, celular era uma coisa que nem a diretora podia me salvar.

–Err... Oi! – Respondi com um sorriso sem graça.

–Você não parece animada, você sempre esta animada quando se trata do Lissandro! O que houve? – Ela fez uma careta de desgosto.

Eu cai na gargalhada e me levantei emburrando a Evelyn para fora e indo junto.

Exatamente meio-dia e quatorze, vi a figura familiar e loira do Liss se apoiando nas grades do portão principal, me senti sorrindo e corri até ele o abraçando. “Quebrando seus ossos”

–Rosa! Angela! – Ele sussurrou em meu ouvido enquanto me apertava em seus braços.

Quando me afastei olhei para ele, nesses três meses ele havia crescido, e usava roupas que não pareciam que ele era um mendigo, e o cabelo dele havia crescido, estava quase na altura dos ombros, como o meu, mas o meu foi por tédio mesmo.

–O que você fez com seu cabelo? – Perguntou segurando meu cabelo como se fosse um rato morto. – Você e sua palidez! – Deu um peteleco em meu nariz. – Sua estranha!

Revirei os olhos e o puxei para dentro do prédio de recriação, onde sempre estava vazio nos três dias e me sentei em umas das mesas coloridas e o puxando para se sentar ao meu lado.

–Então... Como anda o louco mundo lá fora? – Perguntei.

Ele deu de ombros:

–O de sempre: Assassinatos, falta de educação, violência e futebol!

O empurrei levemente com as mãos e repreendi rindo:

–Para! Você é um idiota!

Ele riu e pegou algo do seu bolso:

–Agora você se veste decentemente! O que mais mudou? – Perguntei cruzando minhas pernas.

–Não muita coisa... Mas minha mãe vai se casar novamente! – Disse franzindo a testa.

Eu gargalhei olhando para cima e respirei fundo quando senti lagrimas “De sangue coagulado” cair dos meus olhos:

–Diga que eu disse boa sorte para ela! Eu tenho tanta coisa para te contar! – Falei o olhando com certa animação.

Conversamos o resto da tarde, até anoitecer para ser exata, e eu o fiz prometer trinta e oito vezes que ele iria voltar, e como sempre ele disse que sempre volta.

Foi no meio das conversas que percebi o quanto sentia falta da Dona Gentil, e até da Doghert, o cachorro da vizinha do Liss.

Parecia que não nos víamos a anos, mas mesmo assim parecia que nos víamos todos os dias, era algo estranho!

Quando o ultimo sinal tocou, quase as onze e meia, eu sabia que Liss teria que ir, então mesmo relutante o levei até o portão:

–Me leva com você? Juro Solenemente que irei assustar todos os seus amigos, com minha “LOUCURA” – Brinquei e ele bagunçou meus quase cachos, pela falta de tamanho de cabelo.

–Nem, você só atrapalha com as garotas! – Ele riu.

–Vê se cresce! – Fiz uma careta para ele.

Ele me abraçou e falou no meu ouvido:

–Fui maravilhoso te ver, mas infelizmente te ouvir é uma merda, por isso, costure sua boca ou a cole, assim eu viria sem ser obrigado te ver!

“Melhor te ver queimar” O empurrei e falei:

–Cale a boca, idiota!

–Oi Angel! – Ouvi o Nicolas atrás de mim.

Me virei sorrindo e respondi segurando a mão de Liss:

–Ola Nicolas, faz tempo que não nos vemos!

–Faz muito! – Concordou sorrindo. – Ah sim, ainda tenho que lhe entregar seus exames!

Senti Liss fazendo uma careta e ri:

–Amanhã te explico! – Resmunguei e depois voltei para os dois. – Nicolas, esse é o meu melhor amigo idiota, Liss, Liss esse é... Eu não sei bem do que ele trabalha, mas bem, esse é meu amigo Nicolas.

–Prazer em conhece-lo Liss! – Falou Nicolas estendendo a mão