Horas depois, podia-se ouvir muitas gargalhadas na sala da casa de Niko. O loiro estava no sofá brincando com seu bebê enquanto Félix, na poltrona, acabava de ler e ria muito.

– Ai... Você tinha toda razão, carneirinho! Não teria melhor jeito de me alegrar do que ler isso!

– Sabia que você ia gostar! Do jeito que você é...

– Eu sou por que posso ser né, carneirinho?! Quem melhor que você para me descrever tão bem?

Félix levantou da poltrona e foi em direção a Niko no sofá. Sentou no braço do sofá e lhe deu um beijo no rosto, encarando-o em seguida para dizer:

– Fiquei muito feliz! Mesmo! E se o Fabrício resolver tirar um cochilo eu te mostro o quanto fiquei feliz! – Piscou para ele.

Niko riu, pois sabia o que Félix havia acabado de ler e como isto o deixaria contente. Mas comentou:

– Acho que mais tarde você me mostra como ficou feliz, amor, por que meu bebê não vai dormir mais agora de manhã nem tão cedo!

– Tudo bem! – Pegou na mãozinha de Fabrício. – Mas, mais tarde seu papi é todo meu, viu Fabrício?! Vê se não acorda!

Continuaram brincando com o pequeno até que Niko percebeu que Félix o estava encarando com um sorriso nos lábios.

– Que foi?

– Estava aqui pensando... Você hein?! Com essa carinha de santo... Quem diria?!

– Ora... Que foi que eu fiz?

– Não se faça de desentendido que não combina! Ainda mais depois de eu ler seu diário... Safadinho!

– Félix! Não me chama assim, eu só... Escrevi o que sentia...

– E eu adorei saber o que você sentia quando me via, carneirinho! – Riu. – Primeiro, me conta... Como você tirou aquela foto minha no casamento da minha irmãzinha, meu doce?

– Sabe... Eu estava dançando, festejando e tudo, mas no fundo estava super chateado, eu só queria extravasar para esquecer os problemas, as frustrações...

Félix deu uma risada cínica. – Ah... As frustrações que aquela lacraia te causou né?!

– É... É sim! Bom, aí você sabe, eu bebi um pouco além da conta, dancei pra caramba, fiz até uma dança sensual com a Edith lembra?! Foi o ó!

– Não sei quem estava mais bêbado, você ou ela!

– Enfim... Teve uma hora que eu perdi o meu paletó e eu pensei, sei lá, que tivesse deixado no banheiro, aí fui lá procurar...

– Era a Glauce que estava com seu paletó! Lembra a Glauce que ficou a noite toda tentando me provocar...

– Ah sim, lembro, claro... Mas por que ela pegou meu paletó?

– Sei lá, carneirinho! Aquilo lá era uma maluca, que descansa em paz, mas era muito maluca! Das duas, uma: ou ela queria fazer uma macumba pra arrumar um bofe como você, ou ela estava adivinhando o futuro!

– Como assim adivinhando o futuro?

– Ela esfregou seu paletó em mim várias vezes...

– Ah, entendi... – Ambos riram. – Mas, continuando... Quando eu estava procurando o paletó que estava com sua amiguinha, eu te vi parando de dançar e indo pra perto da mesa das bebidas, pegando um drink, e eu fiquei te olhando da porta do banheiro e... Ai Félix, eu já te achava muito lindo, mas naquela festa, você estava muito sexy!

Félix riu. – Estava é?

– Claro que estava! Você é sexy! E aí eu peguei meu celular e tirei uma foto sua!

Félix ficou olhando para ele com um olhar muito malicioso.

– Que é, Félix?

– Nada... Eu só fiquei imaginando o que você fez quando chegou em casa e ficou olhando minha foto...

– Félix! – Niko logo entendeu e jogou uma almofada na sua direção.

Félix pegou a almofada e deu uma gargalhada. – Hum, carneirinho, ficou vermelhinho, estão fez o que eu pensei...

– Para, Félix! Olha o Fabrício...

Mas o moreno continuava rindo. – Niko, por favor, o Fabrício é um bebê, não entende nada! Se fosse o Jayminho você podia reclamar... Olha, durante esse mês que estamos juntos, eu me surpreendi tanto com você... Com o que você sabe fazer... Nunca imaginei que você fosse tão fogoso... Bom, eu definitivamente não sei como você nunca colocou um par de chifres na lacraia, por que pelo que você conta naquele diário... Ai carneirinho, tenho pena de você...

– Por pior que esteja uma relação, eu não sou capaz de trair, Félix! Que isso fique bem claro!

– Bom saber! Me deixa mais seguro... Apesar de que eu me garanto né?!

– Não preciso falar nada pra te deixar mais seguro! Se eu nunca traí o Eron, você muito menos! Félix... – O olhou nos olhos e falou sério. – Pra que eu procuraria outros braços se tenho tudo o que sempre quis nos seus?!

Félix abriu um largo sorriso com aquela resposta e logo foi dar um beijo no seu carneirinho.

Algum tempo depois, Félix perguntou:

– É... Carneirinho, me diz uma coisa... Por que você ainda guarda esse diário depois de tantos anos? Podia estar escrevendo suas novas memórias em outro diário né?! Se quiser eu te compro um novo, pronto...

– Obrigado amor, mas eu só guardei mesmo porque ele foi um presente da minha irmã mais velha! Ela me deu antes de eu me mudar para São Paulo!

– E eu sou o único que já leu seu diário?

– Para falar a verdade... Não!

– Como assim? Você já entregou esse diário pra mais alguém, por acaso?

– Não, claro que não! Mas havia outro curioso aqui em casa que um dia pegou e leu sem minha permissão! Não faz muito tempo! Mas... Agora pensando bem... – Riu consigo. – Foi por isso que ele não demorou a perceber que eu havia me interessado por você!

– Está falando da lacraia, óbvio!

Niko riu se lembrando da ocasião. – Óbvio...

... ... ...

– Niko pega meu filho pra ficar aqui comigo um pouquinho... – Pedia Amarylis na cama do quarto de hóspedes.

Niko a sua frente com os braços cruzados, suspirava de raiva.

– Amarylis, quantas vezes vou ter que te dizer que não é bom o Fabrício ficar aqui com você! Você sofreu um acidente, não pode ficar cuidando dele!

– Eu quero passar um tempo com meu filho, Niko!

– Já disse que não! E quer parar de repetir que o Fabrício é seu filho?!

– Ele é!

Eron ia chegando no quarto. – Vocês dois querem parar de brigar um só instante?

– É o Niko que não para de implicar comigo, Eron! A toda hora! Ele não me deixa em paz!

– Niko, por favor...

Niko suspirou profundamente para manter a paciência e saiu do quarto dizendo:

– Seu defensor chegou, Amarylis! Faça bom proveito!

O loiro foi para seu quarto e bateu a porta com tanta força que ela acabou ficando entreaberta e ele nem notou. Ele pegou o seu diário e começou a anotar umas coisas.

“Que raiva daquela criatura insuportável. Como que a Amarylis conseguiu ultrapassar o limite da chatice? E o outro que depois de tudo que me fez ainda vem defendê-la na minha frente?! É um covarde mesmo, um inútil. Só não fico com mais raiva por que duvido que eles sejam felizes juntos. Essa máscara do Eron de gostar de mulher vai cair rapidinho e a Amarylis vai ver só, ela pensa que ganhou na loteria com o Eron... Coitada. Não sabe da metade. Ele até pode ter servido pra uma noite, mas depois é uma negação. Eu que sei. Já faz bem uns oito anos que eu não tenho mais uma transa quente, apaixonada. Nem sei mais como é. Aquele tolo pode até ter se apaixonado por ela, mas ela vai ficar é chupando dedo. ... Aliás, deve ser até mais vantajoso...”.

Escreveu mais um pouco e após rir sozinho com as coisas que escreveu, viu que alguém o espiava pela fresta da porta. Logo escondeu o diário embaixo de um travesseiro e levantou.

– Ei! Eron, tá fazendo o quê aqui?

– É... Desculpa, Niko, mas... A gente pode conversar?

– Não temos nada pra conversar! Quer alguma coisa ou não?

– Não... Bem, na verdade, eu queria procurar umas coisas minhas que eu acho que ainda estão aí no nosso guarda-roupa...

– Nosso é muita gente, não acha? É meu guarda-roupa, não seu! Mas ainda deve ter sim umas coisas suas perdidas aí, então procura o que quer e sai!

– Está bem... – Ele entrou no quarto e Niko saiu no mesmo instante.

Eron pegou algumas coisas e ficou curioso para saber o que Niko havia escondido embaixo do travesseiro. Olhou se ele não estava por perto e pegou o caderninho.

– Mas... É aquele diário que o Niko nunca quis me mostrar...

Quando ia abrir para ler, viu que o loiro ia voltando e deixou o diário de novo embaixo do travesseiro.

– A chata, ou melhor, a sua queridinha Amarylis está chamando de novo!

Os dois foram para lá. Pouco tempo depois, alguém chegou a casa e Niko foi atender. Era Félix para entregar a conta do hospital.

Mais tarde, Niko voltou ao quarto e pegou novamente o diário, agora um pouco mais feliz. Deixou sua imaginação voar um pouco e começou a escrever algo com um sorrisinho no rosto. Dessa vez havia trancado a porta, mas certo advogado estava muito curioso para saber o que o loiro tanto escrevia.

Aproveitou, então, uma hora em que Niko foi resolver um problema no restaurante e entrou em seu quarto. Pegou o diário e começou a ler. Gostou do que dizia as primeiras páginas, mas a história ia piorando à medida que ia lendo as confissões de Niko mais adiante. A gota d’água foi quando viu uma foto escondida.

– O Félix?! Por que o Niko tem uma foto do Félix?! – Olhou bem a foto. – Parece ter sido no casamento da Paloma... E pela qualidade é foto tirada do celular... E ele nem estava olhando para a foto, parece até que o Niko tirou escondido! Por que o Niko tiraria uma foto do Félix?

A explicação estava nas páginas seguintes a da foto que ele leu.

“Hoje eu dancei para me acabar no casamento da Palominha. Continuo triste pelo que está acontecendo na minha vida, mas hoje pelo menos dancei ao lado da alegria. E essa alegria se chama Félix Khoury. Eu sei que não deveria estar cobiçando o homem alheio, eu até dancei com a mulher dele, mas... Nossa, como o irmão da Paloma é um gato! É tão alto, charmoso, elegante, simpático, gostoso... Bom, deve ser todo gostoso, por que com aquele corpo esguio, aquele pescoço largo, aquelas mãos grandes, tudo indica que ele seja... Todo grande. Oh, como eu queria descobrir... Sei que é muita loucura isso, mas aquele é o tipo de homem que me deixaria louco! Louco para largar o Eron de vez.”.

Eron ficou pasmo com o que havia lido.

– N-não acredito que o Niko escreveu isso!

Abriu então na última página, a que Niko havia escrito naquela tarde e leu. Leu algo que o deixou ainda mais boquiaberto e que não gostou nada. Ainda conseguiu ler toda uma página até que Niko chegou e lhe flagrou, e o expulsou de lá.

... ... ...

À noite, algum tempo após momentos de paixão Niko observava seu amado Félix dormir completamente nu ao seu lado. O carneirinho sorria satisfeito vendo seu homem ressonar como um gatinho: de barriga para cima, uma mão no peito e a expressão serena. Ele sabia que seu amado Félix nunca havia dormido tão bem quanto agora. A paz tomara conta dele desde que começaram a namorar. Niko também nunca havia estado tão feliz. Félix realmente havia lhe demonstrado o quanto ficara feliz com tudo que leu no diário.

Vendo-o assim, começou então a pensar no quão sortudo era por ter aquele homem ao seu lado. Um homem bom... Bom namorado, bom amigo e mais que tudo: Um bom amante. Bom era pouco, ele era tudo que Niko sempre sonhou. Pensando nisso, sem querer – ou não – começou a acariciá-lo, rindo dos próprios pensamentos maliciosos e de tudo que queria fazer com ele ainda, mesmo que o moreno já estivesse dormindo. Sua mão foi lhe acariciando, peito, abdômen, e desceu, e com um contato breve riu e mordeu os lábios ao perceber que uma parte do seu corpo nunca dorme.

Já era altas horas da madrugada e, das profundezas de seu sono, Félix sentiu um chamado familiar tentando trazê-lo para o mundo dos despertos. Dormindo ou acordado, certo membro de seu corpo estava sempre alerta, e neste momento, ficava mais alerta ainda a cada segundo. Só uma pessoa poderia ser responsável por isso. Alguém com os cabelos loiros enroladinhos e os olhos verdes mais lindos que já cruzaram os seus. Aos poucos foi sendo trazido da inconsciência com toda habilidade de que dispunha seu carneirinho. Abriu os olhos sonolentos, e recebeu o bom dia daquele par de esmeraldas brilhantes fixados nele. Um brilho diferente, e mais malicioso que nunca, passeava nas íris verdes, à medida que o “chamado” que o acordara aumentava de intensidade. Durante esse primeiro mês de namoro, Niko nunca o havia acordado tão cheio de amor para dar e transmitindo tanta segurança no que fazia. Havia melhor forma do que aquela de acordar? Félix não precisava responder, porque já estava mais do que confirmado. Por isso mesmo, levantou o corpo e aproximou os lábios já sedentos para beijar os dele e agradecer devidamente a uma recepção tão calorosa.

– Hum... Carneirinho... Ainda não amanheceu?... A que se deve você me acordar assim, hein?!

– Se deve... A você... – Sua mão não parava de agir nem sua boca de provocar a boca do outro. – Ao nosso primeiro mês juntos... A certeza que tenho de ir para onde você for... A tudo que você já está realizando e vai, sei que vai, realizar na minha vida! – O loiro respondeu para logo depois colar outra vez os lábios aos dele.

Após mais um ato de paixão desenfreada naquela cama, os dois, abraçados, continuavam trocando beijinhos amorosos, quando Niko comentou:

– Bem que você disse que essa noite ia me mostrar o quanto estava feliz!

– Mostrei bem?

– Duas vezes!

Ambos riram. Félix completou:

– Eu gostei mesmo de ler aquele seu diário, carneirinho, e saber que você já me achava tudo isso que sou antes mesmo de ficarmos juntos!

– Só não fica metido com o que vou dizer... Mas, você é muito mais do que imaginei!

– Sou é? Eu sei!

– Ah seu bobo... Isso é porque você não chegou a ler as partes que escrevi quando já éramos amigos!

Félix riu alto. – Ah! Adoraria saber o que você escrevia quando queria que eu dormisse aqui e eu recusava!

– Não sei se vou te mostrar um dia... Você vai ter que ser muito bonzinho comigo para conseguir isso... – Falou manhoso.

– Ah, mas será que eu passei a perna no rei Salomão pra você dizer que eu não sou bonzinho com você?

– Nunca disse que você não é bonzinho! Você é ótimo! Mas, sempre pode melhorar...

Félix, em meio ao sorriso, falou sério. – Por você, carneirinho... Eu estou disposto a me tornar o melhor homem do mundo se você quiser! Por que você merece!

Niko apenas o olhou com um sorriso terno e disse baixinho: - Você já é! – Abraçou-o mais forte, juntando mais seu corpo ao dele e lhe deu um beijo sensual no queixo.

– Hum... Você faz isso, fica me provocando, aí não consegue acordar cedo...

– Posso ir um pouquinho mais tarde ao restaurante, amor... Acabei de chegar à conclusão que eu mereço sim aproveitar mais de você...

– Ah é? Quer se aproveitar de mim?! Nunca deixei ninguém se aproveitar de mim... Mas você eu deixo! – Riu. – Mas você tem um fogo, hein, carneirinho?! Nunca pensei...

– Sempre tive! Eu só... Não tinha, digamos... Um bom combustível!

Félix abriu um sorriso largo. Adorava quando Niko dizia essas coisas. O loiro o puxou para si lhe distribuindo beijos pelo pescoço e, antes de qualquer coisa, Félix, pensando no comentário do seu amado carneirinho, perguntou:

– Carneirinho... Sem querer estragar esse momento falando de porcarias... Você me disse que a lacraia curiosa foi xeretar no seu diário e você o flagrou lendo uma página com cara de besta, não foi?! Que página foi essa hein?! Falava de mim, por acaso?

– Falava também! Foi um dia em que você veio aqui... E foi especial pra mim! Foi... Uma página em que eu simplesmente... Fui sincero!

Niko lembrava exatamente qual havia sido a página que Eron lia quando ele o flagrou com seu diário.

... ... ...

“Ainda não tô acreditando... Eu vi, eu vi ele olhando pra mim. Na verdade, foi pra minha bunda, mas ele olhou. Eu notei. Pensei que não, mas tenho certeza que ele deu uma olhada em mim. Ah, apesar das circunstâncias eu vibrei com isso. Me senti bonito, me senti desejado de novo... E a-do-rei! Independente de ele ter vindo só trazer a conta do hospital pra aquela jararaca, eu gostei da visita dele. O Félix é aquele tipo de homem que a gente gosta de ver. Que nunca é demais ver de novo. Tão lindo, tão charmoso... Ele até pode ser meio metido e tudo que quiserem falar dele, mas na minha opinião ele é um grande homem. Grande... Em todos os sentidos!... Mesmo que eu nunca tenha visto pra conferir... Se bem que eu adoraria...! Ah, já tô falando bobagem. Melhor parar por aqui senão vou escrever besteira. Mas, não vou acabar antes de escrever uma verdade verdadeira do fundo do meu coração: nesse ponto da minha vida, estando como estou, precisando de um homem de verdade ao meu lado... Se um cara como o Félix me desse bola... Eu dava para ele casa, comida e roupa lavada. E me dava por completo. Por que, agora falando sério, faz anos que eu não vivo uma paixão. Tentei até cansar resgatar minha vida com o Eron e foi impossível. Agora mais que nunca. Não só por ele ter escolhido a Amarylis, mas por que agora entendo que há muito tempo já não existe mais nada entre nós. O amor nunca existiu. A paixão foi-se embora há anos. O fogo do tesão virou cinzas rapidinho. E tudo que restou foi o costume do convívio e o respeito. E agora nem isso temos mais. Parecemos estranhos na mesma casa, e o respeito se acabou quando aqueles dois resolveram me trair ‘para meu próprio bem’. Quanta hipocrisia! Mas isso é o de menos agora. Que fiquem juntos e bem longe de mim. Principalmente o Eron. Por que a Amarylis se dizia ser minha amiga e foi uma falsa, fura-olho, mas ele era meu companheiro! Não podia ter me feito o que fez! Mesmo assim não pensou duas vezes antes de se deitar com a Amarylis. Claro, deve ter funcionado por que era novidade pra ele, por que pra mim faz tempo que fica no zero a zero! Mas um dia eu vou encontrar o meu verdadeiro amor, o homem da minha vida, e este vai ser o melhor homem do mundo pra mim. Um homem bom, que vai me fazer realizado e feliz como nunca fui! É isso, meu querido diário. Desabafei tudo que queria, mas ainda tem mais coisas entaladas na minha garganta. Mas essas não são para serem escritas, precisam ser faladas cara a cara, na hora certa. Por enquanto é só. Só espero ainda poder realizar meus maiores desejos: ter meu filho só pra mim, por que eles podem repetir mil vezes que o Fabrício é deles, mas meu coração me diz que é meu; e ter uma família completa. Família essa que um dia vou formar com meus filhos e com o verdadeiro amor da minha vida, que eu sei que um dia surgirá para mim. E quando surgir, eu não o deixarei ir. Vou agarrá-lo com mãos, braços e pernas. Vou lutar por ele. Vou amá-lo incondicionalmente... E ele mudará minha vida! E com todo meu amor, eu também vou mudar a vida dele!”