Félix & Niko - Dias Inesquecíveis escrita por Paula Freitas


Capítulo 78
Uma Festa Poderosa - parte 4


Notas iniciais do capítulo

Será que a festa vai rolar?!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/476325/chapter/78

Niko estava na cozinha de casa, de costas, com os braços cruzados. Félix havia lhe tirado do sério mais uma vez. Com um sorriso de quem havia vencido mais uma discussão, o moreno chegou por trás, abraçando-o, juntando seu corpo ao dele e distribuindo-lhe beijinhos no pescoço, nos ombros, na nuca. Niko se entregou num primeiro momento, mas logo se soltou.

– Para, Félix! Tá vendo?! Foi assim que tudo começou!

– É, e... Olha só, estamos outra vez na cozinha... – Piscou para ele.

Niko balançou a cabeça lembrando muito bem tudo o que havia acontecido na noite passada em outra cozinha, a do restaurante. Foi então que o loiro teve uma ideia. Com um sorriso, chegou mais perto do marido, enlaçou sua cintura e, encarando-o com olhar faceiro, falou:

– Meu amor... Já que estamos outra vez na cozinha... Eu estou tendo uma ideia do que podemos fazer...

– Hum... Que ideia, carneirinho? Olha o que você vai fazer... As crianças estão acordadas e a Adriana está zanzando por aí...

– Não sou quem vou fazer... É você...

– Ah, sou eu? Estou gostando cada vez mais...

Niko sorriu. – Ah, não se anima tão rápido... Na verdade, nós dois vamos fazer juntos... – Puxou-o pela mão. – Vem... Eu vou te mostrar como vamos fazer...

– Hum... Como está misterioso, meu carneirinho...

Niko riu e foi levando Félix até onde ele estava antes perto do bolo. O loiro pegou o pote com chantilly e pegou um pouco com o dedo. Passou o dedo com chantilly nos lábios de Félix e lambeu antes do próprio Félix lamber. O moreno adorou aquilo.

– Hum... Que delícia, carneirinho... Você, não o chantilly!

Niko riu. Pegou mais um pouco e passou nos próprios lábios, se insinuando para o marido. Félix também lambeu sua boca e o beijou. Então, Niko foi para trás dele. Deixou-o de frente para o balcão onde estava o bolo. Abraçando-o forte por trás, soltou um braço para pegar uma espátula. Encheu a espátula de chantilly e Félix perguntava:

– O que vai fazer agora, hein carneirinho?

– Agora... – Niko lhe deu uns beijinhos no pescoço, nos ombros e na nuca como Félix começou a fazer antes com ele. – Agora você vai fazer o que eu mandar...

– Hum... Que é isso, Niko?! Carneirinho dominador? Adoro!

– Vou te ensinar uma coisa...

Ainda abraçando-o de um modo que o deixava preso contra o balcão, Niko lhe entregou a espátula. Segurando em sua mão levava-o a fazer o que ele queria.

– Assim Félix... Vem... Você pega... E passa assim em cima do bolo... Espalha...

Félix começou a entender.

– Oh Niko... Isso não tem nada de erótico! Você está me fazendo cobrir o bolo no seu lugar?!

– Não, amor... Estamos fazendo isso juntos! Quê?! Não era o que você queria?! Ué, Félix, estamos juntinhos...

Félix ficou sério vendo que havia sido enganado por seu carneirinho.

– É... Juntinhos, sim... Mas, fazendo outra coisa, não o que eu pensei! Não era pra você ficar me prendendo no balcão me obrigando a virar doceiro!

O loiro riu. – Ai Félix, viu como você é exagerado?! Olha só, não tem dificuldade, continua aqui me ajudando a preparar tudo e quem sabe depois eu não faço uma coisinha especial pra você...

– Nada de coisinha! Sabe que não gosto de coisinhas! Pra mim nada menos que... Que do tamanho dessa espátula, pronto!

Os dois deram uma gargalhada. E quando Félix pensou que Niko ia soltá-lo e parar com aquela brincadeira, Niko o agarrou ainda mais forte e puxou seu quadril de encontro ao dele. Então, sussurrou em seu ouvido:

– Félix... Lembra que te falei sobre fazer greve?

– Lembro... Por quê? – Perguntou receoso.

– Por que, se você quiser uma festinha particular depois da festa para a sua mãe... É melhor me ajudar a preparar tudo e ficar bem quietinho e obediente... Senão... – Niko o soltou e passou o dedo no chantilly levando outra vez aos lábios dele. – Você fica sem... Mim... Por um bom tempo...

O loiro lambeu de novo o chantilly nos lábios de Félix e saiu. Essa atitude ousada do seu carneirinho deixou Félix louco e com cara de bobo. Mas, logo começou a falar consigo:

– Não tô podendo com isso! Era só o que me faltava! Eu devo ter queimado os pães da santa ceia para o carneirinho bancar o difícil agora, ameaçar fazer greve de sexo e ainda querer que eu ajude na cozinha! Só falta agora ele querer que eu aprenda a fazer brigadeiro e beijinho! Se ele quisesse outro tipo de beijinho eu saberia muito bem o que fazer... – Félix virou e Adriana estava na cozinha olhando para ele.

– Perdeu alguma coisa, criatura?!

– Eu não! Algum problema, seu Félix?!

– Tenho, tenho sim! Meu problema se chama Nicolas Corona! Ele é meu problema e minha salvação, e eu não sei o que fazer...

– Vocês brigaram e o senhor não sabe o que fazer pra fazerem as pazes?

– Não, criatura! Eu... Eu não sei o que fazer com esse bolo que ele deixou aqui para eu acabar, acredita?! Só o carneirinho pra me fazer uma coisa dessas... Toma... – Lhe entregou a espátula. – Termina isso que eu vou atrás dele!

Félix saiu e Adriana ficou rindo.

– Ai ai, esses dois...

Félix encontrou Niko na sala recolhendo alguns brinquedos dos filhos.

– Ok carneirinho! Se é o que você quer... Eu te obedeço!

Niko o olhou sem entender.

– O quê?!

– Eu faço o que você quiser... O que você me mandar fazer, pronto! Tá bom assim?

– Hã... Tá...

– Pronto! Melhor assim! Agora se for me mandar fazer alguma coisa na cozinha, me ensina primeiro né?! Aí eu te ajudo a preparar a festa de mami! Só pra o senhor não fazer essa tal greve de...

– O pai Niko vai fazer uma greve?

Jayminho chegou de repente e Félix nem viu. Virou para o filho e para Niko de novo sem saber o que dizer.

– É... Jayminho... Ele vai... Ele... Quer dizer, ele não vai... Não mais não é Niko?!

– Bom... Sim...

– Mas por que o papai Niko ia fazer uma greve? Como essas que passam na televisão?

– Não, meu filho... – Respondeu Félix. – É... Outro tipo de greve...

– De que tipo?

– É... Como você gosta de perguntar, hein Jayminho?! É... Greve de... De... Sono! De sono!

– De sono? – Se perguntou Niko.

– É... De sono, Niko!

– Como é greve de sono, pai Félix?

– É quando... Quando uma pessoa quer ficar sem dormir para ficar trabalhando até altas horas, em várias coisas ao mesmo tempo... É isso!

– Ah...

– Mas... – Félix passou a falar encarando Niko. – Seu papi carneirinho sabe que tem que dormir, por que ficar sem dormir não faz nada bem a nenhum de nós dois... Já... Dormir... É ótimo... Principalmente para um casal... Não é, Niko?! Você entende o quanto... Dormir... É bom, né?! – Félix piscou.

Niko já havia entendido muito bem sobre o que Félix falava na realidade.

– É... Claro, Félix... Dormir é muito bom... Mas... Às vezes... Há coisas que podem tirar nosso sono, entende?!

– Como o quê, criatura?! Você é muito novo para sofrer de insônia! E distúrbios do sono é que você não tem, eu sei muito bem!

– Não... Mas, há coisas que nos cansam como... Como quando temos que fazer tudo sozinhos por que nossos companheiros, ao invés de nos ajudar, acabam nos atrapalhando...

Félix balançou a cabeça em negativo.

– É o apocalipse, viu... Já disse que vou te ajudar, genioso! Só para você não ter desculpas para... – Viu que o filho permanecia lá. – Para... Não dormir essa noite!

– Já que é assim... – Niko sorriu e pediu a Jayminho: - Filho, vá ficar com seu irmãozinho que a Adriana vai já ficar com vocês, tá?!

– Tá, pai! – O garoto correu.

Niko encarou Félix com um largo sorriso.

– Muito bem! Então, Félix... Você pretende “dormir” a noite inteira hoje? – Fez sinal de aspas no dormir.

– Claro, carneirinho! – Sorriu maliciosamente. – Sabe que eu adoro te fazer “dormir”! – Repetiu as aspas.

– Ok... Mas, você não vai nem me fazer “cochilar” se não ajudar nas tarefas da casa hoje!

– Mas é o... O que vem depois do apocalipse hein?! O que eu fiz para merecer um carneirinho tão caprichoso?!

Niko o puxou pela gola da camisa e respondeu:

– Você casou comigo! Foi isso que você fez! Agora aguente!

Félix, encarando-o com um sorriso, falou: - Ah... Aguento! Vou te aguentar pelo resto da minha vida... Com todo prazer!

Niko também sorriu. – Também vou te aguentar... Por toda minha vida!

O loiro lhe deu um selinho demorado e logo depois o puxou para a cozinha.

Os dois passaram toda a manhã preparando a casa para a festa.

...

Mais tarde, tudo estava pronto. Apenas uma coisa faltava: Félix contar para o pai sobre a festa. O medo de que ele não aceitasse e brigasse com ele o fez esconder até o último minuto.

O casal e os filhos já esperavam Pilar e a família que já haviam ligado para avisar que estavam chegando a Angra. César havia chegado da tarde na fisioterapia e estava descansando no quarto. Desde o telefonema da mãe para avisar que estava chegando, Félix andava de um lado a outro, ansioso.

Niko foi até ele.

– Amor... O que você tem?

– É... Nada...

– Félix... Espera... – O loiro segurou em seus ombros para que ele parasse de andar. – Não me diga que você ainda não disse a seu pai sobre a festa?!

– É... Eu... Não, Niko, eu não disse...

– Mas, Félix...

– Carneirinho... E se ele não aceitar?! A gente já preparou tudo...

– Félix... Eu já conheço o seu César, mas não acredito que ele vá se opor a isso... É o aniversário da sua mãe e, além do mais, ele não pode expulsar todo mundo, e eles já estão quase aqui...

– O que você quer que eu faça? Eu estava achando a ideia da festa para a mami aqui ótima até o papi chegar! Tenho... Tenho medo de ir falar com ele e acabar com o astral do dia...

– Félix, essa casa é dele, é melhor que você fale com ele agora antes da família chegar... Já pensou se chegam e ele tem um daqueles ataques de mau-humor?!

– E do que você acha que eu tenho medo? É justamente disso!

– E, justamente por isso, você não acha que já deveria ter dito antes?! Assim, mesmo que ele fique chateado, a situação já estaria mais branda quando todos chegarem...

Félix suspirou. – É, Niko, você tem razão... Agora eles já estão aqui em Angra e o papi nem sabe ainda...

– Então... Vai lá, e conta pra ele!

Félix respirou fundo e foi ao quarto do pai torcendo para que ele não estivesse de mau-humor.

– Papi...

– Entre, Félix!

– É... Tudo bem com o senhor?

– Na medida do possível... Está! Por quê?

– Nada... Só queria saber... É... Foi tudo bem na fisioterapia hoje?

– Sim! Estou movimentando um pouco melhor a mão esquerda!

– Ah que bom... E na casa de repouso, está bem? O senhor passa a maior parte da semana lá, deve ter feito amigos já...

– Não... Por que está me fazendo estas perguntas tão evasivas?

– E-evasivas?

– Sim... Eu te conheço, Félix! O que você realmente quer me perguntar?

– Pelos véus de Salomé, eu me tornei um homem tão transparente assim?!

– Por incrível que pareça... Sim, se tornou! Vá, diga o que você quer!

– Ok... Eu vou direto ao assunto... Papi, lembra que hoje é aniversário da mami poderosa?

– Sim, é verdade... Lembro! Por quê?

– Por que... Bom, eu pensei em fazer uma coisa especial para ela e... Pensei em comemorar com a mami aqui em casa...

– Nesta casa?! Não teria sido melhor ir pra lá pra São Paulo e levar todos já que queriam comemorar com ela?!

– E... Levar todos?

– É, esse seu... Esse rapaz e os meninos... Por que não foram todos?

– Por que nós pensamos em fazer uma festa para a mami lá no nosso restaurante, só que... Ocorreu um imprevisto... E não tivemos tempo de arrumar as coisas lá! Nós deixaríamos reservado só para ela hoje, mas como não deu, nós... Pensamos em... Fazer a festa aqui...

– Não quero!

– Mas, papi...

– Mas, nada! Estou com dor de cabeça! Esta casa não tem clima para comemoração...

– Aí que o senhor se engana! Tem sim! Todos nós temos muita alegria em viver aqui, só o senhor que não gosta! E não gosta pelo simples fato de que eu moro aqui com minha família!

– Félix, não vamos discutir por isso! Eu já aceitei seu relacionamento com esse rapaz, engoli que vocês estão casados, até pedi para ir para a casa de repouso para dar sossego a vocês, então, me deixe pelo menos ter silêncio enquanto estou aqui!

Félix fechou os olhos que já se enchiam de lágrimas. Abriu a porta e foi saindo decepcionado, pois já cansava rápido de tentar encontrar os argumentos para ter uma conversa sadia com o pai. Ao sair, se deparou com Niko que estava perto da porta.

– V-você... Ouviu tudo?

– Não... O que ele disse?

– O que eu já esperava... Que não quer que a gente faça festa nenhuma aqui...

Niko suspirou e foi entrando no quarto. Félix imediatamente o segurou.

– Ei, aonde você vai?

– Vou falar com seu pai!

– Não! Não quero que ele brigue com você!

– Não me importo! Quero conversar com ele...

Dentro do quarto, César ouvia tudo.

– Não, você não tem nada para falar com o papi! Vem!

– Félix, me solta! Eu não saio daqui sem ter uma resposta positiva do seu César!

– Pelas contas do rosário, você vai ficar aí pra sempre então!

– Félix! – César o chamou. – Deixe-o entrar!

Félix abriu a porta e soltou Niko.

– P-pai...

– Deixe... Quero ouvir que argumentos ele tem!

Niko foi entrando, já falando:

– Seu César, eu sei que deveríamos ter falado com o senhor antes de arrumarmos tudo, mas agora já é tarde! Já está tudo pronto e a Pilar está vindo comemorar o aniversário aqui...

– A Pilar já não é mais nada minha! Por que eu comemoraria o aniversário dela aqui?! Esta casa é minha...

– Com todo respeito, seu César... Mas, eu acho que uma casa não pertence de fato a quem é o dono no papel, mas a quem cuida e zela por ela... E quem tem feito isso todo dia é o Félix! – Félix temeu que César se aborrecesse com o que Niko disse, mas ficou calado. O loiro continuou. – E também... Não é só a Pilar que vem...

– Quem mais? – Perguntou César. – Vocês convidaram mais gente? Amiguinhos?

A palavras “amiguinhos” soou sarcástica e preconceituosa da parte de César e Niko respondeu:

– Da minha parte, seu César, eu não convidei ninguém! É a sua família que virá para a festa!

César comentou de um modo estranho: - Ah... Minha família... Qual?!

Niko olhou para Félix e respondeu a César: - Sua família, seu César! Sua filha Paloma e seus netos que estão vindo... E seu filho Félix e seus netos que estão aqui!

César se calou. O silêncio se fez presente por um instante e quase se podia ouvir o coração de Félix batendo acelerado já esperando gritos e reclamações da parte de seu pai.

– Saia! – César pediu e logo Félix puxou Niko pela mão dizendo:

– Vamos, Niko...

– Não! – Interrompeu César. – Ele não! Você, Félix! Saia!

– E-eu?! Só eu?! – Indagou assustado com a ideia de seu carneirinho ficar a sós com seu pai.

– Sim, Félix, vá de uma vez! – Falou César.

Niko virou para ele. – Vai Félix, por favor...

Ele titubeou, tentou falar algo, mas estava tão impressionado por seu pai querer falar com Niko que saiu e fechou a porta. Sentou numa cadeira do corredor e ficou esperando qualquer coisa que pudesse acontecer.

...

...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Continua...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Félix & Niko - Dias Inesquecíveis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.