Félix & Niko - Dias Inesquecíveis escrita por Paula Freitas


Capítulo 77
Uma Festa Poderosa - parte 3


Notas iniciais do capítulo

Ih... Será que nosso amado casal vai parar na delegacia?!



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– Vocês vão ter que nos acompanhar! – Disse um dos policiais.

– M-mas pra quê? – Indagou Niko. E Félix prontamente respondeu:

– Pra quê? Pra nada! Nós não vamos a lugar nenhum!

Um dos policiais se aproximou já perdendo a paciência.

– Vocês acham que vou acreditar que dois sujeitos do jeito que vocês estão são donos de um lugar assim?! Façam-me o favor...

Eles olharam para o modo como estavam vestidos. Niko logo começou:

– Senhor policial, eu sei, não estamos parecendo mesmo, mas é verdade! Nós somos os donos do restaurante, acontece que estamos vestidos assim por que estávamos arrumando uns móveis lá dentro...

– Olha pra o estado de vocês, rapaz! Você está com a calça rasgada, está suado, seu amiguinho também, ele está quase sem roupa... Acham que vou mesmo acreditar nessa historinha?! Estão até cheios de marcas, até parece que entraram numa briga... Ou já tentaram arrombar outras portas?! Que desculpas vão inventar pra justificar o estado de vocês?!

Niko e Félix se olharam e Félix foi direto ao assunto.

– O-ok! Isso já encheu! Eu devo ter dado o nó na forca de Judas pra merecer passar por isso! Querem saber por que estamos assim? Ok! Nós dois somos casados, tá?! Nós viemos agora à noite para arrumar algumas coisas lá dentro do nosso restaurante, íamos começar a trabalhar, mas não aguentamos e... Rolou! Entenderam?! – Félix olhou para os policiais que pareciam confusos. – Ai ai... Nós... Nós fizemos... Nós... Nós nos pegamos, pronto! Ficou claro? E não falo de uma briga, falo de... Ah vocês sabem! Por isso estamos assim... Depois nós saímos e foi aí que a porta se trancou com a gente do lado de fora! Isso é tudo! Satisfeitos?!

Niko ficou vermelho, mas não falou nada.

Os dois policiais se olharam de novo. Um levantou a sobrancelha como que havia acabado de entender tudo e o outro estava claramente segurando o riso. Este perguntou:

– É... Você disse que vocês dois são casados?

– Sim, somos! Algum problema?

– Não, não... E... Quer dizer que vocês estão assim por que... Por que... Fizeram sexo... Lá dentro?!

Félix pigarreou. – Foi... E?

– Tá... E... E costumam fazer isso sempre?

Félix se irritou: - Que tipo de pergunta é essa?! O senhor é policial ou fofoqueira?!

– Cuidado que posso prendê-lo por desacato...

Niko quase não conseguia falar de tão envergonhado, mas reclamou: - F-Félix! Seja educado!

– Eu sou, ora! Educadíssimo! Já este senhor...

– Félix! Shh...

O outro policial, mais sério, interrompeu: - Ok! Vamos fazer o seguinte... Vocês têm algum documento que comprove que são os donos desse lugar?

Niko disse baixinho a Félix: - O-os documentos do restaurante estão lá dentro!

– É... Os documentos do restaurante estão lá dentro, senhores! Posso ir buscar? – Perguntou Félix.

– Pode! Mas, vai acompanhado!

– É o apocalipse! Quanta desconfiança nesse país...

Félix entrou e foi para o escritório com o policial mais sério enquanto o outro ficou com Niko do lado de fora. O policial estava com um sorriso disfarçado e Niko morto de vergonha. Piorou quando o loiro passou a mão no pescoço e o policial comentou:

– Que chupão, hein?!

– Q-quê?!

Ele apontou para seu pescoço. – Esse chupão aí no seu pescoço! Foi ele?

– É-é... F-f-foi...

Niko ficou ainda mais vermelho. Queria enfiar a cabeça no chão.

O outro policial saiu com Félix e este dizia:

– Também tenho os meus documentos pessoais que estão no meu carro, se quiser dar uma olhada só para garantir... Está estacionado aqui ao lado...

Foram até o carro e Félix pegou os documentos no porta-luvas. Enquanto o policial via os documentos, Félix descobriu mais alguma coisa no porta-luvas, pegou e passou a mão no rosto como se estivesse impaciente.

O policial lhe devolveu os documentos.

– Sim, estão em ordem! É verdade, vocês são os donos!

– Nossa! Que descoberta incrível... – Falou irônico consigo, mas o policial o encarou com cara de desagrado.

Ele lhe devolveu os documentos e Félix guardou tudo e não disse mais nada.

O outro policial mais simpático que ficara com Niko falou: - Perdão pela interrupção, mas da próxima vez que forem... É... Ficar até essas horas aí, tenham mais cuidado para não se trancarem do lado de fora! Dá muito prejuízo arrombar a porta do próprio negócio!

Félix foi sarcástico ao responder: - Obrigado pela dica! Seremos cuidadosos!

Eles entraram na viatura e foram embora.

– Aff... Até que enfim foram embora, carneirinho...

Quando Félix olhou para Niko ele estava todo vermelho e quase chorando.

– Carneirinho! O que foi?! Que houve?!

O loiro entrou revoltado e Félix o seguiu.

– Você ainda pergunta o que houve?! Houve tudo! Tudo o que poderia dar errado, deu! Eu tô aqui morrendo de vergonha, Félix! Tive vontade de abrir um buraco e pular dentro!

– Ah Niko, não é pra tanto, vai...

– Não é pra tanto?! Nós quase fomos presos, Félix!

– Você acha que eu ia deixar, criatura?! Claro que não...

Niko virou de costas, ainda quase chorando. Félix se aproximou.

– Carneirinho, não exagera! Não aconteceu nada demais... Aqueles policiais que são intrometidos!

– Não Félix, eles só estavam fazendo o trabalho deles! Nós é que não fizemos nada do que viemos fazer e olha só o que conseguimos!

– Criatura, para tá?! Você está nervoso à toa! Não houve nada! Eu fiquei mais irritado por outra coisa... Tudo isso poderia ter sido evitado...

– Como?! – O loiro virou.

– É que... – Félix deu um meio sorriso. – Não vai brigar comigo, né carneirinho?!

Niko respirou fundo e cruzou os braços. – Por que eu brigaria com você, hein, Félix Corona-Khoury?!

Félix tirou do bolso as chaves do restaurante. Aí Niko se irritou mais.

– Você estava com elas o tempo todo?! – Gritou.

– Não! Ora... Pelas barbas do profeta, eu achei no porta-luvas quando fui pegar os documentos pra mostrar ao policial! Eu pensei que havia posto no bolso, mas não... Estavam no carro...

– Ai Félix! Eu não acredito! Não acredito que me fez passar por tudo isso, arrombar a porta do nosso restaurante, e as chaves estavam no carro!

– Carneirinho, chega! Não foi nada, já acabou! Olha, vamos pra casa... Estamos cansados demais pra continuar arrumando aqui! Vamos deixar como está, não tiramos quase nada do lugar mesmo... Amanhã é segunda, você deixa seu assistente trabalhando como sempre, e nós fazemos uma festinha pra a mami lá em casa mesmo, que tal?!

Niko o encarava muito sério, ainda com raiva.

– Que foi, Niko?

– Que foi?! Que foi?! Pra você é muito fácil né?! Olha o que você fez! – Mostrou-lhe a marca no pescoço.

– Eu... Ah, sim! – Sorriu. – O que tem? Não é primeira vez que faço isso em você quando nós...

– Eu sei! Mas os policiais não precisavam ficar sabendo! Você precisava contar o que rolou aqui?!

– O que você queria que eu fizesse, criatura?! Preferia que fossemos presos? Já imaginou?! Nós dois presos por quebrarmos a porta do nosso próprio restaurante! Não, e pior... Imagina termos que ligar para a Adriana em plena madrugada pra pedir: Adriana, querida, pega um dinheiro no caixinha pra pagar a fiança dos seus patrões! Estamos na delegacia, não demora, tá?!

– Não tem graça!

– Claro que não tem! Imagina nós dois irmos presos assim do jeito que estamos... Você com a roupa rasgada, eu sem camisa... Sabe o que ia acontecer na cela da delegacia? Duas palavrinhas, Niko: assédio sexual! E não seria pra menos né?! Olha pra nós...

– Você tem que levar tudo na brincadeira, Félix?!

– E você tem que levar tudo tão a sério, carneirinho?! Olha, nem reclame comigo por essa marquinha no seu pescoço! O policial que entrou comigo comentou como minhas costas estavam arranhadas parecendo que eu havia brigado com um gato! Eu quase falava que não havia sido um gato e sim um carneirinho selvagem que tinha feito esse estrago!

Niko suspirou e virou de costas para ele. Félix chegou mais perto vendo que seu loirinho estava se acalmando.

– Ei... Carneirinho... Não fica assim vai... A noite está sendo tão maravilhosa...

– Tsc... Grande noite...

– Não seja irônico! Está sim! Tirando essa última parte, claro! Ei... – Pegou em seus ombros e virou-o para ele. – Vai dizer que não gostou do que rolou aqui?! Hein?! E de estarmos juntinhos... Assim... – Pegou em seu rosto e levantou para olhá-lo nos olhos. –Vai dizer que não gostou?! Niko... Eu sei que você gostou! Nossa, e como sei! – Riu e viu um leve sorriso surgir na boca do loiro. – Esquece o que houve... Só não esquece como fizemos amor aqui! Prometemos estar juntos na alegria e na tristeza, lembra? Juntos... Até nos momentos mais inusitados... – Félix riu de novo. Niko tentou permanecer sério, mas o bom humor de Félix sempre o contagiava. Ele deu um sorriso e disse:

– Tá... Tá bom... A noite estava maravilhosa mesmo! – Olhou em seus olhos. – Eu nunca vou esquecer o que fizemos aqui, meu amor! Só... Só não faz mais isso...

– Não fazer mais o quê?

Niko abriu mais o sorriso. – Não chega mais assim de mansinho no restaurante quando eu estiver sozinho! Avisa se quiser algo mais... Pode ser?! – Piscou.

Ele riu. – Pode! Prometo que dou aviso prévio se tiver vontade de te pegar desprevenido no seu local de trabalho... Embora que se eu avisar você não estará mais desprevenido né?!

– Aí vai que eu estando preparado faço ainda melhor...

– Hum... Gostei! Vamos fazer isso mais vezes! Ah, e você também me avise caso queira me pegar no escritório lá de casa, ok?!

Os dois acabaram rindo de toda a situação. Antes de saírem, os dois se lembraram de um cadeado e umas correntes que trancavam a antiga porta daquele lugar antes de eles abrirem o restaurante. Com isso eles conseguiram trancar a porta com segurança. Foram em direção aos carros dos dois, porém, antes, Félix puxou seu carneirinho pelo braço e juntou seus corpos num abraço.

– Ei... Você não disse se gostou dos meus dotes na cozinha?! – O moreno piscou.

Niko riu alto. – Adorei... Seus dotes! Mas, não só na cozinha... Te adoro em qualquer lugar...

– Ah é?! Hum... Pois depois vamos experimentar outros lugares diferentes...

– Você está muito ousado para o meu gosto!

– Como se você não gostasse...

Niko deu um sorriso e foi indo para o carro, mas Félix o puxou e o beijou apaixonadamente, segurando-o para que ele não escapasse de seu beijo.

O loiro pedia: - Para Félix, alguém pode ver...

– E daí?! – O moreno continuava beijando-o.

Porém, no mesmo instante, a mesma viatura ia passando de novo e os policiais buzinaram antes de irem embora. Niko o soltou imediatamente.

– Ai Félix, tá vendo! Você hein?!

– Que foi que eu fiz agora?

– Os policiais passaram de novo! Eles devem estar achando que somos dois tarados que ficam se agarrando em todo e qualquer lugar!

– Que exagerado que você é! Não é assim... Não é qualquer lugar, é nosso restaurante...

– Disse bem! Restaurante... Não motel! Com licença!

Niko foi para seu carro e Félix entrou no seu, reclamando.

– Aff... Genioso... – Ao entrar, olhou para ele pelo retrovisor e sorriu. – Genioso... Mas, eu amo!

Foram para casa.

...

Em casa, já na cama, Félix combinava:

– Então, carneirinho, fica assim... Amanhã cedinho nós ligamos para mami para dar os parabéns e a convidamos para vir, não é?!

– Sim... Por mim está bem...

– Você não me parece muito bem... Que foi, Niko?! Ainda está chateado pelo que houve?

– Não... Não só por isso, Félix, por tudo... Eu queria fazer algo especial pra a sua mãe! Poxa, é meu primeiro ano como genro dela, e ela foi quem deu o empurrão que eu precisava para ficar com você! Eu queria agradecer de alguma forma...

– Oh carneirinho, você sempre pensando nos outros... – Félix deitou ao seu lado e o abraçou. – Olha, eu tenho certeza que a mami te adora e já se sente agradecida só por você ter me levado da casa dela... – Ria ao dizer isso.

– Por que acha isso?

– Por que eu estava sem emprego, sem perspectiva de vida; não tinha nada pra mim em São Paulo e eu tinha que cuidar do papi, e nós dois só atrapalhávamos naquela casa... Eu só estava esperando alguma coisa acontecer, sei lá o quê... E, eis que acontece... Você aconteceu na minha vida! Você fez acontecer, na verdade... Me fez sentir o que jamais senti e... Querer algo mais...

Niko já o encarava, hipnotizado por suas palavras doces.

– E o que foi esse algo mais que você quis?

– Eu... Quis ser mais que o Félix Khoury de sempre... Quis me tornar... Félix Corona! Aceitar sua proposta... Entrar pra a sua família...

– E quando você quis isso?

– Quando descobri uma coisa...

– Que coisa?

– Que... Não importa para onde a gente vá, a gente carrega a nós mesmos...

– Eu te disse isso uma vez...

– Sim... E foi depois disso que eu fui descobrindo que... Não importava para onde eu fosse... Eu sempre ia carregar a mim mesmo... E ao que eu sinto! Então, tanto ia fazer para onde eu fugisse... Eu não conseguiria mais viver longe de você, meu carneirinho!

Niko se emocionou com as palavras de Félix e o abraçou forte num abraço de corpo inteiro.

– Félix... Você sabe como mexer comigo!

– E como você mexeu comigo, carneirinho, não tem mais volta... Foi... Inexplicável... – Suspirou. – Quando eu digo que você mudou minha vida... É por que mudou mesmo!

– Ah Félix... O que seria de mim sem você?!

Respondeu com seu bom humor costumeiro: - Você estaria na pior, com certeza!

Ambos riram. Niko virou e ficou deitado juntinho a ele.

– Sabe que você tem razão?! Sem você, eu não estaria vivendo os momentos mais felizes da minha vida! Eu não seria tão realizado!

Félix o abraçou forte, juntando ainda mais seus corpos.

– Eu te realizo é?

– Claro...

– Em que sentido? – Perguntou com a voz maliciosa.

– Em todos! – Respondeu o loiro. Mas, logo que sentiu como Félix se aproximava por baixo dos lençóis, comentou:

– Quero dormir de conchinha com você, vem... Estou com sono!

– Só dormir?

– Só dormir, senhor Félix! Já tivemos muitas emoções por hoje, não acha?!

– Não, não acho...

– Félix!

– Tá bom, não está mais aqui quem falou... Só dormir! Pronto!

– Acho bom... E nem pense que eu serei tão fácil de novo!

– Como?! Vai fazer greve de sexo agora?!

– Não... Mas, se você não se comportar... Eu até penso em fazer!

– Ah! Como se você ficasse sem...

– Félix! Eu consigo tá?! Quem chegou todo animadinho no restaurante?!

– E-eu... Mas...

– E quem está se animando todo de novo que eu estou sentindo?!

– Tá sentindo?!

– Estou! Pode ficar quieto que eu quero dormir?!

– Ok! Vou tentar... – Félix fechou os olhos, mas logo comentou: - Quem manda estar cada dia mais gostoso?!

– Shh! Vai dormir, Félix!

– Ai... Mandão!

Os dois dormiram.

...

No dia seguinte...

– Vamos, Niko, vamos ligar para a mami! – Chamava Félix já ao lado do telefone.

Jayminho estava em semana de provas na escola e havia chegado mais cedo.

– Pai Félix, a gente podia cantar parabéns pra a vó Pilar no telefone!

– Ótima ideia, filho! Vem, Niko! – Gritou.

– Estou aqui! – Respondeu o loiro chegando com Fabrício no colo.

Todos sentaram no sofá e Félix discou o número.

– Alô?!... Ah, é você, Maciel?! Mami poderosa está por aí por perto? Ótimo! Faz o seguinte... Põe o telefone no viva-voz que ela precisa ouvir o que vamos cantar para ela! É, cantar, homem... Vai rápido, pode ser?! Ah, e vá se preparando que depois temos uma surpresinha para ela que inclui você também! Isso... Vai, faz o que eu disse!

...


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Notas finais do capítulo

Continua...



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