E sem olhar para o rosto de sua amada, o garoto atreveu-se a retribuir o aconchegante abraço que havia recebido. Tudo que desejava era a colocar o colo e a beijar. Mas... não seria egoísta demais não ligar aos sentimentos dela ao seu irmão? Não seria... idiota demais da parte dele força-la a algo que não quer? Talvez não seria melhor guardar tudo a si?

Não... isso não. Não agüentaria a ver com outra pessoa sem ter tentado conquistar seu amor para si. Não fazia seu tipo desistir de alguém que ama. E lutaria até o fim para vê-la ao seu lado.

Então, Rin pode reunir sua pouca coragem que restava e chamar por sua amada.

Como resposta, pode sentir a incrível e reconfortante sensação dos pequenos braços da garota o apertando mais forte junto ao seu corpo. Porem, nenhuma palavra saiu de sua boca.

Rin sentia um enorme peso no peito; Era tão difícil dizer aquelas três palavras tão ensaiadas por ele?

Por que é tão difícil amar?

A garota levou suas mãos ao rosto cabisbaixo do Okumura, e o fez olhar para ela. Foi então que o garoto percebeu... a loirinha o encarava extremamente tímida. Seus olhos verdes eram iluminados pela fraca luz do pôr-do-sol.

– Shiemi... eu te amo. – Disse sério.

– Eu também te amo. – a garota disse, acompanhado de uma leve risada.

– Mas não é qualquer amor. Não o que você sente. - Rin colocou gentilmente sua mão esquerda no rosto da Moriyama. – É daqueles de querer casar.

Rin passou levemente os dedos entre os fios loiros da garota enquanto aproximava seu rosto ao dela.

Shiemi fechou lentamente os olhos, nervosa pelo tão esperado primeiro beijo.

Porem, mal encontraram-se os lábios e já tiveram que se afastar; Shiemi não sabia onde enfiar o rosto de tanta vergonha, enquanto Rin atendia o telefone que tocara a pouco.

– Shura... – resmungava enquanto desligava a chamada.

Rin bufou e deu um leve sorriso de canto, quando viu a pequena cobrindo-se da cabeça aos pés com o lençol da cama.

– Ei, Shiemi... – o garoto puxara o lençol, e beijou o rosto envergonhado da pequena. – Eu.. vou indo nessa. – Disse desviando o olhar.

O garoto levantou-se e abriu a maçaneta. Mas antes mesmo de passar pela porta, pode sentir a loirinha o abraçando pelas costas.

– Rin... eu também amo você daquele jeito... de querer casar.

Novamente sentiu um enorme aperto no peito.

Calmamente virou-se e encostou seus lábios aos de Moriyama. Um selinho de boa noite... daqui a uns meses estaremos acordando juntos. – Brincou em seus pensamentos.

– Boa noite. – Rin abrira a porta e a fechara atrás de si.