Wish List escrita por Zoe


Capítulo 4
O cabelo


Notas iniciais do capítulo

Oi! :D Eu sei que eu demoro muito para postar, mas não se preocupem, porque eu tenho mais alguns capítulos prontos, então já, já eu posto. Ta aí, não ta muito emocionante, mas acho que vão gostar. Divirtam-se.



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O propósito da minha vida agora era realizar meus desejos. Estudos? Trabalhos? Tudo isso pode ficar para depois. Johanna e eu acordamos cedo (okay, não tão cedo) e já fomos planejando como realizar os itens da lista.

– Ta, vamos começar pelos mais fáceis, que são “mudar algo na aparência” e “ir numa festa”. – Johanna disse.

– Fazer cócegas numa tartaruga não é mais fácil que isso?

– Claro, se você tiver uma tartaruga. Você tem? – ela arqueou a sobrancelha esquerda.

– Okay, o que vamos mudar na minha aparência?

Ficamos pensando durante um tempão sobre o que poderia ser mudado em mim e finalmente decidimos mudar meu cabelo. Meu cabelo é castanho claro, ondulado (mas não de um jeito bonito) e acaba um pouco abaixo dos ombros. O cabelo da Johanna é lindo, comprido e cacheado, castanho escuro com mechas californianas. Resolvemos fazer mechas no meu cabelo também, mas havia dois empecilhos:

1– minha mãe e

2– não tínhamos dinheiro para cabeleireiro.

Minha mãe não me deixa pintar meu cabelo ou mesmo cortar. Tecnicamente, eu não posso nem mesmo prendê-lo de lado sem a autorização e aprovação dela. Falei isso para Johanna, que ignorou completamente.

– Quando você chegar em casa com o cabelo pintado, ela não vai poder fazer nada. – ela deu de ombros.

– Ou então ela pode brigar comigo, me deixar de castigo, me bater... – fui enumerando, mas Johanna me interrompeu.

– Liv, se você pensar sempre desse jeito, não vai fazer nada da sua “Wish List”. A maioria das coisas aqui, se não todas, sua mãe não aprovaria que você fizesse. Ela gosta de você assim, perfeitinha e comportada, exatamente como ela é. Mas, ela provavelmente fez todas essas coisas na juventude dela. Porque o tempo de fazer isto, de fazer coisas impensadas, imaturas, impulsivas, impetuosas, imponderadas, imprudentes e inapropriadas é agora, enquanto somos jovens, sem responsabilidades, pois só queremos nos divertir um pouco enquanto podemos.

Fiquei de boca aberta depois deste discurso e tive que bater palmas.

– Obrigada, obrigada! Agradecimentos especiais ao dicionário, especialmente à letra “i”.

Depois de tudo aquilo que Johanna falou, fui obrigada a aceitar pintar meu cabelo, sem me importar com as consequências. Porém, ainda havia o problema do dinheiro - ou a falta de. Juntando o que tínhamos, dava para comprar uma tinta barata e olhe lá. A única aparente solução veio de Johanna.

– Eu vou pintar seu cabelo.

– Não vai não.

– Alguma outra ideia, gênio?

– Por acaso você sabe pintar cabelos?

– Sim, já fiz várias vezes.

– Ah é?

– Sim, e minhas barbies sempre ficaram satisfeitas.

– Ah, estou muito segura agora.

Ficamos nisso durante um tempo, até que resolvemos ir comprar logo a tinta. Nosso dinheiro só dava para uma marca bem suspeita, cujo nome era “Tinta”. Nem se dignava a especificar que era para cabelo. Johanna passou no caixa enquanto eu me distraia com uns xampus que prometiam milagres.

No caminho de volta para a casa de Johanna, ficamos pensando em que festa podíamos ir, mas não tínhamos sido convidadas para nenhuma e não tínhamos dinheiro e/ou idade para uma boate. Felizmente, conhecíamos uma pessoa que sempre tem uma festa para ir.

– Temos que falar com o Caleb.

– O quê? Não! A gente não vai falar com ele! – Johanna protestou.

Caleb era meio que um ex-namorado da Johanna. Meio, porque eles nunca “namoraram” de verdade, segundo ela. Ele ainda é apaixonado por ela e não faz tanta questão de esconder este fato, ao contrário dela, que faz de tudo para parecer que realmente o detesta.

– Joh, eu sei que depois que vocês, hum... se afastaram, as coisas ficaram meio estranhas, mas ninguém arranja festas como o Caleb, e você sabe bem disso.

– Eu não vou falar com ele.

– Por favor. – fiz beicinho.

– Você sempre tenta convencer as pessoas deste jeito?

– Funcionava com as barbies. – sorri

– Ã?

– Foi uma piada.

– Você não é muito boa nisso sabia?

– Sei, mas enfim, vamos logo à casa do Caleb, ou eu desisto da festa. E da tinta “Tinta”.

– Isto é outra piada?

– Há. Não. Vamos logo. – e a puxei pelo braço.

Uma coisa sobre mim: eu sou péssima com localização. Uma vez eu peguei um ônibus errado, desci em um lugar estranho e fiquei perdida durante três horas. Três horas! Tem noção disso? Então, é óbvio que eu não lembrava o caminho da casa do Caleb, já que só tinha ido lá uma vez há alguns anos, devido a um trabalho escolar. Ficamos dando voltas em quarteirões sem sucesso. Desistimos e fomos para a casa da Johanna pintar meus cabelos.

Enquanto Johanna foi arrumar as coisas, peguei o celular dela sem que ela visse e mandei uma mensagem para o Caleb:

“Pode vir aqui em casa?”

Não deu tempo de dar mais explicações, então mandei só aquilo mesmo. Johanna chegou de luvas em mãos, e carregando um pote com a tinta e pincel. Coloquei uma toalha velha em volta dos meus ombros, sentei na cadeira e rezei. A primeira parte foi a mais difícil: desembaraçar meu cabelo. Depois, Johanna molhou meus cabelos e resolveu separar em mechas, como nos salões de beleza. O problema é que ela não tinha os prendedores certos, então usou elásticos, prendendo do mesmo modo que era preso os cabelos das crianças dos anos 80, mas como eram várias mechas, posso arriscar dizer que estava um pouco mais horrível. E foi nesta hora que o Caleb resolveu chegar.

– Oi, Joh. – ele falou manhoso, e então me viu. – Ai meu deus, o que é isso? Liv? É você? – então olhou para Johanna – O que você estava fazendo com ela?

– Relaxa, ela só estava arrumando meu cabelo. – falei.

Caleb segurou os braços da cadeira e me olhou nos olhos.

– Liv, ela está te enganando. Não acredite nela. Isso pode ser qualquer coisa, menos arrumar um cabelo.

Eu devo estar linda, pensei.

– Ta, chega. – Johanna balançou a cabeça. – O que você está fazendo aqui?

– Ué, foi você que chamou. – ele disse, mostrando a mensagem. Johanna imediatamente percebeu o que eu havia feito e me lançou um olhar mortal, que não foi percebido por Caleb.

– Ah, então é só chamar que você vem? No fim, você ainda faz tudo que eu mando. – ela disse, sorrindo diabolicamente.

Caleb sorriu e chegou bem perto dela, fazendo-a se bater na mesa ao tentar se afastar. O sorriso dele abriu mais e ele falou:

– Você acha? Faz um teste. Me manda te beijar. – ele disse, com o rosto muito perto do dela. Então eu pigarreei, estragando tudo, mas eu juro que foi sem querer!

– Aff, odeio essas pessoas que não sabem continuar uma discussão. – e saiu de perto dele, que ainda sorria.

– Bem, se não se importa, eu sou um cara ocupado, então poderia me dizer o que quer comigo?

– Preciso de uma festa.

– Especifique.

– Uma festa grande, com bastantes pessoas, músicas boas, bebida alcoólica, mas que não infrinja nenhuma lei. Até semana que vem.

– Até semana que vem eu posso arranjar só um aniversário de quinze anos, salão grande, bom para dançar, mas não prometo a bebida.

– Serve. Quando?

– Na sexta.

– Mas isso é amanhã.

– É. É pegar ou largar.

– Tudo bem, quanto isso vai me custar?

– Hum, não sei, mas não se preocupe, o pagamento pode vir depois. – e piscou.

– Ótimo, já pode ir embora.

– Eu já estava indo. Vejo vocês amanhã. E uma dica, Liv, não vá com este penteado. – e piscou.

Depois de tudo isso, eu só tinha uma pergunta para fazer:

– Ele tem algum problema no olho?

–---*----

Depois de muito tempo, Johanna finalmente terminou e me deixou ver como havia ficado meu cabelo. Olhei no espelho e o que vi foi o seguinte: meu cabelo estava sem nós, cachos bonitos escorriam por meus ombros e a pintura estava realmente boa, sem falhas.

Havia só um pequeno detalhe: meu cabelo estava azul.


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Notas finais do capítulo

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