Rose Weasley ficou surpresa quando viu Scorpius Malfoy na sua frente.

—Scorpius Malfoy?

Questionou ainda sem acreditar. Seria ele o funcionário de Aaron Roy?

—Em carne e osso.

Respondeu Scorpius com um sorriso tímido.

—Então Roy é seu chefe?

Scorpius assentiu. Era irônico que Rose Weasley uma das maiores transgressoras de Hogwarts era uma defensora.

—Você é a senhorita Paige então? Presumo que ainda esteja brigada com a família.

—Presumiu corretamente, mas não diga a ninguém. Sempre que a imprensa pergunta eu estou na América do Sul cuidado da saúde.

A imprensa bruxa achava que Rose estava em um estágio de quase morte.

—Bom, percebo que você não precisou muito do sobrenome de sua família para crescer na vida.

Comenta Scorpius olhando pela primeira vez o escritório. Rose sorri.

—Sente-se senhor Malfoy. Se Roy lhe mandou tenho certeza que perder tempo não é o que deseja.

Scorpius encarou essa “nova” Rose com uma curiosidade infantil. Ela tinha um ar de profissionalismo e superioridade...

—Confesso que bater papo era minha última opção, mas não me chatearia se perdesse tempo batendo papo com você.

Rose não revira os olhos, mas Scorpius sorriu internamente ao perceber que lhe custou uma boa dose de autocontrole a seriedade em sua expressão.

—Senhor Malfoy, deixe esclarecer para você minhas regras.

—Regras?

A nova Rose não deixava de surpreendê-lo.

—Sim, regras.

—Nunca pensei que você fosse ser adepta a regras.

—Se eu vou ser sua advogada esteja ciente que não permito atrasos, odeio mentiras, no seu caso especifico espero que seja o mais verdadeiro que possa ser, detesto falta de profissionalismo e por fim, mas não menos importante não me envolvo com clientes. Estamos claros?

Scorpius levanta as duas mãos fazendo um sinal de rendição. Embora em seu intimo fosse a última coisa que tivesse sentido.

—Concordo plenamente com as suas regras, mas agradeceria se não me chamasse de Sr. Malfoy. Acredito que se recorte que somos bem íntimos, podemos nos tratar pelo primeiro nome. Não é, Rose?

Rose usa todo seu autocontrole para não corar, mas sabe que não adiantou quando se depara com o olhar vitorioso de Scorpius.

—Prefiro manter nossa relação o mais profissional possível. Roy não lhe deu nenhum pergaminho?

Scorpius sorriu vencido e estranhando deu o pergaminho para Rose. Ela murmurou alguma coisa no papel e logo o pergaminho transformou-se em um monte de papeis.

—Arrombamento. Aparentemente as coisas são bem simples, mas se Roy te mandou pra mim dúvida que seja tão fácil quanto aparenta. Qual a complicação?

—Ninguém pode saber dessa pequena infração.

—Pode me dizer no que eu estou me metendo?

Scorpius demorou um pouco para responder.

—Estou infiltrado em uma missão.

—Preciso de detalhes. Para montar uma defesa adequada, uma que não destrua o seu disfarce. Explica após perceber minha apreensão.

—Bom, você lembra que na última vez que nos vimos eu tinha sido dispensado da academia de aurores – Rose confirmou com a cabeça – depois disso eu resolvi estudar por conta própria e tinha a intenção de montar uma espécie de auror particular. O Chefe descobriu isso e me ofereceu uma função no departamento de aurores da Alemanha. Meu sobrenome facilitaria a infiltração, pois me ajudaria a ganhar confiança de alguns caras que estão envolvidos. A casa que invadi é um quartel general, os trouxas estavam sob maldição Imperius. Eu não tinha permissão de estar lá e ninguém pode saber que eu estou lá.

Rose analisou o processo mais uma vez.

—Malfoy’s e trouxas... o principal problema vai ser controlar a imprensa.

—O chefe disse que se alguém poderia cuidar disso é você.

Scorpius estava torcendo para ela aceitar o caso dele. Gostaria de dizer que é porque tinha certeza que ela era a melhor do ramo, mas no fundo sabia que o real motivo era que tinha adorado revê-la.

Rose sorriu sem tirar os olhos do processo.

—Roy realmente põe medo em seus fundiários, né? Chefe isso, Chefe aquilo.

—Eu falhei cometendo um erro estupido, estou fazendo o máximo para não quebrar mais nenhuma regra dele. Ele confiou em mim e me deu uma oportunidade.

—Bom saber que você gosta de seguir regras.

Rose disse mais para si. Porém Scorpius não se conteve.

—Na verdade eu tenho uma clara aversão a elas. Tanto que estou aqui.

—Senhor Malfoy.

—Senhorita Weasley está muito tarde e embora eu entenda que marcar uma reunião essa hora tenha sido uma questão de segurança acho melhor continuarmos nossa conversa amanhã em um jantar. O que acha?

—Senhor Malfoy já disse que não me relaciono com clientes.

—Não estou lhe chamando para um encontro, estou lhe chamando para um jantar de negócios.

Ela pensou um pouco e meu deu um cartão;

—Me ligue amanhã e marcamos um horário. Logo pela manhã vou ao tribunal cuidar da papelada. Se me ligar e eu não estiver deixe o recado com minha secretaria.

—Me de seu número pessoal

—O que?

—Eu gostaria e marcar com você. Não quero que isso envolva mais de uma pessoa.

Ele sabia que não era verdade. Ela sabia que era apenas uma desculpa, mas infelizmente para ela fazia total sentido.

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—Como foi a reunião? Ele era gatinho? Vocês usaram o sofá ou a mesa?

Perguntou Melanie quando Rose chegou em casa.

—Engraçadinha. a reunião foi estranha na verdade.

—Como assim?

Melanie perguntou interessada porque nunca ouvira Rose se referir uma reunião de trabalho assim, geralmente era "muito boa" ou "péssima" ou "estou morta". Mas, nunca, jamais estranha. E ela tinha motivos para chama-las assim... Seus clientes tinham umas manias estanhas.

Lembrava de um, ele era bem famoso no escritório dela, ninguém quis atende-lo, mas Rose tinha mania de acreditar nas pessoas e esse cara era do tipo que não tinha mais jeito, sempre andava com a roupa amarrotada, a barba por fazer, os cabelos eram penteava só na frente, e apesar disso tudo o que mais chamava atenção nele era o pato que ele sempre carregava embaixo do braço.

O caso dele segundo Rose era um dos mais complexos que ela havia cuidado e a imagem dele não ajudava com os jurados, o pior do caso foi ter que arruma-lo da forma mais decente para os jurados e mais difícil ainda foi convencê-lo a deixar o pato. Esse cliente havia ganhado o apelido de Sir Duck e de certa forma foi o que deu a Rose o papel de sócia no escritório e uma sala só pra ela.

—Não foi nada demais...

—Rose Paige Weasley sente aqui e comece a contar.

—O que que ela tem que contar?

Sophie perguntou quando entrou, ela havia acabado de chegar na casa de seu noivo.

—Opa parece que a noite não foi quente, olha quem voltou.

Sophie se jogou no sofá.

—Pelo visto não terei uma noite quente por um bom tempo. Vocês acreditam que Vitor falou que seria melhor só fazer sexo depois do casamento?

As duas garotas rolaram de rir. Se bem conheciam Sophie ela dificilmente conseguiria.

—Mas não está muito cedo pra decidir esse tipo de coisa? Por Merlim não faz nem um mês que vocês estão noivos.

A ruiva disse também se jogando no sofá.

—Mais ou menos, estávamos conversando e decidimos de casar no próximo mês.

—O QUÊ???

Gritaram Melanie e Rose juntas.

—É muito cedo para vocês se casarem. É preciso de seis meses no mínimo para organizar ao menos um casamento decente.

A primeira começou a argumentar.

—Eu sei, eu sei. Mas é que a mãe dele queria muito vê nosso casamento e bom... ela não tem muito tempo de vida.

—Idai. Ela vai ver do mundo dos mortos.

—Rose..

—Desculpa, mas você entendeu meu ponto.

—Eu sei que vai dar muito trabalho e que o tempo está contra... Eu sei. Mas Vitor é importante pra mim, e a mãe dele é importante pra ele e eu acho que eu posso fazer isso porque tenho as duas melhores amigas do mundo todo e elas irão me ajudar. Não vão?

—Negativo—Rose falou séria, mas logo sua boca formava um sorriso- Como se eu conseguisse negar alguma coisa pra qualquer uma de vocês duas.

—Ok. Mas isso quer dizer que nos próximos dias o seu casamento Sophie será o assunto mais importante, talvez o único correto?

Melanie perguntava com um sorriso bem maroto, e este se alargou mais quando Sophie a respondeu assentido a cabeça.

—Pois bem, deixemos de lado esse assunto pelo resto dessa noite e nos concentremos na reunião de nossa amada ruiva aqui.

—O que aconteceu na reunião dela?

Sophie perguntou novamente.

—Ah não foi nada demais...

—Ela disse que foi estranha.

Melanie disse cortando Rose.

—O que? Mas nossa ruiva nunca acha reuniões esquisitas no máximo ela acha entediante.

—Ok, mas não foi nada de estranho. Só que a reunião foi marcada pelo meu contado, o homem misterioso (como as meninas o haviam apelidado), só que dessa vez ele mandou um amigo que estava com problemas e esse amigo é um velho conhecido dos tempos de Hogwarts, só isso.

—Pergunta – disse Melanie levantando uma das mãos – Conhecido em que sentido? No sentido já o vi pelos corredores; já o peguei pelos corredores ou já fizemos sexo nos corredores.

—Ah por favor...

Rose disse jogando uma almofada em Mel.

—Responda à pergunta da Mel...

—Não foi em um corredor foi em uma sala.

—uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuh... Safadiinha.

Sophie e Mel disseram juntas.

—E então... ele melhorou? Rolou um clima?  Conte tudo.

A última questionou.

—Ele melhorou muito. O cabelo está curto – as garotas levantaram o coro "uuuuuuuuh -Rose adorava caras com cabelos curtos— Ele tem barba, mas aquela mal feita. Os olhos deles continuavam tão sei lá...

—Eu acho que esse encontro mexeu com nossa ruivinha e você o que acha Mel?

—Eu? Eu acho que na próxima reunião eles terão um flashback.

—Gente, eu não me envolvo com clientes e ele é meu cliente... então nem pensar.

—Ele não vai ser cliente pra sempre Ro.

—A regra é válida para ex- clientes também. É uma das minhas regras. Agora se me dão licença vou subir porque estou super cansada.

—Ele te cansou muito foi?

Perguntou Sophie que recebeu uma olhada mortal de Rose.

—Acho que veremos Rose quebrar umas de suas regras super chatas.

—Duvido muito Mel. Aquela ali ama mais suas regras idiotas do que a si.

—Isso me cheira a aposta.

—Que tal 50 galões e você lava minhas roupas por um mês.

—Fechado. Mas prepare suas lindas mãos porque minhas roupas são bem delicadas.

—Mel isso já está ganho. Rose nunca quebra suas regras. Nem mesmo nós podemos quebrar.

—Sim, mas ele tem algo que pode deixá-la bem relaxada e esquecer completamente essas regras bobas de "não me envolvo com clientes" "não dou meu número pessoal aos clientes" "trabalho é uma coisa, vida pessoal outras" entre outras mil regras dela.

—Veremos Sophie, veremos.

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Quando Rose levantou Sophie e Melanie já estavam tomando café.

—Se acha que escapou do interrogatório só por ter saído no meio da conversa está muito enganada.

Melanie comentou enquanto bebericava o café e ficou olhando fixamente para Rose. A ruiva sabia que não tinha como fugir. Mel sempre conseguia o que queria.

—Ok.  O que mais você quer fazer?

Melanie sorriu com a deixa da amiga e a bombardeou de perguntas.

—Bom sobre o que conversaram?

—Sobre negócios e nada mais.

—Sentiu algo?

—Não.

Porém Rose tinha um pequeno defeito ela não sabia mentira, na verdade, ela sempre se entregava. Mel e Sophie já haviam aprendido isso no segundo ano morando juntas.

—Está mentindo.

Sophie acusou

—Não estou não.

—Sinto em concordar com ela Ro, mas sabemos quando você mente.

—Não senti nada.

—A negação é sempre o primeiro passo.

Mel a atiçou.

—Ok. Confesso que quando o vi lembrei da noite que ficamos juntos e que imaginei que o corpo dele devia ser muito melhor agora... satisfeitas.

—Em que ano você ficaram?

Era a vez de Sophie interrogar Rose.

—Última noite em Hogwarts.

—Mas na última noite lá você não dormiu com o... Seu cliente é Scorpius Malfoy? Sua pequena paixão?

—Sim é ele. E não Sophie, ele não é minha pequena paixão.

—Ela tem razão Sophie, ele é a grande paixão dela.

—E lá vamos nós.

Disse Rose revirando os olhos.

—A culpa não é minha se tu demoraste quase um ano para esquece-lo.

Melanie disse.

—Não demorei nenhum mesmo um segundo para esquecer dele, porque nunca me lembrei dele.

—Você não nos engana, Rose.

Sophie disse.

—Bom eu adoraria ficar aqui conversando sobre suas teorias absurdas, mas tenho que trabalhar porque tenho que ir no tribunal e ainda passar no escritório.

Rose disse pegando seu casaco e saindo. Já na porta Melanie lhe lembrou.

—Não esqueça hoje à noite vamos sair de novo, então cancele suas reuniões.

—A não ser que seja com o Malfoy, aí te perdoamos. Ou com o Richard.

Completou Sofia.

...

No tribunal Rose descobre que o processo do Malfoy foi transferido para o tribunal de Londres por pedido de alguém do Ministério da Magia.

Ela entra em contato imediatamente com Roy.

—O Ministério da Magia de Londres requisitou que o processo fosse mandado para lá.

Diz sem cumprimenta-lo.

—Droga. Vou vê se consigo reverter isso.

—Duvido muito que vá conseguir. Eles vão querer fazer render. Um Malfoy envolvido na justiça por acusações que envolvam trouxas... é um presente para os jornais britânicos.

—Rose, sei que Londres não é seu lugar de atuação, mas poderia conversar com seus contatos na imprensa.

—Vou falar com meus contatos no Profeta.

—Caso eu não consiga reverter a decisão... preciso que me indique alguém.

Rose pensou bastante antes de falar.

—Eu poderia continuar no caso.

—Mas eu pensei que...

—Eu não preciso aparecer, mas posso trabalhar nos bastidores. Posso falar com Richard, acho que ele é o único que aceitaria se meter em algo assim comigo.

—Um homem apaixonado é capaz de fazer tudo.

Disse Roy antes de desligar.

...

Após, falar com Roy, Rose Weasley faz mais duas ligações. A primeira para Mary Skeeter, filha de Rita Skeeter, ela possui bastante influencia no Profeta Diário, além de outros jornais pequenos da Inglaterra e devia uma para Rose. O segundo telefone foi para Albert Kober, um dos bruxos mais inteligentes da atualidade, influente em diversos setores da comunicação bruxa. Os dois concordaram em ajudar Rose, embora tenham ficado surpresos pelo pedido envolver um Malfoy.

...