Frozen - White Love escrita por Mirytie


Capítulo 4
Capítulo 4 - Olhos


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Elsa adormeceu de maneira normal mas acordou excepcionalmente cedo. Ficou sentada na cama durante alguns minutos, depois começou a balançar as pernas e, finalmente, levantou-se, frustrada consigo mesma. Dirigiu-se ao banheiro e demorou o tempo que conseguiu até a pele começar a ficar enrugada. Depois saiu da banheira e começou a brincar com a água, transformando-a em gelo, como se fosse uma escultura. Acabou por suspirar e partir o gelo.

Entrou no quarto vestiu o roupão de ceda e sentou-se em frente ao espelho. Com calma, começou a pentear o cabelo, enquanto pensava em que vestido devia levar para aquele encontro. Nunca tinha ido a um encontro.

Elsa pousou a escova, levantou-se e saiu do quarto. Se o conselheiro a visse, diria que não era apropriado que a rainha andasse pelos corredores do palácio com o roupão de ceda. Mas o sol mal tinha nascido e o quarto da irmã era ao lado do seu.

Com cuidado, bateu à porta, mas não ouviu nenhuma respondeu. Bateu outra vez, agora com um pouco mais de força e assustou-se quando ouviu uma das portas atrás de si a abrir-se. Quando viu Sirius a sair do quarto, ela entrou em pânico e voltou para o seu quarto a correr, trancando a porta atrás de si.

Surpreendido, Sirius olhou para o chão, que estava congelado por onde ela tinha passado.

– Rainha?

Do outro lado da porta, Elsa encontrava-se no chão, com as mãos a tapar a cara, a porta atrás de si estava congelada, tal como o chão à sua volta. Depois de se acalmar, levantou-se e suspirou quando viu o que tinha congelado.

Passou a mão pela porta e viu o gelo a começar a desfazer-se. Pelo menos agora era capaz de concertar os seus erros.

Tentou esquecer o que tinha acontecido e dirigiu-se ao armário para se vestir. Pegou no vestido branco e no corpete azul e vestiu-os. Aquele vestido era o seu preferido. Amarrou o cabelo, colocou a coroa mas, em vez da longa capa roxa, pegou na capa azul-bebé que ela própria tinha mandado costurar. Depois de a ter nas mãos, tinha pedido à irmã para a ajudar a costurar flocos de neve brancos pela capa. Seria aquela que usaria nos seus encontros e não a roxa.

Quando se levantou, já estava na hora do encontro por isso, tal como combinado, ela saiu do quarto, desceu as escadas e sentou-se no trono. Era o pretendente que tinha de ir ter com ela, apesar de Elsa achar que isso era um pouco antiquado.

Quando o conselheiro chegou, Elsa reparou que Sirius já estava atrasado.

– O que é que quer dizer com isso!? – exclamou Elsa, levantando-se.

Terryor estava em frente a Elsa, com um joelho no chão. Tinha acabado de dizer que os seus pais tinham ordenado que Sirius voltasse ao seu reino.

– Porquê? – perguntou Elsa.

– Para entrevistas. – respondeu Terryor – Parece que os meus pais estão decididos a que Sirius seja o próximo rei de Fraziel.

– Mentiras. – disse Elsa.

– Majestade… - murmurou o conselheiro.

– Ele disse-me que os pais preferiam ter outro bebé a fazê-lo rei. – revelou Elsa, surpreendendo Terryor – E como é que uma mensagem do vosso reino para o nosso chegaria tão rapidamente. São três dias de viajem entre os dois reinos!

– Majestade, em vez de se concentrar no príncipe, o pretendente para quem mandamos o convite está mesmo à sua frente. – disse o conselheiro – Porque é que não passa o dia com ele?

– Isso…

Elsa baixou os olhos e olhou para as mãos cobertas por luvas azuis. Quem é que queria enganar? E porque é que estava tão perturbada por Sirius ter ido embora? Mais valia desistir e casar com Terryor, para que Sirius tivesse a oportunidade de ser rei.

– Temos visitas. – anunciou um dos muitos mordomos do castelo.

– Estamos ocupados. – reclamou o conselheiro, chateado quando o mordomo o chamou para lhe dizer quem era. O conselheiro mudou imediatamente de expressão – Então, não os deixes à espera.

O conselheiro voltou imediatamente para o lado da rainha e pediu a Terryor para se encostar a uma parede.

– Do reino de Corona, a princesa Rapunzel e o seu marido Eugene Fitzherbet. – anunciou o mordomo, surpreendendo Elsa, que nunca tinha tido contacto nem com a princesa nem com o reino – Por favor, entrem.

Uma linda rapariga de cabelos castanhos curtos, olhos verdes e sorriso brilhante entrou, acompanhada por um homem também de cabelos castanhos. Ao contrário da maior parte das princesas que tinha vindo a conhecer no último ano, ela parecia descontraída, como se não pertencesse à realeza. Não trazia coroa, o vestido era simples e os sapatos eram baixos.

Toda a gente tinha ouvido falar de Rapunzel. A história do rapto da princesa bebé tinha sido contada pelos reinos vizinhos e, a história da sua volta, tinha sido espalhada pelo mundo inteiro. No entanto, pensava que ela tinha os cabelos loiros…?

– Princesa. – começou o conselheiro, baixando a cabeça – O que veio aqui fazer?

Corona era um reino rico em quase tudo por isso, aquela era uma pergunta válida. O reino de Rapunzel mal fazia negócios com outros. Por outro lado, a maioria dos reinos queria fazer trocas com Corona. A melhor maneira de o fazer era cair nas boas graças de Rapunzel, uma vez que ela conseguia persuadir os pais e estes não estavam interessados nos outros reinos.

Era por isso que o seu conselheiro estava de cabeça baixa e foi por isso que Elsa não se sentou. Em vez disso, aproximou-se e fez uma pequena vénia em frente a Rapunzel. Apesar de Elsa ser uma rainha e Rapunzel ser apenas uma princesa, os pais e os conselheiros tinham-na ensinado a comportar-se conforme cada reino.

– Princesa Rapunzel. – começou Elsa – O que é que está a fazer aqui?

– A Anna chamou-me. – respondeu Rapunzel, surpreendendo Elsa.

– Não devias dizer “princesa” Anna? – perguntou Eugene.

– Pssch, como se soubesses. – protestou Rapunzel – Onde é que está a minha coroa, Eugene?

– Eu só a guardei para não a perderes. – respondeu Eugene, desviando os olhos.

– Esses vícios vão desaparecer quando te tornares rei? – perguntou Rapunzel, mas Eugene ficou em silêncio – Em todo o caso, foi a Anna que me chamou e, já que Corona não fica muito longe de Arandelle, decidi vir.

– Não era necessário. – disse Elsa, sem saber o que a irmã estava a tentar fazer – Mas vou chamar a minha irmã.

– Ela disse-me que queria que eu falasse consigo. – interrompeu Rapunzel.

– Mas, eu…?

– Eu estive aqui no dia da coroação. – disse Rapunzel, surpreendendo Elsa – Apesar de não ter vindo como princesa de Corona, por isso acho que não se apercebeu.

– Peço imensas desculpas. – disse Elsa, baixando a cabeça.

– Não faz mal. – Rapunzel sorriu – É perfeitamente normal não se lembrar. Eu estava no meio da multidão e depois “aquilo” aconteceu…mas, quando a rainha voltou para Arandelle, eu e a Anna tivemos algum tempo para falarmos. Por isso, ela pediu-me para vir cá hoje.

Elsa deu um passo atrás e só então lembrou-se de Terryor.

– Ah! – Elsa apontou para o homem – Este é Terryor, o príncipe de Fraziel.

– Porque é que não vão os quatro para o salão? – propôs o conselheiro – Eu vou pedir às empregadas que lhes levem chá.

Elsa guiou-os até uma mesa circular branca com quatro cadeiras.

– Ouvi dizer que está a fazer entrevistas. – começou Rapunzel, depois de as empregadas trazerem quatro chávenas de chá – Como é que está a correr?

– Quase a terminar. – respondeu Elsa, levando a mão à chávena.

– Histórias de princesas que encontraram amor como se fosso o destino a puxar as suas cordas. – disse Rapunzel, vendo Eugene a olhar para a chávena – Tenho a certeza de que já ouviu centenas. A Anna também é uma prova. No entanto, como os reis de Arandelle morreram e você era a irmã mais velha, teve de ocupar o trono quando chegou à idade. Agora, tem de encontrar um rei. Os meus pais estão vivos e de boa saúde, por isso não tenho ideia do que dizer.

– Ela devia encontrar um rei. – disse Eugene, irritando Rapunzel, que lhe deu um pontapé por baixo da mesa – O que é que foi!?

– Devia haver um rei. – concordou Rapunzel – Mas não assim. Então, se tem alguém de quem goste, não importa se ele é da realeza ou não. Afinal, o meu marido era um ladrão chamado Flynn.

– Um…ladrão? – Elsa pousou a chávena de chá.

– Ah, esse rumor nunca saiu de Corona. – disse Rapunzel – Mas, sim, ele era um ladrão que só foi à torre onde eu estava presa para roubar a minha tiara.

Elsa não sabia o que achar daquilo. Como é que os pais dela tinham aprovado o casamento?

– Aposto que está a pensar como é que os meus pais aprovaram um ladrão como marido. – disse Rapunzel, fazendo Elsa desviar os olhos – Ele salvou-me e levou-me de volta para o castelo. Mesmo que eles não aprovassem, eu estava apaixonada por ele. Não aceitaria um casamento arranjado. Tem alguém de quem goste, rainha Elsa?

Elsa olhou de lado para Terryor e lembrou-se de Sirius.

– Mesmo que tenha. – murmurou Elsa.

– Se tem, rainha, porque é que está a fazer entrevistas? – perguntou Rapunzel.

Elsa não sabia responder àquilo.

– Rapunzel! – exclamou Anna, entrando de rompante no salão – O conselheiro acabou de me dizer que chegaram! Devo esconder as pratas?

Rapunzel e Anna começaram-se a rir e a primeira levantou-se para ir cumprimentar a segunda.

– Devias visitar Corona, um dia. – disse Rapunzel, depois de abraçar Anna – Então, sabes de quem é que a tua irmã gosta?

Anna olhou para Elsa, que continuava a olhar para a chicara, e depois para Rapunzel.

– A minha irmã… - murmurou Anna – A minha irmã gosta do irmão mais novo do pretendente de Fraziel.

– Onde é que ele está? – perguntou Rapunzel, entusiasmada.

– O conselheiro disse que ele partiu hoje de manhã. – respondeu Anna, tristemente.

– Então, ela deve ir atrás dele! – exclamou Rapunzel, virando-se para Elsa.

– Ele…já foi. – murmurou Elsa – Já deve estar longe.

– Hoje é o dia dele. – pressionou Anna – Como é que sabes que ele foi?

Elsa levantou-se e foi ter com Anna. – Achas mesmo que ele não foi?

– Ele foi? – perguntou Rapunzel a Terryor.

Visto que mentir à princesa de Corona seria um grande risco para os negócios que tinha com Fraziel, Terryor limitou-se a fechar os olhos.

– Eu disse-lhe para ir embora, uma vez que ele não era um dos pretendentes. – confessou Terryor – Ele disse-me que estava disposto a ir mas hoje não. Disse que queria ver uma coisa, antes de partir.

– Uma coisa? – Elsa olhou para Terryor – Que coisa?

– O castelo. – murmurou Terryor – O meu irmão mais novo, que adora neve e gelo, queria ver o castelo perfeito de gelo que foi feito apenas por uma pessoa.

– O meu castelo de gelo? – perguntou Elsa, chocada – Porque é que ele queria ver o meu castelo?

– Não vou dizer. – respondeu Terryor, bebendo um pouco de chá – Há apenas quinze pretendentes. Nem sequer devia ter trazido o meu irmão.

– Então, porque é que o trouxeste? – perguntou Rapunzel.

– Ele…tem um poder especial.

Sirius subiu a montanha e ficou sem respiração ao ver o castelo de gelo. Podia viver ali para sempre.

Não…queria viver ali para sempre em vez de voltar ao seu reino. Porque os seus pais só o tratavam como um instrumento.

Aqueles olhos com que tinha nascido, pensou Sirius, aqueles olhos eram uma maldição.


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Notas finais do capítulo

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