Frozen - White Love escrita por Mirytie


Capítulo 3
Capítulo 3 - Dezasseis


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Depois do sol se pôr, Elsa acabou com a neve, derreteu o gelo do chão e voltou para dentro. Ia a sorrir, com a irmã ao seu lado, enquanto arranjava o cabelo, quando viu o conselheiro, à porta do castelo, com os braços cruzados e as sobrancelhas franzidas.

– O que é que ele quer? – perguntou Anna, cruzando também os braços.

– Tem calma, Anna. – pediu Elsa – Tenho a certeza de que não é nada grave. Tu podes ir indo para o teu quarto. Já passa da hora de deitar.

Apesar de não querer deixar a irmã sozinha, Anna passou subiu as escadas e foi directa ao seu quarto. Ao contrário, Elsa seguiu o conselheiro mestre até à sua sala pessoal e sentou-se obedientemente.

– O que é que se passa? – perguntou Elsa, que ainda não tinha a capa nem a coroa consigo.

– Rainha, essa seria a minha pergunta. – disse o conselheiro.

– Está a referir-se à neve e ao gelo? – perguntou Elsa – O conselheiro já sabia o que ia acontecer. Não lhe disse?

– Não me disse. – confirmou o conselheiro mestre – E também não disseram nada aos príncipes. Neste momento, eles estão na sala de jantar, enquanto um dos conselheiros explica o que aconteceu hoje e desculpa-se por sua majestade.

– Não preciso que ninguém se desculpe por mim. – disse Elsa, levantando-se – Se eu fizer alguma coisa que ache que seja necessário ser desculpada, eu própria o farei. No entanto, esta não é uma. Não é melhor assim, de qualquer maneira. Os príncipes viram os meus poderes. Quem já não quiser ficar, está livre para ir embora.

– Rainha, reconsidere. – pediu o conselheiro mestre – Ter quinze pretendentes é inesperado…

– Para alguém como eu? – perguntou Elsa – Ou para um reino tão pequeno como Arandelle?

– Não era o que eu estava a tentar dizer, majestade. – mentiu o conselheiro mestre – Mas devia conter-se enquanto não escolher um.

– O meu pai… - perguntou Elsa, quase a chorar – O anterior rei também teve de escolher a minha mãe de entre um grupo de pretendentes?

O conselheiro mestre manteve-se em silêncio, dando a resposta a Elsa.

– Não teve, pois não? – perguntou Elsa – Ele e a minha mãe conheceram-se e apaixonaram-se naturalmente. Eles contaram-me antes de morrerem, quando eu era pequena.

– Nem todos têm o mesmo destino, majestade. – disse o conselheiro mestre – Tem de ter em conta que não teve muito contacto com o exterior enquanto crescia.

– A minha irmã também não. – refutou Elsa – No entanto, conheceu e apaixonou-se naturalmente por Kristoff.

– Só tem duas semanas para escolher o rei. Se não o fizer, nós teremos de fazê-lo por si. – avisou o conselheiro mestre, mudando de assunto – Entretanto, aconselho que esqueça esse vestido duma vez, mantenha a coroa na cabeça e passe mais tempo com os príncipes.

Elsa manteve-se em silêncio, enquanto esfregava os olhos.

– Eu sou a rainha. Se achar que nenhum dos pretendentes me agrada, não vai haver “rei de Arandelle” por algum tempo. Isto quer dizer que, se eu não me apaixonar por nenhum deles, vão todos embora. – disse ela, surpreendendo o conselheiro mestre – Quanto ao grupo de conselheiros, está desmantelado a partir de agora, a não ser o meu conselheiro pessoal. Sou bem capaz de tomar as minhas próprias decisões.

– Majestade…

– Agora, se me permite, tenho de experimentar um vestido amanhã de manhã. – disse Elsa, virando costas – Está livre para arranjar um emprego na aldeia. Você e os outros conselheiros. Mas não podem continuar a viver no castelo.

Depois saiu, deixando o conselheiro mestre sozinho.

Elsa passou pelo armário aonde a coroa e a capa estavam mas deixou-os lá e desfez o cabelo. Só um dia. E aquele dia ainda não tinha acabado.

Chateada com o mundo que não parecia aceitá-la, entrou na sala e assustou os príncipes, tal como o conselheiro que se estava a desculpar por ela.

– Tu. – disse Elsa, apontando para o conselheiro – Estás despedido. Diz ao meu conselheiro pessoal para preparar os meus compromissos para amanhã. – quando o conselheiro saiu, Elsa olhou para os príncipes, entre eles, Sirius, o único que não mostrava uma ponta de medo – Não há nada para ser desculpado. Quem aceitou o convite já devia saber o que eu posso fazer. Para aqueles que ficaram com medo, podem preparar o barco para voltarem para os vossos reinos.

Sem dizer mais nada, Elsa saiu da sala, subiu as escadas em direcção ao quarto, pôs a mão na maçaneta, abriu a porta, fechou-a e trancou-a atrás de si. Ainda chateada, deitou-se na cama, que congelou imediatamente. Ao sentir o frio, Elsa fechou os olhos e adormeceu.

– O que é que queres dizer com “Também me posso tornar um pretendente”!? – exclamou Terryor, enquanto eles e os outros príncipes se dirigiam para os respectivos quartos – Os convites só foram enviados para os irmãos mais velhos. Não podes quebrar as regras só porque tens uma “quedinha” pela rainha.

– Porque não? – perguntou Sirius – Se eu me tornasse rei de Arandelle, tu tornavas-te rei de Fraziel.

– Eu não quero continuar naquelas terras durante o resto da minha vida. Se me tornar rei de Arandelle, até posso “persuadir” a rainha Elsa a parar de usar os poderes. Para adicionar a isso, ela não é tão feia como as pretendentes a rainha de Fraziel. Quem se importa com a personalidade dela? – perguntou Terryor, fazendo o irmão mais novo ranger os dentes – Em todo o caso, não vou deixar que ma tires. Afinal, nunca foste capaz de tirar-me nada.

Enquanto o irmão se ria e voltava para o seu quarto, Sirius parou em frente ao quarto da rainha e olhou para a maçaneta que se encontrava completamente congelada. Fascinado, ele aproximou-se e passou as pontas dos dedos pela maçaneta coberta por gelo.

– Anna?

Ao ouvir a voz de lá vinda do outro lado da porta, Sirius deu um passo atrás. Ela conseguia sentir que ele tinha tocado no gelo.

– Anna, se fores tu, vai para a cama. – disse Elsa, de dentro do quarto – Se for o conselheiro, não estou disposta a falar. Espere até amanhã.

Sirius hesitou, considerando se devia falar ou não.

– Perdão por incomodá-la, sua majestade. – pediu Sirius, fazendo uma vénia, apesar de ela nem estar a ver – Vou já para o meu quarto.

– Espera.

Sirius esperou e viu o gelo na maçaneta a quebrar e a cair. Dois segundos depois, Elsa abriu a porta.

– O que é que se passa? – perguntou Elsa – O teu irmão decidiu voltar para Fraziel?

– Não. – respondeu Sirius, com um pouco de vergonha. Viu que ela ainda não tinha tirado o vestido de gelo e, depois, chocado, viu a cama dela congelada – Eu só fiquei fascinado pela maçaneta congelada.

– Estava congelada? – perguntou Elsa, olhando inconscientemente para a maçaneta – Peço desculpa. E peço desculpa se vos assustei na sala de jantar.

– Não me assustou a mim. – disse Sirius, fazendo Elsa sorrir.

– Tu pareces-me muito com a minha irmã mais nova. – mencionou Elsa.

– Acho que isso é uma boa notícia. – disse Sirius, surpreendendo Elsa.

– Ela já tem namorada. – disse Elsa – Peço desculpa por não ter dito antes.

– Acho que está a compreender-me mal, rainha. Eu não estou interessado na princesa Anna. – disse Sirius – Mas não posso dizer mais nada, uma vez que não sou um pretendente. Tenha uma boa noite, rainha Elsa.

Elsa ficou a vê-lo fazer uma vénia e a afastar-se. Depois fechou a porta e encolheu os ombros antes de voltar a deitar-se.

– Não faço ideia.

Pela primeira vez desde que nascera, Elsa levantara-se cedo para ir para o quarto da irmã, para tentar perceber o que o príncipe Sirius quisera dizer. No entanto, já devia saber que Anna não iria perceber.

– Talvez o Kristoff saiba. – mencionou Anna – Queres que lhe pergunte?

– Eu falo com ele. – interveio Elsa – Porque é que não vais comer o pequeno almoço e dizes aos príncipes que eu não vou poder ir?

– A sério? – Anna suspirou e levantou-se – Está bem. O Kristroff deve estar a trabalhar. Porque é que não vais ajudá-lo.

Elsa saiu, já com o vestido preto e branco no corpo, a capa ao pescoço, o penteado arranjado, as luvas a cobrir as mãos e a coroa na cabeça, Elsa saiu do castelo, recebendo imediatamente vários cumprimentos e elogios. Quando chegou ao sítio onde Kristoff trabalhava, os restantes trabalhadores afastaram-se e fizeram uma vénia.

– Também preciso de fazer uma vénia? – perguntou Kristoff, endireitando-se, com a sua picareta na mão.

– Claro que não. – respondeu Elsa rindo-se um pouco – Podemos falar um pouco, em privado?

– Vai atrasar o meu trabalho. – disse Kristoff.

– O gelo que tu recolhes vai para o castelo. – disse Elsa, vendo Kristoff encolher os olhos – Está bem. Eu ajudo-te com o gelo se parares um bocado e falares comigo.

– Está bem. – disse Kristoff, afastando-se dos colegas de trabalho.

Depois de Elsa lhe contar tudo o que tinha acontecido, Kristoff riu-se.

– O que é que se passa? – perguntou Elsa, surpreendida.

– Realmente já tinha ouvido sobre os quinze pretendentes, pela tua irmã. – disse Kristoff – Quinze mas, no entanto, apareceram dezasseis. Um é irmão mais novo de um dos pretendentes, certo?

– Sim. – respondeu Elsa – Foi ele que me disse isso. Quando eu lhe disse que ele era parecido com a minha irmã, ele disse que ficava feliz mas que não estava interessado nela.

– Sim, já me disseste. – disse Kristoff, anuindo com a cabeça – Gostava de ir lá comer para ver como é que vocês os dois interagem. Mas já tenho uma ideia do que ele queria dizer.

– Então porque é que não me dizes de uma vez? – perguntou Elsa, chateada – Só queres ir ao castelo para jantares com a minha irmã.

Kristoff riu-se. – Está combinado ou não?

– Está combinado. – disse Elsa, criando alguns blocos de gelo à frente de Kristoff – O jantar é às oito.

E, às oito, lá estava Kristoff, na cadeira adicional que Elsa tinha pedido ao seu conselheiro pessoal. A pedido do namorado da irmã, Kristoff estava ao lado de Anna e Elsa tinha pedido a Sirius para ficar ao seu lado, o que deixara muitos dos outros príncipes chateados. Principalmente o seu irmão.

Kristoff passou a refeição a falar com Anna e a observar Sirius. Este só falava com Elsa ocasionalmente, mas olhava para ela sempre que punha uma garfada na boca. Às vezes, quando Elsa o apanhava a olhar e sorria, ele desviava os olhos e corava, como se fosse uma criança, muito mais novo do que Elsa.

O que fez Kristoff confirmar o que já sabia.

Quando o jantar acabou e Elsa foi ter com Kristoff, este estava pronto para lhe explicar o que Sirius tinha querido dizer.

– Adora a sua irmã, certo? – perguntou Kristoff, vendo Elsa anuir com a cabeça – A Anna também a adora. Então, quando ele disse que era bom que achasse que ele se parecia queria dizer que era bom que achasse que ele a adorava.

Agora foi a vez de Elsa corar.

– Tenho a certeza que não foi isso…

– Foi exactamente isso. – interrompeu Kristoff – Acho que devia passar mais tempo com ele do que com os outros príncipes.

– Porquê? – perguntou Elsa, confusa – Ele nem sequer é um pretendente.

– Porque eu acho que também gosta dele. – explicou Kristoff – É por isso que devia passar mais tempo com ele. Para confirmar os seus sentimentos, tal como os sentimentos dele.

– O conselheiro chefe disse que devia passar mais tempo com os pretendentes. – disse Elsa.

– Disse que queria a minha opinião e eu dei-a. – disse Kristoff – Eu acho que é melhor casar por amor do que casar por obrigação. Mas a rainha é que sabe o que é melhor para Arandelle.

Kristoff fez uma vénia e saiu para ir ter com Anna.

Depois de pensar um bocado, Elsa saiu e foi ter com os príncipes.

– Durante os próximos dezasseis dias a partir de amanhã, os príncipes vão ter a oportunidade de me cortejar. – anunciou Elsa – Um por dia. Podem levar-me para onde quiserem, logo que seja fora do castelo.

– Dezasseis dias? – perguntou um dos pretendentes, confuso.

– Sim. – respondeu Elsa – Sirius, tu és o primeiro. Prepara-te para o nosso encontro amanhã.


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Notas finais do capítulo

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