MARINA P.O.V’s ON

Tá bom, eu admito! Aquele Tomate não é tão ódiavel quanto eu pensei que fosse, MAS isso não significa que eu não o ache irritante. Nós matamos a aula do Faraize juntos e conversamos um pouco sobre assuntos variados, como por exemplo, porque o cachorro do Mickey é tratado como cachorro, sendo que todos são animais e são tratados como gente? Também falamos sobre musica e eu descobri que o gosto de musica dele é melhor que o de roupas, falamos de como nosso querido professor é enjoado e de como aquela velha da diretora é caduca, pelo menos concordamos em algumas coisas! No final da aula tivemos o desprazer de encontrar com aquela largatixa de maquiagem de novo (ela ainda acha que eu e o Tomate somos namorados, He, He) e também tivemos que passar vinte, VINTE longos minutos correndo atrás do cachorro encapetado da diretora! Aquela peste de animal fugiu e sobrou pra mim e pro Tomate ir atrás dele, VINTE minutos da minha vida jogados no lixo, nunca corri tanto na minha vida! Mentira, eu corri mais que isso no dia que eu destruí o quadro do orfanato, eu devo ter dado umas trinta voltas naquele lugar todo na velocidade da luz! Valeu a pena, mas agora voltando ao meu relato, depois de vinte minutos perseguindo aquele animal do capeta conseguimos pegar ele, nosso plano estratégico foi o seguinte:

Como o Tomate tem um cachorro, ele tinha alguns biscoitos no armário (tá, no armário é meio estranho né? Mas, vai saber o por quê!) com isso nós atraímos o cachorro até o jardim, eu e o Tomate bloqueamos a entrada e quando o cachorro terminou de comer os biscoitos ele veio correndo e... PASSOU RETO! Primeira tentativa: FAIL TOTAL

Segunda tentativa: Correr como se tivesse zumbis furiosos e famintos atrás da gente! Baixou o espírito de Usain Bolt em mim e eu passei o cachorro e peguei-o, nós estávamos super cansados e felizes por conseguir pegar aquela praga que fomos rapidinho devolve-lo para a diretora, e sabe como ela nos recebe?!

FLASHBACK ON

–POR QUE DEMORARAM TANTO?- A diretora gritou descabelada, pegando bruscamente o cachorro do meu colo- Totó, meu amor você está bem? Eles te machucaram?- Ela falou com o cachorro com uma voz delicada

–No dia que ele responder você cai dura- Eu sussurrei pro Tomate que estava do meu lado e a gente começou a rir

–QUAL A GRAÇA?- Ela perguntou novamente gritando estressada.

–Nenhuma diretora- Eu respondi como eu respondia os instrutores no colégio militar, ajeitando a posição, ficando reta com as mãos na lateral do corpo, eu QUASE bati continência, QUASE.

–Agora me respondam o por quê de terem demorado tanto!- Ela perguntou mais calma, mas ainda bastante estressada.

–Diretora, a senhora já pensou em colocar seu cachorro numa corrida? Acho que ele empataria com o Usain Bolt!- Disse isso e dei um sorriso e o Tomate segurou risada

–Estão dispensados! OS DOIS!- Ela falou (leia-se berrou) e nós saímos da sala dela rindo. Depois que saímos da sala o tomate falou

–Você quase bateu continência pra diretora, por que?

–Colégio militar- Respondi na lata

–Você foi pro colégio militar?! Caramba! Imagina você em um colégio militar, difícil, muito difícil! Aquela sua amiga também?

–Você tá bastante interessado na Laíza né? Desculpe, mas ela já é do representante!

–EU NÃO ESTOU INTERESSADO NAQUELA GAROTA!SÓ PERGUNTEI PORQUE VOCÊS ANDAM PRA TODO LUGAR JUNTAS!

–Calma aí fera! Que exaltação é essa jovem?- Falei fazendo sinais com as mãos para ele se acalmar- A Laíza foi sim comigo, quase arrastada, mas foi. Falando nela, a filha de uma boa mãe foi embora e me deixou aqui!- Falei assim que chegamos ao pátio e não vimos ninguém

–A mula do Lysandre também! Mais que FDP!

–Afe! Voltar pra casa sozinha é tão entediante- dei um suspiro desanimado- Vou quebra a Laíza quando chegar em casa!

–Boa sorte então! Tchau- Ele falou acenando e andando pra mesma direção que eu iria, então eu passei na frente dele e acenei.

–Falo pro cê!

–EI, espera aí!- Ele falou quase gritando e eu me virei

–O que foi?

–Sua casa é nessa direção?

–É um pouco longe, mas chega mais rápido por esse caminho. Por que?

–A minha é a mesma coisa- Ele virou o rosto na direção oposta- As nossas casas devem ser perto uma da outra, então por que a gente não volta junto?- Ele olhou para mim de novo

–Por mim tudo bem, vamos?- eu disse e ele apressou o passo até chegar do meu lado. Uns minutos depois chegamos a casa dele e fomos recebidos por um cachorro gigante no portão.

–Lembra que eu te falei que tinha um cachorro?- Ele apontou pro cachorro no portão

–Pela sua personalidade achei que fosse um poodle daqueles pequenininhos- Ele fechou a cara no mesmo instante e eu comecei a rir- Você tinha razão- Ele me olhou com aquela cara de “WAT?” e eu continuei– Minha casa é ali na frente- Eu apontei para uma casa a mais ou menos umas quatro casas de distância do outro lado da rua.

–Então foi você que se mudou para aquele casarão?

–Foi. Quando me falaram que iríamos nos mudar para uma casa não imaginei que fosse desse tamanho!

–A sua amiga mora aqui perto também? Afinal vocês vão juntas para a escola

–Eu to falando que você está muito interessado na Laíza! Não a Laíza não mora aqui perto- Ele abriu a boca para falar alguma coisa que não me interessa, mas eu interrompi- Nós moramos juntas- Ele fez de novo a cara de “WAT?”.

–Achei que você morasse com seus pais- Aquela frase doeu, eu inconscientemente fiz uma cara triste, de choro, não gosto de falar do meu passado, dos meus pais. Já vendo o rumo que a conversa iria tomar terminei ela

–Tchau- Falei num tom visível de desanimação e tristeza, ele ficou me olhando sem entender nada e eu me virei e fui para a casa, antes de chegar ouvi o ranger do portão da casa dele, mas não me virei para ver.

Assim que eu cheguei, fiz que nem um bebê e me joguei no colo da Laíza já chorando, ela nem me perguntou nada, já sabia, afinal eu não chorava a menos que fosse por esse assunto, era meu ponto fraco, ela afagava a minha cabeça enquanto tentava me acalmar.

–Shh... Se acalma e me explica o quê aconteceu, quem ou que te fez lembrar?

–C-castiel tocou no assunto sem saber- Expliquei ainda um pouco chorosa e ainda abraçada na Laíza enquanto ela me levava para o meu quarto

–Acho melhor você dormir um pouco, você quer alguma coisa?

–Não, obrigada- Disse e ela saiu me deixando sozinha.

FLASHBACK OFF

E agora cá estou eu, deitada na minha cama com as luzes apagadas e na maior depressão pensando na morte da bezerra e me preparando, porque com certeza o Castiel vai me perguntar sobre o que aconteceu hoje e eu não sei se estou pronta para contar a minha história para alguém alem da Laíza. Algumas pessoas provavelmente pensam “Nossa, como ela ainda não superou isso? Faz tanto tempo que já era para ela ter cabeça erguida e não se importar”, mas essas pessoas pensam isso porque nunca passaram pela mesma coisa que eu, não sentiram na pele nada do que eu senti. ELAS NÃO SABEM DE NADA! ELAS NEM IMAGINAM COMO É NA VERDADE!

Ah... A minha história, a minha linda história.