Félix & Niko - Dias Inesquecíveis escrita por Paula Freitas


Capítulo 79
Uma Festa Poderosa - parte 5


Notas iniciais do capítulo

Que comece a festa!!! Mas... Como Niko convenceu César?



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– E se o papi brigar com o Niko?! Se reclamar com ele? Se disser coisas que o machuquem? Se o carneirinho sair chorando de lá eu não vou perdoá-lo! Mas que raios deu no papi pra querer falar com o Niko? O que ele quer?

Félix estava inquieto, apreensivo. Mal conseguia permanecer sentado na cadeira no corredor. Estava em dúvida se levantava e voltava ao quarto do pai ou se ficava ali esperando. Mais de cinco minutos se passaram e nada. Ele levantou já disposto a voltar àquele quarto, e ver o que estava acontecendo. Mas, permanecia na dúvida. – Vou lá ou não?! Vou lá ou não?! – Pensava consigo. Sentou novamente, mas não deixou passar nem mais dois minutos, levantou outra vez. Assim que levantou, porém, Niko abriu a porta do quarto, e ele dizia para César:

– Era tudo que eu queria ouvir do senhor!

Niko saiu, fechou a porta e foi em sua direção. Félix logo foi até ele.

– O que foi, carneirinho? Ele te disse alguma coisa? O que ele queria?

Niko estava com os olhos vermelhos, mas não parecia triste, pelo contrário, parecia mais incrédulo, como alguém que viu ou ouviu algo que nunca tinha visto ou ouvido. Algo fantástico.

Félix segurou em seus ombros. – Carneirinho... Que houve? Me fala!

O loiro olhou para Félix e sorriu. Abraçou-o forte e assim permaneceu por uns segundos. Então, falou para ele:

– Não temos tempo para conversar agora, meu amor! Vamos começar a festa! Sua mãe já chegou!

– Quê?! Mas... Como você...

Adriana chegou na mesma hora interrompendo-o. - Seu Félix, dona Pilar e o pessoal acabaram de chegar!

Ele olhou para Niko como se visse um bruxo que acabara de adivinhar o futuro. Mesmo confuso Félix não perguntou nada por enquanto, apenas correu ao encontro de seus familiares. Mas, quando se dirigia à porta da frente, Niko o parou:

– Não Félix, eles vêm pela porta de trás! Vem!

O loiro foi seguro de si e Félix confuso atrás. E, mais uma vez, Niko acertou, pois lá estavam eles.

– Mami?! Mami poderosa! – Logo correu a abraça-la. Abraçou-a forte como se fosse um garotinho que abraça a mãe que chegou de uma longa viagem.

– Oi, meu filho! Que saudade! – Assim que Pilar o olhou bem, passou a mão em seus cabelos, perguntando: - Ei, você tem alguma coisa? Está suando...

– E-eu? Não, mami, imagina... É por causa do calor! Tem feito muito calor aqui em Angra esses dias...

– Ah... Muito calor... Sei... – Olhou para Niko que sorria. – Oi, Niko!

– Oi Pilar! – O loiro também a abraçou. – Muitas felicidades!

– Obrigada, meu filho! Muito obrigada ao dois por essa surpresa linda!

– Imagina, Pilar! Ficamos muito felizes em fazer isto por você!

Félix chamou todos. – Gente, vamos entrando... A festa será no jardim!

Foram entrando para ir ao outro lado da casa. Chegaram todos ao mesmo tempo. Pilar e Maciel foram num carro com César Júnior. Paloma com o marido e os filhos em outro. E Jonathan em outro com a bisavó Bernarda.

– Filho, que saudade! – Exclamou Félix abraçando Jonathan. – Você quase não vem mais...

– Tenho estado muito ocupado com os trabalhos da faculdade, pai!

– Sei... Só com a faculdade, né?! A namorada não tem nada a ver?!

– Bom... Ela também estuda, então... Quando temos um tempo livre, aproveitamos...

– Já entendi! – Félix ajeitou a sobrancelha fazendo manha. – Você prefere dar umas escapadas com a Ana a me visitar! Tudo bem...

Jonathan riu. – Não faz drama, pai! Sabe que adoro vir aqui!

– Eu sei! – Riu abraçando-o.

Depois da família de Paloma, quem entrou por último foi Bernarda.

– Vovó! – Félix quase pulou para abraça-la ao vê-la. Ao mesmo tempo, Niko também foi abraça-la.

– Dona Bernarda, que saudade!

Os dois a beijaram ao mesmo tempo.

– Ah meus filhos, que delícia! Também estava vivendo de saudades de vocês!

– Vivendo de saudades, vovótrix?

– Sim, Félix! Para quê morrer de saudades, se é bem melhor vivermos nos lembrando das pessoas que amamos?!

– Ah vovó... – Pegou em suas mãos e as beijou. – Se a mami é poderosa, a senhora é a rainha das poderosas! E o Lutero, cadê?

– Não veio! Preferiu ficar cuidando de algumas coisas no hospital!

– Pois azar o dele, vovótrix! Pra que a senhora vai querer seu velhinho gagá se pode dançar comigo a noite toda?! E pode dançar com o Niko também, não é carneirinho?!

– Claro que sim! – Niko deu-lhe o braço. – Vamos para o jardim, dona Bernarda?

...

No jardim, todos conversavam e ouviam música. Paloma estava com Bernardo dormindo nos seus braços, Adriana brincava com César Júnior e Fabrício, e Jayminho de vez em quando roubava um docinho da mesa.

– Jayminho! – Reclamou Félix ao pegá-lo em flagrante. – Filho, daqui a pouco você come! Nada de docinhos por enquanto!

O garoto, com cara de sapeca, devolveu um dos brigadeiros, mas já estava com outro na boca.

Félix estava junto à mãe e Maciel.

– Tá vendo só, mami! Se eu não controlo as coisas aqui em casa, ficariam todos obesos!

– Que exagerado que você é, Félix!

– Não sou não, tá mami?! Você está falando igual o Niko... E por falar nele... – Félix viu Niko se aproximando da mesa. – Ei, carneirinho! Nada de docinhos, por enquanto! Que é isso?! Será que tenho que brigar com você e com nosso filho ao mesmo tempo?

– Ai Félix! Eu não ia comer nada, seu bobo! – Mesmo assim pegou um doce. – Vou levar para a Paloma, tá?!

– Sim, sei... – Mas, assim que o loiro virou, Félix exclamou: - Não pense que não te vi pegando dois!

Niko balançou a cabeça rindo. – Seu bobo! Me deixa!

Félix virou de novo para a mãe. – Viu o que eu falei, mami?! E ainda diz para eu não reclamar com o carneirinho! – Ele não viu que Niko chegava por trás. – O que seria dele sem mim? Já teria virado Orca, a baleia assassina!

Niko lhe deu um tapinha na nuca.

– Ai!

– Orca, coisíssima nenhuma! Você vai ver...

– Olha mami, vai deixar ele me agredir na sua frente? Ah claro né?! Já que é seu genro queridinho... – Falou despeitado.

– Você tem é ciúmes, Félix! Por que a Pilar me adora né, Pilar?! – Niko a abraçou. – Sabe, Pilar... O Félix não demonstra, mas tem ciúmes de você... Sabe, ciúme de filho...

– É mesmo, Félix? – Perguntou Maciel que também abraçou Pilar. – Você tem mesmo ciúme da Pilar?

– Não, não tenho não! Por favor, gente... Sou muito maduro para ter ciúme da mami... – Porém, ele cruzou os braços, bateu o pé no chão e não resistiu. – Ah, já basta! Soltem a mami poderosa já! Os dois, vão... Eu sou o filho, tenho prioridade! – E a abraçou.

Pilar se divertia com os eles. Niko e Maciel saíram deixando Félix com ela. Após o abraço, Pilar perguntou:

– Félix, meu filho, me conta... E o César, como está?

– Ah... Do mesmo jeito de sempre, mami...

– E ele aceitou bem que vocês fizessem essa festa aqui?

Félix ficou sem saber o que responder. – É... Sabe, mami... Eu acho que sim...

– Como assim você acha?

– Olha, é que eu não posso te responder isso agora... Até por que a reação do papi é... Digamos que desconhecida para mim! Mas, não se preocupe tá?! Curta sua festa! Eu... Primeiro tenho que perguntar umas coisas a alguém... – Olhou para Niko que já conversava com Paloma.

– A viagem foi tranquila, Palominha?

– Sim, Niko, o Bernardo veio dormindo quase o tempo todo! Acordou por algumas horas e agora já está todo sonolento de novo aqui...

– Oh... Como está lindinho o Bernardinho! Posso pegar? – Niko pegava o bebê nos braços, quando Félix se aproximou. – Veio dormindo a viagem toda e continua com sono? Que preguiçoso que esse meu sobrinho é, gente! Puxou a você, Paloma!

– E desde quando a Paloma é preguiçosa, Félix? – Perguntou Bruno que estava perto.

– Ah desde sempre, bofe! Você já a conheceu em outra fase, quando ela criou juízo, mas antes... Tinha que ver minha irmãzinha na adolescência, uma preguiçosa de primeira! – Ele olhou para Paloma que o encarava. – Não reclame por eu falar a verdade, meu doc... Maninha!

– Não liga pra o Félix, Paloma! – Comentou Niko devolvendo o seu bebê: - O Bernardo está quase dormindo! Se quiser, pode deitá-lo no berço do Fabrício! Se ele veio dormindo boa parte da viagem, tenho certeza que dentro de uma, duas horas já vai estar super acordado...

Félix o interrompeu: - Agora só falta você adivinhar também a que horas o menino vai acordar, Niko!

– Hein?!

– É... Com licença, Paloma, tenho que ter uma conversinha rápida com meu carneirinho... Vem cá... – Félix pegou na mão de Niko e o levou até um canto do jardim.

– O que você quer conversar?

– Primeiro, me conta... Você tem varinha de condão? Bola de cristal? Virou bruxo e eu não sabia?

– Do que você tá falando, Félix?

– Primeiro, como você adivinhou o exato momento em que a mami e os outros haviam chegado?

– Eu os vi chegando pela janela do quarto do seu pai, dãã...

– Ah... Tá, não faz isso... – Suspirou. – Mas, aí vem minha segunda questão: o que você e o papi conversaram, afinal? Niko, pelas contas do rosário, me fala! Eu estou suando, e não é de calor, é de aflição desde que você entrou naquele quarto e saiu sem me dizer o que houve! Você saiu tão tranquilo que até me deu medo! Que foi? Você sufocou o papi com o travesseiro? Desmaiou ele?

– Félix! Não fala isso nem brincando!

– Então, me diz, criatura! Eu preciso saber o que vocês conversaram para o papi aceitar a festa, tudo...

O loiro lhe respondeu com um sorriso feliz, e pegou em suas mãos.

– Félix... Amor, tudo o que você precisa saber é que seu pai não brigou comigo, não reclamou, nem nada... Pelo contrário... Ele foi surpreendentemente educado comigo!

– O... O papi... O papi educado com você?!

Niko o olhou nos olhos. – Sim... Ele foi! Ele só disse que não queria muito barulho e que não queria ser incomodado! Mas, disse que... Que tudo bem fazermos a festa aqui! E mais... Que podíamos fazer o que a gente quiser!

Félix estava incrédulo.

– Tá... É... Carneirinho... Enlouqueceu?! Tem certeza que está falando do papi? Do meu pai? Do doutor César? O papi soberano?

Niko riu. – Sim, Félix, estou falando dele! Ele conversou mesmo comigo numa boa! Claro que eu ainda não sou assim o genro que ele pediu a Deus como a Pilar diz... Mas... Acredite numa coisa, Félix... Seu pai sabe que essa casa tem outro rei soberano... E este é você! Apesar de ele não nos entender, e talvez nunca entenda... Ele nos respeita!

– M-mas... Niko... Criatura, como foi isso? Do que vocês falaram?

– De... Tanta coisa...

– Que tanta coisa?

– De... Dignidade!

– Dignidade?

– É! Dignidade... Respeito... Amor...

– Carneirinho, eu não estou entendendo nada...

– Amor, fica calmo! Não precisa entender! – Niko riu. – A verdade é que... Seu pai se preocupou com você...

– Mas... Hein?! Por quê?

– Por que todo pai se preocupa com seus filhos! Não é?

Félix olhou para os filhos na festa e respondeu:

– Isso é! Mas, ainda não entendo, carneirinho...

Niko lhe fez um carinho no rosto e disse:

– Meu amor... Você só precisa saber que hoje não é só um dia especial para sua mãe... É um dia inesquecível para mim também! Seu pai me pediu algo que eu já faço e espero continuar fazendo por toda minha vida...

– O quê?

– Cuidar de você...

– O... O papi te pediu pra cuidar de mim?

– Sim! Me pediu para continuar fazendo o que já faço! E sabe o que vou continuar fazendo sempre, Félix? Vou te amar e te respeitar... Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença... Até que a morte nos separe! E se houver vida além da morte... Continuarei te amando pela eternidade!

Félix suspirou aliviado e extremamente emocionado.

– Ah carneirinho... Carneirinho... – Sem palavras para expressar o que estava sentindo, o moreno o abraçou. Ficou como se não quisesse soltá-lo mais, até que sussurrou:

– Eu te amo tanto!

O loiro sorriu emocionado com essa declaração. Era muito especial cada vez que ouvia a palavra amor da boca do seu marido.

– Você não sabe o quanto te amo, Félix!

O moreno pegou em seu queixo, olhando-o nos olhos.

– Eu que não sei medir o quanto te amo! Eu te amo, Niko! Te amo... Meu carneirinho... – Sorriu.

Os dois se olharam profundamente e se beijaram. Toda a tensão havia ido embora. Encostaram as testas e, depois de mais um beijo, sorrindo, se abraçaram outra vez. Ficaram assim até que alguém os interrompeu.

– Ei, tio Félix! Niko! Vocês dão uma festa e ficam aqui escondidinhos é?!

Félix o soltou e virou. – Tinha que ser você, ratinha!

– Ei, não me chama de ratinha!

– Chamo! – Félix riu. – Chamo só por que adoro te chatear!

– Você é um chato mesmo... – Os dois riram e Félix chamou:

– Quer saber... Vem, Paulinha, desde o casamento “version two” da sua mami que eu te devo uma dança!

– Não! Tio Félix, você vai dançar comigo hoje?!

– Se não quiser não danço tá?! Não faço a menor questão...

Falavam brincando um com o outro. Niko se meteu:

– Vai dançar com sua sobrinha, Félix! É uma ordem!

– Era só o que me faltava! Você passou o dia me dando ordens, carneirinho, por que vou te obedecer agora?

– Pelo mesmo motivo que me obedeceu o dia todo... – O loiro o encarou com um sorriso mais malicioso.

Félix lembrou qual era o motivo e logo pegou na mão da sobrinha.

– Vamos, Paulinha, vamos dançar...

– Nossa, tio... Que poder o Niko tem sobre você!

– Tem mesmo... Você não faz ideia! Quando você fizer dezoito anos eu te conto!

Foram dançar e Niko ficou rindo. Ria não só pela alegria daquele momento em família, mas pela felicidade inesperada que lhe trouxe uma conversa franca com o sogro.

...

...

No quarto de César...

– Vai Félix, por favor...

Pediu Niko para ficar a sós com o sogro.

Félix titubeou, mas acabou saindo. Assim que saiu, Niko ficou parado esperando César falar algo. Por mais que tivesse demonstrado coragem no início ao entrar no quarto, agora, estava com certo receio da reação do sogro, já que pedir para conversar a sós com ele era realmente estranho.

– Se aproxime! – Falou César.

Niko foi até perto da cama.

– Pode falar, seu César!

– Não me chame assim que parece aquela moça que cuida das crianças...

– A-ah... A Adriana...

– Sim! Não fale parecendo um empregado, você não é... Você... Você também manda e desmanda nessa casa...

Niko achou estranho o que ele disse.

– Como quer que o chame?

– Tanto faz...

– Eu... Não entendi o que o senhor quis dizer... Senhor César! Por que disse que eu também mando e desmando nessa casa?

– Por que é a verdade não?! Ou vai dizer que não manda?! Que o Félix não faz o que você quer? Agora mesmo só saiu do quarto porque você pediu! Eu sei que nunca vou voltar a enxergar direito, mas ouço muito bem o que se passa nessa casa...

Niko sentou-se numa poltrona ao lado da cama e começou a ouvi-lo atentamente. César continuou:

– Eu suspeitei que estivessem preparando alguma coisa ou fazendo algo na casa! Os ouvi andando pra lá e pra cá, passando por esse corredor várias vezes, ouvi gritarem mandando aquela moça cuidar dos meninos por que vocês estavam ocupados e os gritos vinham da cozinha... A janela estava aberta o tempo todo... – Niko olhou para a janela. – Eu os ouvi lá fora também! Deduzi que estivessem arrumando ou mudando alguma coisa...

Niko respirou fundo. – É... Senhor César... Eu também ouvi tudo que o Félix falou com o senhor antes de eu entrar! Se o senhor lembrava-se que hoje é o aniversário da Pilar, então, o senhor suspeitou que nós estivéssemos preparando a casa para ela?

– Dentre várias possibilidades, pensei nisso sim...

– E mesmo assim... Sabendo que passamos o dia todo fazendo isso... O senhor não quer que façamos a festa aqui?

– Eu não gostaria...

– Mas...

– Espere, ainda não acabei! – César respirou fundo. – Eu não gostaria... Mas, por acaso, posso impedi-los?

Niko não soube o que responder.

– Responda, rapaz! Eu poderia impedi-los?

...

...


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Notas finais do capítulo

Penúltima parte...



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