No primeiro degrau da enorme escadaria que levava a pequena loja de ervas da mãe de Shiemi, Rin envolvia seus joelhos com os braços.

Odiara pensar em Shiemi sorrindo para seu irmão.

Odiara pensar na possibilidade de Shiemi gostar dele.

Odiara pensar... em que Shiemi... não notava seus sentimentos por ela.

Seus pensamentos foram interrompidos pela voz da pequena que gritava seu nome.

–S-shiemi.... - sussurrou.

Rin se virou e viu sua amada descendo os degraus de pedra um a um desajeitadamente, até que parou e sentou-se ao seu lado.

– Por que veio atrás de mim? - Perguntou corado.

– E-eu nunca te vi assim antes, você pareceu tão irritado com Yukio-kun...

– Desculpe, não é nada.

Os dois permaneceram em silêncio, enquanto viam o sol se por, gentilmente se escondendo entre as montanhas distantes.

Shiemi apoiou sua cabeça no ombro de Rin, o deixando sem reação.

Não demorou para a pequena adormecer, estava cansada de tanto trabalhar no jardim de sua casa. O Okumura, então, a carregara em seus braços, subindo as escadas.

A menina parecia uma frágil boneca feito a mão. A qualquer hora poderia quebrar-se.

– Então cuidarei dessa boneca com todas as minhas forças... - Falou para si mesmo, enquanto usava seu corpo para empurrar a porta de madeira da loja.

Ao entrar, se deparou com duas mulheres que o encaravam com olhos surpresos.

– Então a filha de Moriyama arranjou um namorado. Bonito ele, não? - Murmuravam as mulheres entre si, enquanto carregavam suas compras para fora do estabelecimento.

– Ah, o que? - Exclamou o Okumura, virando-se. - E-eu não sou... por mais que... - Rin balançou a cabeça, corado.

– Rin!

–S-senhora Moriyama... Shiemi adormeceu, então eu vim traze-la aqui...

– Deixe-a no quarto aqui atrás. - Ela apontara com o dedão para trás de si.

– Certo... Ah! A senhora sabe onde está o Yukio?

– Ele estava no jardim a uns minutos atrás, junto com aquela ruiva dos peitões. Aquilo tudo é natural?

Rin revirou os olhos, e se dirigiu para o quarto. Cuidadosamente deixou a pequena loirinha deitada na cama.

Admirou seu lindo rosto adormecido, enquanto ajeitava o cobertor.

Ele virou-se em direção a porta, quando sentiu a pequena mão de Shiemi segurando a sua.

–S-shiemi...

A pequena parecia ainda adormecida, tão linda.

Ele sentou-se na beira da cama, e segurou a mão de Moriyama mais forte.

Ele se inclinara em direção de Shiemi, fitando seus lábios.

Shiemi se revirou um pouco, fazendo Rin recuar.

Rin fechou os olhos.

– Não consigo... - falou consigo. - Ela apenas me vê como um amigo... Shiemi...

E então, Okumura sentiu-se acolhido pelos braços de Shiemi.

Ela.... ouvira o que ele disse?