Caçador escrita por Lian Black


Capítulo 42
Tomo uma decisão idiota


Notas iniciais do capítulo

Jene na área!



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Está bem, talvez sair sozinha não tenha sido a melhor ideia do mundo. Afinal, Los Angeles é grande.

Depois do que vi, a teoria do Lian de que fosse um crocotta me pareceu impossível. Então decidi sair para investigar por conta própria.

É claro que não contava com o tamanho desgraçado que essa cidade possui.

Sempre fui acostumada com cidades pequenas. A maior que já visitei foi Seattle, e ela nem sequer se compara a isso. Bom, imagino que devia ter esperado. Los Angeles é a segunda maior cidade do país. Tem que ser grande. Só que não precisava ser tão caótica.

Normalmente eu chamo atenção com minhas roupas. Sempre de preto e usando camisetas de Hard Rock. Mas aqui, eu até sou normal. Todos os tipos de pessoas passam por mim, várias até mais estranhas que eu.

Olho tudo que consigo ver, tentando entender algo da cidade. Já estou perdida mesmo, então vou tentar me achar de algum jeito. Só que não dá. É muito confuso. Dou voltas e mais voltas. Ruas que achei promissoras, se revelam becos sem saída. E está começando a ficar tarde. Se continuar assim por muito mais tempo...

Venha até mim Jen...

Estremeço e olho em volta. Não pode ter sido uma alucinação, tenho certeza. Mas ao mesmo tempo não pode ser real. Ele morreu faz cinco anos.

Venha garota, o que está esperando?

Coloco as mãos na cabeça e me agacho num canto da calçada, não dando bola para as pessoas que passam e olham torto. Apenas me deixo cair, tentando tirar a voz dos meus pensamentos. Não pode ser real, não pode.

Venha garota, eu estou aqui te esperando. O que foi? Não sente saudades?

Solto um grunhido, assustando algumas pombas que estão na calçada a alguns metros. Várias pessoas me olham assustadas, mas as ignoro. Me levanto e saio correndo, sem tomar o menor cuidado, sem saber em que direção estou indo. Apenas tentando me afastar, fugir...

Depois de meia hora correndo sem parar, a toda velocidade, me recosto numa parede de um prédio, sem fôlego. Então me deixo escorregar, sentando no chão. Respiro fundo. Vamos lá garota, raciocine.

Um crocotta... Ele poderia imitar a voz do meu avô, mesmo que ele já morreu faz cinco anos. Mas ao mesmo tempo... De onde veio a voz? Ninguém mais parece ter notado, e ela soou tão nítida e alta... Mesmo assim, não consegui identificar de onde veio, e isso me assusta um pouco.

Repasso todos os episódios que já vi de sobrenatural, mas nada me preparou para isso. Lian estava certo. Uma coisa e ver a série, mesmo sabendo que é verdade. Enfrentar o sobrenatural é muito diferente. Talvez eu tenha cometido um erro, vindo com eles. Talvez devesse ter ficado em casa...

Balanço a cabeça com força. Não é hora de me desanimar. Eu treinei, atiro muito bem e sei lutar. Sei lutar contra o que quer que esteja enfrentando. Só falta descobrir o que é. E isso eu posso fazer. Isso eu vou fazer.

Me levanto e olho em volta, pela primeira vez notando onde estou. No fim de um beco sem saída cercado por prédios. Nem prestei atenção nisso quando entrei. Mas agora é só sair, depois posso tentar achar o hotel... Se eu achar a praia, é só ligar para o Lian e ele me acha. Isso, é isso que vou fazer.

Me preparo para sair, então vejo um vulto entrando no beco. Está escuro, e não consigo ver direito, mas o instinto toma o controle. Saco a pistola e avanço, mirando e me preparando para dar um tiro certeiro.

O vulto é mais rápido.

Ele avança também, me notando de imediato. Uma mão surge, rápida como um raio, e pega meu pulso. A mão joga meu pulso contra a parede, fazendo os dedos se abrirem num espasmo e a arma voar longe.

Me preparo para dar um chute na virilha, golpe que já vi Megan usar com sucesso, mas ouço o vulto praguejar em voz baixa. Reconheço a voz e os palavrões.

Me atiro em cima dele, quase derrubando-o. Está bem, eu derrubo mesmo. Parece que quem estava lutando tão bem, não esperava uma reação dessas.

— Lian! Seu idiota estúpido! Quase me matou de susto. Onde você estava? — Noto que algumas lagrimas escapam. Pô, me perdoem, sim? Não sou de chorar, mas a pressão, o medo e a alegria e tudo mais, é meu primeiro caso de verdade.

— Não sou eu que devia fazer essa pergunta? — Lian brinca, com um gemido. Noto o porquê e saio de cima dele. — Valeu. — Ele diz, massageando as costelas.


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Notas finais do capítulo

O próximo é do Lian de novo. Comentem quem vocês preferem que narre! Talvez eu faça alguns capítulos com outro narrador, Jene ou Megan.



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